EvelynChegamos à cobertura e não perdi tempo. Ele me queria fora, e eu daria a ele o que queria. Mas é tão difícil saber que vou embora... que vou deixá-lo. Foi apenas um mês, mas tanta coisa aconteceu nesse tempo. Todos que eu amo me abandonam... Com Alex, não seria diferente.Foi tudo muito rápido, mas intenso, isso definia bem nosso relacionamento. Cheguei à sala e me despedi de Amélia, com uma pontinha de esperança de que ele viesse atrás de mim. Só que não aconteceu. A cada andar que descia era uma tortura. Quando cheguei ao térreo, minha bolsa enroscou na mala, derrubando algumas coisas. Ao me abaixar, o elevador voltou a subir.— Droga!Apertei o botão, na esperança de a porta se abrir, mas nada aconteceu. O elevador subiu novamente. Quando finalmente a porta se abriu, lá estava ele. Ainda sem camisa... e ofegante.— Alexander?Ele ficou me olhando fixamente. Quando a porta começou a se fechar, ele praticamente pulou para dentro comigo.— Alexander, o que está fazendo?Pergunt
AlexanderFaz uma semana desde que Evelyn e eu assumimos um compromisso. Tudo é novo para mim, nunca estive em um relacionamento antes. Mas, de certa forma, também é novidade para ela, já que o relacionamento com Brandon não era lá grande coisa.Ela continua na minha casa, e na minha cama, como deve ser. Mas ainda não demos aquele passo, e estou à beira da loucura. Ainda não é o momento para ela. Mas vai ser. Em breve.Jordan e ela têm criado um certo vínculo. A dor que Brandon causou em ambas, de alguma forma, as aproxima. Jordan ainda me traz algo familiar. Outro dia, olhando para ela, me lembrou Rachel. Sophia também lembrava Rachel. Se minha irmã estivesse aqui… teriam a mesma idade.Evelyn começou a trabalhar naquela galeria. Eu disse que não queria, mas ela, como sempre, me desobedeceu. Não gosto de vê-la perto daquele tal David. Eu vejo o jeito como ele a olha.As informações que Jordan colheu valem ouro. A garota é esperta, determinada, forte. Um diamante bruto, pronto para se
EvelynQuando aquele homem me tocou, senti vontade de vomitar. Mas isso não justificava a atitude de Alexander. Ele poderia ter matado o cara.Vim calada o caminho todo, e quando chegamos em casa, fui direto para o quarto. Alexander usou a mesma tática comigo: me ignorou. Mas eu não costumo deixar passar, e ele sabe disso.Só que ele tinha outros planos e, meu Deus, foram ótimos.Ainda não transamos, por mais que eu quisesse. Algo dentro de mim ainda me travava.Mas com Alexander eu não preciso do sexo... Como ele mesmo diz:"Eu sei te fazer se sentir bem."E como sabe. Seus toques, seus beijos, seu jeito possessivo, mas ainda assim carinhoso.Ele não faz com que as coisas sejam sobre ele, mas sim sobre nós. Às vezes, mais sobre mim. E é isso que torna tudo tão gostoso... e me faz querer sempre mais.— No que está pensando? — Alexander perguntou, me puxando para ele e beijando meu ombro.— Que ainda não conversamos sobre o que aconteceu.Me virei para encará-lo.— Te agradeço por me d
EvelynAinda estava sentada em frente ao espelho, olhando meu reflexo. Não tinha ânimo e nem forças para me levantar. Na verdade, eu tinha medo... Sabia que, assim que me levantasse e passasse por aquela porta, a realidade me atingiria em cheio.Levei meus olhos para a penteadeira à minha frente. A camisa que ele usara dois dias atrás ainda estava onde deixara. Um sorriso brincou em meus lábios, ao me lembrar de como sempre chamava sua atenção por deixar as roupas jogadas e insistia que as colocasse no cesto. Por um momento... Apenas por esse breve momento... Parecia que senti seus braços ao meu redor e sua voz rouca em meu ouvido:— Adoro quando fica toda mandona.Olhei para o espelho e o vi atrás de mim. Quando meus olhos encontraram os dele, o vi desaparecer. Não era ele... Era apenas uma lembrança. Brandon não está aqui, e nunca mais vai voltar.Meu sorriso, aquele que apareceu instantes atrás, foi levado junto com sua lembrança. Apertei meus lábios e deixei as lágrimas rolarem so
