Um pouco de obsessão | Jenna Morgan 👻— Você acredita nisso? — falo, tentando soar casual.— Tinha tanta gente que eu quase não consegui dar todos os autógrafos.Entro no apartamento, chutando a porta com o pé para fechá-la atrás de mim, tentando encher o espaço com alguma normalidade. Mas Matteo… Matteo não reage.Desde a delegacia, ele não disse uma palavra. Nenhum resmungo, nenhum um suspiro. Só um silêncio, pesado e assustador.Ele caminha pela sala como se nem estivesse aqui de verdade. Como se estivesse preso num lugar só dele — e eu conheço o suficiente desse olhar para saber que nada de bom vem daí.— Matteo? — chamo, baixinho.— Ei — insisto, esticando a mão até alcançar o braço dele. — Fala comigo. — Jenna — ele finalmente para. — Me dá cinco minutos.Eu hesito por um segundo, e meu instinto grita para que eu corra, para que eu fuja do olhar que queima, que transborda raiva e dor. Mas eu fico, porque é isso que a gente faz por quem ama — a gente fica, mesmo quando o chão
Eu admito! | Jenna Morgan 👻Ele sorri de forma maliciosa, enquanto seus dedos deslizam lento pelo o meu corpo, descendo até ao redor do meu umbigo, eu me contorço levemente sob seu toque, tentando manter alguma dignidade.— Matteo... — tento protestar, mas minha voz falha no meio do caminho, se misturando a um gemido fraco que escapa antes que eu consiga formar outra palavra.Ele apenas sorri mais, inclinando-se sobre mim, lambendo a parte interna da minha coxa, com sua língua quente e provocadora que queima a minha pele, e eu arqueio o quadril sem querer, ofegando baixinho.— Você é minha para explorar, minha para possuir, minha para amar sem limites — ele murmura contra minha coxa, com a respiração quente fazendo cócegas e me arrancando um novo gemido baixo — E eu vou demonstrar isso a você em todos os sentidos possíveis.— Por favor... — imploro, sem saber exatamente pelo quê. — Por favor, o que, meu amor? — ele pergunta com um sorriso malandro. — Diga-me o que você quer. Quer
O início de tudo | Jenna Morgan Eu ainda me lembro do momento exato em que me apaixonei por filmes de terror. Eu era pequena demais para entender, mal sabia falar direito. Mas quando assisti O Exorcista e vi Regan, com os olhos vidrados, a pele doente e a voz demoníaca, girando a cabeça em um ângulo impossível, eu não chorei, não corri para os braços da minha mãe. Eu apenas assisti. Cada detalhe, cada segundo e não me arrependo de nada. Minha mãe odiava filmes de terror e sempre dizia que não eram coisa pra mim, mas no fim, sempre cedia à minha teimosia. No começo, tentava tampar meus olhos nas cenas mais pesadas, mas logo desistia, porque eu sempre dava um jeito de assistir. No fundo, ela não segurava minha mão pra me proteger… era porque ela tinha medo. Já meu pai, dormia o filme inteiro e depois fingia que tinha assistido, soltando comentários sem sentido. Eu nunca corrigi, nunca disse nada, só ficava concordando, e rindo. Mas a nossa vida não tem cortes dramáticos nem avis
Alguém está observando? | Jenna Morgan Não consigo dormir. Não mesmo. O problema nunca foi o medo — não o medo dos filmes, pelo menos. Cresci assistindo a tudo que era considerado "pesado demais para uma criança" e acabei transformando isso em profissão. Sei diferenciar ficção da realidade. Sei que monstros são feitos de maquiagem e efeitos especiais. Sei que o sangue cenográfico é só xarope de milho com corante. Mas isso aqui? Isso não tem maquiagem e nem a porra de um roteiro. É real. Reviro os olhos e me sento na cama, soltando um suspiro longo. O quarto está iluminado apenas pelo o abajur ao lado da minha cama. Olho para o teto, contando as pequenas rachaduras invisíveis na pintura, esperando que o sono venha. Mas não vem. Desisto. Jogo as cobertas para o lado e caminho descalça até a cozinha. O chão frio arrepia minha pele, mas não me importo. Abro a geladeira e pego a garrafa de leite, despejando um pouco na panela para aquecer. Se o leite quente não funcionar,
