Leonardo estava no centro da sala, segurando um galão do que parecia ser gasolina pelo cheiro forte que o ambiente exalava.
Thais não teve reação, quando ele puxou as muletas e a derrubou no chão. O corpo dela caiu num baque surdo. Yara segurou com mais força Daniel nos braços enquanto olhava horrorizada para o que tinha acontecido.
Os olhos de Leo pareciam estar possuídos, a expressão sádica evidenciava o que ele pretendia fazer.
— Eu vou queimar essa mulher — ele gritou enquanto olhava em direção a Thais.
Leonardo se abaixou no chão, até ficar próximo a mulher jogada no chão. Ele começou rir.
Thais respirou fundo, o cheiro de gasolina invadia as narinas e a sensação de torpor aliada a impotência crescia cada vez mais. Tentou mover a perna machucada, mas parecia que o fixador externo pesava mais do que antes.As dores espalhadas por todo o corpo, a incentivaram a continuar caída no chão. A visão do monstro do ex-namorado arrastando Yara passava como um filme de terror diante dos olhos.Respirou fundo. Ela sabia que precisava resgatá-la e também procurar por Daniel, não o havia visto na cena perturbadora.Com cuidado, tentou procurar pelas muletas, iria precisar delas para andar. Para a sua surpresa, elas não estavam tão longe assim.Com difi
O porta-malas do carro era sufocante e apertado. A escuridão e os barulhos misturados do próprio veículo e do trânsito se tornavam abafados. Yara tentou gritar, mas sabia que jamais seria ouvida.Com força, começou a socar ao seu redor para encontrar algum local mais frágil. A cada soco, as mãos estalavam e a força do ataque gerava a dor que irradiava até a coluna. Ela ignorou.Em um dos socos, uma das partes da parede pareceu ter cedido um pouco. Yara respirou fundo. Forçou-se a raciocinar, em que parte deveria socar. Foi quando uma recordação veio à sua mente, as lanternas eram mais frágeis do que o resto do bagageiro.Foi
— Precisamos interceptar o carro dele — afirmou Martins enquanto falava no rádio da polícia com uma das mãos e segurava o volante na outra.A adrenalina corria nas veias de Thais, apesar dos machucados, havia insistido em ir junto na perseguição.— Alguma ideia de onde ele pode estar a levando? — ele perguntou em direção a ela, após desligar a comunicação.— Não, ele pode estar a levando para qualquer lugar — Thais respondeu cabisbaixa.Leo dirigia perigosamente pela avenida, ultrapassando vários veículos enquanto as viaturas policiais se mantinham mais na direção defensiva.— Thai
Leo mantinha a arma pressionada contra a cabeça de Yara. O sangue da perna dela escorria em gotas que deslizavam até o chão.Alguns policiais se aglomeraram ao redor, numa espécie de círculo em uma barricada. Martins e Thais se mantiveram sentados no asfalto quente.Os policiais sacaram as armas e apontaram em direção ao sequestrador, numa espécie de ameaça silenciosa.Leonardo não parecia ter se intimidado, exibia um sorriso torto de triunfo e satisfação.— Eu irei acabar com todos vocês e resgatar minha antiga vida ao lado da minha namorada— ele gritou.Thais e Martins arregalaram os olhos e se entreolharam assu
Os pássaros cantam do lado de fora da janela do Hospital Geral, enquanto os médicos cirurgiões pinçam a artéria femoral numa tentativa de estancar a hemorragia. A jovem paciente está sedada e respirando com ajuda de aparelhos.O médico anestesiologista monitora a pressão arterial, cada vez mais baixa e sem sinais de reversão do quadro.— A paciente vai entrar em parada cardiorespiratória se não resolver essa hemorragia — ele falou alto para avisar o cirurgião.A enfermeira se aproxima dos monitores para checar se há algo errado com os aparelhos.— O Anestesiologista tem razão, vamos preparar para uma parada card&
A Unidade de Terapia Intensiva estava lotada. Os monitores dos dez leitos mostravam linhas e curvas coloridas em seus monitores, o que indicava variáveis como batimentos cardíacos, eletrocardiograma e pressão arterial.Yara estava de olhos fechados, deitada com a cabeça elevada e respirando com a ajuda de aparelhos.As gotas de sedativos pingavam no soro para a infusão nos vasos sanguíneos. A enfermeira-chefe da unidade abriu o curativo para fazer a troca de cobertura.O médico intensivista se aproximou para discutir o caso.— Enfermeira, como ela está? — ele perguntou encarando o monitor cardíaco.A Enfermeira enrugou a testa, a jovem paciente e
Os sons agudos dos monitores cardíacos dos leitos irritavam os ouvidos de Yara, por mais que tentasse avisar para alguém, parecia que tinha algo que a impedia de acordar.Ela sentia cada agulha das seringas para a retirada de sangue para exames, mas não conseguia se mover para fugir delas.O tubo em sua garganta a machucava, era estranho não conseguir controlar o ritmo da respiração e simplesmente seguir um aparelho.A audição parecia ter ficado mais aguçada, infelizmente havia ouvido o que o médico e a enfermeira conversavam. Mas o que mais doía, foi o que a voz masculina disse.“ Querida, faremos de tudo por você, mas precisa reagir, irei diminuir a sedaçã
— Essa é a coisa mais estúpida que já fiz em toda a minha vida — cochichou Ângelo em direção a Thais, para apenas ela ouvir.Caminhar com as muletas parecia mais pesado do que antes, mas precisavam caminhar ao longo dos corredores intermináveis em busca de Leo.Ariadne seguia na frente da comitiva, olhava em todas as direções como uma águia em busca de uma presa no campo.— Quando eu colocar as minhas mãos naquele filho da puta, ele não terá muito tempo de vida — ela disse em tom ameaçador virando a cabeça em direção a Ângelo que revirou os olhos.— Ariadne, eu já entendi que você é a mais feroz de n