Alexander Quando soube da morte do maldito do Brandon, precisei conferir se era real ou apenas mais uma de suas armações. Bem, ele estava em um caixão, prestes a descer para a cova. Acho que, desta vez, realmente morreu.Com Jackson ao meu lado, aguardava o término da cerimônia, sem perder tempo me aproximando. Ao redor do caixão, alguns idiotas ainda acreditavam que Brandon era um herói, mesmo depois do que ele fez.Eu tentava conter minha repulsa pelo morto quando algo, ou melhor, alguém , chamou minha atenção. Seus olhos eram marcantes, expressavam a dor do momento misturada com algo mais. O cabelo preso em um coque meio desarrumado, alguns fios soltos emoldurando o rosto delicado e, ao mesmo tempo, expressivo. Ela era... interessante.Por alguns minutos, não consegui desviar o olhar do dela. E ela também me analisava, assim como eu fazia.— A noiva do Brady. O nome dela é Evelyn, mas todos a chamam de Evie A voz de Jackson soou no instante em que ela desviou o olhar.— Vamos faz
EvelynDeus, o que aconteceu? Eu estava no cemitério... e agora estou aqui, no colo de um estranho.Ele me olhava com uma expressão séria. Seus olhos eram intensos, indecifráveis, como se escondessem algo que eu não conseguia compreender.— Por favor, pode me responder?Minha voz saiu rouca, arranhada. Abaixei levemente a cabeça. Havia algo naquele olhar que me causava calafrios.— Me chamo Alexander Sterling.— Sterling? Das Empresas Sterling?Ele apenas assentiu.— Então foi por isso que estava no cemitério. Brandon prestava serviços para sua empresa.— Não necessariamente.Franzi o cenho, confusa com suas palavras. Mas o motivo dele estar na cerimônia não importava mais. O que realmente queria saber era por que eu estava ali... dormindo no colo dele.— Por que me trouxe para cá?Meus olhos estavam presos nos dele, mas sua expressão era uma máscara fria, impossível de ler.— Preferia que eu a tivesse deixado lá? Deitada no túmulo?O sarcasmo em sua voz me irritou. Se fosse em outro
EvelynMeu pai sempre me preparou para algo assim. Desde cedo, me ensinou a atirar e a manusear qualquer tipo de arma.“Vivemos no Texas.”Era o que ele sempre dizia. Mas quando comecei a namorar Brandon, as coisas ficaram mais intensas. Ele tinha uma necessidade absurda de proteção, como se sempre esperasse que algo como hoje fosse acontecer. Eu apenas assentia, não queria discutir. Afinal, estávamos em Boerne. Na minha cabeça, algo assim jamais aconteceria.— Aaah...A mulher no chão gemeu. Eu ainda apontava a arma para ela, mas ela não se mexia. A poça de sangue ao redor dela aumentava.Ouvi um barulho vindo de baixo, passos apressados subindo as escadas. Então, ali estava ele: Alexander Sterling. Ao seu lado, Jack.— Me dê a arma.A voz de Sterling era firme, autoritária. Deus, eu estava começando a odiar esse homem de verdade.— Você está bem, Evie?A pergunta veio de Jack. Assenti com a cabeça, mas meus olhos continuavam fixos na mulher caída no chão do meu quarto. Uma mão veio
AlexanderO carro mal havia percorrido um quilômetro quando Evelyn adormeceu. No meio do caminho, sua cabeça deslizou para o meu colo. No início, considerei afastá-la, mas, por alguma razão que não quis questionar, acabei deixando-a ali.Pelo retrovisor, percebi Jackson me observando.— Quer me perguntar alguma coisa, Reynolds?Questionei, sem desviar os olhos dele.Ele se endireitou ao volante.— Não, chefe. Na verdade…Hesitou por um segundo e levantei uma sobrancelha.— Ainda acha que Evie sabe de alguma coisa?Meu olhar baixou para a mulher adormecida em meu colo. Em menos de 24 horas, era a segunda vez que ela dormia nos meus braços. Seu rosto estava relaxado, os lábios entreabertos, ainda avermelhados. As sombras sob seus olhos continuavam ali—ela realmente precisava descansar.Meu olhar percorreu suas feições, parando no nariz levemente arrebitado, na respiração calma que fazia seu peito subir e descer suavemente. Assim, entregue ao sono, ela parecia tão inofensiva… Nada lembra