Despertei numa enorme cama vazia. Apalpei onde antes estava deitado um homem e só encontrei o gelado dos lençóis, vazios.Por algum motivo, desconhecido, meu coração resolveu acelerar e mil coisas se passaram pela minha cabeça.Ele deve ter se arrependido de ontem.Mas ele foi simplesmente embora? Me deixando sozinha na casa dele?Não é possível, ou era?!Senti o sangue ferver e me joguei para fora da cama. Peguei meu celular na mesa de cabeceira e acendi o visor, o relógio marcava 6h30 e o sol já queimava através das persianas fechadas.Disquei o número dele, mas desisti de ligar assim que avistei o aparelho dele em cima da escrivaninha do quarto.O filho da puta não levou nem o celular!Balancei a cabeça, incrédula que isso realmente estava acontecendo.Andei furiosa pelo apartamento procurando minhas roupas, encontrei algumas delas no chão da cozinha e foi novamente para o quarto para me trocar.— Como ele pode sair assim? — Bufei, de raiva. — Ele só foi embora?! Me deixando sozinh
Cecília está terminando de se arrumar no quarto. Já eu, estou na varanda da sala, fumando um cigarro.Não é muito habitual me ver com o cigarro na mão, mas estou precisando me distrair com algo, que não seja ela.Chegar depois de quase 2 horas de academia e vê-la desorientada, querendo ir embora, porque achou que eu tivesse ido embora, me deixou desnorteado o resto do dia. Não achei que tinha passado essa impressão.Não sou esse tipo de cara, nunca fui na verdade. Nunca brinquei com os sentimentos de ninguém e nunca fui o típico mulherengo, nunca gostei desse estereótipo.Sexo nunca foi algo que girou em torno da minha vida. Claro que eu gosto de transar e muito. Sei que não sou inexperiente no assunto. Mas não vivo em função disso. Consigo passar um bom tempo sem transar.Estarei mentindo, se disser que não me abalei ao notar que ela pensou dessa forma em relação a mim. Não posso culpa-la. Afinal, ela acordou numa cama vazia e sem sequer uma explicação plausível para isso, por mais q
Theo pousa a mão carinhosamente na minha coxa, trilhando um caminho imaginário com o polegar em minha pele, me causando pequenos arrepios. Ele está concentrado na estrada, a mão que pousa no volante batuca lentamente em sincronia com a música que toca baixo no rádio.Por mais que sua postura esteja relaxada, sei que ainda está pensativo e sinto um comichão dentro de mim, dobrando o tamanho, por não saber o real motivo disso.Sei que não posso pressiona-lo com isso, ele não funciona dessa forma, na hora que se sentir à vontade ele vai falar.Ou, não.Acabamos nos atrasando quase 20 minutos, devido a nossa brincadeira no banheiro. Mordo o lábio inferior ao me lembrar do sexo que tivemos a alguns minutos atrás.Ele me pressionou na bancada do banheiro e me fodeu enquanto olhava meu reflexo pelo espelho. Em nenhum momento desviou os olhos dos meus e me forcei a não fazer o mesmo com ele.Seus olhos, por mais profundos que fosse as cores, conseguia enxergar claramente os sentimentos que te
É hoje.E eu só me dei conta quando vi a data no visor do celular.Passei o caminho todo até o restaurante pensando, perdido em lembranças e memórias, como todos os anos, desde que eles morreram.Não havia contado tudo para ela e nem sei se algum dia conseguiria reviver essas lembranças. As únicas pessoas que sabiam de tudo era; o Arthur e meus padrinhos, no caso, pais dele.Não consegui contar para mais ninguém.Não conseguia admitir em voz alta tudo que ocorrerá, por mais que todos dissessem que não era minha culpa. Que não fizera nada de errado.Não havia um único maldito dia em que eu não me culpava por perde-los.E hoje faziam exatos 7 anos desde que os perdi.Ainda doía como um inferno. Todo ano sentia meu coração se despedaçar um pouco mais e a culpa criar cada vez mais raiz dentro de mim.Arthur sabia bem como era essa data para mim e por isso todos os anos, desde que eles morreram a gente sempre saia, na verdade; ele sempre me forçava a sair de casa.Se não fosse por ele, já
