Mundo de ficçãoIniciar sessão
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Capítulo Oito
“Você é um homem complicado, Aiden Ashford.”“E você é uma mulher extraordinária, Jasmine Blackwood.”Essas palavras ecoaram em minha mente enquanto a dança terminava, e o salão, com suas luzes cintilantes e murmúrios de outros convidados, parecia se dissolver num vácuo onde só restava ela e eu.Eu estava parado ali, com o coração batendo forte, tentando entender a profundidade do que acabara de ser dito – palavras simples, porém carregadas de promessas e desafios.Enquanto os acordes finais da valsa se desvaneciam, senti que algo tinha mudado. Não era apenas o jogo habitual de provocações e risos espirituosos; havia um tom de sinceridade, de vulnerabilidade, que permeava aquele instante. Eu, Aiden Ashford, sempre orgulhoso e acostumado a brincar com as emoções dos outros, agora me via confrontado com a verdade inegável: Jasmine, com sua franqueza desarmante, havia despertado algo em mim que eu não sabia admitir – e, de certa forma, não queria.Saí do centro do salão devagar, deixando
Capítulo Nove
A noite já avançava, e o jardim, banhado pelo brilho prateado da lua, parecia um refúgio onde o tempo desacelerava para nos permitir revelar segredos há muito guardados. Após nossa promessa silenciosa, Jasmine e eu permanecemos lado a lado, caminhando devagar por um caminho de pedras ladeado por roseiras. Cada passo que dávamos fazia a atmosfera parecer ainda mais carregada de significado.— Prometo, Jasmine, que não haverá truques nem jogos – repeti em pensamento, sentindo a força do compromisso que se formava em meu peito. — Apenas a verdade, mesmo que seja dura.Ela olhou para mim com um misto de apreensão e esperança. Por alguns instantes, nossas mãos permaneceram entrelaçadas, e a brisa suave parecia levar embora as barreiras que por tanto tempo havíamos erguido.— Você sabe, Aiden, sempre ouvi que a coragem verdadeira não está em não sentir medo, mas em enfrentar o medo de frente – disse ela, com a voz ligeiramente trêmula, como se cada palavra carregasse o peso de suas próprias
Capítulo Dez
JasmineA festa já havia terminado há algum tempo, mas eu ainda estava desperta, sentada à beira da minha penteadeira, observando meu reflexo no espelho. O brilho das velas dançava sobre minha pele, criando sombras suaves que não conseguiam disfarçar a confusão em meus olhos.O que eu havia feito?Meus dedos tocaram meus lábios, onde ainda podia sentir o fantasma do beijo que Aiden e eu compartilhamos no jardim. Não foi um beijo qualquer. Não foi fruto de um jogo de sedução ou de um capricho momentâneo. Foi um selo silencioso de uma promessa, uma entrega ao desconhecido.E era isso que me aterrorizava.Passei os dedos pelos cabelos, soltando as presilhas uma a uma, permitindo que os fios caíssem sobre meus ombros. Meu coração ainda pulsava rápido, não apenas pelo beijo, mas pelo que aquilo significava. Pela primeira vez, eu havia deixado alguém ver além da fachada de dama impecável, além da jovem treinada para ser uma esposa perfeita, além da filha de um conde cuja única função era ga
Capítulo Onze
JasmineEu sabia que Aiden esperava uma resposta.Seu olhar queimava sobre mim, desafiando-me a dizer que eu não queria esse casamento com Lorde Devonshire. Mas como eu poderia? Como poderia confessar que cada parte de mim queria escolher o caminho que me levaria a ele?Meu coração estava em guerra com minha mente.— Jasmine? — Sua voz era baixa, mas carregada de urgência.Respirei fundo, endireitando os ombros.— O que eu quero… não tem importância, Aiden.Seu maxilar se contraiu.— Claro que tem.Engoli em seco.— Você não entende. Minha família já decidiu. Lorde Devonshire é um homem respeitável, estável. Ele é a escolha certa.— Certa para quem? — Aiden deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. — Para sua mãe? Para a sociedade?Fiquei em silêncio.— E se eu pedisse sua mão antes dele? — sua voz era firme, mas havia algo hesitante em sua expressão. Como se ele mesmo não acreditasse que estava dizendo aquilo.Meu coração vacilou.— Não diga coisas que não pode cumprir
Capítulo Dose
JasmineMeu coração batia tão forte que eu podia senti-lo ecoar em meus ouvidos. Cada passo de nossa dança era como um duelo silencioso, um embate onde nenhum de nós queria ceder. Aiden me guiava com uma precisão impecável, e eu odiava o quanto meu corpo parecia se moldar perfeitamente ao dele.— Você está jogando um jogo perigoso, Aiden — murmurei entre um giro e outro.Ele sorriu, aquele sorriso torto que fazia meu estômago revirar.— Eu sempre jogo para ganhar.— E se eu não quiser jogar?— Jasmine — sua voz era baixa, carregada de algo que eu não queria nomear. — Você já está jogando.Meus lábios se entreabriram para protestar, mas antes que qualquer palavra saísse, senti algo. O olhar afiado de Devonshire nos perfurava do outro lado do salão. Ele não estava sozinho. Algumas damas já cochichavam, abanando-se como se tivessem testemunhado um escândalo em primeira mão.Eu estava dançando perto demais.Aiden segurava minha cintura como se não houvesse amanhã.Eu precisava sair dali.
