SOBRE ESSE LIVRO:
Minha Redenção - O Retorno de Marrento faz parte da Série Amores Improváveis e conta a história do traficante Marrento, o vilão que quase destruiu Jasmine no livro Me Apaixonei, e Agora? dos filhos de Ana e Luís - protagonistas do primeiro livro dessa série. É um romance dramático, com gatilhos, porém, cheio de ação, emoção e paixão. Onde Marrento conhecerá o outro lado da vida, com um novo nome e uma nova chance. Infelizmente ele será obrigado a voltar para antigos atos para salva a única mulher que o fez conhecer o sentido do verdadeiro amor.
Nesse livro você vai mergulhar de cabeça no mundo do crime, nas mentiras e no poder da ganãncia, porém, conhecerá um amor bruto, forte e determinado e tão envolvente quanto apaixonante.
Espero que gostem e boa leituta!
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Marrento
Meses antes de tudo acontecer...
A vida é feita de escolhas. Alguém me disse isso uma vez, mas o que fazer quando você ainda é apenas um garoto e não te dão o direto de escolher? Às vezes é mais fácil fechar os olhos e julgar ou apontar aquele garoto sujo nas ruas vendendo drogas para sobreviver. E não estou falando do dinheiro, estou falando de vida, da minha vida, onde eu não tive muitas escolhas. Era matar ou morrer, mergulhar de cabeça no submundo e abraçar a sua escuridão, ou ser engolido por ela. Esse é o meu jeito de viver agora. Quando era criança recebi o nome de Antônio Carlos Ferraz, porém, aos dez anos vi os meus pais serem assassinos pelo homem que fez de mim um assassino frio e cruel. Eu me tornei um homem sem alma, insensível e implacável… até vê-la pela primeira vez. Jasmine tornou-se uma rachadura na minha armadura de ferro impenetrável, um pequeno foco de luz dentro da minha escuridão. Ela é uma garota simples, com um olhar de menina e um rosto angelical que faz os meus dias brilharem diferente. O simples fato de vê-la mesmo que de longe é como um afago para a minha alma dolorida. Mas isso é tudo o que eu posso ter dela nesse momento. Quem vive uma vida de crimes o melhor é que não se envolva amorosamente. Esse amor se transformaria na minha fraqueza e consequentemente a minha destruição assim como foi com a vida do meu pai. Eu e minha mãe éramos a sua fraqueza e fomos a sua queda também. Por isso e somente por isso me mantenho distante dela.
Olho ao meu redor com a devida atenção. Estou dentro de um imenso galpão pois hoje é o dia da entrega dos pacotes e tem muitos homens armados nesse lugar. Na entrada da comunidade os figuinhas - vigilantes fortemente armados determinam quem entra e quem sai. E Cicatriz, o nosso chefe está no seu escritório fazendo a contabilidade com os provedores. Em algumas horas terei que sair para fazer a outra parte do meu trabalho, aquela parte que fui forçado a gostar: apagar alguns arquivos e pressionar alguns devoradores. Não vou negar, é um mundo bastante atrativo, que rende muito dinheiro e oferece muito conforto. Contudo, confesso que daria a minha vida para sentir um pouco de paz. Em alguns momentos, penso o quão a minha mãe me queria longe de toda essa lama. Ela apostava nos meus estudos e na minha formação, mantendo-me sempre ocupado. Isso me foi roubado de uma forma trágica e violenta. Às vezes me pergunto como seria a minha vida se eles estivessem vivos?
— Está na hora, Marrento! — O aviso é dado e o aceito apenas com um aceno de cabeça, encarando o gerente do tráfico e saio do galpão sem contestá-lo. Quando entro no carro sinto a costumeira adrenalina percorrer as minhas veias e um gosto de metálico vem a minha boca. É como se o meu coração parasse nessa hora e no mesmo instante transformo-me em um homem frio e calculista. Para o que preciso fazer agora não pode haver sentimentos e nem mesmo culpa e muito menos remorsos. Tiro a pistola negra do cós da calça jeans, verifico o seu tambor e o giro, colocando-o de volta no lugar. O meu alvo? Um homem de 34 anos, um delator. Ele é um traidor e nessa facção não perdoamos traidores.
Prazer, meu nome é Marrento e eu sou o mensageiro da morte!
