Depois que Minna foi embora, o dia com as crianças foi longo e tudo que eu queria era um pouco de paz. Me sentei em frente a lareira que havia se tornado minha melhor amiga nos dias frios e fiquei olhando uma foto minha com meu pai. Apesar de ter ficado ausente eu sempre senti que ele estava ali, que ele iria voltar e ele realmente voltou mas agora era diferente, meu pai nunca mais ia voltar, ele se foi para sempre. Coloco as crianças para fazerem sua higiene bucal noturna e depois os coloco para dormir. Vou até meu quarto tentando fazer o mesmo, o que não é dificil já que eu estava exausta. Me deito na cama sentindo o peso do dia cansativo sobre minhas costas. Pego meu celular pela primeira vez naquele dia e vejo uma foto minha com a Minna. Abro a galeria passando as fotos e acho uma com meu pai, eu sentia tanto a sua falta. Bloqueio a tela do celular sentindo as lagrimas quentes cairem e fecho os olhos tentando dormir.
"Sinto um forte ch
– Oi meu amor, você poderia me desculpar? – Fiquei ali sem jeito esperando alguma reação da Marina e para minha surpresa ela vem em minha direção e me abraça com força. – Sou eu quem tenho que pedir desculpas meu amor, eu fui uma idiota por dizer aquelas coisas para você. Você não tem culpa de nada e agora eu sei disso. – Ela se afasta um pouco apenas para que sua boca venha de encontro à minha. Nós duas nos prendemos em um beijo apaixonado enquanto ela acariciava minha nuca e eu apertava levemente sua cintura. Ali eu percebi que estava exatamente aonde eu deveria estar. – Eu te amo muito e nunca mais quero te ver ir embora. – Ela completava após separar nossas bocas me encarando com aquele seu sorriso inocente que me derretia inteira. Nos entramos e vamos para o quarto, eu guardo minha mala me deitando na cama com ela fazendo um carinho leve em seu rosto. – Eu ti
𝑸𝒖𝒂𝒕𝒓𝒐 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔. – É agora gata, é a sua vez de agir. – Alexander me dizia enquanto acendia um cigarro de maconha com um sorriso irônico no rosto. Estávamos em um quarto escuro onde pessoas condenadas no que o jornalismo sensacionalista chama de 'tribunal do crime' eram assassinadas. Ali em minha frente, um estuprador em potencial, mais de 30 casos de estupro incluindo crianças e adolescentes. Apesar do nojo que eu sentia dele naquele momento, não sabia se queria fazer aquilo, não sabia se queria mesmo carregar o peso de um assassinato nas minhas costas, eu realmente já não me reconhecia mais. Tentei mirar em seu peito, minhas mãos tremiam e eu podia sentir o suor em minha testa escorrendo por meu rosto até cair no chão, pude até mesmo ouvir o barulho da gota toca-lo. Não sabia se era paranoia da minha cabeça ou se eu estava fica
Eva estava confusa, atordoada, não sabia o que pensar nem como agir. Jamais imaginara que aquilo poderia acontecer. Seu coração palpitava e suas mãos tremiam mas era durona demais para correr o risco que alguém à visse naquele estado de fragilidade então andou pelo estacionamento o mais rápido que pode até chegar à porta do elevador do pequeno residencial. Se perdeu enquanto olhava os números dos andares passando pela pequena tela do elevador com o nome “residencial sonhos” em seu topo. Estava se sentindo presa ali, claustrofóbica, só queria sair o mais rápido possível para buscar o ar que ali já não tivera mais para ela. Desceu no oitavo andar caminhando em passos rápidos até achar a porta de seu apartamento, adentrando-o e batendo a porta atrás de si tomando fôlego, inspirando profundamente. Eram tantos os sentimentos que tinha ali naquele momento que mal podia descrever todos eles.