Capítulo Treze
Meus pés mal tocavam o chão enquanto Aiden me puxava pela mão, conduzindo-me pelos caminhos de pedras do jardim. O perfume das rosas misturava-se ao cheiro de terra úmida, e o vento frio da noite soprava contra minha pele exposta, trazendo-me uma estranha sensação de liberdade e medo ao mesmo tempo.Não olhei para trás. Não queria saber se alguém nos seguia, se alguém tinha notado nossa fuga.A única coisa que importava agora era o calor da mão de Aiden na minha, quente e firme, guiando-me através da escuridão.Os ramos das árvores criavam sombras distorcidas sob o luar, e cada passo que dávamos para longe do salão de baile parecia nos afastar da realidade. Lá dentro, havia regras, deveres e olhares atentos. Aqui, éramos apenas nós dois, cercados pela noite.Quando finalmente paramos, estávamos em um pequeno pavilhão de pedra, coberto por trepadeiras floridas. A única luz vinha da lua, que derramava um brilho prateado sobre tudo.Soltei um suspiro entrecortado.— Nós realmente fugimos
Capítulo Catorze
Aiden AshfordNunca pensei que chegaria o dia em que teria que agir de forma tão desesperada – ou talvez determinada – para salvar Jasmine. Durante meses, vi a jovem lutar contra as amarras de uma vida que não escolheu; lutei contra a imposição de um casamento arranjado, contra as pressões de sua família e os rumores que teimavam em destruir sua liberdade. E agora, enquanto a cerimônia de adiantamento de seu casamento se aproximava, eu sabia que o tempo estava acabando.A manhã daquele dia amanheceu cinzenta e fria, refletindo o humor pesado que pairava sobre a propriedade Montgomery. Desde cedo, soube que algo estava errado – havia uma agitação incomum nos corredores, sussurros discretos entre as criadas e um ar de urgência que não se podia ignorar. Minha mente fervilhava de pensamentos e planos, mas nada se comparava à angústia que sentia por Jasmine.Cheguei à propriedade dos Montgomery sob o pretexto de tratar de assuntos de negócios, mas a verdadeira razão por trás de minha visit
Capítulo Quinze
Aiden AshfordA madrugada ainda estava fresca quando, após a nossa fuga desesperada, Jasmine e eu nos refugiamos em uma pequena cabana isolada nos limites da propriedade Montgomery. A adrenalina dos últimos minutos ainda pulsava em nossas veias, mas a calma aparente do lugar oferecia um breve alívio. Estávamos juntos, livres – pelo menos por agora. Contudo, o alívio logo se dissipou com o som de cascos e vozes que se aproximavam pelos caminhos de pedra.Não demorou para que percebêssemos que a família de Jasmine havia descoberto nossa fuga. Eu sabia que os Montgomery não aceitariam tão facilmente que sua filha escapasse de um casamento arranjado, e que logo uma tropa de criados e parentes se reuniria para trazê-la de volta. E, pior ainda, ouvi rumores de que Oliver Blackwood, irmão de Jasmine e meu melhor amigo desde a infância, estava entre os que viriam.Lembro-me de ter sentido um aperto no peito ao ver, ao longe, a silhueta de cavalos e carruagens se aproximando. A tensão aumentav
Último capítulo