- Bom dia Alex, o que aconteceu? O Colten e o senhor Arkel já estão esperando por você na sala de reunião. - Bom dia, quem? – Alex visualizou que Arkel ligou para ela ao mesmo tempo que a recepcionista falou o nome dele. Não acredito. Além de não o tirar da cabeça, estou escutando a recepcionista falar o nome dele. Que inferno, preciso me concentrar. - Alex, o cliente está com o Colten na sala de reuniões esperando por você – ela, apressada, respondeu Alex. - Corp, bom dia – em seguida, a recepcionista atendeu o telefone. Já atrasada, Alex passou pelo corredor, entrou na sua sala e visualizou uma mensagem da médica responsável pelo tratamento da mãe. “Bom dia Alex”, a doutora digitou. “Bom dia doutora”, Alex digitou apreensiva. “Comentei o seu caso com a diretoria e aceitaram o pagamento do mês atrasado e dos 3 meses antecipados até o final do mês”, a doutora digitou. “Muito obrigada, doutora”, Alex digitou. “Só não atrase, não conseguirei manter sua mãe aqui se você não
- Mil desculpas ... senhor Arkel – Colten falou, constrangido. - Não é comigo que você deve se preocupar, a Alex acabou de desmaiar, precisa de um médico. - Claro ... sim ... claro – Colten encarou a secretária, que largou o bule chique e a bagunça que fez com o café e saiu imediatamente da sala de reuniões. Como um cão de guarda Arkel ficou em pé ao lado do sofá, a contemplando, frágil e indefesa. Nem parecia a mulher furiosa e determinada de poucas horas atrás. Queria pegá-la no colo e aguardar até o socorro chegar. Arkel se controlou. - A Alex ... comentou ... bem, ... que não tomou ... o café da manhã, acredito ... que seja isso – Colten constrangido engasgou várias vezes ao falar. - Com certeza é isso – Arkel, preocupado e irritado, caminhou até o chefe da sua segurança pessoal. - Arkel, você precisa disfarçar melhor. Eles ficaram assustados com o desmaio, só que se continuar com esses cuidados, irão desconfiar que você quer algo a mais com ela. Na internet, sua fama com as
Ao passar pela recepção, os telespectadores curiosos a acompanharam com os olhos arregalados. Alex percebeu a aglomeração e percebeu que assistiram ao que aconteceu, pelas câmeras de segurança instaladas na sala de reuniões. Que vergonha. *** Na sala de reuniões, Arkel ... “Gladys, cancele o voo de amanhã da Alex ligue aqui na Corp. e diga que aconteceu uma confusão e o voo dela foi cancelado acidentalmente”, Arkel digitou. “Arkel, o que você está aprontando?”, Gladys digitou. “A Alex irá comigo amanhã cedo”, Arkel digitou. “Cuidado para não prejudicar a imagem dela na empresa”, Gladys digitou. *** Um pouco perdida, Alex entrou no banheiro, tirou a camisa, molhou os pulsos, a nuca e o rosto. Aguardou por segundos, fechou os olhos e iniciou um exercício de respiração. Recapitulou, mentalmente, a apresentação. - Conheço o projeto como a palma da minha mão – abriu os olhos e falou para si mesma em frente ao espelho. – Neste momento, me preocuparei com o cliente – Alex abotoo
Com todos olhando para Elias, principalmente o empresário, Alex continuou a apresentação após a abordagem do especialista que já tinha saído com a secretária de Colten e a responsável pelo administrativo da Corp. Alex conhecia bem a fama de mulherengo do especialista e não ficou nenhum pouco preocupada em cortá-lo, se necessário. Sem contar, que já tinha Arkel a encarando com aqueles olhos pecaminosos e o ferimento na maçã do rosto logo abaixo do olho, que a fazia lembrar do antes, durante e depois do acidente. - Peço desculpas senhor Arkel, hoje a Alex não está no seu melhor dia – Colten cochichou para Arkel. - Alguma pergunta, senhor Arkel? – Alex percebeu que Arkel baixou a cabeça para falar algo para Colten. - Nenhuma. O Colten comentou que você não está no seu melhor dia, o que eu discordo. Na verdade, é uma das melhores apresentações que já assisti. - Concordo, estou impressionado – Elias comentou a encarando com um sorriso com segundas intensões nos lábios. O especialista ta
