Jeff Alguns minutos antes...Como eu imaginava, cheguei ao local antes da polícia. Meu pai dirigiu o mais rápido que pode, pois eu não estava em condições de dirigir devido ao tamanho do meu desespero.Era um pequeno prédio e aparentemente não tinha uma segurança rigorosa, não seria difícil de entrar.— Fique no carro pai — pedi.— De maneira alguma, vou com você.Sabia que poderia ser perigoso e não queria que meu pai se arriscasse.— É perigoso, preciso fazer isso sozinho — abri a porta do carro.— Isso não está em discussão — Ele abriu a porta e saiu antes de mim.Conseguimos entrar com facilidade. Aparentemente não morava ninguém no prédio. Assim que cheguei no corredor que levava ao apartamento que Lissa tinha me indicado, meu pai simplesmente tirou uma arma de dentro do paletó.— Que merda! Desde quando você tem uma arma? — perguntei incrédulo.Não tinha outra reação para esboçar a não ser essa.— Deixo escondida no porta-luvas do carro, você estava tão nervoso que nem percebeu
KathyJeff me pediu em casamento logo depois do parabéns atrasado de Maddie, dessa vez ele tinha o anel mais lindo que já vi.Não tivemos um jantar ou algo do tipo, Jeff quis casar um mês após fazer o pedido. Segundo ele, não queria mais perder tempo. Ele levou tão a pé da letra esse negócio de não perder tempo que não esperou uma semana para me convencer a morar com ele, e coube a mim convencer minha mãe a se mudar para o nosso antigo prédio.E agora eu estava em frente ao espelho admirando o meu vestido de noiva. Branco de alças finas e delicadas, acinturado e com a saia cheia de tules esvoaçantes. Não perderia a oportunidade me vestir como uma princesa, mesmo que o tecido do vestido pinicasse. Escolhi deixar meu cabelo parcialmente preso com pequenas flores o enfeitando.Não seria uma cerimônia grande como a mãe de Jeff desejava. Escolhemos fazer algo pequeno apenas para os nossos amigos.O que realmente importava era que a partir de hoje seríamos um só. Eu seria Katherine Petterso
KathyO cheiro de mofo invadia o meu nariz toda vez que eu entrava pela porta, sabia que aquilo era um veneno para a saúde de mamãe e Maddie, tudo que eu queria era conseguir um emprego que pagasse mais para que pudesse alugar um lugar melhor. Vendemos tudo que tínhamos e viemos para Nova York, e assim que chegamos, descobrimos que o dinheiro que tínhamos mal dava para pagar três meses do tratamento de Maddie. Conseguimos alugar um pequeno apartamento no Bronx, o lugar é horrível, mas é o único que conseguimos pagar, estamos a um ano no mesmo lugar, consegui um emprego de garçonete em uma cafeteria do outro lado da cidade e graças as gorjetas e o trabalho como garçonete em eventos nos finais de semana, eu estava conseguindo comprar os remédios de mamãe e de Maddie, ainda conseguia guardar um pouco para continuar o tratamento que tivemos que parar pela falta de dinheiro.— Kath, mamãe fez bolo de carne — Maddie gritou ao ver que eu havia chegado, ela estava com oito anos e continuava
Jeff Eu não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Sentado na minha cadeira na sala da diretoria da Sparting Società di Costruzioni, afrouxei minha gravata na esperança de respirar melhor, a minha mão suada segurava o maldito convite de Bervely Willians e Edgard Smith convidando para o seu jantar de noivado, eu não consegui ler mais uma palavra depois daquilo. Bervely iria se casar com maldito e eu não queria acreditar que os oito anos que vivemos juntos não significou nada para ela.Tudo que consegui foi amassar aquele maldito papel. Tomado pela fúria que me dominava, peguei um objeto de decoração sobre a mesa e arremessei contra a parede com força, o barulho dos cacos ecoaram por toda sala.— Esse casamento não vai acontecer. Nunca. Eu não vou permitir! — falei para mim mesmo enquanto tentava me acalmar.Antes que pudesse raciocinar, peguei o meu celular e disquei o número de Bervely, não iria ficar parado vendo ela ser de outro homem. Ela atendeu ao terceiro toque, el
