Nina Kandon
Já faz horas que sai definitivamente do meu apartamento sem nenhuma comida no estômago. Consigo ouvir o coitadinho roncando de fome daqui.
Tenho medo de passar mal na rua enquanto me direciono ao local em que trabalho e sinto uma ansiedade dominar meu corpo só em imaginar que não irei conseguir o meu emprego novamente.
Suspirando alto, fechei meus olhos e mentalizei o quanto preciso desse trabalho, pois não me importo em me humilhar e implorar por algo que perdi sem ser culpada. Engolindo o bolo que se formou em minha garganta, vejo o quanto preciso desse trabalho como se fosse meu ar para respirar.
Agora não tenho nada e ninguém que possa me ajudar e não tenho nem o Chease para aceitar a sua proposta.
Fui tão estúpida, deveria ter aceitado logo o que ele me propôs, mas deixei o orgulho falar mais alto e recusei sem nem pensar em pegar o seu contato e agora estou aqui, na pracinha próximo ao pub aguardando ansiosamente 18h para que eu possa ir até o Jeremy e pedir meu trabalho de volta e olhando o horário em meu celular vejo que são apenas 2 horas da tarde e solto um suspiro sofrido enquanto ouço e sinto a dor em meu estômago por fome.
Comecei a me sentir mal nos próximos minutos, acredito que seja coisa da minha cabeça pois estou vendo uma movimentação muito estranha e intensa de pessoas no pub, não sei ao certo mas algo não me cheira bem. Enquanto eu passava as mãos pelo rosto, tentando absorver menos a dor em meu estômago quando de repente um homem alto, vestido de preto elegantemente com óculos de sol estilo aviador se aproxima de mim e me cumprimenta.
— Boa tarde, Senhorita Kandon. Tudo bem?
Eu travei no momento em que ele me cumprimentou pelo sobrenome.
Merda, ele me conhece.
Não é um bom sinal.
— O-oi, boa tarde. Tu-tudo bem e você?
Ele arqueia a sobrancelha e me analisa por alguns segundos e sorri respondendo.
— Estou bem, obrigado.
Ele senta no banco ao meu lado e retira seus óculos deixando a mostra seus impressionantes olhos verdes e murmura.
— Eu não quero assustá-la mas preciso fazer algumas perguntas…
O que está acontecendo com esses homens? Que ficam querendo me fazer perguntas logo que me conhecem?
Eu heinn..
E estendendo sua mão ele continua me observando.
— Antes, deixe-me apresentar, sou Bruno Soratto, investigador e policial federal.
E nesse instante meu corpo estremece e acredito ser por causa da fome e eu murmuro um pouco nervosa.
— Prazer em conhecê-lo, Sou Nina.
E estendi a mão para ele que a apertou um pouco mais forte que o normal e então continua falando com uma expressão séria no rosto.
— Tudo bem fazer algumas perguntas?
Confirmo com um gesto e permaneço em silencio e ele continua.
— Bom, então vamos almoçar, o que tenho para tratar é bem sério, e por isso, o almoço será por minha conta.
Indescritível a sensação que atravessou meu corpo quando ele me convidou para almoçar.
Ai meu Deus, obrigada por isso.
“O almoço será por minha conta”, soa tão perfeito que eu poderia até me apaixonar por ele.
Mas antes de começar a segui-lo, eu o analisei demoradamente e pensei comigo mesma.
E se for um golpe? E se ele quiser roubar algo de mim?
E logo uma voz na minha cabeça avisa rindo de mim.
“ Pare de drama, Nina. Ele não vai querer roubar seu tênis de brechó.”E com isso, revirei os olhos e me preparei para segui-lo, quando iria puxar minha mala, ele logo se ofereceu para me ajudar e disse.
— Vamos almoçar ali naquele restaurante, nunca comi ali e podemos deixar sua mala no meu carro.
Ele sorri pegando a mala da minha mão gentilmente e com isso confirmei sorrindo, me sentindo aliviada.
