Malyska
Os tempos de aulas pareciam passar se arrastando naquele dia tudo por causa da Feira da comilança. Nossa diretora sempre reservava os dois últimos tempos para a feira, pois ela queria que os alunos conseguisse aproveitar ao máximo, todos os tipos de comidas e doces oferecidos na feira. Neste dia todos os alunos esperavam com ansiedade, ainda mais que nos anos passados. O tic tac zuninha em nossas mentes, os olhos cheios de expectativas, presos no Senhor do tempo que se encontrava grudado na parede. Aguardando seu fiel servo, terminar de fazer sua jornada, a última volta para que ele, o tão esperado minuto se concluísse. Quando o servo finalmente soa seu último tic. O sino toca, nos contagiando com a felicidade em gritos de alegria sob o olhar sorridente do nosso professor, mas sem perder a severidade para que pudéssemos exercer a educação que aprendemos tanto em nossa casa como na instituição. Belalinda se levanta do seu lugar, sentando sobre a minha mesa enquanto tirava um pirulito da bolsa, falando sem parar, removendo a embalagem. __ Desce Belalinda, sabe que é proibido se sentar nas mesas de aula!__ ela me olha sorrindo colocando o pirulito na boca sem nenhuma preocupação. __ Relaxa Malyska, a aula acabou. __ Mesmo assim, tem que manter as regras. E vamos logo, não quero perder nenhum detalhe da Feira__ a arrosto de cima da mesa, nossos novos colegas de classe chegam. __ Algum problema?__ eles nos olhavam curiosos. __ Não liguem, Belalinda gosta de chamar atenção., mas neste exato momento quero ir a feira. E não estou nem um pouco a fim de acompanhá-la em seus joguinhos__ finalmente consigo tirar minha amiga da sala de aula, às vezes ela era impossível. Caminhamos por entre os corredores apertados que separavam as barracas. Cada ano que se passava, elas ficavam ainda mais chamativas. As barracas enfileiradas abaixo dos Ipês, mostravam as diversidades de comidas típicas que existiam na feira. Tapiocas recheadas tanto doces quanto as salgadas, enfeitavam as bandejas decoradas com folha de bananeira e, muitas flores. Vinhos de Pátoa, buriti, açaí, ginipapo e vários outros... Geleias, compotas, queijos, bejus... Se fosse fazer gosto levaria a fera inteira. Belalinda comprou uma tapioca recheada com queijo, carne seca, banana da terra frita e, requeijão caseiro por sobre a bagunça toda. Decorada com finas fatias de tomates, cebolinha em palha cortada finíssima. E uma de chocolate artesanal derretido que escorria banhando os morangos vermelhinhos os cobrindo completamente. As massas eram variadas e, eu adorava as com castanha do Pará ralada, pareciam deixá-las ainda mais saborosas. Já nossas amigos novatos, ficaram perdidos, mas Belalinda os ajudou em suas escolhas também. Tudo estava perfeito! D. Adelaide, trouxe seus saborosos sorvetes! Minha boca degustava em antecipação, mas a fila estava enorme. Não era de se adimirrar, os sorvetes dela eram artesanais e, muito famosos em toda região. Findei desistindo do sorvete caminhando até onde os outros estavam, Belalinda mastigava com gula um espetinho de bolinhas de tucumã e, cupuaçu revestidos de chocolate. __ Falei pra você que deveria ter encomendado um pote pelo zap, era só chegar e pegar com o atendente__ minha amiga me relembra com dificuldades em falar, pois os doces em sua boca atrapalhavam a sua voz sair com nitidez. Mas sabia o que ela queria me dizer, mesmo sendo muito tarde para isso. Ela sabe que sou esquecida! __ Esquece vai, não vou estragar essa oportunidade__ Belalinda da de ombros, afirmando que tudo bem pra ela. Eu não queria mesmo, era estragar esse dia que estava sendo muito diferente para mim. Nunca havia recebido permissão da minha mãe para ficar de bobeira com a minha melhor amiga perambulando por aí, por isso queria