Capítulo 2

Alina

Minha vida irá mudar em alguns dias e ainda não me conformo com o destino que minha mãe escolheu para mim. Minha mãe optou pela cesárea já que ela não tinha mesmo passagem, não era a primeira opção dela, mas... E sou filha única de Irina e Maximus Grahel. Eles fizeram de mim sua princesinha e me trancaram na torre desde pequena.

Minha mãe e sua amiga, traçaram a minha vida e a de Bernardo Storm. Elas estão brincando de Deus unindo nossas vidas. A diferença de Deus para elas é que Deus une os casais fazendo eles se apaixonarem, já elas estão nos obrigando a casar sem sentimentos, sem nem ao menos nos conhecermos.

Não sei quem é ele ou como é, minha mãe me disse mais de não sei quantas vezes que o traria até aqui para que a gente pudesse conversar e se conhecer, mas até agora nada. 

Como eu disse, elas são melhores amigas de infância, e assim decidiram que o filho e filha de cada uma deveria se casar para unir a família e os negócios das famílias. E aqui estou eu, vivendo nessa enorme casa velha com minha ranzinza tia russa para que não possa me apaixonar por ninguém e guardar a minha virgindade para um homem que não conheço e nem tenho sentimentos. 

Enquanto ele está lá solto vivendo a vida dele, eu duvido que ele tenha se guardado para mim. Aqui eu tenho a minha tia Yulia, mas ela gosta que eu a chame de tia apenas, a verdade é que pouco vi meus pais, somente em aniversários e finais de anos por dois dias apenas.

Minha tia é minha referência familiar mais próxima, já que meus pais me aprisionaram aqui com ela. Estou escrevendo em meu diário, tenho tantos que vai ter duas malas só para eles, escrevo para não pensar e acaba que em vários deles tem frases do tipo: 

"Será que ele vai gostar de mim?", "Será que eu vou gostar dele?", "Vou tentar ser uma boa esposa, para que ele se apaixone por mim." , "Será que ele é mais alto que eu?" Algumas eu escrevi quando tinha apenas quinze anos e ainda acreditava no conto de fadas. 

Minha mãe havia me prometido que no natal de quatro anos atrás eu iria conhecer o meu noivo, me arrumei toda e usei o batom que a tia me deu, ela disse que combina com meus cabelos negros e olhos castanhos esverdeados, que meus lindos lábios carnudos precisavam daquele vermelho carmim para deixar tudo em harmonia. 

Me arrumei até demais e no final minha mãe disse que ele decidiu viajar para passar o feriado na casa de um primo. Me senti a maior idiota de todas. Estou ali escrevendo em meu diário distraída até que sinto uma mão suavemente em meu ombro.

— Vou sentir tanto a sua falta, minha sobrinha. Sei que sou ranzinza às vezes, mas fui infeliz no amor e você sabe disso. Acabei velha e sem filhos. Somente um filho de outra irmã minha vem aqui me ver e tenho você.

— Eu também vou sentir sua falta, tia, mesmo sendo ranzinza. Não conheço meu futuro marido... E se ele for mal comigo?

— Você volta e eu te protegerei! Ninguém fará mal a você enquanto estiver ao meu lado.

— Vou sentir tanto a sua falta. 

Estou abraçada com a minha tia e Alice entra sem bater como sempre... Alice tem a mesma idade que eu, estudamos na mesma escola. Ela era solitária e eu também e acabamos virando melhores amigas. Uma não vai a lugar nenhum sem a outra.

— Vocês poderiam me chamar. Quero abraço também. — Alice reclama, ela adora a minha tia.

Ela se j**a e me abraça e minha tia puxa nós duas para seu peito acolhedor com cheiro de talco de lavanda.

— Tenho que ir agora... A cozinha não é a mesma sem mim, a cozinheira ama quando eu ajudo ela. Até mais tarde, minhas meninas.

E se passa alguns minutos e Alice não tira seus olhos de mim.

— O que foi, amiga?

— Fala pra mim que você usou? Eu te dei para que soubesse como é a sensação de um orgasmo para não fazer feio na sua noite de núpcias com seu marido.

— Alice? Eu... Não usei. Não tenho coragem. Eu mal me toco para me lavar. Não vou fazer isso. E sua mãe vai te matar quando descobrir que você se entregou para o seu namorado secreto.

— Já te falei que quando eu terminar o ensino médio nós vamos nos casar. Ele me envia várias cartas por dia dizendo estar com saudade e que não vê a hora de nos casarmos e termos nossos filhos.

— E se seus pais te deserdar? Você vai querer casar com ele assim mesmo?

— Trabalharei com ele dando o melhor sorriso de todo o mundo a cada cliente que chegar e irei desejar "bom dia ou boa tarde" sempre com humor. Não importa se estarei na mansão ou na humilde casa de poucos cômodos dele, eu quero estar com ele.

— Foi na casa dele que vocês... Você sabe.

