Nina Kandon
E sem ter percebido a presença de outra pessoa no quarto, soltei um grito pelo susto.
— Ai meu Deus, que susto —
Pousei a mão em meu peito tentando controlar os batimentos cardíacos frenéticos que começaram a bipar no aparelho insistente que me despertou do sono a segundos atrás, o mesmo que estava me irritando.
— Perdão, não foi minha intenção assustá-la. —O homem lindo que lembro de ter visto antes de desmaiar está bem à minha frente, me encarando com suas mãos dentro do bolso da calça e uma expressão extremamente sexy e imponente, se desculpando enquanto se aproximava da minha cama, ele abriu um sorriso gentil e eu engoli em seco com a sua aproximação... Droga, muito seco. Minha garganta doeu agora. Preciso de água.
Essa tensão toda que estou sentindo na presença desse homem é ridícula, e está me deixando desconfortável, como é possível existir isso de verdade? Nunca vi nada igual em toda a minha vida e de repente o bip insuportável surgiu denunciando todo o meu nervosismo diante desse homem.
— Você consegue chamar a enfermeira para mim , por favor? —Perguntei a ele, que logo confirmou em um gesto de cabeça e um sorriso nos lábios. Se percebeu os bips por conta do meu nervosismo, ele disfarçou bem pois nem tocou no assunto e então observei ele sair do quarto, me deixando sozinha e confusa com toda a situação que me trouxe para um quarto hospitalar e com um aparelho que está me deixando muito irritada.
— A nossa bela adormecida acordou. —Ouço uma voz masculina surgir através da porta, direcionando a atenção, vejo um homem de jaleco branco entrar com uma enfermeira atrás e aquele homem entrou logo em seguida, observando tudo atentamente.
— Sou o Dr. Cameron, cuidei de você nos últimos 3 dias.Ele se aproximou com um sorriso simpático no rosto e continuou parando ao lado da cama.
— Como está se sentindo? —O homem de aproximadamente 30 anos me perguntou com um enorme sorriso no rosto e eu apenas confirmei com a cabeça e respondi a sua pergunta.
— Um pouco confusa e com muita sede, mas tirando isso, estou muito bem, obrigada.O doutor assentiu e continuou, dessa vez com uma postura mais profissional.
— É normal a confusão, você bateu a cabeça com força e estava bem fraca, mas vamos para seu diagnóstico e logo será medicada..
Ele pegou a prancheta que a enfermeira lhe estendeu, e passou rapidamente os olhos por entre as linhas e então murmura.
— Você está com desidratação e está com anemia, o quadro está controlado mas ainda assim, precisamos que você tome os devidos cuidados. —
Assim que ele diz isso, a enfermeira me entregou um copo descartável com água e agradecida, eu bebi até a última gota.
— Ela irá permanecer mais alguns dias aqui em observação? —
O homem lindo que nos acompanhou em silêncio se pronunciou pela primeira vez, dessa vez se colocando ao lado do médico, que pareceu uns 10 cm mais baixo que o “Senhor perfeito.
— Não, os sinais dela estão ótimos. O perigo já passou, só recomendo que continue cuidando para que sua garota tome os remédios para anemia, o resto está tudo nos conformes.Em meu interior, algo quis gritar que eu não era nada daquele homem, que ele não passava de um completo estranho, que apenas fez algo caridoso já que eu fui a culpada pelo incidente mas ele apenas assentiu e me olhou firme, enquanto eu fiquei presa naquele olhar, e dessa vez, engoli em seco sem doer a garganta e consegui desviar a atenção para a saída dos profissionais que disseram que logo trariam a minha liberação.
— Você ficou esse tempo todo aqui?Perguntei para ele, que assentiu e começou a se aproximar quando seu telefone começou a tocar alto e insistentemente.
Ótimo, mais um som insistente!Revirei os olhos e comecei a me levantar da cama quando ele saiu do quarto para atender a chamada logo após murmurar um pedido de desculpas.