aproveitar. Pode ser loucura da minha cabeça, mas pra mim era como se estivesse sendo observada pois sinto um arrepio subir por minha coluna o tornando eletrizante por todo o meu corpo, alguém nos observava. Não sei explicar poderia ser aquele sexto sentido que todas as mulheres falavam ter. Olho para todos os lados e não consigo ver ninguém, a sensação me deixa agoniada sendo uma distração me fazendo se chocar contra uma parede. Mas... Que parede! Nunca ouve uma parede neste caminho para o pátio de eventos da escola! Ho dó! meu copo de suco é amassado com o impacto, fazendo todo o líquido ser derramado sujando toda a parede. Bem, pelo menos eu pensava ser uma parede. Paredes tinham pés? E a verade me veio ao levantar meus olhos para o rosto que pertencia aos braços fortes que me acudiram, me segurando ou do contrário teria me espatifado toda no chão. Que sensação agradável e reconfortante em poder sentir o calor que emanava daquele corpo os olhos penetrantes negro como a própria noite. Com um brilho rápido percorrendo neles mas que sumiu logo em seguida despertando minha curiosidade. __ Tenha mais cuidado!__ Nossa que voz! Rouca e... dominante me deixou hipnotizada mesmo que estivesse me criticando. __ Você apareceu do nada, igual a uma montanha. E, eu que tenho que prestar atenção? __ Porque eu estava irritada? Seria por ele ser lindo ou por saber que nunca teria chance com alguém como ele? __ E vocês. O que estão fazendo? Ele nem se deu ao trabalho em me responder, direcionando sua atenção para os dois novatos, também não me importava. __ Nós estamos nos enturmando. Não foi essa sua recomendação? Fazer Amigos e se misturar? O bonitão arrogante olha deles para mim e termina fixando seu olhar em Belalinda. Ótimo mais um para a sua lista de fãs! __ Hum e, você quem é?__ Ele se aproxima da minha amiga sem desviar seus olhos do rosto dela. Me senti estranhamente traída e, super constrangida, diante da intensidade com que ele a encarava. __ Belalinda, muito prazer. E, o seu qual é?__ o estranho parecia avaliar cada expressão do rosto da Belalinda em silêncio. Podia jurar que havia visto uma luminosidade preenchendo ao redor das suas íris. __ Belalinda já se apresentou, essa é Malyska. Esse é Hysk, nosso irmão, estuda aqui também e, vai passar o dia conosco. __ Interessante__ sussurra Belalinda, brincando com um novo piruto em sua boca, retribuindo o olhar do irmão dos novatos com olhar safado. Algo me dizia que Belalinda iria se divertir hoje e eu, pela primeira vez me senti encomendada. Não só pelo fato do candidato ser bonitão, musculoso e, possuir aquele calor maravilhoso e... Nossa!Eu estava babando! Te controla Malyska. __ Malyska!__ Belalinda me chama com alegria em seu rosto. Acordo do meu instante de luxúria. Mas me arrependo, agora os olhos negros estavam me analisando intensamente fazendo com quê, as bochechas do meu rosto ardessem ainda mais. Sabia, pós as podia sentir queimarem. __ Estou bem. __ Tem certeza? Qualquer coisa te levo pra casa. __ Imagina que vou desperdiçar essa chance de ser livre por mais algumas horas. Vejo nossos novos conhecidos encolherem suas sobrancelhas, eles não precisavam conhecer minhas instabilidades. Queria mesmo era aproveitar aquele momento e, quem sabe Hysk seria a oportunidade de Belalinda se entregar ao amor. Ficarei feliz por ela.Malyska __ Sabia. que o irmão de vocês é um gato!__ eles acenam com a cabeça rindo, Hysk fecha a cara. Como se lhe chamasse de gato fosso uma ofensa. Reviro os olhos, Bela era muito espontânea e verdadeira em tudo o que fazia, mas também não era apenas isso que a diferenciava dos outros alunos comuns. Ela era muito inteligente, apesar de tagarela, não foi à toa que ganhou o primeiro lugar todos os anos pela Sexta vez, o prêmio de botânica.Como mencionei antes, a escola é dona de uma das reservas mais deslumbrantes do Estado, todo ano a diretora Carmelita oferece uma quantia em dinheiro para deixar o concurso mais atrativo aos olhos dos alunos. Por se tratar de um prêmio Botânico.Pois nem todos se animavam com a ideia de criar uma nova espécie de árvore ou flor, mas com o dinheiro em jogo vários nerds da escola se aventuravam, nesta nova etapa de reflorestamento. Belalinda faz pelo amor que tem com a natureza, mas o dinheiro lhe ajudaria a melhorar cada vez mais sua estufa, o