KathyOuvir o despertador estava sendo uma tortura. No último mês estive dormindo no máximo cinco horas por noite e com muito custo Lissa me convenceu a ficar na boate, a primeira semana eu terminava meu expediente na lanchonete e ia direto para a boate para ensaiar os passos na barra de pole dance, os primeiros dias foram desastrosos e voltava para casa cheia de contusões pelo corpo devido aos diversos tombos que tomava tentando me equilibrar numa sandália de salto enorme para depois tentar me equilibrar na barra. Meus ensaios eram aguardados, pois arrancava risadas em todos que trabalhavam ali, inclusive de Lissa, que me dava total apoio e me fazia acreditar que conseguiria aquele feito impossível. Comecei a me apresentar após quinze dias de treinamento. Quando subi naquele palco no primeiro dia, a única coisa que eu queria era sair correndo, me sentia como um pedaço de carne exposto a lobos famintos, mas no final da noite todo aquele constrangimento foi recompensando e o valor qu
Jeff Definitivamente aquele não era o meu dia. Um dos nossos maiores sócios resolveu romper com a empresa de forma repentina e coube a mim dar a notícia do rompimento ao meu pai, ele ficou possesso de raiva e fez questão de mais uma vez me culpar. Após a morte prematura de minha irmã, meu pai se tornou um homem amargo que vivia em função do trabalho e tínhamos uma péssima relação. Ele me tratava de uma forma que parecia que eu era o culpado pela morte da minha irmã, sequer imaginava o quanto sofria todos os dias com a perca de Marianne.Recentemente minha mãe o obrigou a se aposentar após anos se dedicando a construtora. Mesmo assim ele não abriu de estar a par de tudo que acontecia dentro da empresa e eu era apenas uma marionete nas suas mãos.Para piorar ainda mais o mau humor, estava faltando três dias para o jantar de noivado de Bervely com Edgard e eu não poderia fazer nada para impedir. Meu pai fazia questão de esfregar na minha cara o fracasso do meu casamento e em como ele e
JeffEu dirigia ansioso por uma bebida, o trânsito não estava ajudando nem um pouco e parecia mais lento que o comum. Enquanto acompanhava os carros, me lembrei da despedida de solteiro de Frank e do lugar que havíamos ido, senti uma súbita vontade de dirigir até lá e não entendia o motivo, não costumava gostar de lugares como aquele, mas talvez um lugar onde ninguém me conhecesse seria perfeito para me afogar no álcool sem me preocupar em acordar no dia seguinte com uma foto estampada em algum tabloide de fofoca com uma matéria insinuando que estava tendo problemas com o álcool. Peguei meu celular e busquei a localização do lugar que não era tão longe de onde estava.Logo que estacionei vi que o lugar parecia bem mais vazio que me lembrava, talvez por ser meio de semana. Entrei e vi que era um dos primeiros clientes, ainda não haviam garotas dançando como na última vez. Procurei uma mesa no canto mais escuro e afastado e me sentei, uma garçonete se aproximou e pedi que trouxesse uma
JeffDesci do carro e para minha sorte a chuva havia diminuído. Ela percebeu minha aproximação e se levantou rapidamente, passou a mão pelo rosto para esconder as lágrimas e borrou ainda mais a maquiagem carregada que usava.— Fica longe de mim — falou com a voz trêmula e raivosa.— Ei, fica tranquila, só quero conversar. — disse tentando acalmá-la.— Não tenho nada para conversar com você — respondeu grosseiramente. Foi quando mais uma vez tive o deslumbre dos seus olhos, eles tinham uma cor indecifrável, castanhos com alguns tons esverdeados que no momento faiscavam.— Qual o seu nome? — perguntei.— Blue — respondeu cruzando os braços e cobrindo a estampa engraçada da sua blusa amarela que não consegui decifrar.— Seu nome de verdade. Acho que ninguém se chame Blue — falei coçando a nuca e tentando ser descontraído.— A filha da Beyoncé se chama Blue — cruzou os braços — Cara, o que você quer comigo?— No momento, só saber o seu nome.— Olha, se você quer que eu te agradeça por ter