Localização: ???Ikarus Hoover... Novamente, como uma sinfonia infernal. Aquilo emergia do meu subconsciente, para dizer que não devia estar ali ou melhor dizendo, morto. Com meus quinze anos ainda aprendendo a carregar o peso de ser o Alfa, que foi lançado de modo inesperado. O evento que acontecia a cada trinta anos estava prestes a começar, e eu recordava o misto de sentimentos de excitação e ansiedade que sentira naquela época, e que me fez tremer por dentro. Seis alcateias se reuniam no meio daquele palco, que lembrava um teatro da Grécia antiga, enquanto o povo vibrava animado para que se iniciasse algo perigoso. Enquanto minha cabeça estava cada vez mais longe como meu olhar, a única coisa que a minha mente recordava era das dicas que havia recebido de meu tio e meu pai.“Seja um animal selvagem, e defenda-se, se não será a presa!” Nossas roupas eram tangas de pele de animal, com nosso peitoral de fora e desenhos que seguiam a cultura de cada
—Então... e esse? —a voz feminina foi anunciada, enquanto adentrava aquela sala de um apartamento velho cheirando a bebida escocesa e cigarros. —Lembra, é um nove de barriga para baixo.—S-seis? —Respondeu o rapaz de pele rosada, apontando para a placa que Lizzie mostrava a ele.—Isso, você aprende rápido Vincent. Fui até o balcão para providenciar algo para me alimentar, sem atrapalhar os dois. Contudo, foi em vão.—I...Ikarus! —Disse animado ele ao me notar e correr até a mim num abraço. Retribui e me afastei bagunçando seus cabelos.—Pelo menos a Lizzie cara de limão azedo, cortou seu cabelo.—Vai a merda, Ikarus. —Bufou ela que me fez rir enquanto seguia para geladeira e agarrava uma garrafa de leite.Tomei uma golada, até ela arrancar da minha boca de repente.—Para de ser nojento, tem copo. —Disse ela pegando copos para todos, e dando um nas mãos de Vincent.—Da garrafa é mais gostoso. —evidenciei.—Assim vai ensinar o Vincent as coisas erradas. —Pronunciou ela enquan
Logo em seguida... Segui para outro cômodo do apartamento — um espaço diferente dos demais, com um ar denso e abafado por não ter janelas. — A sala havia sido modificada com um acolchoamento nas paredes, cuidadosamente planejado para abafar qualquer som Blake havia transformado parte do próprio lar em uma câmara de interrogatório particular. Me contou uma vez por certa curiosidade minha, entre um gole de café amargo, como sempre gostava, e outro, que durante a construção do apartamento, disfarçou o projeto para os arquitetos, dizendo que queria uma sala para ensaios musicais. Um lugar para tocar guitarra, segundo ele. Uma desculpa inteligente. No entanto, para mim, o vidro especial que separava a sala do corredor entregava tudo. Era o mesmo usado em delegacias — espelhado de um lado, permitindo apenas a observação de fora. Qualquer um mais atento no meio do designer de ambientes desconfiaria. Mas, lembro que ele disse ao mesmo que iria fazer não só uma sala pa
Localização: Wichita, Kansas, Estados unidos.Samantha Roosevelt... Os dias estavam se passando de maneira tão arrastada que comecei a ficar mais unida a minha irmã Gray, continuamos assistindo filmes de comédia e entre outras coisas que nos ocasionavam boas gargalhadas. Tudo isso para afastar meus pensamentos sobre o que girava ao meu redor. Depois daquela conversa com a esposa do pai de Lucius, e Hermes, nada mais saia da minha cabeça. Quando somente eu e Gray jantávamos com nosso pai, raramente, pois ele estava à procura da nossa irmã ou trabalhando. Eu me pegava o medindo com o olhar, mas nada que o fizesse desconfiar. Contudo, minha mente estava acabada só de ficar com medo, do que ele estivesse fazendo, sabe o que lá por aí. E estava custando a acreditar que meu pai, era um assassino e entre outras coisas. Minha ansiedade em achar Ikarus para reportar tudo a ele, crescia todo santo dia. E queria poder sair de casa imediatamente ao encontro del
