Theo e eu estávamos saindo na porta quando Bárbara perguntou:- Aonde vocês vão?- Levar... O lixo. – Theo avisou, nervosamente.- Os dois? Vocês levam o lixo por onde?- Elevador... – Expliquei.- Sério? Que estranho! – Ela veio na nossa direção.- Eu... Vou levar Gatão no banheiro – expliquei, com o cão na guia. E você, aonde vai? – Perguntei-lhe.- Levar o lixo com vocês. – Ela sorriu, saindo antes de nós e chamando o elevador.Entramos nós três e o cachorro no elevador. Fiquei mais para trás, próxima de Theo. Senti a mão dele encostar na minha, enquanto segurava a guia de Gatão, com os braços para trás.- Cheguei a imaginar que pudesse não ter elevador neste prédio – Babi comentou, sem nos olhar – Sabem que morei anos num prédio sem elevador, não é mesmo?- Sim... – Confirmei, sentindo um frio na barriga quando ele alisou meus dedos.Meu coração batia descompassadamente. E era porque a vontade de tocá-lo parecia estar sendo maior que qualquer coisa naquele momento, como se pudesse
- Não é mesma coisa. E Ben não pode ser seu melhor amigo, porque ele é “meu melhor amigo”. Cada pessoa precisa encontrar o seu... Ou sua.- Está com ciúme de Ben ser meu amigo?- Claro que não. Mas estou explicando que ele não é meu amigo como é seu.- E se eu nunca encontrar um melhor amigo?- Não é preciso encontrar, Maria Lua. Acontece... Quando menos esperar. E talvez nunca encontre uma pessoa como Ben é para mim na sua vida. Ainda assim, é importante ter alguém em quem confiar e contar seus segredos mais íntimos. E não pode ser Theo... Ou mesmo eu e seu pai.- Entendi.- E tento entender qual o sentido em Ester e Robin Hood serem amantes. Ela é fraca demais para ele.- Em qual sentido?- Sobrenome, inteligência, personalidade.- Acha que Robin é tão importante assim? Se ele fosse inteligente, não teria roubado a fórmula de Theo para se dar bem.- Nem tentar matar Theo, praticamente se expondo... Talvez tenha razão. Só quero que se cuide. Afinal, alguém quer deixar claro que está
O ar já começava a faltar nos meus pulmões, mas eu não queria deixar sua boca por nada no mundo, como se precisasse dela para sobreviver. Minhas mãos já desciam pelas suas costas, levantando a camisa e sentindo os músculos, a pele como que ardendo em brasa.Ouvimos um barulho e nos soltamos rapidamente. Theo sentou-se em segundos e eu peguei um prato na mão, fingindo que estava... Não sei o que fazendo. Minha respiração estava visivelmente acelerada e me faltava o ar. Como ninguém apareceu na cozinha, andei em direção à porta, curiosa. Fofinho estava deitado no corredor, dormindo. Gatão jogado no sofá, parecendo morto. Aquele cachorro era a preguiça em pessoa. Me aproximei do corredor e ouvi os sons vindos do quarto de Theo. E eu os conhecia muito bem. Era a cama batendo na parede. Me flagrei rindo sozinha e quando me virei, deparei-me com Theo, o meu rosto praticamente no seu peito. - Eu deveria dizer que este som é horrível... Principalmente vindo deles. Mas... – abri os três p
Esperamos, tentando normalizar nossas respirações. Mas ninguém apareceu. Ou melhor, Heitor e Babi sequer saíram do quarto.Levantei, aturdida:- Vou voltar para o meu quarto.- Mas... A gente mal começou.- Theo, não quero ser flagrada por nossos pais deste jeito, em hipótese alguma.- Eu também não. – Theo admitiu.Fui até ele, observando seu rosto iluminado pelas cores da tela da TV. Abaixei-me e lhe dei um beijo breve, sentindo seus lábios macios. Depois toquei a ponta do seu nariz com o meu, como ele costumava fazer comigo:- Boa noite, Theo.- Boa noite, meu amor. Não vejo a hora de eles irem embora. – Sorriu.- Nunca quis tanto tê-los longe. – Admiti.Estava saindo quando ele me pegou pela mão, fazendo com que eu caísse no seu colo. Comecei a rir e Theo tapou minha boca, para evitar que eu emitisse qualquer tipo de som. Aninhou-me em seus braços e sussurrou no meu ouvido:- Amo você. E quero vê-la do jeito que a encontrei hoje, na minha cama, em breve... Porém só para mim e não
Quando despertei, senti-me muito melhor que no dia anterior. Espreguicei-me, tomei um banho sem pressa e penteei os cabelos úmidos, com intuito de deixá-los secar livremente.Assim que abri a porta do quarto, senti o cheiro forte de café passado e aspirei profundamente, sorrindo. Ouvi a voz das pessoas que eu tanto amava vindo da cozinha. Assim que adentrei no cômodo, avistei Theo na bancada, tentando organizar tudo com a ajuda de Babi, enquanto Heitor estava sentado à mesa, esperando o resultado do desjejum que os dois preparavam.Fui diretamente ao meu pai, lhe depositando um beijo gostoso na bochecha, abraçando-o por trás de seu corpo.- Ah, o que eu mais sinto falta é deste abraço matinal. – Ele sorriu.- Hum, isso quer dizer que não sente minha falta na North B., não é mesmo? – Brinquei.- Acho que sinto falta até do seu cachorro que ficou só algumas horas na nossa casa.- Ah, pai, eu amo você!- Assim eu fico com ciúmes. – Babi reclamou.Fui até ela, abraçando-a carinhosamente.