Pertinho de você | Jenna Morgan Mesmo em meio às câmeras, aos refletores e ao burburinho da equipe ajustando os cenários, minha mente ainda está presa nele. No olhar atento, na voz, na confiança que me fez estremecer. "Nos vemos de novo, Jenna Morgan." Me levanto, cruzando o set com passos apressados. Se ele trabalha aqui, alguém deve conhecê-lo. Não sou a única que viu aquele homem. Não posso ser. — Ei, você viu o cara que estava comigo agora há pouco? — pergunto para um dos assistentes de câmera, que ajeita o equipamento sem sequer desviar o olhar para mim. — Que cara? — Alto, pele clara, calça jeans, bota preta. Veio até mim com um café. — franzo a testa, inquieta. — Ninguém estranho passou por aqui, não que eu saiba. — ele finalmente me encara, confuso. A resposta me faz hesitar por um instante, mas respiro fundo e caminho até uma das maquiadoras. — May, aquele cara que falou comigo agora há pouco... Você viu de onde ele veio? — Que cara? — ela pisca algumas vezes, com
Obsessão a flor da pele | Jenna Morgan — Então? Vai continuar falando todas essas abobrinhas? — largo a taça na pia, sem paciência pra essa palhaçada.— Acredite em mim, eu quero que entenda que eu não estou aqui pra te machucar, Jenna. A última coisa que eu faria seria isso. Mas eu quero te mostrar quem eu realmente sou... se você permitir. — ele coloca a outra taça na pia, me encarando como se eu devesse simplesmente aceitar essa merda de proposta.Eu rio. — Gentileza não combina com você sabia? Você aparece do nada no meu trabalho com um café, depois aparece na porta da minha casa como se tivesse esse direito e ainda bebe do meu vinho. Não acho que você seja muito convincente. — dou a volta na bancada, criando espaço entre nós, porque alguma coisa nele me faz querer estar do lado oposto da sala.Ele fica quieto por um momento. Ainda de costas.— É isso que eu sou pra você? Nada convincente? Um homem incapaz de ser gentil? Mas eu disse que era isso? Em algum momento eu disse que
Mentiras Matinais | Jenna Morgan Acordo atordoada quando escuto o toque do meu celular. "Tubular Bells", do filme "O Exorcista", levanto a cabeça rápido demais e percebo que foi um erro enorme. Minha visão escurece por um segundo, e a tontura me acerta como um soco no estômago, minha cabeça lateja como se tivesse alguém batendo um martelo dentro dela. Pisco várias vezes, e tento fazer meus olhos funcionarem direito. Tudo ainda está meio borrado, mas logo consigo enxergar os estragos da noite passada. Meu corpo parece pesar toneladas, minha boca está seca, junto com o gosto amargo de vinho e arrependimento grudado na minha língua. Olho ao redor e vejo o carpete manchado de vermelho. Pelo menos, eu espero que seja vinho. Já que a garrafa está caída no chão ao meu lado. Mas considerando tudo o que aquele lunático me disse ontem à noite, não me surpreenderia se houvesse sangue de verdade misturado nesse vinho. Não me lembro de ter bebido tanto. Não lembro de ter acabado com a garraf
PASSANDO DOS LIMITES | JENNA MORGANComo assim "pode ir dormir"? Como assim "vou cuidar do nosso filhotinho"? Quem esse cara acha que é pra simplesmente sequestrar meu gato? E mais—como diabos ele entrou aqui sem ser visto, sem arrombar nada? Isso é o que me deixa realmente puta.Respiro fundo. Pego o celular e tento digitar sem esmagar a tela. Preciso manter a calma, porque se eu surtar agora, eu juro que vou acabar precisando da polícia… mas pra me prender depois que eu der um fim nesse lunático.Jenna: Olha só, Matteo, eu não faço a menor ideia do que se passa nessa tua cabecinha doente, não mesmo. E não importa o que você acha que significa pra mim ou quem você pensa que é. Apenas devolve o meu gato AGORA, SEU MALUCO PSICOPATA!!!Envio. E espero. Mas, a essa altura, já sei que esperar não vai adiantar porra nenhuma.Fico andando de um lado para o outro porque é a única coisa que me resta fazer. Ele visualizou a mensagem e não respondeu. Como se me ignorar depois de chamá-lo de psi