— Sim! Eu disse para minha mãe que iria passar o dia na biblioteca principal estudando para uma prova que era muito importante. Mas passei o dia fazendo amor com ele. Primeiro fizemos um lindo buquê no pequeno jardim dele e eu acabei me sujando de terra, ele me deixou usar seu banheiro que fica em seu quarto, sai enrolada em uma toalha já que minha roupa estava secando depois que ele lavou e eu achei tão fofa a reação dele ao se virar e tapar os olhos. Fui até ele e o puxei para um beijo e disse que queria ser dele.

— Doeu? Ouvi dizer que dói um pouco quando eles.

— Na verdade, senti uma pressão em minha intimidade quando ele penetrou em mim e uma dorzinha longe quando meu hímen rompeu, mas depois foi só prazer, ele foi muito cuidadoso comigo me perguntando se eu estava bem e se estava doendo muito, mas naquele momento eu só queria ele cada vez mais fundo dentro de mim.

— Você é doida, mas pelo menos vocês se amam... O que não é meu caso.

— Use o presente que te dei e no momento em que estiver com seu marido saberá quando chegar o seu prazer.

Ficamos ali conversando mais um pouco e ela vai embora se preparar para o jantar e eu também vou para o banheiro tomar meu banho e penso: Alice tem razão. Eu nem conheço meu próprio corpo porque minha mãe dizia que eu não podia fazer isso ou aquilo porque perderia minha virgindade. E eu mal me toco no banho para me limpar. Hoje será diferente.

Dou início ao meu banho, mas hoje não será no chuveiro, assim que meu banho na pequena banheira está pronto eu entro e me sento ali, nervosa tento me deitar e quando consigo olho para o pequeno adereço que Alice me deu. 

Mas não pego ele, primeiro decido me tocar para saber como é a sensação, passo meus dedos entre os lábios de minha intimidade e aquilo me deixa excitada, não sei direito o que fazer, mas me toco mais uma vez onde senti um prazer especial. 

Olho novamente para o pequeno adereço e ligo na intensidade que Alice havia me mostrado e aquilo vibra em minha mão, fecho meus olhos e coloco ele bem no ponto mais sensível, não aguento, faço movimentos circulares com o pequeno brinquedo e logo vejo estrelas dentro do pequeno banheiro. 

Minha intimidade contrai tanto desejando algo ali se movendo dentro de mim que perco o ar, e em um momento de prazer e luxúria cruzo minhas pernas trêmulas enquanto um orgasmo arrebatador atravessa meu corpo e sai pela minha intimidade. 

Aquilo foi tão bom que perdi o medo e repeti mais algumas vezes, parei exausta e com minhas pernas trêmulas e pela primeira vez pensei na minha noite de núpcias com Bernardo. Será que ele vai ser romântico e cuidadoso como o namorado da Alice? Me visto e desço para o jantar.

 Ao encontrar Alice na escola ela pergunta curiosa:

— Sua pele está diferente? Trocou o creme facial? Sua pele está com brilho. Já sei, você trocou a sua base?

— Alice! — Puxo ela para um corredor curto que dá para uma janela — Eu usei... E foi muito bom. — Aos sussurros conto para ela que pela primeira vez me masturbei e ela vibra.

— Amiga, que bom. Agora você saberá como reagir quando você estiver... Na cama com seu marido.

— Fale baixo. Ninguém pode ouvir, sua maluca. — Ela me olha um pouco triste e fala:

— Uma pena você voltar para os Estados Unidos, eu não sei como vai ser ficar aqui sem você.

— Eu já estou tão acostumada a viver aqui que ir para lá me deixará muito triste. Não me vejo tendo uma vida lá.

— Vamos aproveitar os últimos dias que nos resta para curtir nossa amizade.

E assim foi nos meus últimos dias ali onde foi minha casa por tantos anos. Alice dormiu no meu quarto as últimas noites e ela me contou com mais detalhes tudo que aconteceu entre ela e seu amado namorado. 

Como se apaixonaram e até onde esse sentimento levou eles, Maksim tem vinte e oito anos, mas ama Alice intensamente. E agora todo final de semana ela fala para os pais inventando algo para fazer e passa as tardes se amando com seu amor.

Chega o dia da despedida e eu não estou bem... Já acordei chorando pois minha estadia aqui chegou ao fim e tenho que ir embora para me casar com um estranho.

— Sua mãe e seu pai já estão falando com a sua tia. Amiga, me liga todos os dias e eu quero chamada de vídeo.

— A tia já passou essa parte da manhã comigo e essa última uma hora com você me fez bem. Eu farei de tudo para vir passar pelo menos um mês aqui com você e com a minha tia.

— Venha mesmo ou vou até os Estados Unidos para te dar uma surra.

Sorrimos e terminamos a conversa com um abraço... Na saída encontro meus pais e minha mãe parece irritada.

— Duas malas só para cadernos, Alina? Isso é sério?

