Mônica SampaioHoje está fazendo duas semanas que recebi alta do hospital. O meu tornozelo já está bem melhor e em poucos dias irei tirar o gesso, mas ainda ando com o auxílio de uma bengala para não o forçar. O médico disse que é por poucos dias e de verdade, não vejo a hora de voltar a minha vida normal. A vida voltou a sua rotina normal, mas o meu bonitão ainda não acordou do seu sono profundo. O médico explicou que é normal depois de tudo o que ele passou, o corpo precisa de um tempo para se reabilitar, mas eu queria que ele estivesse aqui comigo, queria a sua alegria de volta, o seu riso, a sua possessividade, eu o queria aqui de corpo e alma.— Você tem certeza de que está pronta para voltar ao trabalho? — Gisele pergunta preocupada me tirando dos meus pensamentos. Respiro fundo me encostando em minha cadeira acolchoada e largando a minha bengala na parede atrás de mim.— Preciso voltar ao trabalho Gisele — digo me acomodando na cadeira a sua frente. — Senão eu vou enlouquecer.
— Boa tarde, senhorita Magalhães! Como tem se sentido com a nossa hospedagem? — A desgraçada lança um sorriso divertido e responde com humor.— Não é nenhum hotel cinco estrelas, mas dá para o gasto. — Ele sorri sarcástico, enquanto meneia a cabeça, fazendo sim pra ela.— Bom saber! Então, eu tenho notícias do seu amigo Lancaster. — Sophia lhe lança um olhar cauteloso. — Pois é, nós conseguimos pegá-lo finalmente. — Ele sorri, finge um olhar vitoriosos e ela mesmo que cautelosa, rebate.— Mentira, ele não é tão fácil assim. É escorregadio, sempre sabe como escapar. — O capitão inclina o seu corpo sobre a pequena mesa e apoia as mãos sobre a mesma, chegando ainda mais perto da mulher.— Bom, é uma pena decepcioná-la senhorita, mas o Lancaster está aqui, bem pertinho de você. E sabe o que é pior? Ele ferrou com você e com seu amiguinho, o Pimentel. Vai ser muito fácil ferrar com vocês dois, afinal toda a papelada foi assinada apenas pelos dois não é mesmo? E as testemunhas só conhecem v
Durante o comam...Marcos AlbuquerqueSinto o meu corpo inteiro cansado e dolorido, estou sonolento e o meu corpo simplesmente não corresponde as minhas expectativas, quero abrir os meus olhos, mas as minhas pálpebras estão pesadas demais. Eu me esforço, mas simplesmente não consigo. Ouço algumas vozes ao meu redor, parecem conhecidas, mas não sei distinguir de quem são. Não entendo o que dizem, são palavras sussurradas e distantes. Estou tão cansado, muito cansado. O meu corpo reclama, não luta. Então me entrego a sensação de paz e de tranquilidade e a escuridão logo me abraça e as vozes vão sumindo aos poucos, até que não as escuto mais.***Algumas semanas depois...Final do comam.Não sei exatamente onde estou ou porque me sinto preso, amarrado, sem poder me mexer. Ao longe sons de bipes me chamam a atenção, mas não faço ideia do que seja. Há uma escuridão incomoda e eu me sinto só. Quero chamar por alguém. Pedir que me tirem daqui. Seja lá de onde for, mas a minha voz não sai. E
— A quanto tempo estou aqui, doutor?— Quase trinta dias, completa depois de amanhã para ser mais exato.— Um mês aqui? — questiono surpreso.— O que aconteceu foi muito grave, meu jovem, mas ainda não está totalmente recuperado, ainda inspira alguns cuidados e eu recomendo que descanse bastante. O senhor será monitorado de vez em quando, uma enfermeira virá verificar o senhor a cada duas horas. Agora vou deixá-los à vontade. — O médico sai do quarto e minha morena vem em minha direção sorridente.— Quer dizer que a senhorita me ama? — pergunto enlaçando a sua cintura e a trazendo pra mim. Ela apenas balança a cabeça divertida em sinal positivo. — Será que pode repetir para mim, bem aqui? — Aponto para minha orelha com o meu dedo indicador. — Bem pertinho? — Ela se aproxima mais um pouco, se inclina para sussurrar em meu ouvido.— Eu te amo, meu amor! Amo seu jeito, — Ela beija a minha orelha me fazendo fechar os olhos mediante com o prazer do toque quente e suave na pele sensível. —