Sacudindo a cabeça tentando me livrar daquela sensação estranha que estava sentindo em relação ao”senhor perfeito”, comecei a me vestir no banheiro, sem meus itens pessoais, apenas apliquei um pouco do creme dental no dedo para colocar na língua e fiz um gargarejo com água para me livrar do péssimo gosto de remédio com estômago vazio de alguns dias e penteei meus cabelos escuros com os dedos e sai em direção ao quarto quando bati de frente com uma parede de músculos que me segurou no instante que recuei dois passos para trás.
Nesse momento pude ver detalhadamente a fisionomia escultural que esse homem tem. Seus olhos de um verde impressionantes, cílios cheios e escuros, nariz de tamanho médio proporcional ao seu rosto, lábios cheios e rosados naturalmente, com uma barba cheia e escura, porém bem feita e para completar, uma cascata de cabelos escuros emoldurando o rosto mais belo que já vi na vida. Eu estava tão impressionada com o homem de perto, que ele precisou coçar a garganta e se afastar um pouco para chamar a minha atenção, e nesse momento me senti envergonhada pois com certeza estou um caos.
— Então, voltando a sua pergunta. —
Ele murmurou chamando minha atenção quando já estávamos afastados.
— Eu fiquei com você apenas no horário da noite, durante o dia a minha governanta ficou aqui com você.Ele me falou isso com uma naturalidade que me deixou intrigada e muito curiosa.
Estreitando os olhos em sua direção, perguntei sem nem medir o perigo, pois não sei com quem estou lidando. Não sei absolutamente nada desse homem.
— E por que exatamente você fez isso?
Eu me acomodei melhor, de modo que ficasse de frente para ele e continuei com mais uma pergunta.
— Você não é nenhum mafioso que sequestra moças indefesas, né?
Ele jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada, meu corpo reagiu aquele som positivamente, foi tão gostoso ouvir esse estranho sorrindo, que fez um sentimento desconhecido surgir no meu peito e então ele murmura com um sorriso de derreter os cérebros femininos.
— De longe você pode até parecer indefesa, talvez inofensiva…
Ele se aproximou de um jeito que me deixou travada e tocou em uma mecha do meu cabelo solto, enrolando-o em seu dedo indicador e continuou.
— Mas te conhecendo melhor, é fácil ver que você tem uma língua bem afiada. O que poderá colocar você em perigo futuramente.
Esboçando um sorriso de lado, ele enfiou as mãos no bolso da sua calça e disse dando de ombros já a alguns centímetros de distância de mim, me fazendo sentir um pouco de segurança novamente.
— Sobre a primeira pergunta, tenho meus motivos. —
Arqueando minha sobrancelha direita em desafio, olhei no fundo dos seus olhos verdes e questionei, não me importando com a sensação estranha que estava sentindo no estômago.
— Que seriam? —
Ele esboçou um sorriso extremamente sexy e respondeu.
— Você não entenderia agora, Srta Kandon. No entanto, na hora certa, você descobrirá. Por hora, preciso apenas tirar você daqui e levá-la em segurança para a sua casa.Ele falou sem nem me dar oportunidade de protestar e saiu andando em direção a porta. Eu acredito que seja para pegar a minha alta e em resposta eu falei assim que vejo o horário e também não me importando se ele ouviria ou não.
— Obrigada por todos os seus cuidados, mas preciso ir trabalhar logo.
Mas minha mente logo me faz lembrar de algo, acabando com minhas esperanças, me deixando aflita e preocupada.