LEMBRANÇAS DOLOROSASMarrento— Antônio, já acabou as suas tarefas? — Minha mãe perguntou carinhosamente. Faço um sim com a cabeça e começo a guardar os meus materiais. — Ótimo, querido! — Ela sorri. — O seu pai já chegou, vá encontrá-lo e avise-o que o jantar será servido em alguns minutos.— Está bem, mamãe! — Ansioso para vê-lo, saio correndo pela casa e o encontro sentado no sofá de vime, com algumas almofadas grandes e florais que fica em um canto da da sala. Assim que me vir ele sorri e larga tudo, abrindo os seus braços para mim. Papai passa o dia inteiro fora de casa e a minha mãe sempre diz que o trabalho dele é muito perigoso, por isso eu nunca irei visitá-lo em seu trabalho. Preenchido de alegria eu corro na sua direção e pulo nos seus braços, recebendo muitos beijos seus. O som da sua risada me faz rir e logo que me coloca de volta no chão ele me olha com orgulho.— O que o meu garoto fez hoje na escola? — pergunta agitando os meus cabelos com as pontas dos seus dedos e a
TEMPOS REMOTOS.Marrento — Na sua carteira só havia os seus documentos e uma pequena quantidade de dinheiro, senhor Fox. Não tem nenhum telefone ou contato. Tem alguém para quem queira ligar? — Faço não com a cabeça.— Eu sou novo aqui na cidade e os meus pais morreram quando eu era pequeno — esclareço.— Sinto muito, senhor Fox! Alguma namorada ou uma esposa? — Faço não outra vez. — Ok, descanse, senhor Fox e aproveite para dormir um pouco, logo estará fora desse hospital. — Ele pede, saindo do quarto. A enfermeira me ajuda a beber um pouco da água com o auxílio de um canudo e depois que deixa o quarto, eu adormeço.…Observo atentamente o homem segurar a arma em punho. Ele mira na cabeça de um rapaz com cerca de dezoito anos. O garoto chora e treme de joelhos no chão pedindo por sua vida. Queria poder sair correndo daqui, mas o Cicatriz está em pé na porta.— Segure a arma, garoto! — O homem ordena e eu estremeço, hesitando. Não quero fazer isso, não quero matar esse rapaz. — Segur
QUANDO A VIDA SORRI PARA VOCÊ, RETRIBUA O SORRISO.Marrento— Olá, senhor Fox! EU Trouxe as suas coisas. — Observo a jovem enfermeira adentrar no quarto segurando uma bolsa escura na mão. Minhas coisas. Que coisas? me pergunto com curiosidade. Porra, eu odeio estar perdido no tempo! Ela larga a bolsa em cima de uma poltrona e sai logo em seguida. Nervoso, eu desço da cama e vou até o objeto. A abro e para a minha surpresa encontro dentro dela algumas roupas limpas, um par de tênis novos, uma carteira com alguns cartões de crédito e alguns documentos falsos. Visto as roupas, calço o tênis e pego a carteira levando-a para o bolso traseiro. Os meus olhos param fixamente no celular largado no fundo da bolsa e novamente me pergunto como tudo isso veio parar aqui? Depois de pronto penso que já está hora de encarar o mundo. Do lado de fora do hospital caminho a esmo pelas calçadas, até perceber um carro grande e escuro parar do meu lado. Contudo, continuo andando, mas ele continua me seguin
MarrentoNo dia seguinte...Acordo com um dia lindo lá fora e não acredito que dormi um dia inteiro! Isso nunca aconteceu comigo antes. Com um fungado alto saio da cama me sentindo renovado e entro no banheiro da suíte, fitando o cômodo grande e sofisticado. Observo uma banheira quadrada e grande o bastante para quatro pessoas e me pergunto no que Danilo estava pensando quando pôs isso aqui? Sorrio amplamente com alguns pensamentos que povoam a minha cabeça, mas logo esse sorriso morre quando me lembro de que não quero mais isso para mim. Quero me manter longe do submundo do crime, dos seus poderes atrativos, da sua sedução e dos seus falsos amores. Respiro fundo trincando o maxilar. Eu quero ser outro homem e aproveitar ao máximo a minha segunda oportunidade. Me tornarei um megaempresário, terei a vida de rei que os meus pais queriam para mim e não a que o Cicatriz me ensinou a conquistar. Puxo mais uma respiração dessa vez me olhando no enorme espelho acima da bancada de vidro tempe
MarrentoAlguns chamariam isso de sorte, ou um acaso, quem sabe de destino. Mas eu chamaria de azar. Justo quando decido sair do meu lado mais obscuro isso me acontece? Mas que merda! Era só ter dado meia volta, Alex, meia volta e você estaria livre! Agora estou aqui sentado no sofá da minha sala e olhando para uma garota assustada que não para de andar de um lado para o outro do cômodo, enquanto olha para cada detalhe da minha decoração. Sinto que a minha escuridão só aumentou com a atitude de hoje. Ela está tentando me sufocar, me oprimir e me dominar outra vez. Não, eu não posso me permitir viver nessa escuridão outra vez. Eu não quero voltar pra lá nunca mais! Sim, estou apavorado, estou com medo e tão assustado quanto aquela garota desconhecida no meio da minha sala. Por que eu não fiquei na minha cama hoje? Por que eu tinha que dar uma de senhor saúde e sair de casa? Eu devia ter esperado pelo Jordan, ele jamais permitiria que eu fizesse essa merda. Respiro fundo algumas vezes.