Mônica SampaioQuando chego em casa, me dou conta de que estou arrasada de cansaço. Marcos tinha razão. A dias que eu não sei o que é dormir direito. Obediente, eu entro no meu pequeno banheiro e tomo uma ducha demorada com água quente e logo o meu corpo relaxa, ponho um pijama leve e sigo para a cozinha, mas não tenho coragem de fazer nada, então tomo apenas um copo de suco e volto para o meu quarto e quando me deito na minha cama, penso em Marcos e sorrio feito uma boba. Ele acordou... Finalmente acordou. A sensação que eu tive ao ouvir o som da sua voz depois de dias de silêncio. Meu Deus! Não pude segurar as lágrimas. Não me contive e cheia de saudades, o enchi de beijos incansáveis. Dizer que o amava foi um alívio. É como se eu estivesse presa e fosse automaticamente liberta. Meu coração parecia livre para bater descompassado ou da maneira que quisesse. Finalmente meus olhos começam a pesar e logo adormeço em minha cama. Meus sonhos são dominados pelo terror. O som da música ambi
— Mônica, não quero que se arrisque mais. Você é apenas uma advogada e não um detetive, tão pouco uma policial, deixe isso pra eles — me repreende com um tom baixo e exasperado. Provavelmente para não acordar o Marcos. Dou uma olhadinha rápida na direção da cama e constato que ainda está dormindo. Então encaro a minha chefe.— Eu só quero que o peguem logo. Não me sinto segura com ele solto por aí — resmungo pra ela no mesmo tom.— Meu amor? — Marcos me chama e a conversa é encerrada. — Pensei que não vinha mais. Você demorou a voltar. — Ele se senta na cama fazendo uma careta de dor e eu vou até ele, deixando Gisele para trás. O beijo levemente na sua boca e faço um carinho em seu rosto.— Como está se sentindo hoje, querido?— Eu estou bem! Só não aguento mais essa cama. Quero voltar para o meu trabalho, para minha casa e para minha mulher — resmunga me fazendo rir.— E você vai meu amor, não vai demorar muito, prometo. — O beijo novamente.— Eu já vou indo. — Gisele fala e eu lanço
Ainda no mesmo dia...Marcos AlbuquerqueDepois de fazê-la comer alguma coisa a convenço a deitar-se ao meu lado na cama do hospital. Não demora muito e ela adormece nos meus braços e é exatamente como eu havia previsto, ela não havia dormido direito. Esse caso maldito está tirando a sua estabilidade emocional e a sua paz. Mônica é uma advogada que trabalha muito além da sua mesa e isso me preocupa muito, porque ela corre muitos riscos para defender o seu cliente. Fecho meus olhos para tentar relaxar um pouco. Já estou cansado de hospitais, de camas de hospitais. Eu preciso sair daqui. Não aguento mais tudo isso. Meus pensamentos me levam para o dia do seu resgate. Me lembro de alguém gritar, "corram para os carros agora!" Me lembro de voltar para o local onde a deixei desacordada e de pegá-la em meus braços e de seguir para um dos carros. Caralho! O filho da puta atirou em mim! Me lembro de ouvir o primeiro disparo, de sentir o meu peito queimar na hora. Eu olhei para a direção de on
As duas da tarde estou fora daquela maldita cama, daquele maldito hospital e de volta ao meu doce, doce lar e para a minha surpresa, a minha família já está me aguardando, Luís e Ana também.— Ele chegou! — Minha mãe diz ao abrir a porta. Eu saio dos braços da Mônica e abraço a minha mãe, beijando carinhosamente o topo da sua cabeça e logo estou no centro da minha sala, rodeado por todos eles.— Sente-se aqui, filho. — Meu pai pede apontando o sofá atrás dele. Gisele sai da cozinha com lanche e suco para todos. A tarde foi alegre e divertida, regada a sucos de laranja, já que eu não podia beber e muita conversa boa. Em algum momento me sinto cansado e peço licença a todos para ir para meu quarto. O pessoal entende e se despedem. Enfim estamos sós. Penso mais animado. Deus do céu! Pensei que eles nunca iriam embora. Seguro a mão da Mônica, assim que ela fecha aporta e volta a sala e seguimos juntos para as escadas.— Posso te pedir uma coisa? — falo quando me deito cuidadosamente na ca