A cerimônia fúnebre transcorreu pelo tempo necessário para que familiares e amigos pudessem dar seu último adeus ao ente querido. Enquanto Jaqueline, a esposa do falecido, parecia resignada com a separação, a filha Flávia encontrava-se visivelmente abalada. Ela segurava um terço de ouro entre as mãos trêmulas, buscando conforto nas expressões de condolência ao seu redor.
Após deixarem o cemitério, a família Parganno seguiu diretamente para o hotel de Rossie, em Roma. Marco detestava multidões e optou por permanecer recolhido em sua suíte até a hora do leilão beneficente, que estava programado para começar apenas à noite, próximo ao hotel.
Ao chegar ao leilão, Marco avistou seu sócio e amigo, Luigi Santoro, que já estava presente acompanhado por sua filha, Aline. A jovem, de 19 anos, possuía uma beleza cativante, com cabelos loiros e olhos verdes que encantavam a todos. Reconhecida como uma das mulheres mais bonitas do país, ela irradiava elegância naquela noite. Marco não pôde deixar de notar sua presença, embora seu filho Mattia parecesse distraído com outras distrações naquele ambiente.
Enquanto os homens conversavam, Pietro aproximou-se do tio e recebeu sua ordem sem hesitação.
- Encontre seu primo e traga-o aqui imediatamente - instruiu Marco, com firmeza em suas palavras.
Pietro assentiu com a cabeça em sinal de entendimento e afastou-se habilmente entre os presentes. Ele sabia exatamente onde encontrar o primo, mas optou por não interrompê-lo em seus afazeres.
Após desfrutar de sua seção de prazer, Mattia saiu do quarto e se deparou com o primo Pietro, que o esperava do lado de fora. Um sorriso amplo se desenhou no rosto de Mattia enquanto ele se aproximava.
— Estava me procurando? Indagou, curioso, dirigindo-se ao primo. Pietro consentiu com a cabeça, indicando que sim, e respondeu:
— Seu pai quer falar com você.
Enquanto caminhavam, Pietro continuou adotando um tom elegante em sua voz:
— Aline está com ele. A menção de Aline fez os olhos de Mattia brilharem ainda mais.
— E como ela está? Perguntou, curioso.
— Muito mais linda do que antes. Respondeu Pietro, com um leve tom de admiração em sua voz.
Mattia não pôde conter seu sorriso.
— Mas ainda é uma criança. Comentou, antes de receber uma correção gentil de Pietro.
— Não diga isso, ela já completou 19 anos. Lembrou-o o primo.
— Ah, sim! Concordou Mattia, reajustando sua percepção da jovem que não via há tanto tempo. — A última vez que a vi, ela usava aparelho nos dentes.
Nesse momento, Pietro colocou a mão no ombro de Mattia, chamando sua atenção para algo à frente. Mattia diminuiu o passo e assobiou baixinho ao avistar a bela jovem ao lado de seu pai. Com uma mistura de emoções, ele se aproximou lentamente, porém com uma firmeza e elegância inconfundíveis.
Cumprimentou a todos com cortesia, mas foi com Aline que ele fez questão de uma saudação especial, pegando delicadamente sua mão e depositando um beijo sobre ela. Foi nesse momento que Marco, dirigiu-se a Mattia.
— Faz quanto tempo que vocês não se veem? Questionou Marco, querendo contextualizar a situação.
No entanto, foi Aline quem respondeu, seu sorriso revelando a felicidade do reencontro.
— Tem exatamente 4 anos, desde que nos vimos pela última vez. Disse ela, com um brilho nos olhos.
Enquanto as pessoas começavam a se aproximar do salão onde ocorreria o leilão, o grupo seguiu juntamente para o local, aproveitando o momento para compartilhar histórias e reacender laços familiares há muito tempo adormecidos.
Após uma noite de glamour e diversão, a família Parganno partiu para a deslumbrante ilha de Capri, onde tinham alguns assuntos comerciais para resolver. Decidiram estender sua estadia na ilha para desfrutar de um tempo de lazer. Enquanto Marco e Antony exploravam a beleza local, aproveitavam para conversar e talvez discutir sobre os negócios, Mattia preferiu se refrescar nas águas da piscina, exibindo seu físico atlético e chamativo.
