Will foi na frente e o segui, imaginando o que nos esperava na casa. Ao chegar na soleira da entrada, meus olhos foram de encontro ao corpo do policial estendido no chão. Senti meu peito apertar receando saltar meu coração pra fora. Bree apareceu com o cão.—Eu ouvi um tiro. Ah meu Deus...! —Ela disse quando me viu levando a mão a boca.—Foi uma péssima hora entrar. —Ressaltei com engasgo. Erik exaltado apareceu:—Saíam daqui as duas, rápido!Fui guiada por Bree até a piscina, ouvindo acalorada discussão dentro da casa, que estendeu por quase uma hora.Ficamos as duas, tentando conversar qualquer coisa na intenção de não se voltar ao episódio, como se nada tivesse acontecido. Quando fiquei mais calma ao entrar a mansão, tive meu braço puxado.—Temos que sair daqui. —Fez Stefano agressivo.—Mas eu preciso trocar de roupa...—Reclamei assustada.
Minha cabeça latejava, senti gosto de sangue em meu lábio, uma de minhas pernas estava presa em alguma coisa e tentei puxá-la. O cenário ao redor era devastador. Eu lembrava perfeitamente de tudo e passei a chorar ao constatar, que sofremos um grave acidente. Com dificuldade respirei fundo, e pedi socorro na esperança de ser ouvida. Então, com todas as minhas forças forcei meu corpo a soltar a perna, esta que doía de modo lancinante. Gritei chorando pela dor e a retirei. O jeans ensopado de sangue dava mostras de um rasgão na canela.A dificuldade em levantar, não me paralisou e galguei para frente vendo o restante do avião e abri a janela. Tudo que podia se ver era um emaranhado de folhas e galhos numa paisagem paradisíaca e o ruído de ondas quebrando na areia.Mais dois passos me levaram ao que sobrou da cabine e ali, piloto e os seguranças estavam todos mortos. A cena foi horrível e em choque tentei sair, fazendo força para abrir a porta, mas alguma coisa a
Nem bem entramos, Stefano deu dois passos e caiu.—Ah não, não...! —Fui até ele com dificuldade. Passei a mão sobre seu rosto e depois toquei o pulso. Ele desmaiou provavelmente pela dor.Sacudi sua cabeça, chamei e tentei repetidas vezes. Então, ergui suas pernas de modo a ficar à altura do coração. Em meus estudos, era comum usar esse gesto permitindo assim o refazimento. Após um tempo impreciso de minutos ele despertou assustado.Tentou se erguer e apertou a mandíbula num gesto de profunda dor.—Não se mexa. Você sofreu um desmaio. —Adverti, e ele deitou.—O que... você...? -Balbuciou com a mão abaixo do peito.—Usei o método que conheço para acordá-lo.—Estou...
Não dormi, Stefano provavelmente também e decidi levantar. Não o encontrei e fui até a janela. A chuva cessara, podia-se ouvir o ruído intenso do mar, o Sol brilhando como antes, sem demonstrar qualquer resquício da tempestade da noite anterior.A curiosidade se apossou de mim em saber onde o mafioso podia estar, e ao buscar a saída, dei de frente com ele, levando um susto.—Bom dia bonitinha. Me procurando? —Não respondi vendo ele comer uma fruta.—Onde conseguiu isso? —Perguntei. Estava morrendo de fome, não comi nada desde que caímos na ilha.—Se orgulhe de mim querida mabele. Eu consegui achar a geladeira. Quebrad
Três dias longos e aborrecidos passaram e prosseguíamos na ilha, ouvindo o barulho do mar, e sentindo o Sol queimar a pele. Não haviam mais medicamentos, o mau humor de Stefano ficou pior e eu, me sentia cada vez mais sem esperança. Como não bastasse, os corpos. Dormir no que sobrou do avião, mesmo sendo extremamente desconfortável era o que podia ser feito. Ocorreu de jogá-los ao mar, comentei com ele, que irritado pela dor no braço ignorou e achei por bem não falar mais nada.Passei a molhar a perna ferida na água salgada, morrendo de dor e senti a mesma dar sinais de melhora. Enquanto processava encontrar uma solução, pensei o que mais poderia haver na ilha. Não ouvia ruído de civilização alguma, nada que pudesse ao menos dar mostras de nos vermos libertos. Quanto a mim, se encontrasse, poderia fugir, ligar para a polícia, pedir ajuda e sumir das vis
—Stefano! —Chamei olhando em volta só ouvindo o som dos pássaros e da cachoeira.O Sol escaldante, começava a arder a pele, pelo peso da roupa.Não tive resposta, seguindo a trilha olhando para os lados. Andamos bastante e constatei, por não vê-lo em lugar nenhum, que ele decidiu me deixar sozinha de propósito.— Por favor, responde!Tentei de novo e continuei dando passos um pouco mais rápido, já me arrependendo de minhas respostas estúpidas. Ele conseguia fazer-me sentir idiota e com raiva de mim a maioria do tempo.Fui indo não avistando nada, temendo tomar o trajeto errado. O ruído do mar ficava a poucos metros, e segui em sua direção deixando o medo de lado. Com mais três passos, ouvi um barulho e estremeci ao dar de frente com ele.—Meu Deus, seu idiota! —Levei mão no peito, coração a boca, enquanto ele abriu o sorriso mais sedutor que já vi.
—O que? —Minha voz tremeu e o pânico se instalou ao ver a luz como um ponto fixo diminuir cada vez mais.—Como você pode ser tão estúpida garota!—Eu não sabia...—Merda! —Fechou o punho com raiva. — Sem sinalizador não temos como sair daqui!Como pude fazer isso? Passei a mãos nos cabelos, andando de um lado a outro, lágrimas trazendo aperto a garganta. Aflito, ele se deixou cair sentado na areia e grunhiu de ódio.—Me desculpe...—Conciliei aproximando dele.—Sai.<
—Não faça nada comigo...—Sentenciei fracamente. A onda rebentando na areia quase nos alcançou e tentei levantar. —Sai de cima de mim Stefano, por favor! —Pedi apavorada com a situação. Eu não ia ceder nesses termos, podia estar gostando, mas não ia aceitar.O olhar, ardiloso o quase de uma serpente focado em meu rosto e seu cabelo caindo suavemente um mecha, me enrubesceu e o medo maior não era dele sobre mim, e sim do que sentia dos sentimentos que insistiam em me delatar, de cada parte de meu corpo o corresponder. Não era para ser assim, não era para eu permitir, e quanto mais lutava eu me sentia envolvida e em uma guerra vencida por ele.—Não fique corada, porque a única forma que sei lidar com isso é te