“ Se é que você ainda tem um emprego”
Chease Willians Assim que ouço uma pancada no carro, logo desviei minha atenção da tela do celular para a rua e vejo a expressão amedrontada do meu motorista através do retrovisor e pulei para fora do carro, para entender o que houve e me deparo com uma mulher de cabelos escuros, sentada no chão murmurando algumas palavras desconexas e preocupado me aproximei dela, me ajoelhando ao seu lado pois ela não respondeu às minhas perguntas, na verdade, não parecia ter notado a minha presença até então mas assim que meus olhos passaram em seu rosto lindo e delicado por rápidos segundos algo dentro de mim despertou, o que me fez imediatamente adotar uma postura que eu não tinha a muito tempo. Um instinto protetor me tomou naquele instante e ali preso ao olhar daquela linda mulher, engoli em seco quando ela apenas perguntou em um tom muito baixo e que parecia de encantamento, sem desviar seus olhos de mim, com uma inocência evidente em seus olhos. — Eu morri ? Sem reação no momento, eu
Chease Willians Para ser sincero, faz um bom tempo que não tenho relacionamentos casuais. Eu conheci o relacionamento Sugar a uns 5 anos e desde então passei a me dedicar nesse tipo de troca de relação. Obviamente não é sobre sexo, tem a parte de companhia e descontração, como qualquer outra forma de relacionamento, precisa de uma troca mutua, ambos precisam fazer as suas partes para funcionar. Eu tenho atualmente 2 babys, nos encontramos sempre que preciso de atenção com meu estresse por conta do trabalho, e por um bom tempo, me relacionar com elas me ajudou muito, e em contrapartida, retribuo com carinho, mesadas e "mimos" como elas gostam de chamar, mas já faz um tempo que não estou mais conseguindo me tranquilizar ou até mesmo me saciar com nenhuma das duas. Já fiz até Ménage à trois com minhas duas babys para ver se ajudava a diminuir a sensação esmagadora de vazio que sinto, mas nada adiantou por isso estou prestes a cancelar nossos contratos, pois além de não me trazer mais b
Nina Kandon Não consigo acreditar que eu estava tão doente a ponto de ter anemia, e pior, fiquei 3 dias em observação, com toda a certeza perdi meu emprego, e dona Marta já deve ter encontrado um novo inquilino, e eu fiquei sem meu"apertamento". Levantei as mãos e apertei meu rosto em desespero, perdida em meus pensamentos, senti uma lágrima descer pelos meus olhos e outras logo desceram em sequência e chorei me sentindo angustiada e literalmente sozinha. Não sei o que vou fazer se perder tudo de uma só vez, como vou me recuperar? Como vou recomeçar sem um teto e um emprego? Meu coração acelerou diante dos meus medos, e puxando o ar para meus pulmões, fechei os olhos e tentei me acalmar. Preciso pensar positivo para acreditar que amanhã será melhor, e já me sentindo mais calma, começo a me preparar para sair quando de repente algumas batidas surgem e atenta, ouço a porta se abrir e rapidamente sequei os vestígios de lágrimas e me virei para ver a figura alta e elegante daquele ho
Chease Willians Assim que entramos no restaurante, logo me senti melhor. Estava morrendo de fome e ficar os 20 minutos ao lado da Nina em silêncio, me deixou até com tesão. Fechando meus olhos, neguei com a cabeça em um gesto brusco, pois não estou me reconhecendo. Eu estou parecendo um tarado,que não consegue controlar a libido, mas deixe-me explicar a verdadeira situação. Ela é uma mulher lindíssima, tem curvas invejáveis para seus 20 anos de idade, e é extremamente educada e tímida, como resistir? Como segurar o lado possessivo e protetor que existe em mim? Eu não era o tipo de homem possessivo, que ficava cuidando das minhas mulheres com exagero, mas a Nina, não é qualquer mulher. Ela é especial e despertou algo diferente em mim desde o momento que pus meus olhos nela e por isso, ter ela do meu lado em silêncio e com sua cabeça girando entre as dúvidas que plantei, pois tenho absoluta certeza que as engrenagens do seu cérebro estão trabalhando a todo vapor para tentar entend