MalyskaA feira de comilasa estava maravilhosa, não me lembrava de um outro dia estar tão feliz em toda minha vida, por algumas horas havia me esquecido de todo os meus problemas e as dificuldades que tinha em minha vida. Os remédios, os ataques frequentes de ansiedade, minha mãe possessiva... tudo esquecido nas fendas entre aquelas barracas, cada sorriso, cada gargalhada da minha querida amiga trolando nossos novos colegas e... claro, ele. Hysk!Algo nele me dava medo, mas também me sentia completamente atraida por ele, a intesidade em seu olhar parecia a todo instante estar nos avaliando, procurando algo, tentando desvendar o desconhecido. Acho que ele não teria muita dificuldade em fazer isso, ja que Belalinda era um livro aberto e tudo ao seu respeito era sempre facil desvendar. Eu... Nada a se descobrir, doente piscicologicamente surtada e... vejo Charles se aproximar. Vigiada constantemente.Ele chega até mim, observando detalhadamente os alunos novos.-- Não se esqueça do hor
LantysA sala de aula é um saco! Não é atoa que os seres humanos são tão ultrapassados e perdidos em seu proprio tempo, sem noção alguma do que podem os assolar. Duvidam de nossa existência nos menospresando contando aos seus filhos simples historias fabuladas, realmente uma ofensa para nos laycans muito superiores a eles.Continuo caminhando ainda com este pensamento em minha cabeça que me deixava furioso, meditando profundamente sobre minha companheira pertencer ao mundo deles.Que droga!__ exclamei em minha mente. Estava tão perdido com aquela descuberta que nem senti meus instintos me alertarem para uma criatura insignificante que veio a colidir comigo, derramando seu suco todo sobre mim. Ainda por cima tenho que ampara la em meus braços pra que ela não caisse e se machucasse no chão, isso se algum osso dela permanecesse inteiro para contar a historia. Já que sua dona era franzina, pequena e extremamente pálida, tanto que me fazia lembrar da lua cheia.Extremamente grande no céu
E quase dezoito anos se passaram. Myaaella se teletransporto para o castelo de Blezzard, o mundo de Kritos se afundou em uma constante era glacial. Os ventos se tornaram arrepiantes, cobrindo todo o reino, demonstrando como estava o coração gélido do soberano.O castelo, estava mergulhado em um silêncio mortal, desde o dia em quê levaram a princesinha. Myaaella precisava falar com o Soberano sem ser morta. Mas como ela faria isso? Ainda lhe era oculto.Enquanto Mycaella caminhava para seu destino incerto, Kalyska tentava tirar sua filha do mundo de sofrimento ao qual se entregou, desde que sua filhote foi raptada.Kalyska, mãe da Rainha Rarysha não conseguia ajudar sua filha com a profunda depressão que se abateu sobre ela, muito menos acalentar seu coração que naquele momento se encontrava, terrivelmente ferido.__ Mamãe não quero! Por favor saia. Quero ficar sozinha__ a voz amargurada de sua filha abalava grandemente o coração de sua mãe, mas ao mesmo tempo a deixava irritada. Ela n