- Exceto os medicamentos da hipertensão, tem tomado algum outro? – Perguntei, certa de que ele me responderia.- Somente os da hipertensão. Os demais são somente vitaminas. – Respondeu.- Enfim, ele vai ao médico e pronto. – Babi finalizou a conversa.- Mas ele pode procurar um médico aqui. Noriah Sul tem bons médicos. – Theo tentou fazê-los mudarem de ideia.- Só vou se for no meu médico. – Heitor foi enfático e birrento.Suspirei, sabendo o quanto todos ali tinham personalidade forte.- Noriah Norte e Sul é muito próxima quando se freta um voo particular. – Heitor explicou – Então, não se preocupem, voltaremos em breve.- Impressão minha ou as visitas frequentes serão por conta de Maria Lua? – Theo arqueou a sobrancelha divertidamente.- Na verdade, a próxima visita é por conta de um aniversário. – Babi o olhou ternamente.- Nem quero lembrar... – Theo pôs a mão no rosto – Detesto fazer aniversário.- Ainda assim vai receber a visita de papai e mamãe. – Ela debochou.Sim, faltava po
Ainda estávamos no elevador quando Theo pegou minha mão e olhou o dedo com o curativo:- Sente dor?- Não. Os analgésicos fizeram efeito imediato... E com os antibióticos tenho certeza de que dará tudo certo.- Os arranhões no rosto e pescoço ainda estão bem aparentes. – Ele tocou-me de forma delicada.- Seu corte ainda não curou também. – Passei o dedo no ferimento em sua testa.Theo riu:- Se juntar nós dois será que dá um inteiro?- Você está melhor do que eu.- Ah, sim, só tentaram me matar... Capotei o carro, fui parar no Hospital, mas estou melhor. – Debochou.- Fui mordida por seu gato, que mais parece um Gremlin depois da meia-noite.A porta do elevador se abriu e seguimos em direção ao apartamento:- O que é um Gremlin? – Ele perguntou, curioso.- Você nunca viu este filme?- Não.Comecei a rir:- É um clássico. Vamos assistir juntos uma hora destas.- Hum... Você assistiu com quem?- Ben.Ele abriu a porta:- Ben sempre foi mais ligado a você. Digamos que minha relação é mel
Achei que a noite seria na cama. Mas pelo visto a cama seria a sobremesa. O jantar seria servido no banho. Ou estávamos apenas no prato de entrada?Theo abriu a porta e enfim estávamos a alguns centímetros de distância. Puxei-o pelo cós da cueca, passando os dedos por toda extremidade da peça íntima, sem pressa, sentindo sua pele quente. Por fim, meus dedos se encontraram em suas costas, enquanto o abraçava.Seus olhos me encaravam com tanto desejo, doçura e amor que jamais vi em toda a minha vida.- Já sei que não posso encostar os lábios nos seus... Sem que minha língua esteja dentro da sua boca... – Ele sorriu, aproximando o rosto.O puxei para debaixo da água e então senti sua língua apossar-se da minha, exigente, selvagem, só não menos que a mão dele, que empurrava minha cabeça em direção ao seu rosto, fazendo com que nossos lábios chegassem a arder ao toque violento. Sentia seus dentes contra as partes mais sensíveis, como se Theo quisesse realmente comer-me no jantar.Faça de m