Jogando o JogoEu estava em uma das muitas reuniões da temporada, onde as conversas eram intermináveis e as expectativas pesavam sobre todos os presentes. O salão de baile estava cheio de moças ansiosas por uma oportunidade para se destacar e chamar a atenção dos rapazes mais cobiçados, e, é claro, os rapazes também tinham suas próprias estratégias para conseguir o que queriam. As conversas eram tediosas, os risos forçados, e todos pareciam estar atuando em um teatro de aparências.Mas, em meio a toda aquela encenação, uma figura me chamava a atenção. Como poderia não notar Jasmine Blackwood, com sua postura irreverente e aquele sorriso enigmático? Ela não estava tentando esconder sua própria intensidade, e, como sempre, isso me intrigava. Quando ela passava perto de mim, seus olhos encontravam os meus por um segundo, e sempre havia uma carga de algo não dito entre nós.Eu me inclinei contra a parede, observando enquanto ela conversava com um grupo de senhoras e cavaleiros. Era claro
O Jogo Se IntensificaA noite estava fresca, mas o salão de baile estava quente. Eu podia sentir o calor que emanava das conversas ao meu redor, mas não era isso que me consumia. Eu estava completamente absorto nos meus próprios pensamentos, todos eles direcionados a uma única pessoa.Jasmine Blackwood.Ela tinha uma maneira de atrair todos os olhares, mas era impossível não notar a forma como ela me olhava. Com uma intensidade que desafiava a minha, ela me fazia questionar se realmente sabia quem eu era, ou se ela estava apenas brincando com o fogo. Mas o que mais me incomodava era o fato de eu não conseguir ficar longe dela.Cada vez que ela aparecia à minha frente, eu não podia evitar a sensação de que algo mais estava acontecendo. Algo que eu não estava preparado para lidar.Meus olhos a encontraram, como se fosse uma coincidência, mas eu sabia que não era. Não com ela. Jasmine estava em uma conversa animada com algumas senhoras, mas assim que percebeu meu olhar, ela parou, os láb
Armadilhas do DesejoNarrado por Aiden AshfordEra uma manhã comum, pelo menos até a tempestade chamada Jasmine Blackwood entrar novamente na minha vida. Desde o jantar na casa dos pais dela, parecia que o universo havia conspirado para nos colocar um no caminho do outro.Eu estava no meu escritório, mergulhado nos papéis de uma nova sociedade que estava negociando. A última coisa que esperava era a chegada de uma visita. Mas, é claro, com Jasmine nunca era uma simples visita.— Senhor Ashford, há uma senhorita Blackwood esperando por você no saguão. Ela diz que precisa vê-lo com urgência. — O meu mordomo, Thompson, anunciou com a formalidade habitual."Urgência?" Eu franzi a testa. Jasmine e urgência na mesma frase só podia significar encrenca.— Mande-a entrar. — Suspirei, endireitando-me na cadeira e preparando-me para o furacão que estava prestes a cruzar a porta.Quando Jasmine entrou no escritório, era como se toda a sala tivesse ficado menor. Ela trajava um vestido azul-claro,
O Jogo do OrgulhoNarrado por Aiden AshfordEra manhã cedo, e eu tinha a firme intenção de partir antes que alguém notasse minha ausência. Não me agradava prolongar minha estadia em eventos que se estendiam para o dia seguinte. Preferia a companhia tranquila da minha casa ou o barulho de Londres, que, apesar de irritante, era menos exaustivo do que a nobreza.Mas algo – ou melhor, alguém – me fez hesitar naquela manhã.Enquanto os primeiros raios de sol invadiam o jardim, ouvi passos leves na varanda abaixo da minha janela. Escondi-me por trás da cortina, espiando para ver quem estaria acordado tão cedo. Não fiquei surpreso ao avistar Jasmine Blackwood.Ela estava sozinha, como eu imaginava que preferisse, e parecia estar absorvida em seus pensamentos. Vestida com um simples vestido azul-claro, ela não carregava o ar impecável que exibia nos salões de baile. Pelo contrário, parecia mais... real. Seus cabelos estavam presos de maneira prática, mas alguns fios haviam escapado e dançavam