MalyskaEra uma vez... Bem que eu queria que a minha história começasse como em um conto de fadas que houvesse Príncipes, princesas, rei, rainha e, até uma rainha má. Estranho isso, né? Mas para mim não é!Sou uma garota que tenho uma mãe super dedicada, valorosa, meiga e cem por cento integral em mimha vida. Meu pai faleceu em um acidente de carro, servindo ao exército Por isso minha mãe recebe uma grana considerada que nos mantém em uma vida confortável, não somos ricas nem coisa desse tipo.Mas temos um carro popular que a mamãe conseguiu trocar mês passado, uma casa maravilhosa com três suítes, sala, cozinha, dois banheiros. Uma sala de jantar e o escritório da mamãe.As três suítes ficam no segundo andar da casa,, mamãe diz que é bom ter privacidade. Pois ela arrumou um companheiro, o conheceu quando nos mudamos para o extremo interior de Rondônia, ele é professor na minha escola e, da aula para mim, me sinto sufocada constantemente. Voltando a minha casa: no andar de baixo, pa
Malysca Estou caminhando por uma calçada de repente a rua finda no iniciar de uma ponte, as mesmas pedras negras que compõem a rua por onde eu passava, continuavam sua extensão sobre a ponte.Ela era rústica com suas laterais feitas em madeiras entrelaçadas. Caminho vagarosamente, contando meus passos, deslizando as pontas dos meus dedos sobre a madeira molhada pelo orvalho da noite. Ergo minha cabeça elevando meus olhos mais além, sendo arrebatada pela imagem de duas árvores negras e, secas que eram sacolejadas pelo vento. Cada uma delas suspensa sobre uma enorme pedra, parecendo ter nascido ali, sobre a pedra! Mas como isso poderia ser possível?Suas raízes estavam amostra descendo pela superfície lisa das pedras, até se fixarem na terra fértil. Seus galhos se entrelaçavam dando a impressão de estarem se cumprimentando, se tornando em um belíssimo arco. Mas a exuberância não estava nelas e, nem nos dois lobos negros idênticos que se abrigavam logo abaixo delas, no final da ponte,
Malyska __ Se deite Malyska. E, me conte o que está acontecendo afinal? Achei que você já tivesse superado suas crises, por esse motivo que suspendi os remédios, mas pelo visto terei que voltar com a prescrição.Remédios. Eles me deixavam sonolenta! Por causa deles quase não interagia com meus poucos amigos. Pareciam me consumir completamente a alma, corpo e, minhas energias sumiam praticamente toda se esgotando completamente me tornando em um estado semelhante a uma planta vegetativa.Relatei a ela meus sonhos, as visões que começaram no chuveiro se findando naquela cama chique de solteiro em seu consultório. Ela levantou uma de suas sobrancelhas bem feitas enquanto fazia anotações em seu caderninho Preto. Dra. Estranha tinha vários espalhados em suas gavetas modernas de prateleiras bem organizadas em seu consultório.A observo escrever mais alguma coisa, a ponta da caneta deslizando por sobre o papel, desenhando as letras perfeitas em um minucioso resumo da minha saúde mental. Os
Malyska O vento soprava as copas das Árvores na beirada da estrada. Já haviam se passado exatos dois meses desde o meu incidente de ansiosidade. Os sonhos se foram com as visões e principalmente a sonolência, faço tudo tranquilamente pois faltam apenas quatro meses para findar o semestre e concluir o meu ensino médio.Pelo menos, é o que eu quero que eles pensam. No começo tomei um comprimido inteiro, mas percebi que ainda estava sonolenta demais, vegetando pelo meio da casa sem nenhum pensamentos.Minha visão falhava sem clareza, então tirei apenas algumas gramas, as crises de ansiedade pararam, mas as Visões e, sonhos continuaram.Às vezes me retiro para o meu quarto e, finjo dormir a tarde toda para não levantar suspeitos, mas quando olho para o céu veja três Luas principalmente à noite. Banhando seus três reinos com suas luminosidade.Começo a caminhar por entre os habitantes daquele reino e suas florestas e, rios, mas eles não me vêem! Sou como uma ilusão de ótica atravessando