Já eram quase 2h da manhã quando optamos em encerrar a noite. Ao menos eu e a Cecília. Arthur e Isis ainda estenderiam por mais algumas horas.Estavam querendo ir para a balada.— Vamos gente? — Isis implora para nós, com direito a beicinho e tudo mais. — Amanhã ainda é domingo e só teremos aula na terça.— Hoje não, miga. — Ceci murmura, colocando um dedo na boca como se pedisse silêncio. — Shiu! Acho que estou só um pouquinho bêbada para isso. — Ela aperta o indicador e o polegar, gesticulando.Ela claramente está bêbada.Balanço a cabeça e solto uma risada baixa.— Mas o Theo não pode saber. — Ela dá de ombros. — Senão ele não vai querer transar comigo hoje. — Ela solta uma risada contida.Apoio a testa na mão, escondendo a risada que escapa de meus lábios.Essa mulher é demais.— E eu tô com libido demais para ir dormir sem nada.Arthur e Isis gargalham com as peripécias da amiga.Por mais que eu realmente queira transar com ela até faze-la me implorar por mais. Não vou fazer nada
Theo fez amor comigo. Pela primeira vez depois de muito tempo, eu me senti amada.Ele me beijou como se fosse a primeira vez que seus lábios tocavam o meu. Me tocou como se eu fosse a joia mais preciosa e delicada que tinha em seus dedos.Me olhou como se eu fosse a única pessoa na face da terra que lhe importava.E me amou como se nunca tivesse amado mais ninguém.Nosso sexo começou na caminhonete e depois dele me provocar um orgasmo, ele se afastou e dirigiu até o apartamento. Sempre com os dedos em minha perna, sempre me tocando de alguma forma. Beijava meus dedos, me olhava sempre que o farol fechava. O sorriso estampado nos lábios e um brilho único no olhar.Quando chegamos ao seu apartamento, ele me beijou até que eu não conseguisse sentir meus lábios, até que minha boca ficasse com um tom único de vermelho. Ele beijou cada milímetro de pele em meu corpo, acariciou cada centímetro de mim, como se pudesse tocar com as mãos o meu coração, como se entendesse minha alma.Ele me amo
Ela ainda vai acabar comigo. Cecilia está ao meu lado na bancada da cozinha. Veste apenas uma camiseta minha e calcinha. Tento manter a concentração nas panquecas que estou fazendo no fogão.Mas está impossível.Sua bunda aparece toda vez que ela inclina os braços para pegar algo no armário, ou quando se abaixa para pegar algo e a ereção entre minhas pernas está começando a me incomodar.Ela cantarola ao som da música que sai pelo alto falando da caixa de som portátil e rebola o quadril em sincronia.Deus, isso deveria ser pecado.Sua bunda branca tem alguns hematomas devido a brutalidade que transamos nos últimos dias e isso só faz aumentar ainda mais meu tesão.Foco minha atenção na panqueca que está quase queimando. Olho dentro do pote de massa e agradeço mentalmente por já estar acabando.Por que diabos fui inventar um café da manhã tão demorado?Ela termina de preparar o café e o serve em duas xicaras.Respiro aliviado sentindo o cheiro de cafeína entrar pelas minhas narinas e s
O sol aquecia minha pele, mesmo estando debaixo da arvore. Theo está com a cabeça deitado em meu colo e um livro nas mãos, alguma ficção cientifica. Já eu, estou recostada na arvore e com meu kindle entre os dedos, lendo um ótimo romance água com açúcar. Mesmo amando livros físicos, ter o kindle é muito mais prático. Além de ser leve, consigo carregar milhões de livros, apenas a um toque dos dedos. E eu não preciso ficar com as duas mãos ocupadas segurando o livro, com isso, consigo acariciar os cabelos dele. Deus, como eu amo enfiar os dedos entre os fios macios do cabelo dele. É o meu mais novo hobby predileto. E sei que ele ama também, só pela forma que respira. Tão relaxado e calmo. É algo simplesmente terapêutico para ambos. Apoio o kindle nas pernas e estico os dedos até a pequena cesta de palha que trouxemos, pego a taça de vinho que deixei ali em cima e tomo um pequeno gole. Theo optou por cerveja e tem uma longneck ao seu lado, apoiada no quadril e de tempos