Nina Kandon — Tenho uma proposta para você, e acredito que será irrecusável — Ele falou sem pausa e me olhando diretamente nos olhos, eu engoli em seco e questionei com um certo receio. — E qual seria essa proposta, Chease? Ele ergue uma sobrancelha e continua com uma expressão séria em seu rosto e responde. — É um assunto um pouco delicado e por isso preciso que você esteja com a mente aberta para que entenda as minhas reais intenções. Eu confirmo com a cabeça e ele se acomoda na cadeira, pegando a sua taça de água, bebe um pouco, fazendo crescer uma ansiedade em meu interior e volta a dizer. — Eu sou um homem muito influente no mundo dos negócios, e tenho uma agenda estritamente lotada com compromissos e obrigações diariamente, além das viagens que sou obrigado a fazer por conta de todos os meus negócios. Entretanto, sou um homem solitário, na verdade gosto de viver livre, mas ultimamente sentia que estava faltando algo. Em meu coração, algo dizia que a propo
Chease Willians Assim que deixei Nina em sua casa, liguei para Bruno que me atendeu de imediato. Não perdi tempo em cumprimenta-lo, fui logo direto ao assunto. — Bruno, preciso que você fique de olho na Nina a partir de hoje, qualquer coisa que ela faça, eu quero saber. Pode me mandar tudo por mensagem no W******p pois acredito que amanhã ela irá andar muito atrás de um teto. Ele coçou a garganta demonstrando estar desconfortável e pergunta. — Você tem certeza de que a quer em sua vida? Cara, ela parece ser bombardeada de problemas… E esboçando um sorriso frio, sacudi a cabeça em negativo e respondi. — Ela despertou algo em mim, não consigo mais sossegar sem pensar nela então sim, quero ela em minha vida. Ouço um rangido de uma cadeira através da ligação e então Bruno responde com seu habitual tom de voz profissional. — Nesse caso, considere feito — E encerrou a chamada. Mesmo sabendo da situação que ela irá se encontrar hoje, eu optei por não deixar meu contat
Nina Kandon Já faz horas que sai definitivamente do meu apartamento sem nenhuma comida no estômago. Consigo ouvir o coitadinho roncando de fome daqui. Tenho medo de passar mal na rua enquanto me direciono ao local em que trabalho e sinto uma ansiedade dominar meu corpo só em imaginar que não irei conseguir o meu emprego novamente. Suspirando alto, fechei meus olhos e mentalizei o quanto preciso desse trabalho, pois não me importo em me humilhar e implorar por algo que perdi sem ser culpada. Engolindo o bolo que se formou em minha garganta, vejo o quanto preciso desse trabalho como se fosse meu ar para respirar. Agora não tenho nada e ninguém que possa me ajudar e não tenho nem o Chease para aceitar a sua proposta. Fui tão estúpida, deveria ter aceitado logo o que ele me propôs, mas deixei o orgulho falar mais alto e recusei sem nem pensar em pegar o seu contato e agora estou aqui, na pracinha próximo ao pub aguardando ansiosamente 18h para que eu possa ir até o Jeremy e pedir
Nina Kandon E sorrindo em agradecimento, eu apenas confirmei com a cabeça e começamos a comer de verdade. No fim do nosso almoço, eu e Bruno já havíamos falado sobre várias coisas, família, orfanato e dentre elas, o dia que fui hospitalizada no qual ocasionou minha provável demissão, olhando para o relógio de Bruno, vi que já era 17 horas e com isso ele me levou de volta para o carro e me entregou a minha mala e disse que provavelmente iria manter contato comigo mas que não iria me causar problemas por identidade. Agora com a barriga cheia e cheia de expectativas em relação ao meu trabalho, voltei a caminhar para o mesmo banco onde eu estava a horas atrás. Me sentindo tranquila e confiante de que eu iria recuperar meu emprego quando alguém pegou em meu braço bruscamente e me puxou com força e vejo que não reconheço esse homem e então ele me levou a força para dentro do pub que até então estaria fechado e lá encontrei o senhor Jeremy amarrado em uma cadeira com sua boca amordaçada.