Relâmpagos cruzavam o céu incessantemente seguidos de seus trovões. Cada rajada de eletricidade acompanhava quase que em sincronia o movimento entre as espadas que se chocavam. A noite densa, a garoa fina, as folhas das árvores guiadas pelo vento desigual, que não tinha direção, imitando os outros seres que ali batalhavam também, entre fugas e quedas, cortes e mortes. Mas o confronto mais longo se destacava sob a luz inconstante do luar que se escondia e aparência. As técnicas eram perfeitas dos dois lados, apesar de diferentes. Os movimentos das pernas de um contracenava diretamente com os dos braços do outro. O primeiro com duas espadas curtas e o segundo com uma espada longa. A velocidade e a força. A leveza e a fúria. Na dança da luta, no impacto de cada golpe, eles foram aos poucos se afastando do ponto onde começaram aquele embate,
Móretar viu o velho pular em direção daquele lampejo de luz e sem pensar muito bem, saltou, agarrando a perna do idoso no ar e com ele atravessou o portal.Por um momento era como se estivesse sendo massacrado por apedrejamento. Seu corpo sofria pressões de fora pra dentro e de dentro pra fora, ele não conseguia se mexer. Até que se sentiu completamente entorpecido. Conseguia ver alguns flashes de imagens. Viajava pelo espaço, flutuava por entre luzes de estrelas coloridas em alta velocidade. Tudo ficava escuro, breu total, depois luz intensa. E, então, nenhum dos seus sentidos mais existia.Começou a ouvir vozes.- Apagamos a memória dele, devolvemos ele pro seu planeta e pronto. - Dizia uma das vozes.- Não é tão simples assim, não sabemos como ele sobreviveu, nem se conseguiria sobreviver a um retorno. - Outra voz respo
Aquele que parecia ser Vaes se aproximou de Móretar.-Acho que temos um pouco sobre o que conversar nesse meio tempo. - Ele se aproximou de Móretar e continuou andando em direção ao que parecia ser a saída, por onde os outros já tinham passado. Móretar seguiu. Ao passarem por aquela entrada, uma espécie de porta automática de onde não vinha luz do outro lado, saiu num deserto e atrás dele não tinha mais porta, não tinha casa, não tinha mais ninguém. - Isso não é bem um teletransporte, mas uma ilusão. Nesse mundo, nós 12 aprendemos a controlar facilmente a matéria, conseguimos fazer algo parecer uma coisa ou outra. Manipulamos os elementos, a luz, o ar, o que quer que seja. Temos alguma dificuldade de manipular seres vivos e não conseguimos definitivamente afetar uns aos outros aqui.
Móretar realmente tinha os tais dos desejosque Dafa procurava, mas também tinha os pudores. E sentimentos! Para ele não era assim que as coisas funcionavam.- Isso também faz parte de algum treinamento? Ou estamos apenas perdendo tempo? - Foi a resposta do rapaz, num misto de firmeza e gagueira bem disfarçada que precedeu um riso espalhafatoso de Vaes e uma rápida atitude de recuo de Dafa.- Incrível que possamos percorrer praticamente todo o Universo, possamos viver tantas vidas e mesmo assim, quando procuramos alguma diversão, é tão difícil de se encontrar. - Dafa parecia agora o oposto de antes, bem menos confiante, incorporando um semblante desesperançoso.- Onde estão os outros? - Perguntou, Vaes para Dafa, que num simples movimento com o corpo fez roupas se materializarem junto a seu corpo: um lindo e longo vestido preto b
Móretar acorda sobressaltado no susto. Precisa ser seguro por Zeon. Estão todos ali novamente reunidos: os quatorze. Dois dos que o literalmente atacaram estavam nos cantos, num processo que parecia ser o de recuperação de energia. Duas das componentes do grupo, que Móretar ainda não estava familiarizado com os nomes estendiam as mãos por sobre Juper e Dafa e uma espécie de brilho os irradiava.- É, meu caro, foi um bom início, realmente. Parabéns! - Dizia, o velho Hagar se dirigindo para Móretar. - O estrago que essa equipe fez em você naquela floresta foi bastante considerável.- Bom, na verdade eu gastei mais energia retendo poder de fogo e construindo aquele lugar do que atacando, mas tudo bem, qualquer um no seu lugar, no seu nível, ou até mesmo superior, precisaria ter sido salvo antes do fim. Não foi
Móretar era dedicado, continuava exaustivamente tentando. Mas sua insistência ou resultava nos mesmos erros e em resultados parecidos ou nem chegava a produzir qualquer resultado que fosse.- Você está se concentrando demais, agora. Você pensa em controlar o ar, você pensa em controlar o fogo, você pensa em controlar a água. Esforça sua mente em cada um desses processos e não consegue mantê-los. Isso é evidente, ninguém consegue fazer isso. - Vaes falava e Móretar ficava mais confuso. - Veja, tente apenas sentir os elementos. Sinta tudo acontecendo ao mesmo tempo. Tudo é uma coisa só.Móretar tentou fazer o que Vaes disse, mas era muito difícil. Da forma como ele aconselhou, ele não conseguia nem controlar nada. Nenhum dos elementos. Dafa deu alguns passos em direção a Móretar, abriu
Dafa agarrada em Móretar, voando num Pégaso, sob a luz de um luar que era tão admirável quanto não via a tanto tempo. O ar muito puro e o cheiro do rapaz confundiam a boa sensação que ela tinha.- Móretar! Móretar! Volte agora! - Gritou, Dafa.Móretar não entendeu mas deu meia volta com Kingzar. Pousaram e Dafa correu para dentro da pequena cabana que tinha ali. Móretar correu atrás preocupado. Na penumbra, Dafa agarrou o rapaz o beijou intensamente e começou a tirar a roupa dele.- O que aconteceu? - Ainda perguntou, Móretar.- Podemos viajar pela manhã. Mas agora o que eu mais queria era por pra fora tudo que você está me fazendo sentir. - Ela respondeu terminando de tirar a roupa dele e o acariciando. Ele fez o mesmo com ela.Tudo foi muito intenso, com um desejo mútuo, uma vontade
Athos teletransporta os três de volta para o planeta Key mas, desta vez, na entrada do Palácio dos Elfos. Móretar nunca havia conhecido o lugar pessoalmente, apenas por descrições de outras pessoas e achou quase tão grandioso quanto as construções das fadas. Não havia ninguém, as entradas estavam desprotegidas. Entraram e seguiram pelos corredores vazios.Quando chegaram na sala do trono, viram os três companheiros de Athos parados na entrada e, no chão, Móretar pode reconhecer que se tratava da filha do Deus criador, ele já havia visto muitas imagens dela, retratos. As fadas, diferente dos Elfos, não mais louvavam o Deus Criador, tal religião havia sido deixada de lado a muito tempo, mas ainda assim, encontrar com aquela figura era algo muito impactante para ele. As circunstâncias eram ainda mais chocantes. Ela estava