Capítulo 4

Malia

Se existe uma coisa que esse homem fez certinho foi ter entrado num ginásio, porque saímos de um Malik 1,98m magricela, para 1,98 m de puro músculo e testosterona. Ele já era perseguido antes de estar desse jeito, então tenho a certeza que aumentou o número de mulheres que querem ou ter algum relacionamento com ele ou somente um caso de uma noite, assim como aumentaram as que acham que sou namorada dele e até as que acham que estão em uma competição comigo, por pensarem que eu sou a amante assumida dele, isso mesmo, amante. Cruzes.

— Perfeito, mais dinheiro para as nossas contas — ele diz isso com os braços para o alto como uma criança. Vem até mim e me abraça deixando um beijo na minha testa. — Sabe, minha vida, toda dor que sinto na coluna é por tua causa — ele sempre reclama, mas parar de beijar a minha testa não faz.

— Simplesmente não sou culpada dos meus 1,67 e da tua mania de beijar a minha testa, meu filho — volto a abastecer as vitrines que era o que estava fazendo antes de me perder em pensamentos.

— Você comeu? Bebeu água suficiente? Você descansou um pouco? Estás aqui desde manhã e já são quase 19 horas. 

Sempre muito preocupado com a minha saúde, um verdadeiro príncipe não? É uma pena que eu tenha ficado justo com o pior dos ogros. 

— Bebi um cantil cheio de água, aquele que me deste, descansei um pouco durante a tarde e comi alguns bolos ao longo do dia. 

No mês passado recebi uma encomenda da a****n na minha casa, discuti com o entregador a dizer que não era minha e ele insistente que a morada era aquela, quando verifiquei batia com o que ele havia dito, por isso peguei a caixa, ao abrir me deparei com um cantil roxo de 3L muito fofinho e uma lancheira também roxa, imaginei que tivesse feito a compra há muito tempo e talvez tivesse esquecido, mas 1 hora depois recebi uma mensagem dessa peste a perguntar se eu havia gostado do conjunto. Me lembro de ter ficado tão feliz que por uma semana direto eu levava água e comida certinho, mas enfim a preguiça e a falta de ânimo me atingiram e comecei a esquecer dessas coisas.

— Como imaginei, você não comeu, pelo menos a água tiveste a decência de beber, mas por imaginar que você não comeria, pedi lasanha no Pietro’s e deve chegar em…— o entregador do meu restaurante italiano favorito entrou justo naquele momento. — …agora. Repara em como tenho o timing perfeito.

— Certo, certo, senhor sei tudo

Ele recebeu tudo e fomos para o escritório, andando lado a lado, faço o favor de abrir a porta para ele, para que ele consiga entrar, carregando as coisas, cuidadosamente, em suas mãos. 

O escritório é um ambiente bem iluminado com uma mesa de escritório no canto direito com duas cadeiras de cada lado e dois monitores. Sempre gostamos de trabalhar juntos e estar um ao lado do outro enquanto o fazemos, é a melhor sensação que alguém pode ter. Na verdade, acho que todo mundo devia ter a oportunidade de ter um melhor amigo como o que eu tenho. A minha vida é mais colorida quando estou ao lado dele e com certeza, ele é uma das pessoas que me mantém consciente de tudo, dizendo o que preciso ouvir. 

No centro, temos uma mesa pequena de vidro e um sofá preto encostado à parede, sentamos no chão mesmo, um de frente para o outro ao redor da mesa. Colocamos toda a comida na mesa, organizando de uma maneira que seja apenas agradável ao estômago e não aos olhos. 

— Como você está com essa notícia da gravidez? — Preferia não falar sobre, sempre quis ser mãe, mas as circunstâncias não são as melhores

— Ainda não caí na real sobre isso. É tanta coisa que fica difícil gerir uma gravidez no meio de tudo isso. Só você sabe ainda, vou contar para o resto do pessoal só depois de falar com o George. 

Percebo quando ele trinca o maxilar, se uma coisa eu sei, é que o Mal detesta absurdamente que eu esteja triste ou sobrecarregada, por isso durante toda nossa vida, mesmo eu tendo um namorado, ele fazia questão de ajudar com os meus afazeres quando me percebia atolada neles. Acho que nunca o conseguirei agradecer por tudo isso. 

— O idiota não voltou ainda para casa?

— Deve ter voltado, mas como saí cedo não nos encontramos. Deixei a comida feita, e a única coisa que posso fazer é esperar que ele esteja em casa quando eu voltar — tomo um gole de água. — Ah! E estou sem carro, primeiro você me deixa em casa e só depois podes ir para a tua, combinado?

— Entendido, patroa — ele faz uma continência e responde de boca cheia. 

A postura dele sempre me fez imaginar como seria um relacionamento com ele, talvez conseguiria o amor que sempre quis ou talvez não. Porém, às vezes me vejo imaginando um final feliz em que nós dois estamos juntos e mesmo que tudo não passe de uma ilusão, e que eu saiba que ele vai acabar por encontrar alguém para ele, não consigo simplesmente deixar isso para trás. 

Sempre fiquei curiosa sobre o que fazia as moças ficarem tão obcecadas por ele após o conhecerem, mas digamos que não precisa de muito para isso. Ele é alto e largo, todo cheio da definição, um cabelo, que de tão preto, mais parece tintura e uns olhos tão negros que parecem um abismo. 

A pele branca com um bronzeado natural, que nem o frio daqui consegue diminuir, dá um charme terrível, aumentando a sua beleza. Nem preciso falar de cheiros porque se existe algo que ele goste mais que dinheiro, livros e carrões, são perfumes e perfumes bons. Sempre um cheirinho suave que chega às minhas narinas antes mesmo dos meus olhos o encararem. 

Ele é um verdadeiro cavalheiro, e por isso agradeço à tia Aurora. Ela criou muito bem os seus meninos. Malik é muito atencioso e esforçado, se dedicando ao máximo, não somente no seu trabalho, mas em tudo o que ele se propõe, e isso inclui as pessoas que ele ama. A única coisa que ele não faz bem é cozinhar, porque no resto é perfeito. Tem um senso de estilo impecável, diria que o melhor de todos os irmãos. Sem contar o quão divertido ele é. É impossível ficar com ele por meia hora e não soltar nenhuma risada.

E não vamos falar das mãos. Sempre tive um fetiche nas mãos desse homem, são grandes, de dedos longos, e estão repletas de veias marcadas por toda a extensão de seu braço. Quando ele pousa a mão no meu rosto, praticamente o ocupa todo e simplesmente não consigo pensar em mais nada para além de todas as ideias que já passaram pela minha cabeça. 

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