Thais estava sentada no sofá da sala com Daniel no colo. O bebê dormia tranquilamente após ter tomado um banho. A febre já tinha passado, mas ainda era importante monitorar. A casa estava em total silêncio, com exceção da cozinha. Yara estava preparando um prato de massas para ser levado para a ceia de Natal na casa de Martins e Ângelo.
Thais se ajeitou melhor no sofá, com cuidado para não acordar o bebê. Respirou fundo e passou o dedo delicadamente na pele macia das bochechas dele.
— Daniel, se você soubesse o quanto é sortudo por não ter nada com que se preocupar — ela desabafou baixinho.
Por alguns segundos, ela se
A fachada da casa de Ângelo e Martins, resplandecia em pequenas luzes piscantes e coloridas que evidenciaram mais por estar a noite. O imenso sobrado de dois andares, contrastava com o resto do bairro de residências térreas.Yara ficou surpresa, não havia imaginado como a casa deles poderia ser. A construção de estrutura imponente, possuía elementos clássicos e discretos.Ariadne tocou a campainha, já que Guilherme segurava uma imensa forma de assado. Ângelo saiu para recebê-los, vestia uma linda calça branca e camisa floral, além dos sapatos claros.— Impecável como sempre — Thais elogiou enquanto ele a ajudava a entrar na casa.Martins veio logo atrás,
Leonardo estava no centro da sala, segurando um galão do que parecia ser gasolina pelo cheiro forte que o ambiente exalava.Thais não teve reação, quando ele puxou as muletas e a derrubou no chão. O corpo dela caiu num baque surdo. Yara segurou com mais força Daniel nos braços enquanto olhava horrorizada para o que tinha acontecido.Os olhos de Leo pareciam estar possuídos, a expressão sádica evidenciava o que ele pretendia fazer.— Eu vou queimar essa mulher — ele gritou enquanto olhava em direção a Thais.Leonardo se abaixou no chão, até ficar próximo a mulher jogada no chão. Ele começou rir. Thais respirou fundo, o cheiro de gasolina invadia as narinas e a sensação de torpor aliada a impotência crescia cada vez mais. Tentou mover a perna machucada, mas parecia que o fixador externo pesava mais do que antes.As dores espalhadas por todo o corpo, a incentivaram a continuar caída no chão. A visão do monstro do ex-namorado arrastando Yara passava como um filme de terror diante dos olhos.Respirou fundo. Ela sabia que precisava resgatá-la e também procurar por Daniel, não o havia visto na cena perturbadora.Com cuidado, tentou procurar pelas muletas, iria precisar delas para andar. Para a sua surpresa, elas não estavam tão longe assim.Com difiPromessa de Natal
O porta-malas do carro era sufocante e apertado. A escuridão e os barulhos misturados do próprio veículo e do trânsito se tornavam abafados. Yara tentou gritar, mas sabia que jamais seria ouvida.Com força, começou a socar ao seu redor para encontrar algum local mais frágil. A cada soco, as mãos estalavam e a força do ataque gerava a dor que irradiava até a coluna. Ela ignorou.Em um dos socos, uma das partes da parede pareceu ter cedido um pouco. Yara respirou fundo. Forçou-se a raciocinar, em que parte deveria socar. Foi quando uma recordação veio à sua mente, as lanternas eram mais frágeis do que o resto do bagageiro.Foi
— Precisamos interceptar o carro dele — afirmou Martins enquanto falava no rádio da polícia com uma das mãos e segurava o volante na outra.A adrenalina corria nas veias de Thais, apesar dos machucados, havia insistido em ir junto na perseguição.— Alguma ideia de onde ele pode estar a levando? — ele perguntou em direção a ela, após desligar a comunicação.— Não, ele pode estar a levando para qualquer lugar — Thais respondeu cabisbaixa.Leo dirigia perigosamente pela avenida, ultrapassando vários veículos enquanto as viaturas policiais se mantinham mais na direção defensiva.— Thai
Leo mantinha a arma pressionada contra a cabeça de Yara. O sangue da perna dela escorria em gotas que deslizavam até o chão.Alguns policiais se aglomeraram ao redor, numa espécie de círculo em uma barricada. Martins e Thais se mantiveram sentados no asfalto quente.Os policiais sacaram as armas e apontaram em direção ao sequestrador, numa espécie de ameaça silenciosa.Leonardo não parecia ter se intimidado, exibia um sorriso torto de triunfo e satisfação.— Eu irei acabar com todos vocês e resgatar minha antiga vida ao lado da minha namorada— ele gritou.Thais e Martins arregalaram os olhos e se entreolharam assu
Os pássaros cantam do lado de fora da janela do Hospital Geral, enquanto os médicos cirurgiões pinçam a artéria femoral numa tentativa de estancar a hemorragia. A jovem paciente está sedada e respirando com ajuda de aparelhos.O médico anestesiologista monitora a pressão arterial, cada vez mais baixa e sem sinais de reversão do quadro.— A paciente vai entrar em parada cardiorespiratória se não resolver essa hemorragia — ele falou alto para avisar o cirurgião.A enfermeira se aproxima dos monitores para checar se há algo errado com os aparelhos.— O Anestesiologista tem razão, vamos preparar para uma parada card&
A Unidade de Terapia Intensiva estava lotada. Os monitores dos dez leitos mostravam linhas e curvas coloridas em seus monitores, o que indicava variáveis como batimentos cardíacos, eletrocardiograma e pressão arterial.Yara estava de olhos fechados, deitada com a cabeça elevada e respirando com a ajuda de aparelhos.As gotas de sedativos pingavam no soro para a infusão nos vasos sanguíneos. A enfermeira-chefe da unidade abriu o curativo para fazer a troca de cobertura.O médico intensivista se aproximou para discutir o caso.— Enfermeira, como ela está? — ele perguntou encarando o monitor cardíaco.A Enfermeira enrugou a testa, a jovem paciente e