Já parei pra pensar que esse meu jeito poderia de alguma forma interferir minhas relações. Como está sendo agora.
Moro com minha mãe, e ela reluta pra conviver comigo. Ela não entende que meu processo é mental, mas ela tenta.Ela é típica aquelas mulheres de igreja que dizem "com Deus não existe depressão", mas eu já fiz correntes e ela continua ali, e meus problemas também, cada vez mais fortes.É, isso talvez não ajuda, mas é o ponto de vista dela, e eu respeito. O que me traz problemas, por que não vejo de certa forma um interesse dela m mudar de opinião. Mas, como eu disse poucos se importam. E sim, eu luto sozinha, porque minha luta começa dentro de casa. Quando as pessoas dizem que cristão não tem depressão, que não existe. Meu cansaço mental não se diz de éticas ou políticas. Ele existe e está aqui para me salientar que eu tenho um déficit do qual eu preciso cuidar.Mas eu não me importo. Porque como eu disse no capítulo anterior, tem conversas e conversas.<Talvez eu não seja aquele tipo de pessoa que se enche de remédio. Mas eu estou aqui, tentando manejar o meu barco das emoções como qualquer outra menina jovem ou mulher na minha idade.E realizar essa tarefa é um pouco perturbador. Não que minha vida seja perturbada. Não (agora)!Já tive que parar de trabalhar por longos meses. Também já deixei e sai no meio do serviço, em uma de minhas crises.Tive minha relação conjugal cheia de desconforto, mas lutei ali à fio, sem um apoio. As pessoas só diziam te entendo, ou larga esse cara.Eu mal me entendia, como entenderia ele.Stress, cansaço, sobre peso. Enfim, algo conspirou pra isso. E ninguém se dava conta. Agora com o diagnóstico eu tenho um motivo para aquelas situações. Claro que agora tomo mais cuidados para que elas não ocorram. Porque eu tenho um motivo específico e um cuidado mais amplo com cada ação minha.Cuido muito das situações.Porque não sou daquelas que coloca a culpa na doença,
Conviver com o TAB, é sem dúvida uma relação que um dia eu aceito, no outro não.Tem dias que eu me aceito em outros dias eu penso, nossa ela foi negligente em me dar um diagnóstico desses. Talvez eu própria tenha um preconceito, por isso vem a rejeição.Pessoas com TAB são chamadas de louca por muitas pessoas. De neuróticas, de muitas outras coisas!Mas eu me pergunto, e se eu for TAB, todos gostam de mim, e gostam do meu jeito."Sim, porque não convivem com você", falou outro dia uma das vozes. É elas tem tom, algumas vezes até rostos bem característicos.Por esse motivo, eu comecei a procurar grupos, para conversar com pessoas com as emoções. Até pra eu entender que não há nada de errado entre eu e essas pessoas, e muitas delas levam a vida normalmente. Normalmente? É algumas que não estão no quadro grave!Quando recebi o diagnóstico, eu chorei porque senti que não esperava ouvir aquilo, você tem TAB, disse a médica em outras palavras.Mas eu já
Acompanho um grupo de TAB, onde um dia alguém comentou que seu casamento estava afundando pois não conseguia demonstrar seus sentimentos.Pior que é mais ou menos isso. A gente no início fica perdido e até assusta, mas o que está acontecendo chegamos a perguntar. Será que congelei?Mas os sentimentos estão ali, inalterados. Há quem diga que seja falta de alguma serotonina, ocitocina, ou cortisol.Outra comentou que não consegue viver mais por que sente vergonha de sair na rua devido as suas crises, claro que são pessoas diferentes, eu busco aprender, desempenhar a minha doença. A vergonha que dá depois de cada crise, a vontade de sumir pro mato ou esconder a cara debaixo do travesseiro. Mas com o passar do tempo eu aprendi que essas coisas não são preciso.Lidar com os sentimentos envolve coragem. Eu sobrevivi a montanha russa de sentimento até chegar no meu tratamento certo. Será que estou pronta para as coisas que eu não estava antes?Ou eu preciso de ma