No trajeto até o restaurante, a abordagem dos seguranças, do seu chefe e do especialista manteve Arkel bem longe dela. Pelo menos, alguma coisa saiu conforme o planejado. No restaurante, também foi bem tranquilo, Alex conseguiu sentar no lado oposto ao dele, quase de frente. Ao menos, longe das mãos do empresário. Alex conquistou uma pequena vitória, proporcionando alguns instantes de tranquilidade para a analista focar no trabalho, se afastando do homem que a perturbava. Nem em um sonho remoto, a ideia de continuarem o que começaram era possível. A continuidade do tratamento da mãe não saía da sua cabeça. O especialista ficou entre Jora e Marta e seu chefe ao lado de Jora. Alex escolheu um prato vegetariano e Arkel a acompanhou. Os demais pediram pratos com carne ou peixe. - É estranho que o senhor ganhe dinheiro com abate de gado e aprecie comida vegetariana – Alex encarou o empresário. - Alex, não faço abate de gado. Na verdade, planto e produzo alimentos orgânicos. Nesse momento
As coisas estavam acontecendo como Arkel queria. Mais algumas horas e ficaria a sós com a mulher atraente e que não saía de seus pensamentos. O que mais queria era matar a saudade daqueles lábios e do cheiro dela. O empresário explicaria a Alex sobre a troca do responsável pela execução do projeto, passariam a noite juntos e, pela manhã, seguiriam viagem para a fazenda e depois para o resort. Enquanto isso, os advogados do grupo mudariam o contrato com a Corp., por exigência do próprio empresário. - Claro que não, só preciso do endereço do restaurante – Alex respondeu contrariada. - O Colten reservou uma mesa no restaurante do hotel onde ficarei hospedado – Arkel a encarou. A notícia de jantarem apenas os dois no hotel onde o empresário se hospedaria a deixou estressada. Alex caminhou até a recepção, pegou o endereço do hotel, o horário da reserva para o jantar e constatou que o hotel era a algumas quadras do seu apartamento. Em seguida foi até sua sala, pegou suas coisas e saiu dis
Assim que chegou em casa, terminou de arrumar a mala, tomou um banho e colocou uma roupa mais informal. Não queria passar a impressão que queria algo a mais depois do jantar. Como a hora combinada estava distante, resolveu conversar com suas amigas. Queria muito desabafar. Aquela descoberta era demais para manter em segredo. Queria compartilhar com as amigas e saber a opinião delas. “Meninas, já estão em casa? Preciso conversar. É urgente”, Alex digitou no grupo. “Oi Alex, cheguei a pouco. Pode falar, estou fazendo um lanche”, Carol digitou. “Cheguei em casa, o que aconteceu?”, Sato digitou. “Sabem quem é o fazendeiro que passarei meses implantando aquele sistema?”, Alex digitou. “Claro que não. Amiga, não tenho bola de cristal”, Carol digitou. “Nem imagino”, Sato digitou. “Vocês não têm nenhum palpite?”, Alex digitou. “Nenhum, fala logo”, Carol digitou. “É o Arkel”, Alex digitou. “Quem? “, Sato digitou. “O Arkel”, Alex digitou. “Arkel? O seu Arkel? O Arkel do final de se
Faltando mais de uma hora para o jantar, Alex lembrou que a caminho do hotel existia uma loja de artigos de presentes em um centro comercial. Na última vez que entrou na loja, o dono que era um homem muito simpático e de cabelos grisalhos, comentou que até o início do mês chegariam canecas com infusor de chá. Colocou uma roupa mais informal e um tênis casual de solado alto. Para terminar de se acalmar, resolveu caminhar até o hotel. Desceu até a portaria e seguiu à esquerda, após sair do prédio. Antes do centro comercial, existia um condomínio bem antigo, com moradores de classe média. A qualquer hora do dia ou ao anoitecer, principalmente durante as férias escolares, as crianças jogavam futebol e andavam de bicicleta entre os blocos de apartamentos. Ao lado, existia uma casa caindo aos pedaços. Um cachorro e um idoso carrancudo, como descreveu a senhora que, um dia parou ao lado dela, aguardando o semáforo de pedestres abrir, moravam no lugar. Não tinha como não saber sobre o cachorr