Capítulo 3 Remédios

Malyska

__ Se deite Malyska. E, me conte o que está acontecendo afinal? Achei que você já tivesse superado suas crises, por esse motivo que suspendi os remédios, mas pelo visto terei que voltar com a prescrição.

Remédios. Eles me deixavam sonolenta!

Por causa deles quase não interagia com meus poucos amigos. Pareciam me consumir completamente a alma, corpo e, minhas energias sumiam praticamente toda se esgotando completamente me tornando em um estado semelhante a uma planta vegetativa.

Relatei a ela meus sonhos, as visões que começaram no chuveiro se findando naquela cama chique de solteiro em seu consultório. Ela levantou uma de suas sobrancelhas bem feitas enquanto fazia anotações em seu caderninho Preto. Dra. Estranha tinha vários espalhados em suas gavetas modernas de prateleiras bem organizadas em seu consultório.

A observo escrever mais alguma coisa, a ponta da caneta deslizando por sobre o papel, desenhando as letras perfeitas em um minucioso resumo da minha saúde mental. Os gatilhos comecavam a se manifestarem com os ponteiros do relógio antigo que corriam em sua trajetória para marcar o tempo.

Mas em meus ouvidos eram como se fossem pequenos zumbidos incomodando o meu equilíbrio. Meus dedos gélidos se agarram a beirada da cama, como se ela fosse um talismã, capaz de repilir as inimeras sensações ruins que viriam após os tremores arrepiantes que percorriam ao longo do meu corpo, passando me a impressão que ele iria colapsar.

Dra. Estranha para de escrever parecendo presentir o mal que tentava me possuir novamente. Se levanta de sua poltrona vindo em minha direção, se curva à minha frente, olhando nos meus olhos, ela estala seus dedos e, podia jurar que vejo uma fumaça com minúsculas fragmentos se desprendendo dela.

__ Malyska!__ ela persiste, até que meu corpo relaxa e, rapidamente volto ao normal lhe encarando com minha testa enrugada. A vejo fechar os olhos levando dois dos seus dedos a sua testa parecendo lhe fazer uma rápida massagem.

Dra. Estranha se vira para sair do seu escritório, enquanto ela caminhava para encontrar minha mãe e, Charles.

Desço meus olhos para o chão, prestando atenção nos seus saltos finos e, em sua calça de brim social com botões brancos e, Brilhantes, poderia jurar que eram de diamantes ou no mínimo Ouro Branco! Camisa de viscose com o jaleco branco dando um acabamento final.

Estávamos em sua fazenda a clínica mais procurada da cidade, aqui a doutora se estabilizou. Formou um centro de reabilitação e regeneração da mente, tratamentos de depressão, ansiedade, traumas, acidentes e perdas de entes queridos . A clínica da Dra estranha resolvia até mesmo causas impossíveis como a minha.

Sala da Dra Estranha

__ Precisamos conversar!__ Trenytha da ênfase ao que queria.

__ Então Doutora, como ela está?__ Trenytha encara Lotus, totalmente descabelada.

__ Sério, que você está me perguntando isso!? Está evidente que Malyska não está bem! Não sei onde eu estava com a cabeça quando aceitei te acompanha pra esse mundo e... ocultar a mente e, odor da Malyska!

__ Shiiiii! Ela pode ouvir. E você aceitou por ganância, sabia que nesse mundo poderia usar seus dons pra ser muito bem sucedida! Agora não me venha com arrependimentos.

__ Não, ela não poderá nos ouvir!__ Trenytha b**e a ponta de um de seus saltos no piso de Cerâmica, impaciente cruzando seus braços com o caderninho na mão que continha os relatos de Malyska__ ela está tendo visões, seus poderes estão aflorando cada ano que se passa, mas agora estão mais fortes. Afinal, ela é filha de um dos Titãs mais poderosos do nosso mundo. Aceitei por pensar que seria mais fácil de lhe dar com a mente dela, mas sua aura é grandiosa, igualmente a do seu pai.

__ Como assim... Tendo visões?

__ Visões do passado e, futuro e, pra complicar está misturando algumas.

__ Droga!__ Lotus caminha de um lado para o outro com seus olhos vidrados além da janela, o vento sacudia o topo das árvores, trazendo um nevoeiro agorento.

__ Precisa devolvê-la, não tem que ser você, só envie alguém para deixá-la em Kritos e, mande uma mensagem para seu pai. Dizendo onde ela está, então poderá viver em paz com seu companheiro aqui entre os humanos.

__ Não! Malysca é minha filha, Blezzard nunca saberá aonde ela está. Aumente a dose das porções... ou melhor. Faça uma que seja mais forte! Assim, conseguiremos prender sua aura dentro dela novamente. E refaça o feitiço de ocultação__ Lotus caminha até a Doutora, fixando seus olhos eloquentes nela.

__ Você está louca! O feitiço só poderá ser feito novamente daqui a seis mêses. Malyska já tem sérios distúrbios mentais: falta de lucidez, descontrole de suas emoções, instabilidades corporal. Se quer matá-la!? Por que não faz logo de uma vez, em vez de ficar lhe torturando desta forma!

__ Não quero matá-la ou do contrário não a teria tirado das mãos da minha mãe. Se não tem como fazer o feitiço, procure aumentar a dosagem da porção! Não podemos ser pegos, ainda mais depois de tanto trabalho, não me conformo em perdê-la.

__ Vou ver o que posso fazer, mas preciso de alguns dias para fazer uma porção mais eficaz, mas te alerto que pode haver sérios danos ao corpo de Malyska. Sua aura não quer mais ficar aprisionada e, fará de tudo para romper as grades da porção que estão lhe prendendo. Dentro de alguns meses sua loba despertará e, lhe afirmo, não conte comigo nesta hora, ninguém segura uma Soberana Alfa Titã em sua fase adulta.

Proferindo essas últimas palavras a Lotus, Trenytha sai lhe dando as costas. O tempo estava se esgotando e, Brisaz sabia disso, ela eleva seus olhos para seu companheiro, ele a puxa para seus braços em um conforto silêncio. Sua fêmea era teimosa e, ia contra qualquer situação, mas pela primeira vez desde que planejaram essa loucura.

Kaysk viu medo nos olhos de Brisaz, ele apenas pedia a deusa Lua que desse sanidade a mente de sua amada, pois do contrário eles estariam perdidos.

O tempo da transformação de Malyska estava próximo, a loba de um laycan comum já era forte. Agora imagina a de uma laycan herdeira Titã?

Tempos difíceis estavam por vir, Trenytha tinha razão em estar preocupada. Só um louco não estaria!

Mas Kaysk não iria sair do lado de sua companheira, mesmo que isso significasse a sua morte.

Malyska

Uma enfermeira me trouxe remédios acompanhado por um copo com água, biscoitos de chocolate caseiros. Sempre que visitava a Dra. Estranha, ela me dava cookies de chocolate e um copo com leite. Eles eram deliciosos!

Apesar de que, sempre que os terminava de comê-los me darem... uma sonolência costumeira.

Mas essa sonolência era devido aos remédios e, agora em vez de um eram dois, eu os iria tomar por agora, mas em casa deixaria um de lado não queria minha vida baseada em remédio.

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