Receber o TAB foi sem dúvida para mim foi um dos piores dia da minha vida.A psiquiatra até se emocionou comigo, foi alguém que vi como uma pessoa que se importa, talvez por ela estar ali fazendo o trabalho dela. Mas ela foi mais que isso. Estava sendo como uma amiga.Eu tive passado desapercebida o tempo inteiro diante da situação que agora eu me sinto melhor de fato. Saber que devo tomar cuidado, que tenho esse cuidado, esse compromisso comigo. Cuidar de coisas que eu não quero que me aconteça. Me ajudaria muito poder evitá-las.A medida que vou participando de grupos e conversas com pessoas, eu penso "porque não ter uma vida diferente das demais?" Porque eu não posso reviver tudo o que já vivi de forma diferente? Eu posso fazer do meu mundo diferente, cuidando de minhas crises.Imagina, quanta coisa a gente supera por nos aceitar como somos, independente de opiniões erradas que se tem sobre Transtorno Bipolar?Uma hora você está bem, outra hora não está
Não me conheço literalmente..A ponto de identificar de longe coisas que causem minhas crises ou transtornos.Passei a ver o meu corpo de forma diferente após passar pela depressão da segunda vez.Alimentação passei a cuidar ano passado, coisas que me fazem mal.E por ai vai, porque eu já sei o tipo de pessoas, atitudes e situações que me deixavam mal de alguma forma, passei a evitar, agora chegou a hora de vencer a comida. Como de quase tudo, mas mantive uma rotina, porque senti alteração no meu peso após ingestão de remédio.Falando em pessoas, alguma grosserias me levavam ao nível de mal estar. Quando eu passava e quando eu via alguém sendo estúpido com outra pessoa.Eu sou muito sensível a esse tipo de coisa. Ou situações em que elas estão errada e não queriam dar o braço a torcer. Essas coisas me deixavam maluca.Mas eu aprendi de certa a contornar, e com meditação. Lidar com essas pessoas de fato é um auto conhecimento que precisamos para
Cheguei a conclusão que minha próxima relação não vai ser igual com as que estamos acostumados a ver por aí. Pega na mão e abraça... vai além disso.Eu sei que meu relacionamento vai ser diferente, porque a pessoa que ela quer, terá que ter o mínimo de paciência com ela.Ela não vai ter crises de ciúmes porque ela não tem ciúmes, e a pessoa vai ter que ser muito madura pra lidar com isso. Porque ela passa desapercebida nessas coisas. Na verdade todos os sentimentos dela são desapercebidos, mas estão ali.Essa relação vai ser mais um encontro de almas que se entendem do que corpos que se atraem.Passa de um romance que os dois se ligam e pronto vão se ver, não. Ele vai ter que entender muito ela quando recusar a chamada, e pensar ela deve ter entrado em crise, ou ela não está bem, ele vai ter que ser muito humano para diferenciar estas coisas e entender o espaço que ela vai dar. Porque ela não é daquelas mimadas que esperam por abraços. Mas que ele entenda
Eu levava uma vida que para mim era normal, até o diagnóstico.Mas eu não entendi certos acontecimentos no meu dia-a-dia. Porque eu era daquele jeito, levava as coisas a sério.Sofria muito internamente por coisas que as pessoas não faziam nem ideia de quando eu falava.Só mencionavam que eu tinha gênio forte.Quando descobri meu diagnóstico queria continuar livre.Tive crises em que eu precisava segurar minhas mãos para não cortar o cabelo. Era muito comprido, e não era só uma vontade qualquer.Partia para uma necessidade. Cada corte me trazia uma sensação de prazer e bem estar. Mas eu deveria também dar atenção pra de fato não ficar careca e entender que aquele momento podia ser uma busca e poderia me trazer sentimento contrário, como rejeição do cabelo.Aí você se sente presa, onde os cabelos compridos já não te satisfazem mais.Aí você encontra essa liberdade onde?Cortando os cabelos.Cortando os cabelos Daniela? Sim!E parece que o curto me
Está tudo bem hoje eu não estar legal,não atender telefone, dar aquela sumida, não querer ficar perto de ninguém, é comigo, nada pessoal.Está tudo bem, hoje eu não quero convites, mudar de ideia duas ou três vezes. E ainda assim depois que resolver, mudar de ideia de novo!Está tudo bem ter recaídas, achar tudo diferente a cada nova semana.Está tudo bem querer voltar no meio caminho pra pegar alguma coisa que ficou pra trás, porque seu inconsciente precisa muito daquilo, porque se não teu corpo reage de forma contrária do tudo bem, isso não é mania ou defeito.E não é se basear no "tudo como ela quer!" Ela não é nenhuma mimada.Está tudo bem eu não querer permanecer em algum lugar, levantar do nada e sair pela porta.Está tudo bem em alguém dizer "eu vou tentar falar com ela".Está tudo bem eu querer muito algo hoje e amanhã não dar bola.Isso acontece com frequência.Está tudo bem naquela vontade de sumir pra bem longe e não leva ninguém. E ter a so