Os pássaros cantam do lado de fora da janela do Hospital Geral, enquanto os médicos cirurgiões pinçam a artéria femoral numa tentativa de estancar a hemorragia. A jovem paciente está sedada e respirando com ajuda de aparelhos.
O médico anestesiologista monitora a pressão arterial, cada vez mais baixa e sem sinais de reversão do quadro.
— A paciente vai entrar em parada cardiorespiratória se não resolver essa hemorragia — ele falou alto para avisar o cirurgião.
A enfermeira se aproxima dos monitores para checar se há algo errado com os aparelhos.
— O Anestesiologista tem razão, vamos preparar para uma parada card&
A Unidade de Terapia Intensiva estava lotada. Os monitores dos dez leitos mostravam linhas e curvas coloridas em seus monitores, o que indicava variáveis como batimentos cardíacos, eletrocardiograma e pressão arterial.Yara estava de olhos fechados, deitada com a cabeça elevada e respirando com a ajuda de aparelhos.As gotas de sedativos pingavam no soro para a infusão nos vasos sanguíneos. A enfermeira-chefe da unidade abriu o curativo para fazer a troca de cobertura.O médico intensivista se aproximou para discutir o caso.— Enfermeira, como ela está? — ele perguntou encarando o monitor cardíaco.A Enfermeira enrugou a testa, a jovem paciente e
Os sons agudos dos monitores cardíacos dos leitos irritavam os ouvidos de Yara, por mais que tentasse avisar para alguém, parecia que tinha algo que a impedia de acordar.Ela sentia cada agulha das seringas para a retirada de sangue para exames, mas não conseguia se mover para fugir delas.O tubo em sua garganta a machucava, era estranho não conseguir controlar o ritmo da respiração e simplesmente seguir um aparelho.A audição parecia ter ficado mais aguçada, infelizmente havia ouvido o que o médico e a enfermeira conversavam. Mas o que mais doía, foi o que a voz masculina disse.“ Querida, faremos de tudo por você, mas precisa reagir, irei diminuir a sedaçã
— Essa é a coisa mais estúpida que já fiz em toda a minha vida — cochichou Ângelo em direção a Thais, para apenas ela ouvir.Caminhar com as muletas parecia mais pesado do que antes, mas precisavam caminhar ao longo dos corredores intermináveis em busca de Leo.Ariadne seguia na frente da comitiva, olhava em todas as direções como uma águia em busca de uma presa no campo.— Quando eu colocar as minhas mãos naquele filho da puta, ele não terá muito tempo de vida — ela disse em tom ameaçador virando a cabeça em direção a Ângelo que revirou os olhos.— Ariadne, eu já entendi que você é a mais feroz de n
— Ela parece estar reagindo ao estímulo luminoso — revelou o médico em voz alta.— Ela parece estar reagindo ao estímulo luminoso — revelou o Médico em voz alta.— Fico feliz que Yara está se recuperando — disse Martins em tom irônico.A Enfermeira se aproximou dos dois e pediu uma licença silenciosa, pulsionou uma artéria do braço.— Precisaremos verificar os exames de sangue novamente — ela informou.— Sim, precisamos sim, mas também gostaria de tentar retirar ainda mais a sedação — ele solicitou com educação.Um toque do ce
— Sujei toda a minha roupa, que nojo, odeio ficar parecendo um pano de chão — Ângelo reclamou enquanto saía do esconderijo.Ariadne auxiliou Thais com as muletas para ajudá-la a ficar em pé.— Admiro a coragem por fazer o comentário, porque noção você não tem — Ariadne comentou encarando o amigo com ferocidade.Thais enrugou a testa e inclinou o tronco para frente, pelo jeito os analgésicos estavam diminuindo os efeitos.— Acho que estou começando a sentir mais dores — ela anunciou.Ângelo se aproximou, passou os braços ao redor dela e a ajudou a se sentar em uma das camas abandonadas.
— Senhora Yara, irei te deixar mais sentada na sua cama, tudo bem? — informou a Enfermeira ajeitando a jovem paciente.Yara permanecia com os olhos bem abertos, mas ainda incapaz de se mover. O tubo do respirador artificial conectado à boca, a impediria de falar, caso ela desejasse.— Tem que ficar boa logo, seu filho te espera em casa — a enfermeira continuou tagarelando enquanto fazia a punção de mais um vaso sanguíneo.O Médico se aproximou e encarou os painéis de monitorização, coçou o queixo e pressionou um dos botões nos monitores.— Enfermeira, estou em um dilema, eu sei que ela está despertando devagar mas suspeito que a parte psicológica n&atil
Thais entrou no quarto abandonado, os braços tremiam por conta de serem a força motriz para manejar as muletas. Ângelo entrou em seguida, de cabeça baixa e visivelmente cansado. O policial permanecia imóvel e amarrado na cama hospitalar, exibia rugas na testa e profundas olheiras. Próximo a um dos olhos, o hematoma do soco desferido por Ariadne já começava a se formar. A dupla se aproximou devagar, por mais que ele estivesse amarrado, ainda apresentava perigo.Ângelo puxou com cuidado o braço de Thais e cochichou em seu ouvido.— Não seria melhor irmos embora?— Não, precisamos entender o plano de Leo, aposto que ele tinha um em conjunto com o irm
Após os disparos da arma, os gritos e o terror deram espaço para o silêncio e a inércia. A equipe de enfermagem estava estática, evitando fazer barulhos para não denunciar a posição.Os monitores cardíacos estavam desligados, apenas o respirador permanecia com seu chiado. Yara franziu o cenho e começou a morder o tubo que garantia a sua respiração.A Enfermeira notou, se aproximou da cama e se debruçou para falar no ouvido dela.— Senhora Yara, por favor não morda o tubo, se você continuar fazendo isso irá ter pouco oxigênio nos pulmões — ela explicou com delicadeza.Os olhos de Yara se i