Talvez aqui nesse capítulo, eu fale um pouco mais da minha visão.Provavelmente você não irá me ver fazendo de vítima porque eu tenho reações contrárias a isso.Eu tenho um hábitos bem diferenciado sobre costumes.Eu sou um pouco coerente e participo de grupos para ver se há pessoas que estão iguais a mim. Se existem pessoas de fato com o mesmo problema ou soluções.Se tem uma vida normal, se encontraram algum jeito melhor de lidar.E acreditem eu pareço a única que leva na maior naturalidade.Mas eu estou com certa intolerância a certos alimentos, mudei minha alimentação faz algum tempo.Sinto tudo diferente. E isso me torna a estranha, rejeitada, afastada, sim até de minha própria família.Meus pontos de vistas são diferentes, minha percepção é baseada em fundamentos sinceros. Não que as outras pessoas não sejam, mas eu sinto nelas um contorno para agradar.Como assim Daniela?Eu não vou sorrir se não estou sentindo vontade daquilo o que torna m
De repente você está lá com trinta anos e pensa de maneira racional:"Como os meus gostos mudaram!"Sem interferências das vozes.Eu dei crédito pra você e eu entendermos a diferença que causa essa compostura que eu chamo de "vozes".Elas me ajudam a escrever este livro mesmo que eu não queira.Elas trazem um enredo de palavras, de qualquer forma. Como se tivessem vida.Ou eu dou vida à elas?Bom, eu estou aprendendo, as vezes é como jogar vídeo game, ou mexer no celular. Tudo envolve táticas.Os meus gostos foram mudando com o tempo. Eu estou gostando mais das coisas das quais as pessoas não gostam, ou que poucas gostam. Isso é bom e ruim. Bom porque fazer cursos numa área que quase nem todos gostam, te leva a menos concorrência, e por outro lado ruim porque quase não ter pessoas interessadas nas mesmas coisas te fazem as vezes sentir-se estranha.Estar buscando entender suas diferenças, te faz sentir estranha sim, porque as vezes
A minha depressão me trouxe alguns problemas. Já ouvi muitas coisas horríveis sobre de que a minha depressão fosse falta de algum trabalho e etc. Mas eu não dei muita bola, pois talvez pode ter sido o excesso dele, por trabalhar longos finais de semanas até sem dormir. Então não me preocupei muito, pois, as vezes são pessoas que não sabem nada de sua vida então não acrescenta em nada.Eu muitas vezes estive melancólica e acabei desistindo de muitas coisas em minha vida. Como trabalhos, estudos e oportunidades. Hoje eu olho para trás como seria se eu tivesse feito tratamento antes. Como estaria a minha vida agora. Nunca fui adepta aos remédios, mas eles poderiam ter auxiliado.Um depressivo não vai ver a vida colorida e alegre como você vê e sente as coisas. A vida dele é triste e amarga com tudo. Seus sentimentos são como quente e frios, não que não tenham coração, mas entre frio e quente eles não são mornos, ou eles tem ou não tem, ou eles sentem ou não sentem nada e sé
Já parei pra pensar que esse meu jeito poderia de alguma forma interferir minhas relações. Como está sendo agora.Moro com minha mãe, e ela reluta pra conviver comigo. Ela não entende que meu processo é mental, mas ela tenta.Ela é típica aquelas mulheres de igreja que dizem "com Deus não existe depressão", mas eu já fiz correntes e ela continua ali, e meus problemas também, cada vez mais fortes.É, isso talvez não ajuda, mas é o ponto de vista dela, e eu respeito. O que me traz problemas, por que não vejo de certa forma um interesse dela m mudar de opinião. Mas, como eu disse poucos se importam. E sim, eu luto sozinha, porque minha luta começa dentro de casa. Quando as pessoas dizem que cristão não tem depressão, que não existe. Meu cansaço mental não se diz de éticas ou políticas. Ele existe e está aqui para me salientar que eu tenho um déficit do qual eu preciso cuidar.Mas eu não me importo. Porque como eu disse no capítulo anterior, tem conversas e conversas.<
