Acompanho um grupo de TAB, onde um dia alguém comentou que seu casamento estava afundando pois não conseguia demonstrar seus sentimentos.
Pior que é mais ou menos isso. A gente no início fica perdido e até assusta, mas o que está acontecendo chegamos a perguntar. Será que congelei? Mas os sentimentos estão ali, inalterados. Há quem diga que seja falta de alguma serotonina, ocitocina, ou cortisol.Outra comentou que não consegue viver mais por que sente vergonha de sair na rua devido as suas crises, claro que são pessoas diferentes, eu busco aprender, desempenhar a minha doença. A vergonha que dá depois de cada crise, a vontade de sumir pro mato ou esconder a cara debaixo do travesseiro. Mas com o passar do tempo eu aprendi que essas coisas não são preciso.Lidar com os sentimentos envolve coragem. Eu sobrevivi a montanha russa de sentimento até chegar no meu tratamento certo. Será que estou pronta para as coisas que eu não estava antes? Ou eu preciso de maReceber o TAB foi sem dúvida para mim foi um dos piores dia da minha vida.A psiquiatra até se emocionou comigo, foi alguém que vi como uma pessoa que se importa, talvez por ela estar ali fazendo o trabalho dela. Mas ela foi mais que isso. Estava sendo como uma amiga.Eu tive passado desapercebida o tempo inteiro diante da situação que agora eu me sinto melhor de fato. Saber que devo tomar cuidado, que tenho esse cuidado, esse compromisso comigo. Cuidar de coisas que eu não quero que me aconteça. Me ajudaria muito poder evitá-las.A medida que vou participando de grupos e conversas com pessoas, eu penso "porque não ter uma vida diferente das demais?" Porque eu não posso reviver tudo o que já vivi de forma diferente? Eu posso fazer do meu mundo diferente, cuidando de minhas crises.Imagina, quanta coisa a gente supera por nos aceitar como somos, independente de opiniões erradas que se tem sobre Transtorno Bipolar?Uma hora você está bem, outra hora não está
Não me conheço literalmente..A ponto de identificar de longe coisas que causem minhas crises ou transtornos.Passei a ver o meu corpo de forma diferente após passar pela depressão da segunda vez.Alimentação passei a cuidar ano passado, coisas que me fazem mal.E por ai vai, porque eu já sei o tipo de pessoas, atitudes e situações que me deixavam mal de alguma forma, passei a evitar, agora chegou a hora de vencer a comida. Como de quase tudo, mas mantive uma rotina, porque senti alteração no meu peso após ingestão de remédio.Falando em pessoas, alguma grosserias me levavam ao nível de mal estar. Quando eu passava e quando eu via alguém sendo estúpido com outra pessoa.Eu sou muito sensível a esse tipo de coisa. Ou situações em que elas estão errada e não queriam dar o braço a torcer. Essas coisas me deixavam maluca.Mas eu aprendi de certa a contornar, e com meditação. Lidar com essas pessoas de fato é um auto conhecimento que precisamos para
Cheguei a conclusão que minha próxima relação não vai ser igual com as que estamos acostumados a ver por aí. Pega na mão e abraça... vai além disso.Eu sei que meu relacionamento vai ser diferente, porque a pessoa que ela quer, terá que ter o mínimo de paciência com ela.Ela não vai ter crises de ciúmes porque ela não tem ciúmes, e a pessoa vai ter que ser muito madura pra lidar com isso. Porque ela passa desapercebida nessas coisas. Na verdade todos os sentimentos dela são desapercebidos, mas estão ali.Essa relação vai ser mais um encontro de almas que se entendem do que corpos que se atraem.Passa de um romance que os dois se ligam e pronto vão se ver, não. Ele vai ter que entender muito ela quando recusar a chamada, e pensar ela deve ter entrado em crise, ou ela não está bem, ele vai ter que ser muito humano para diferenciar estas coisas e entender o espaço que ela vai dar. Porque ela não é daquelas mimadas que esperam por abraços. Mas que ele entenda
Eu levava uma vida que para mim era normal, até o diagnóstico.Mas eu não entendi certos acontecimentos no meu dia-a-dia. Porque eu era daquele jeito, levava as coisas a sério.Sofria muito internamente por coisas que as pessoas não faziam nem ideia de quando eu falava.Só mencionavam que eu tinha gênio forte.Quando descobri meu diagnóstico queria continuar livre.Tive crises em que eu precisava segurar minhas mãos para não cortar o cabelo. Era muito comprido, e não era só uma vontade qualquer.Partia para uma necessidade. Cada corte me trazia uma sensação de prazer e bem estar. Mas eu deveria também dar atenção pra de fato não ficar careca e entender que aquele momento podia ser uma busca e poderia me trazer sentimento contrário, como rejeição do cabelo.Aí você se sente presa, onde os cabelos compridos já não te satisfazem mais.Aí você encontra essa liberdade onde?Cortando os cabelos.Cortando os cabelos Daniela? Sim!E parece que o curto me