— Mãe, não são cadernos. São diários, e eu não saio daqui sem eles.

— Mas porque não baixou um app diário como os jovens de hoje fazem?

— Irina, deixe a menina. Não está vendo que ela está sofrendo por deixar sua amiga. — meu pai fala.

— Tenho apenas uma próxima, pai, que vou sentir muita falta dela. 

Entro no carro que nos leva direto para o aeroporto, embarco no avião e quando ele aterrissou em Boston sinto falta imediatamente de tudo na Rússia.

— Pronto. Estamos finalmente em casa. Agora você vai para o seu quarto e vai tomar um banho, tem um vestido já te aguardando e prenda seu cabelo apenas no lado direito. Faça uma maquiagem leve, mas com um batom marcante, não esqueça de deixar seus lindos olhos em evidência. Hoje seu noivo se apaixona por você.

— Mãe... — Como não estou afim de discutir falo para ela: — Precisa ser hoje? Estou cansada da viagem.

— Você queria tanto conhecer seu futuro marido e agora não quer ir? Mas você vai. Te esperamos às sete horas em ponto lá no carro.

Subo para o meu quarto e tranco a porta, vejo o vestido, as jóias, tudo em cima da minha cama... Vou direto para o banheiro e decido que preciso relaxar. 

Depois que entro na banheira, relaxo uso meu novo amigo para me proporcionar outro orgasmo e não querendo muito termino meu banho, ao me vestir percebo que o vestido está marcando todo o meu corpo e meus seios estão mais evidentes, minha cintura pequena faz meu bumbum parecer maior. 

— O que a minha mãe pretende me vestindo assim? Que seja. Estou pronta e vou descer. — Meu pai ao me ver fala:

— Ela é a sua cópia quando você tinha essa idade, meu amor. Linda como a mãe.

— Nós caprichamos, não é, amor?

— Alguém vai me dizer por que estou vestida como uma acompanhante de luxo?

— Não fale besteiras! Vamos logo.

Minha mãe entra no carro e eu entro logo em seguida... Quando chegamos na mansão dos Storm meu coração erra uma batida, aqui é tudo muito extravagante e só agora me dei conta de que nunca visitei a casa da amiga da minha mãe. Entramos e minha futura sogra vem ao nosso encontro.

— Minha linda futura nora. Nossa que mulher linda você virou.

— Obrigada... — Meu futuro sogro também vem me cumprimentar, mas o tal noivo ainda não e fico tentando imaginar como ele é.

— Minha linda. Você é a cópia exata da sua mãe.

— Obrigada. 

Eles conduzem a gente até o meio da sala e não vejo muitas pessoas aqui, porém nenhum deles parece ser o noivo em questão. Até que minha visão pega um homem descendo a escada, seus cabelos loiros escuros contornam bem com o corte que tem uma franja curta caindo pelo lado esquerdo do seu lindo rosto bem desenhado. 

Ele tem olhos azuis profundos e seu corpo tem músculos, mas não exagerados, ele é alto para mim que tenho apenas 1,60. Ele não tira os olhos de mim, porém sempre sério, até que a mãe dele vai até ele e fala:

— Essa é a Alina, sua noiva.

— Meu filho, diga algo para sua noiva. — o pai dele insiste ao perceber o silêncio do filho.

Ele dá uma boa olhada em mim de baixo para cima e depois caminha lentamente na minha direção e quando para na minha frente ele olha para baixo e encontra meus olhos curiosos enquanto fala:

— Boa noite, Alina.

Ele sai de perto de mim do mesmo jeito que chegou e seu perfume me deixa tonta. Ele será meu marido? Que homem lindo. Parece um deus grego. Pensei que ele iria querer me conhecer ou algo assim. Ninguém fala nada e a noite continua até que eu vejo o Bernardo ir para uma direção da casa, mas ele olha em volta como se estivesse guardando um segredo.

Decido seguir ele, mas me escondo quando ele vira para olhar para trás, ele sai por uma porta e quando eu abro ela vejo um lindo jardim, mas não consigo ver ele em lugar nenhum. Decido procurar por ele, depois de poucos minutos começo a ouvir uns sons vindo de uma parte do jardim que tem uma cerca viva alta, caminho até ali e quando me aproximo eu escuto ele falar:

— Me aperta mais um pouco, amor. Nossa, como você é gostosa. Huuummm... Isso.

Caminho mais um pouco e não acredito no que estou vendo. Ele está com uma mulher loira e eles estão se beijando, se apertando um no outro quase... Meu corpo treme e meus olhos ardem. 

Ele olha para mim ainda segurando a cintura da mulher e seu corpo vai de encontro com dela com mais força e ela geme e grita ao mesmo tempo dizendo que

está excitada, ele não tira os olhos dos meus e continua quase fodendo a mulher até que saio dali correndo desejando nunca ter visto isso. Eu não vou me casar com ele.

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