Mattia era o tipo de homem que atraía olhares por onde passava, com seu rosto perfeito e corpo escultural. Sabia que despertava desejo nas mulheres, que buscavam muitas vezes apenas uma noite de prazer com ele, sem compromissos futuros. No entanto, havia uma exceção: Aline. Enquanto muitas mulheres poderiam vê-lo como apenas um objeto de desejo temporário, Aline nutria um desejo diferente, uma esperança de que, se ela ao menos o tivesse por uma noite, poderia conquistá-lo para sempre com sua beleza e encanto.
Confiantemente, Aline vestiu um biquíni minúsculo e se aproximou da borda da piscina onde Mattia relaxava. Seu coração batia com uma mistura de nervosismo e determinação enquanto ela se aproximava dele. Mattia, distraído em seus pensamentos, de repente levou um susto ao vê-la. — Olá, Mattia. Cumprimentou Aline com um sorriso brilhante, seus olhos capturando os dele com uma intensidade sutil. Surpreso com a aparição de Aline, Mattia respondeu com um sorriso educado, mas um tanto intrigado. — Olá, Aline. Não esperava vê-la por aqui. Aline se aproximou um pouco mais, sentindo a urgência de expressar seus sentimentos. — Bem, eu estava pensando que poderíamos passar um tempo juntos nesta bela ilha. O que acha? Mattia, acostumado com flertes superficiais, ficou surpreso com a abordagem direta de Aline. Ele a observou por um momento, capturando a determinação em seus olhos e a confiança em sua postura. — Está flertando comigo? Começou Mattia. Havia indignação em sua voz. — Você enlouq
Mais tarde, na sala exclusiva da Boate Tunnel Club, Marco olhou sério para seu sócio, Oscar Maroni:— Vai me contar o que realmente aconteceu em Nova Iorque? Oscar coçou a cabeça, desconfortável:— Bem, tem um indiano querendo fazer negócios com peças raras.Enquanto aqueles homens conversavam sobre negócios, Mattia permanecia visivelmente abatido, com a cabeça recostada no sofá. Aquele gesto, chamou a atenção de seu pai:— O que há com você, Mattia? Perguntou Marco. Mattia tentou disfarçar sua indignação:— Desculpe, meu pai, eu preciso dar uma volta. Marco concordou:— Você parece péssimo. Vá dar uma volta, mas não demore.Mattia saiu imediatamente da sala, caminhou pelo local, foi para o bar, sentou-se numa banqueta, em frente ao barman e logo foi servido de uísque. Quando ele segurou o copo, uma mulher se aproximou dele. Havia charme e elegância em suas palavras. Eles começaram a conversar e a beber juntos.No entanto, depois de alguns minutos, Pietro se aproximou. Mattia sabia qu
A nova vida de KalieNa cidade de Nova Jersey, a vida era um verdadeiro paraíso para a família Rochetti. Era um lugar onde viver, trabalhar e se divertir se fundiam em uma experiência harmoniosa. Eles amavam a cidade com seus parques arborizados, locais históricos e centros artísticos vibrantes. Realmente, Nova Jersey tinha de tudo. No entanto, tudo mudou após o diagnóstico de Aruna. Diante dessa reviravolta na vida da família, eles decidiram se mudar para Nova Iorque, mais especificamente para Manhattan. Raji, o patriarca da família, era um esposo esforçado e atencioso. Trabalhava no hospital geral Mount Sinai e no pronto-socorro Lenox Hill. A mudança para Manhattan facilitaria muito as coisas para eles.A filha de 17 anos, Kalie Rochetti, havia acabado de concluir o ensino médio e, após se inscrever em algumas universidades, aguardava ansiosamente por respostas. Quando a família chegou em Manhattan, o apartamento que encontraram não era muito grande, mas era um lugar lindo e aconche
Ao se despedir da família que a ajudou com as correspondências, Kalie seguiu em passos largos, determinada a chegar em casa antes de seu pai. No entanto, o céu começou a despejar uma chuva repentina, obrigando-a a acelerar o passo para evitar se molhar. Após comprar tudo o que precisava, ela saiu apressada do mercado e seguiu diretamente para casa. Ao entrar, depositou as correspondências na mesa e dirigiu-se à cozinha, sabendo que seus pais logo chegariam. Ainda estava na cozinha quando os ouviu entrando. Aruna foi direto para o quarto, enquanto Raji dirigiu-se à cozinha, onde encontrou Kalie. — O cheiro parece bom. Ele beijou a filha na testa e ela perguntou preocupada: — Como está minha mãe? Raji pareceu suspirar, mas sorriu para acalmar sua preocupação. — Hoje foi um pouco difícil, mas ela ficará bem. Kalie, então, compartilhou sua experiência do dia: — Conheci o senhor Radesh hoje. Ele mandou umas correspondências para o senhor. Raji agradeceu: — Obrigado, querida. Eu vou to
