A sala de reuniões mais parece uma masmorra.
Com todos olhando para Elias, principalmente o empresário, Alex continuou a apresentação após a abordagem do especialista que já tinha saído com a secretária de Colten e a responsável pelo administrativo da Corp. Alex conhecia bem a fama de mulherengo do especialista e não ficou nenhum pouco preocupada em cortá-lo, se necessário. Sem contar, que já tinha Arkel a encarando com aqueles olhos pecaminosos e o ferimento na maçã do rosto logo abaixo do olho, que a fazia lembrar do antes, durante e depois do acidente. - Peço desculpas senhor Arkel, hoje a Alex não está no seu melhor dia – Colten cochichou para Arkel. - Alguma pergunta, senhor Arkel? – Alex percebeu que Arkel baixou a cabeça para falar algo para Colten. - Nenhuma. O Colten comentou que você não está no seu melhor dia, o que eu discordo. Na verdade, é uma das melhores apresentações que já assisti. - Concordo, estou impressionado – Elias comentou a encarando com um sorriso com segundas intensões nos lábios. O especialista ta
No trajeto até o restaurante, a abordagem dos seguranças, do seu chefe e do especialista manteve Arkel bem longe dela. Pelo menos, alguma coisa saiu conforme o planejado. No restaurante, também foi bem tranquilo, Alex conseguiu sentar no lado oposto ao dele, quase de frente. Ao menos, longe das mãos do empresário. Alex conquistou uma pequena vitória, proporcionando alguns instantes de tranquilidade para a analista focar no trabalho, se afastando do homem que a perturbava. Nem em um sonho remoto, a ideia de continuarem o que começaram era possível. A continuidade do tratamento da mãe não saía da sua cabeça. O especialista ficou entre Jora e Marta e seu chefe ao lado de Jora. Alex escolheu um prato vegetariano e Arkel a acompanhou. Os demais pediram pratos com carne ou peixe. - É estranho que o senhor ganhe dinheiro com abate de gado e aprecie comida vegetariana – Alex encarou o empresário. - Alex, não faço abate de gado. Na verdade, planto e produzo alimentos orgânicos. Nesse momento
As coisas estavam acontecendo como Arkel queria. Mais algumas horas e ficaria a sós com a mulher atraente e que não saía de seus pensamentos. O que mais queria era matar a saudade daqueles lábios e do cheiro dela. O empresário explicaria a Alex sobre a troca do responsável pela execução do projeto, passariam a noite juntos e, pela manhã, seguiriam viagem para a fazenda e depois para o resort. Enquanto isso, os advogados do grupo mudariam o contrato com a Corp., por exigência do próprio empresário. - Claro que não, só preciso do endereço do restaurante – Alex respondeu contrariada. - O Colten reservou uma mesa no restaurante do hotel onde ficarei hospedado – Arkel a encarou. A notícia de jantarem apenas os dois no hotel onde o empresário se hospedaria a deixou estressada. Alex caminhou até a recepção, pegou o endereço do hotel, o horário da reserva para o jantar e constatou que o hotel era a algumas quadras do seu apartamento. Em seguida foi até sua sala, pegou suas coisas e saiu dis
Assim que chegou em casa, terminou de arrumar a mala, tomou um banho e colocou uma roupa mais informal. Não queria passar a impressão que queria algo a mais depois do jantar. Como a hora combinada estava distante, resolveu conversar com suas amigas. Queria muito desabafar. Aquela descoberta era demais para manter em segredo. Queria compartilhar com as amigas e saber a opinião delas. “Meninas, já estão em casa? Preciso conversar. É urgente”, Alex digitou no grupo. “Oi Alex, cheguei a pouco. Pode falar, estou fazendo um lanche”, Carol digitou. “Cheguei em casa, o que aconteceu?”, Sato digitou. “Sabem quem é o fazendeiro que passarei meses implantando aquele sistema?”, Alex digitou. “Claro que não. Amiga, não tenho bola de cristal”, Carol digitou. “Nem imagino”, Sato digitou. “Vocês não têm nenhum palpite?”, Alex digitou. “Nenhum, fala logo”, Carol digitou. “É o Arkel”, Alex digitou. “Quem? “, Sato digitou. “O Arkel”, Alex digitou. “Arkel? O seu Arkel? O Arkel do final de se
