Minha vez, amor
Minha vez, amor
Por: z.santos
Prólogo

Anos atrás

Eu vou casar com essa mulher, definitivamente.

Tudo bem que pode parecer apenas um desejo de criança, a primeira paixoneta, mas eu tenho tanta certeza que é ela. E se em algum lugar do mundo, alguém me disser que não é ela, farei de tudo para garantir que é comigo que ela fica. Vou casar com ela um dia. 

Adoro a forma como a pele dela brilha ao sol, destacando a sua beleza de todas as maneiras possíveis e impossíveis. Adoro a forma como o cabelo volumoso, repleto de cachinhos, se espalha pela sua cabeça a deixando mais linda do que ela já é, sem contar que sempre gostei de brincar com eles. 

Ela tem o sorriso mais lindo que eu já vi, mesmo com esse aparelho ridículo. Ela é tão educada com toda gente que me dá um nervoso, porque sei que provavelmente não sou o único que pensa nela dessa maneira. Os outros rapazes podem se aproveitar dessa simpatia toda que ela tem e detesto isso, só de pensar já me deixa nervoso. 

Eu preciso ser o único, porque no auge dos meus 14 anos percebi que a menina chorona com quem eu era obrigado a passar tempo, por sermos vizinhos e por termos pais muito amigos, era o amor da minha vida, a menina com quem eu quero me casar. A menina que foi deixando de ser obrigação, para ser a melhor parte do meu dia, tinha se tornado a menina com quem eu imaginava um futuro. 

E mesmo que agora ela não aceite o meu amor por causa desse namoradinho estúpido, eu sei que é ela. Só espero que a vida saiba disso também e não me atrapalhe, pelo contrário, espero que a vida atrapalhe o namoro deles e me dê a oportunidade de ser feliz e a fazer feliz. Ela vai ser minha.

Malik Arbor (14 anos)

Essa parte da história não estava nos meus planos, como assim o meu amor apresentou um amor à família? O destino foi tão injusto assim ao ponto de permitir que ela fizesse isso? Que eles continuassem a namorar? Não, isso não podia acontecer, de jeito nenhum. 

Eu jurava que esse romancezinho de escola duraria no máximo três meses e isso com muita fé, então não é possível que eles estejam juntos até agora. Eram três meses no máximo, mas eles estão jogando todo esse romance na minha cara, e  já se passaram três anos.

A única coisa que quero fazer nesse momento é dar uma surra nele e o convencer a deixar ela, mas não posso permitir que Malia fique triste e sei que ela ficaria. Não consigo ver lágrimas nos olhos delas e ficar normal.  A dor dela é minha.

Não fui o primeiro beijo do meu amor, mas tudo bem, tenho certeza que posso ser tudo resto, não posso permitir que levem o meu amor de mim. Não tão facilmente. 

Malik Arbor(17 anos)

A minha menina não é mais uma “mocinha”. EU VOU MORRER. Eu quero morrer. 

Esse filho de Jezabel, estúpido, parecido com um tubarão martelo de tão separados que os olhos são, desvirtuou a minha princesa. QUE DOR. Sinto que posso morrer, mas o ponto é, como eu sei!? 

Ela contou, porque sim, eu sou o melhor amigo, o vizinho do lado, o amigo de infância, o confidente, a pessoa com quem ela pode contar em todos os momentos e a quem ela pode contar tudo. Gostaria de não ter ouvido nada daquilo, gostaria de nem ter ficado a saber. 

Tudo isso aconteceu somente porque eu nunca tive coragem de dizer que ela é o meu amor e não sei se algum dia terei coragem para fazer isso. 

Malik Arbor (19 anos)

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