Naquela primeira semana de junho, Kalie estava radiante. Sua mãe havia melhorado bastante desde o último diagnóstico médico, que apontava uma doença cerebrovascular. Essa condição afetava os vasos sanguíneos do cérebro, podendo causar danos em sua estrutura e funcionamento. Kalie e seu pai dedicavam-se a marcar cada momento bom da vida de sua mãe e a relembrá-la quando ela começava a esquecer. Após passarem o sábado juntos no parque em família, Kalie sentia-se realizada. No domingo de manhã, ela partiu para o apartamento de sua amiga em Manhattan. O dia de primavera prometia ser proveitoso. Após um passeio de barco pelo sul da ilha, elas retornaram à noite e aproveitaram o tempo no terraço do apartamento, desfrutando de petiscos e conversando sobre o futuro. Enquanto Rani capturava momentos com sua câmera, Kalie caminhava de um lado para o outro, sorrindo. O vento suave balançava seus cabelos, criando uma atmosfera tranquila e serena. Naquele momento aparentemente comum entre amigas,
Algumas semanas após seu retorno, enquanto Mattia relaxava em seu ambiente familiar, foi interrompido por Antony, seu tio, que o informou sobre a chegada das mercadorias que ele tanto aguardava. Imediatamente, ele se dirigiu ao pátio para verificar pessoalmente as mercadorias, acompanhado por Antony. A presença de seguranças ao redor de sua casa evidenciava a importância e o valor das transações que estavam prestes a ocorrer. Após a verificação das mercadorias, elas foram levadas para um galpão adjacente à casa, onde passariam por uma avaliação detalhada antes de serem preparadas para um leilão programado para a semana seguinte. Consciente do valor significativo desses negócios, Mattia optou por manter em sigilo cinco peças raras, alimentando assim a curiosidade e o interesse dos potenciais compradores. No entanto, a proximidade do leilão foi marcada por uma reviravolta inesperada. Pietro, seu primo, recebeu uma ligação que o deixou indignado, levando-o a comunicar o problema direta
No dia seguinte, Pietro enviou alguém para espionar a família Rochetti. Enquanto isso, Kalie passou o resto da noite no hospital com o pai. Quando ele finalmente recebeu alta, todos seguiram para casa, pois sua mãe estava aos cuidados da vizinha. Aruna, apesar de jovem, tinha uma aparência envelhecida devido à sua saúde debilitada, e Kalie sabia que a mãe não duraria muito. Dois dias depois, enquanto preparava o café da manhã, Kalie olhou para o pai e perguntou com curiosidade: — Não vai me dizer o que realmente aconteceu? Eu estava esperando que o senhor me contasse por vontade própria. Raji olhou para ela incrédulo, como se não entendesse a pergunta, mas Kalie persistiu: — Desculpa, pai, mas eu ouvi a sua conversa com os policiais. Há quanto tempo anda envolvido nesse tipo de coisa? Raji, envergonhado, baixou a cabeça enquanto Kalie continuava: — Por que está mentindo? Se fosse dentro da lei, o Radesh não teria sido sequestrado. Você sabe que esses homens podem vir atrás de nós.
Mais de uma semana depois, quando Kalie e Rani regressaram, receberam a devastadora notícia de que Aruna estava no hospital em estado grave. Sem perder tempo, elas seguiram imediatamente para lá. Raji estava ao lado dela no quarto quando as amigas chegaram, e a atmosfera era carregada de tristeza e preocupação. Quando Kalie entrou no quarto, aproximou-se do pai com angústia evidente em seu rosto. — Como ela está? Perguntou, buscando alguma esperança nos olhos de seu pai. Raji olhou para a filha com ternura, mas sua expressão refletia a dor que estava sentindo. — Mal. Nem sei se passará desta noite. Sua voz estava embargada, carregada de emoção. Foi um momento extremamente triste para aquela família, enquanto Kalie segurava a mão do pai em um gesto de solidariedade. Nesse instante, um enfermeiro entrou na sala, interrompendo o momento de intimidade. — Senhor Rochetti, o doutor Miguel quer vê-lo. Me acompanhe, por favor. O profissional fez a sua solicitação com seriedade, indicando