Marrento— Sim, senhor! O Jordan irá levá-lo para a empresa e ficará lhe aguardando até a hora que precisar voltar — informa prontamente. — Ótimo! — rosno e caminho para a porta.— Aqui, Senhor! — Ele diz me fazendo parar e encaro a pasta de papel grosso estendida em minha direção.— O que é isso?— São alguns documentos que precisa ler no caminho. O senhor terá uma reunião de início com os funcionários. É algo que precisa ser feito, senhor! — bufo.— Eu preciso de uma secretária que me ajude a organizar essas coisas — retruco.— Sim, Senhor! Vou providenciar uma.— Faça isso, Danilo! — digo e saio de casa.***Nunca pensei que vida de empresário fosse para mim. Nem mesmo no submundo cheguei a ser dono de algo. Contudo, estou gostando dessa sensação, mas por outro lado estou a horas trancado no escritório e perdido em meus próprios pensamentos. Eles estão preenchidos com uma única imagem: Jasmine, quando eu deveria estar atento a reunião com os sócios executivos da minha empresa. Pen
MarrentoÉ quase meia-noite e ainda estou acordado, trabalhando com afinco no meu Macbook, avaliando algumas propostas na minha caixa de e-mails e ainda preciso analisar alguns documentos para o dia seguinte. Confesso que estou começando a gostar dessa minha vida de empresário. Ela mantém a minha mente ocupada por muito tempo e não sobra espaço para lamentar o meu passado, e quando termino, o cansaço cobra o seu preço e eu sempre durmo como uma pedra até o dia seguinte. Estranhamente o meu antigo celular começa a tocar dentro de uma das gavetas do criado mudo e curioso o pego para olhar o número desconhecido, e faço isso por algum tempo. Penso em ignorar essa ligação, e trinco o maxilar me perguntando por que mantenho esse guardo esse maldito aparelho comigo. Essa foi única coisa que restou do meu passado obscuro. Nesse minúsculo chip tem centenas de contatos de provedores do melhor material que o submundo pode oferecer, sem falar nos milhares de nomes de compradores, viciados no pó e
MarrentoUma semana…Tenho fome, muita fome e sede também, mas não quero pedir nada para ele. Me sinto fraco e o calor do galpão é quase insuportável. Quero a minha mãe, quero o meu pai e tenho vontade de chorar. Por que eles não me matam logo?— Como ele está hoje? — Cicatriz pergunta adentrando o local sujo e semiescuro.— Ainda não cedeu, Cicatriz. O garoto é valente!— Ele é um idiota, isso sim! Não vai me vencer e sabe disso.— O que quer que eu faça?— Desamarre-o, dê comida e água, e depois leve-o para o topo — ordenou e saiu em seguida. O homem mal-encarado me olhou com um sorriso maldoso e debochado. Não sei o que significa ir para o topo, mas sinto que nada de bom vem por aí. Ele põe um pedaço de pão e um copo de leite na minha frente e a visão chega a me dar água na boca. Como tudo feito um animal faminto sem ao menos lavar as minhas mãos e sem nenhuma educação como me ensinaram, a final já faz dois dias que não como nada. E quando termino sou forçado a sair do galpão. A l