Minha Luna Encantada
Minha Luna Encantada
Por: Romislaine Corrêa
capítulo 1

" Vai Jonas,mais forte"...

" Xi querida, alguém pode ouvir"...

Essa sou eu, vendo a cena mais aterrorizante da minha vida.

Eu Izobelle Cunis, tenho vinte e quatro anos, bem, nunca me considerei feia, pelo contrário, tenho um metro e setenta e cinco de altura, sessenta e nove quilos, cabelos pretos e olhos castanhos, mas aqui neste momento, estava vendo meu noivo Jonas e minha meia irmã Layla transando no meu jantar de noivado, no salão a baixo de nós, está cheio de pessoas comemorando minha felicidade, eu estava a procura de Jonas quando cheguei até aqui, trazida pelos sons.

Engulo a bile que amargava a minha boca, claro como nunca prestei atenção nisso.

Idiota que sou, olhando para o passado, que passado nada, olhando para até vinte minutos atrás eu podia ter visto a troca de olhares, como eles saíram de fininho, como Layla me tratava tanto na presença dele, quanto na ausência.

Peguei meu telefone e filmei o restante da traição dos dois, eu estava tremendo então tenho certeza que o vídeo vai ficar tremendo também, minha garganta apertava e meu estômago estava embrulhando.

" Aí amor, isso, eu estou....

" Eu te amo Layla "...

E assim eles terminaram.

" Vou ao banheiro, você desce e começa a andar pelo salão para que todos te vejam".

" Tudo bem querido, sabe, já estou de saco cheio de você com essa história,porque não larga ela e assume nosso amor".

Ele foi até ela e deu um beijo nos lábios dela, sabe, ele nunca me beijou assim.

" Você sabe que não posso, o senhor Beneditt virá a cidade e preciso dela para receber uma grande oferta para minha empresa".

Agora tudo faz sentido, saio dali rapidamente antes que me vejam, meus joelhos tremem e minhas mãos estão suadas

Izobelle Cunis, essa sou eu, diretora executiva das indústrias AB Ltda, a maior empresa têxtil de Withevallen, norte dos Estados Unidos.

Alexander Beneditt dono da empresa virá ao país essa semana e uma das reuniões eu apresentaria Jonas para ele e com certeza iríamos fechar um grande negócio .

Três anos e foram assim, jogados fora, está certo que nesse tempo todo eu e Jonas nunca passamos para a fase final do nosso relacionamento, sabe porque, talvez era somente minha autopreservação me dizendo para não fazer sexo com ele, me dizendo que ele não era o meu par ideal.

Desço as escadas ainda tremendo, coração pulsando e uma raiva incontrolável, mas uma decepção tão grande.

— Izobelle, onde você estava.

Escuto a voz áspera do meu pai.

— Eu, eu estava.

Olho para ele branca.

— O que está acontecendo com você?

Meu pai, Austin Cunis, sabe, houve uma época em que eu era feliz, antes da minha mãe morrer, eu era uma filha amada, uma filha protegida, meu pai era meu ídolo, meu herói.

Mas tudo mudou em uma tarde fria de novembro, mamãe morreu eu só tinha oito anos, ele passou a trabalhar dia e noite e entrou em uma grande depressão, as pessoas diziam que ele morreria em questões de meses já que ele e minha mãe eram muito apaixonados.

Mas um dia, apareceu Helga, com suas três filhas idiotas, um dia eu tinha, um quarto, uma casa, um pai que mesmo ausente ainda era meu pai e de repente, não tinha mais nada, fui jogada para o sótão quando a filha mais velha precisava de quarto só para ela, porque já estava mocinha, minhas roupas já não eram minhas, porque tínhamos que dividir, minha casa já não me pertencia, tudo mudou, até meu pai mudou.

" Izzy, seja uma boa menina e aceite sua madrasta, ela faz tão bem para o seu pai".

" Izzy, não seja mau criada e deixa seu quarto para suas irmãs ".

" Izzy, você não precisará dessa roupa, sua irmã sim".

Há dezesseis anos é assim, sempre sou a terrível Izzy, que vê a madrasta má, enquanto ela faz o pai feliz.

— O que foi querido?

A voz de Helga invade minha mente.

— Não sei, ela está assim esquisita.

Olho para as escadas e Layla descia sorridente.

Minha cabeça gira e vejo lá em cima no canto, ele olhando para baixo.

Endireito minha coluna e arrumo minha aparência.

— Nada, papai, só preciso de água.

Falo e saio de perto o perfume doce de Helga me deixa enjoada, mas antes de passar por ela, ela segura o meu braço apertando tão forte que tenho certeza que vai ficar roxo.

— Seu pai gastou uma grana com esse seu jantar de noivado, então não estrague se não acabo com você.

Ela diz e puxo meu braço onde suas unhas o arranha.

Como posso ter deixado minha vida tomar esse rumo, conheci Jonas na universidade eu trabalhava em três empregos para me sustentar enquanto as minhas irmãs tinham a universidade paga, um dia esbarrei em Jonas no corredor, trocamos flerte e beijos durante um ano e aceitei namorar com ele, quando entrei na AB como a melhor formanda em um estágio fiquei feliz, ele também, pensei que tinha encontrado o amor da minha vida, uma forma de sair de casa, já que meu pai dizia que filha não mora sozinha sem se casar.

Dois anos, três anos e nunca deixei ele avançar para a parte dois, agora sei porque, lá dentro de mim sabia o porquê.

— Oi querida.

Ele beija minha bochecha e meu estômago repugna novamente.

Olho para ele e sorrio.

— Oi.

Ele olha para mim e coloca a mão na minha testa.

— O que está acontecendo, você está pálida.

Balanço a cabeça e engulo uma dose de tequila que eu paguei, ao contrário do que Helga disse eu paguei por tudo isso, é uma pena ter que acabar com tudo.

— Jonas, acho que Izzy bebeu muito.

Layla chega sorrindo com seu dentes brancos como a neve.

Sorrio de volta.

— Tão preocupa comigo irmãzinha, fico tão grata.

Falo forçando minha voz e ela me olha estranho.

— O quê foi, você não é minha irmãzinha, ah, me esqueci, você não é, simplesmente já havia nascido quando Helga apareceu na minha casa com vocês, sem pai, sem teto e sem dinheiro.

Minha pequena vingança por todos os anos que elas diziam que minha mãe se matou porque não aguentou ver minha cara.

Virei as costas e fui até o palco que ali tinha.

Precisava acabar com isso antes que eu me casasse e perdesse tudo que conquistei sozinha.

— Atenção...

Bati no microfone que chiou em estática fazendo todos assustarem, eu não estava bêbada, estava com raiva.

— Boa noite a todos, bem quero agradecer a todos por virem nos prestigiar, quero chamar meu noivo ao palco. Acenei para o desgraçado que olhou para mim, Jonas era bonito, tinha um metro e setenta, cabelos pretos e olhos castanhos, pele branca e era magro, não fazia meu coração palpitar, acho que nunca fez, a vontade que eu tinha de sair da casa do meu pai e viver minha vida me levou a isso.

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