Faltando mais de uma hora para o jantar, Alex lembrou que a caminho do hotel existia uma loja de artigos de presentes em um centro comercial. Na última vez que entrou na loja, o dono que era um homem muito simpático e de cabelos grisalhos, comentou que até o início do mês chegariam canecas com infusor de chá. Colocou uma roupa mais informal e um tênis casual de solado alto. Para terminar de se acalmar, resolveu caminhar até o hotel. Desceu até a portaria e seguiu à esquerda, após sair do prédio. Antes do centro comercial, existia um condomínio bem antigo, com moradores de classe média. A qualquer hora do dia ou ao anoitecer, principalmente durante as férias escolares, as crianças jogavam futebol e andavam de bicicleta entre os blocos de apartamentos. Ao lado, existia uma casa caindo aos pedaços. Um cachorro e um idoso carrancudo, como descreveu a senhora que, um dia parou ao lado dela, aguardando o semáforo de pedestres abrir, moravam no lugar. Não tinha como não saber sobre o cachorr
- É isso que eu preciso que você entenda, não poderemos ficar juntos nesse ... - Você pode me explicar por quê? – Arkel falou corrigindo a postura e adotando uma expressão de poucos amigos. A dor por esquecer de tomar o medicamento, as poucas horas de sono nos últimos dias e a reunião exaustiva na Corp., o deixaram irritado e para piorar a conversa tomou um rumo que não imaginou que tomaria. - Eu tenho um trabalho para executar – Alex queria que Arkel entendesse o quanto estava comprometida com o projeto. - Tem mesmo, a responsabilidade do fracasso ou sucesso do projeto será sua – Arkel queria que ela entendesse o tamanho da responsabilidade. Alex percebeu que ele se transformou totalmente. Arkel era um homem de negócios, outra personalidade, além das que já conhecia. Alex preferia qualquer uma delas, menos a que o empresário estava revelando. - Só me responda uma coisa e seja sincera: você não quer ou não pode? - Você não entende que ... – Não querer ou não poder era uma questã
Como era segunda, o restaurante tinha poucos clientes. Uma sensação de abandono e frustração caíram sobre seus ombros como uma avalanche. Alex não conseguiu mais segurar as lágrimas e desabou a chorar, como aconteceu no seu apartamento, assim que leu as notas a respeito do empresário e do grupo. Alex tomou água e iniciou, mais uma vez, o exercício de respiração para se acalmar. Não adiantou de nada. - Cooper, deixe a senhora Alex no apartamento dela e combine o horário que passaremos amanhã para pegá-la. - Senhora, Alex? - Sim, ela trabalha para mim – Arkel falou e saiu na direção dos elevadores. - Senhora, Alex – Cooper repetiu. – Para mim, é Alex. Cooper conhecia Arkel tempo suficiente para saber que as coisas não saíram como o empresário planejou. Aconteceu mais alguma coisa para ele querer atingi-la daquela forma. Aguardou alguns minutos, mas percebeu que Alex não parava de chorar. - Aquela senhora jantou com o senhor Arkel e parece que não está passando bem, não seria melhor
A imagem dela não saia da sua cabeça e, como não conseguia se concentrar, apagou a luminária e dormiu. Quer dizer, rolou de um lado para o outro na cama e conseguiu dormir no início da madrugada. Arkel sonhou que transaram em pé no quarto do hotel que se hospedou; Alex de costas para ele, inclinada para frente e com as mãos apoiadas na parede e Arkel logo atrás com as mãos segurando os quadris dela. *** Alex chegou ao seu apartamento ... Assim que entrou no apartamento, fechou a porta atrás dela e respirou fundo. Lembrou do momento em que Arkel a segurou pela cintura assim que se desequilibrou no bar. Com as costas apoiadas na porta, deixou que as lágrimas caíssem. Após alguns minutos conseguiu se acalmar, mesmo assim as lágrimas continuaram a cair. Para se acalmar, entrou no banheiro e lembrou do momento em que Arkel a deixou de calcinha e sutiã na sacada da casa do lago, ergueu as mãos até os seios e os apertou. Após 29min desligou o registro, saiu do box e limpou o espelho embaça