—Podia pelo menos fumar algo menos fedorento. —pronunciou aquela voz.Encarei Samantha da cabeça aos pés, ao sugar a fumaça daquele cilindro preto e retirá-lo da boca soltando-a junto com a respiração.—Não devia estar com suas irmãs? —indaguei ao estreitar minhas vistas.—Meus pais estão com ela. E eu fico onde quiser, para começo de conversa! —me retrucou e ri daquilo ao alisar meus lábios com o dedão.—E justamente, vem ficar onde estou. Coincidência não?! —disse irônico olhando para a lua a minha frente. —Não estou a fim de conversa contigo, e deixei explicito.—Ikarus... —ela começou e observei-a rígida, como se tivesse dificuldade em dizer algo. Respirou fundo e disse: —... já somos adultos, e não crianças bobas. Pelo menos, devíamos fazer as pazes não?—Quer fazer as pazes? —ri de imediato. Que a vi ficar vermelha de raiva. —Oh docinho, eu não quero nada, nem mesmo as pazes com você.—Gostaria de saber por que me odeia tanto, o que fiz para isso? —me perguntou ao se aproximar.F
Localização: Wichita, Kansas, Estados Unidos.Samantha Roosevelt...Meu ar saiu dos pulmões quando consegui parar, meus pés doloridos pela a corrida naquela terra escura e cheias de cascalhos. Minha mente atormentada, fez meu corpo esconde-se rente ao tronco daquelas arvores altas buscando abrigo, enquanto meu predador estava em meu encalço.Eu podia sentir que ele me farejava, e me caçava como uma besta selvagem. Querendo saciar sua sede de sangue. Meu sangue no caso. O uivo gutural anunciou que o mesmo tinha me achado, para meu azar. E então meus pés foram mais ágeis, do que meu cérebro em pensar comandá-los.Pus-me correr com voracidade ao ouvir, as patas da besta baterem de encontro a aquela corrida mortal. Meus cabelos longos e escuros com fios dourados esvoaçaram, junto com minha expressão de pânico e meu coração que acelerava drasticamente. No que mais parecia uma câmera lenta, a favor do meu predador.Tive coragem de olhar para trás e vislumbrar aquele lobo cinzento de olhar e
Na aula de balé...—Vamos, vamos. Parecem molengas! —pronunciava a senhora Romano nós induzindo a agilizar os passos com nossos parceiros.A senhora Romano, era uma mulher de 60 anos, que ainda mantinha um corpo de dar inveja a mulheres mais jovem. Executava com perfeição cada pulo e passo, nos instruindo para não errarmos. Tinha mais de trinta anos de carreira no balé, mas mesmo aposentada, continuava a dar aulas. Pois o amava, assim como eu.—Isso, bambina, continue assim senhorita Roosevelt! —me elogiou enquanto eu girava com leveza ao redor de Mason que seguia meus passos.Entretanto, alguém bateu em mim me fazendo ruir ao piso de madeira encerado e brilhoso.—Opa, desculpa, Samantha! —disse num riso contido Elena.Mason me ajudou enquanto, a senhora Romano a encarava.—Senhorita Garcia, tome mais cuidado com as pessoas ao seu redor. Parecia uma gazela dando piruetas desengonçadas! —ironizou a professora o que fez todos ali rirem do ocorrido, menos Elena que ficou vermelha de raiv
Algumas horas depois... —Odeio portais! —pronunciei assim que pisei o primeiro pé rente aquele batente de pedras, e levei minha mão direita ao estomago e a esquerda a boca. Meu estomago revirou-se como se quisesse jogar o bolo de baunilha que havia comido fora. —Ah, Sam, você só não esta mais acostumada! —Gray se aproximou de mim e alisou minhas costas. Aquela pequena menina, agora era uma adolescente quase me alcançando em altura. —Tanto faz, mas odeio! —falei ao respirar fundo e ficar reta ajeitando minha jaqueta jeans. Guardei a pedra escura que brilhava perante os raios solares, no bolso da minha calça. Gray desceu os degraus de pedra tão ágil como o gato, enquanto por um momento admirei aquele local em ruinas que traziam runas trincadas rente a soleira rígida por onde passamos. A escrita de símbolos, fez-me dar um nó na mente. Tinha esquecido bastante coisas quando fiquei afastada desse local e da casa dos meus pais. —Vai vim ou vai ficar aí parada? —indagou minha irmãzinha