Está tudo bem hoje eu não estar legal,não atender telefone, dar aquela sumida, não querer ficar perto de ninguém, é comigo, nada pessoal.Está tudo bem, hoje eu não quero convites, mudar de ideia duas ou três vezes. E ainda assim depois que resolver, mudar de ideia de novo!Está tudo bem ter recaídas, achar tudo diferente a cada nova semana.Está tudo bem querer voltar no meio caminho pra pegar alguma coisa que ficou pra trás, porque seu inconsciente precisa muito daquilo, porque se não teu corpo reage de forma contrária do tudo bem, isso não é mania ou defeito.E não é se basear no "tudo como ela quer!" Ela não é nenhuma mimada.Está tudo bem eu não querer permanecer em algum lugar, levantar do nada e sair pela porta.Está tudo bem em alguém dizer "eu vou tentar falar com ela".Está tudo bem eu querer muito algo hoje e amanhã não dar bola.Isso acontece com frequência.Está tudo bem naquela vontade de sumir pra bem longe e não leva ninguém. E ter a so
Acordar é carregar um grito constante no peito! Uma vontade de ser, de estar de querer.As vezes essa vontade de ser é um pouco confundida... Queria ser entendida, mas eu sou entendida. Talvez pelas pessoas erradas.Queria que as pessoas entendessem umas as outras em seu ambiente mais próximo, isso vai gerando um cansaço. Essa é minha luta matinal. Conviver. As pessoas que deveriam entender se tornam mais distantes. Não que eu me importe com isso, tá um pouco, porque estou aprendendo a não me importar com elas. Mas talvez você saiba o que estou falando. Mas se não sabe, eu vou lhes explicar.Uma pessoa que diz "hoje você tem médico, não esquece." Talvez ela pensa que está te ajudando. Pode até estar. Mas não é bem isso que eu com TRANSTORNO AFETIVO quero. Eu quero que ela me deixe sozinha, quem sabe fechada, comendo o que eu posso, no dia que eu quero. Isso é péssimo para minha saúde. E eu sei. Então porque você faz isso? Eu não faço porque eu quero. O meu corpo
A gente perde o controle em tudo, de tudo e pra tudo...São dias elevados. Alguma crise, outra queixa, um desafio novo, mas perder o controle não diz só à respeito de que tudo vai mal. Não! Dá para olhar um pouco ao redor e ver algumas condições. Como quem tá segurando junto com você. Quem ainda az parte.Olhar e ver as pessoas que não perdem o controle com a gente, que está ali após uma crise, após uma sumida, revela um pouco de bom senso. Essa pessoa que sempre fez de tudo para estar conosco, esteve do nosso lado, muitas vezes sem saber o que fazer, ou sem entender, mas que chorou contigo, ou que sorriu durante um momento natural.Que tentou te fazer achar graça em alguma coisa, que fez até uma careta. Olhe para essas pessoas que te incentivaram a procurar ajuda. Elas queriam te ver bem. E é à elas e para elas que você deve olhar quando tudo tiver indo contra. Sei que no momento da crise é difícil olhar com o mesmo olhar para essas pessoas. Mas se você tivesse algué
Eu fico incrivelmente admirada comigo.Essa noite eu não dormi direito. Na verdade nada.E estou muito melhor do que se tivesse dormido. Minha energia, está totalmente a melhor no mês. Sim, eu falo no mês.Lembro das noites mal dormidas que já tive. Seguidas de alucinações que dominavam meus pensamentos trazendo muito medo.Já tive desmaios, mas nesse dia eu pude ouvir minha mãe gritando, pedindo ajuda. Depois não lembro mais nada. Pelo que lembro, eu caí ao tentar me levantar.Esses episódios aconteceram bem no início de minha recaída. E compartilhá-los só me traz à tona o quanto que já superei. Coisas que não acontecem, mas que podem vir a acontecerUm belo dia você acorda, as coisas estão diferentes, as pessoas estão diferentes para você. Você está totalmente em um mundo que passa existir na sua cabeça, com fatos que só você vê e consequentemente se torna real. É gente na sua cabeça falando, é coisas estranhas que você tá vendo, no outro você desconhece as p