As flores do jardim dos Blackwood eram exuberantes, mas nenhuma delas parecia mais radiante do que Jasmine, mesmo enquanto ela tentava esconder seu descontentamento comigo. Isso ficou evidente no instante em que saí da sala de refeições e, casualmente, a segui em direção ao jardim. Era algo premeditado? Claro que sim. Eu sabia muito bem o que estava fazendo.Quando cheguei ao arco florido que levava ao coração do jardim, ouvi a voz dela. Jasmine falava com as jovens que a acompanhavam, sua entonação leve, mas cheia de um certo comando natural que fazia todos ao redor escutarem.— E aqui temos a fonte principal, um presente de casamento para minha mãe e meu pai. É feita de mármore italiano, especialmente trazido de Florença.— Que magnífico! — Exclamou uma das jovens, maravilhada.Eu me encostei no arco, observando a cena de longe, até que ela finalmente notou minha presença. Seus olhos se estreitaram imediatamente, como se eu fosse uma pedra inconveniente em seu caminho.— Senhor Ashf
GenevieveA luz do sol filtrava-se pelas cortinas do salão de estar, lançando um brilho suave nas paredes ornamentadas. Sentada em uma das poltronas de veludo, eu tentava não parecer entediada enquanto Lady Ambrose descrevia, com uma exasperante riqueza de detalhes, o baile da noite anterior.— E então, quando o Lorde Pembroke se inclinou para beijar a mão da Lady Clarisse, imaginem só! Ele tropeçou! — Ela riu, segurando um leque bordado com uma cena pastoral. — Foi um espetáculo!Eu sorri de maneira educada, embora internamente desejasse estar em qualquer outro lugar. Talvez dissecando um espécime raro no laboratório do meu pai ou mesmo andando pelo campo com minha luneta, estudando as aves.— Lady Genevieve, você foi ao baile? — perguntou Lady Harriet, inclinando-se para frente com curiosidade.— Infelizmente, não pude comparecer. Estava... ocupada. — Fiz uma pausa, esperando que nenhuma delas perguntasse em que exatamente.— Ah, ocupada. Imagino que seja algum projeto intelectual —
Edward BlackwellA manhã em Londres parecia promissora, ao menos para aqueles que encontravam prazer nas trivialidades da sociedade. Para mim, o dia seria apenas mais um teatro. Como duque de Somerset, esperava-se que eu comparecesse a eventos, apertasse mãos de cavalheiros bajuladores e lançasse olhares sedutores para damas esperançosas. Eu jogava o jogo com perfeição — um mestre das convenções e, dizem, do escândalo.No entanto, nem mesmo a reputação mais infame pode livrar um homem do tédio.— Está com a cabeça em outro lugar, Blackwell? — perguntou Henry, meu amigo de longa data e, talvez, o único homem que realmente tolerava minha companhia.— Apenas observando o espetáculo — respondi, apontando discretamente para a praça onde senhoras se movimentavam como aves em exibição. — É fascinante como elas se esforçam para parecerem naturais quando, na verdade, estão desesperadas por atenção.— E você não está? — Henry riu. — É o que faz de você tão popular.Eu sorri, mas o comentário me
Genevieve AshfordEu deveria estar em casa, lendo algo que me fizesse esquecer o que acabara de acontecer. Mas, em vez disso, me vi novamente na rua, meu vestido lilás de seda batendo suavemente contra as pedras irregulares do calçamento enquanto eu caminhava com passos decididos. Não conseguia tirar de minha cabeça o que acontecera naquela festa. Na verdade, não era o evento que me incomodava, mas a pessoa que eu havia encontrado novamente: Lord Edward Blackwell.Eu nunca esperava que um duque, famoso por sua irreverência e por sua habilidade em tornar qualquer escândalo ainda mais escandaloso, fosse ser alguém que me faria questionar tudo o que eu pensava sobre os homens da sociedade. Porque, sejamos francos, eu nunca pensei muito nos homens, especialmente aqueles que se enquadravam na categoria de "mais do mesmo" — ricos, bonitos, vaidosos e completamente previsíveis. Mas Edward... Edward não era previsível. Ele era exatamente o tipo de homem que me fazia querer desafiá-lo a cada p