𝑺𝒆𝒊𝒔 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝒂𝒕𝒓𝒂𝒔 – E então Eva, o que você quer fazer hoje? – Jared me perguntava enquanto prendia uma mecha de meus cabelos entre seus dedos olhando-me com ternura. – Estava pensando em fazermos um piquenique com a Marina. – Retribuo seu carinho pegando em sua mão. Marina era a filha mais nova de Jared, tinha quatorze anos e era uma menina doce de aparência angelical, estava sempre à ver o lado bom das coisas e contagiava todos com sua positividade. O primogênito de Jared era Alexander de dezoito anos que coincidentemente havia nascido no mesmo dia e hospital que eu porém isso era a única coisa que eu sabia sobre ele já que sua relação de pai e filho não era muito boa. – Acho ótimo meu amor. Quero aproveitar com você o maior tempo possível. – Ele permanecia ali me fitando com aquele olhar que fazia-me sentir segura e acolhida.
– É um prazer te ver de novo Eva. – Ele me encarava com um olhar penetrante me deixando sem reação por alguns segundos. Eu respondia? Corria? Ia para cima dele? Nenhuma dessas foi uma reação viável na hora à não ser ficar ali imóvel, o encarando de volta. – Você só pode estar brincando comigo não é? – Essas foram as únicas palavras que consegui proferir após o meu transe. – O que você está fazendo aqui? – Eu só precisei de um tempo para arrumar umas coisas. Agora que arrumei tudo, decidi que era hora de voltar. – Eu revirava os olhos inspirando profundamente tentando achar uma saída para aquela situação. – Que seja, eu estou indo embora. – Sinto sua mão segurar meu pulso e eu desvencilho rapidamente de maneira brusca com a intenção de mostrar-lhe que eu não estava para brincad
Acordei na manhã seguinte sentindo minha cabeça latejar, ainda estava meio tonta e tentando processar o que havia acontecido. Torcia para que aquilo não tivesse passado de um pesadelo. Caminhei até a sala abrindo uma garrafa de whisky, servindo-me uma dose generosa sentando-me no sofá, acendi um cigarro e tentei ali esvaziar a mmente " – É um prazer te ver de novo Eva." Essas palavras não saiam da minha mente e eu não podia deixar de questionar-me sobre o que ele queria comigo voltando agora. Mas uma coisa era certa, vê-lo mexeu totalmente comigo, não esperava por isso nem por um minuto e quando ele apareceu era como se tudo em minha vida virasse de pernas para o ar. Sou tirada de meus devaneios pelo som da campainha tocando, ao olhar pelo olho mágico vejo Jared parado à minha porta. Senti meu cora
— O que?! — Falou incrédulo alterando o tom de sua voz. — Você só pode estar brincando! — Quer pagar para ver? Sente algum tom de brincadeira em minha voz. — Eu o retruquei de maneira firme, impondo na voz a minha vontade. — Trazer a Marina para o Brasil seria um erro. — Ele também parecia estar certo de sua palavra. — Me procurar também foi. — Continuei mantendo o tom firme. — Então trabalhar com você está fora de cogitação. — Disse desligando a ligação na cara dele. A Marina foi vítima disso tanto quanto eu, ela merece saber o que o pai se tornou. E se eu fosse mesmo ajudar Jared eu precisaria de sua ajuda, não poderia sem ela. Ou Marina voltava para o Brasil ou nada feito e tenho absoluta certeza que deixei isso bem clar
Ao chegar em casa senti uma culpa que não cabia em meus ombros. Como eu pudera ser tão fraca e inconsequente? Havia dado a ele o que ele queria, o prazer de me ter a hora que bem entendesse como um cachorro que espera seu dono voltar. Eu não podia me permitir cometer o mesmo erro duas vezes, eu tinha que ser firme independente da minha vontade. Não poderia me permitir esquecer o que ele havia me feito e devia encontrar nisso forças para não cair no seu jogo de sedução novamente. Mas era óbvio que pensar isso agora era fácil, apesar de tudo eu tinha em mente que colocar isso em prática não seria uma tarefa assim tão simples. – Como esse homem pode mexer tanto comigo? – Perguntava a mim mesma me jogando no sofá. Vejo o visor do meu celular acender juntamente ao som da notificação, na tela o nome de Jared aparece. – É só falar no diabo que ele apare