Talvez eu não seja aquele tipo de pessoa que se enche de remédio. Mas eu estou aqui, tentando manejar o meu barco das emoções como qualquer outra menina jovem ou mulher na minha idade.E realizar essa tarefa é um pouco perturbador. Não que minha vida seja perturbada. Não (agora)!Já tive que parar de trabalhar por longos meses. Também já deixei e sai no meio do serviço, em uma de minhas crises.Tive minha relação conjugal cheia de desconforto, mas lutei ali à fio, sem um apoio. As pessoas só diziam te entendo, ou larga esse cara.Eu mal me entendia, como entenderia ele.Stress, cansaço, sobre peso. Enfim, algo conspirou pra isso. E ninguém se dava conta. Agora com o diagnóstico eu tenho um motivo para aquelas situações. Claro que agora tomo mais cuidados para que elas não ocorram. Porque eu tenho um motivo específico e um cuidado mais amplo com cada ação minha.Cuido muito das situações.Porque não sou daquelas que coloca a culpa na doença,
Conviver com o TAB, é sem dúvida uma relação que um dia eu aceito, no outro não.Tem dias que eu me aceito em outros dias eu penso, nossa ela foi negligente em me dar um diagnóstico desses. Talvez eu própria tenha um preconceito, por isso vem a rejeição.Pessoas com TAB são chamadas de louca por muitas pessoas. De neuróticas, de muitas outras coisas!Mas eu me pergunto, e se eu for TAB, todos gostam de mim, e gostam do meu jeito."Sim, porque não convivem com você", falou outro dia uma das vozes. É elas tem tom, algumas vezes até rostos bem característicos.Por esse motivo, eu comecei a procurar grupos, para conversar com pessoas com as emoções. Até pra eu entender que não há nada de errado entre eu e essas pessoas, e muitas delas levam a vida normalmente. Normalmente? É algumas que não estão no quadro grave!Quando recebi o diagnóstico, eu chorei porque senti que não esperava ouvir aquilo, você tem TAB, disse a médica em outras palavras.Mas eu já
Acompanho um grupo de TAB, onde um dia alguém comentou que seu casamento estava afundando pois não conseguia demonstrar seus sentimentos.Pior que é mais ou menos isso. A gente no início fica perdido e até assusta, mas o que está acontecendo chegamos a perguntar. Será que congelei?Mas os sentimentos estão ali, inalterados. Há quem diga que seja falta de alguma serotonina, ocitocina, ou cortisol.Outra comentou que não consegue viver mais por que sente vergonha de sair na rua devido as suas crises, claro que são pessoas diferentes, eu busco aprender, desempenhar a minha doença. A vergonha que dá depois de cada crise, a vontade de sumir pro mato ou esconder a cara debaixo do travesseiro. Mas com o passar do tempo eu aprendi que essas coisas não são preciso.Lidar com os sentimentos envolve coragem. Eu sobrevivi a montanha russa de sentimento até chegar no meu tratamento certo. Será que estou pronta para as coisas que eu não estava antes?Ou eu preciso de ma
Receber o TAB foi sem dúvida para mim foi um dos piores dia da minha vida.A psiquiatra até se emocionou comigo, foi alguém que vi como uma pessoa que se importa, talvez por ela estar ali fazendo o trabalho dela. Mas ela foi mais que isso. Estava sendo como uma amiga.Eu tive passado desapercebida o tempo inteiro diante da situação que agora eu me sinto melhor de fato. Saber que devo tomar cuidado, que tenho esse cuidado, esse compromisso comigo. Cuidar de coisas que eu não quero que me aconteça. Me ajudaria muito poder evitá-las.A medida que vou participando de grupos e conversas com pessoas, eu penso "porque não ter uma vida diferente das demais?" Porque eu não posso reviver tudo o que já vivi de forma diferente? Eu posso fazer do meu mundo diferente, cuidando de minhas crises.Imagina, quanta coisa a gente supera por nos aceitar como somos, independente de opiniões erradas que se tem sobre Transtorno Bipolar?Uma hora você está bem, outra hora não está