— Prontinho, agora vamos?
Confirmei em um gesto positivo e começamos a andar em um silêncio tranquilo e assim que adentramos o restaurante, logo sou preenchida pelo cheiro magnífico de comida e com isso ele diz em um tom amigável.
— Fique a vontade e escolha a opção que quiser, eu com toda a certeza vou no buffet livre.
E sorrindo saiu em direção a opção que escolheu e eu não fiquei para trás e digo rindo.
— Olha, eu não sou o tipo de pessoa que nega comida, muito menos um buffet livre.
E com isso começamos a rir e ele diz.
— Então sinta-se em casa.
E eu confirmei com um enorme sorriso e começamos a nos servir.
Logo que escolhemos a mesa para nos acomodar, começamos a comer, ele diz entre uma garfada e outra.
— Estou investigando sobre aquele pub onde você trabalha, não sei por qual motivo mas eu sei que já faz alguns dias que você não aparece lá.
E confirmando eu engoli a comida e tomei meu suco e respondi ao seu comentário.
— Eu sofri um pequeno acidente e então faltei alguns dias e acredito que tenha perdido o emprego e hoje tentarei recuperá-lo mas...
Ele para o garfo no ar e me olha curioso quando eu deixei a frase inacabada e me incentivando a continuar com um gesto, eu logo prossegui.
— Bom.. eu nunca reparei tanto movimento durante o dia no pub como aconteceu hoje, é bem estranho.
Ele assentiu e então comecei a comer mais um pedaço do meu magnífico bife e Bruno falou.
— Durante a noite, você via apenas os clientes? Não tinha ninguém que pudesse indicar ou caracterizar tráfico de drogas?
Comecei a pensar melhor nessa hipótese e então me lembrei de uma situação que aconteceu a poucos dias e comecei a falar.
— Nunca havia pensado nisso até agora, mas teve um dia que vi alguns homens usando ternos sofisticados entrando pelos fundos do pub e foram bem agressivos com o Sr. Jeremy e eu apenas saí o mais rápido possível para que não sobrasse nada para mim.
Falei dando de ombros e ele assentiu e disse.
— Bom, essa informação me ajuda muito, Nina.
Nina Kandon E sorrindo em agradecimento, eu apenas confirmei com a cabeça e começamos a comer de verdade. No fim do nosso almoço, eu e Bruno já havíamos falado sobre várias coisas, família, orfanato e dentre elas, o dia que fui hospitalizada no qual ocasionou minha provável demissão, olhando para o relógio de Bruno, vi que já era 17 horas e com isso ele me levou de volta para o carro e me entregou a minha mala e disse que provavelmente iria manter contato comigo mas que não iria me causar problemas por identidade. Agora com a barriga cheia e cheia de expectativas em relação ao meu trabalho, voltei a caminhar para o mesmo banco onde eu estava a horas atrás. Me sentindo tranquila e confiante de que eu iria recuperar meu emprego quando alguém pegou em meu braço bruscamente e me puxou com força e vejo que não reconheço esse homem e então ele me levou a força para dentro do pub que até então estaria fechado e lá encontrei o senhor Jeremy amarrado em uma cadeira com sua boca amordaçada.
Chease Willians No instante em que Bruno me disse que Nina havia sido levada à força para o pub, não consegui conter minha fúria. Ele me explicou que ela havia passado informações importantíssimas para a nossa investigação e que com isso, iríamos conseguir prender os principais responsáveis pelos desvios de dinheiro, e tudo estava girando em torno do tráfico de drogas, mas a verdade é que minha mente estava apenas na informação em que Nina estava em perigo. No momento em que toda a operação já havia sido montada e arrombaram a porta, adentrei o pub feito um louco atrás dela, nem me importando se iremos prender os culpados ou não, eu estava ali por ela, precisava vê-la, saber como estava mas assim que a vi com seus lábios sangrando e inchados, senti meu coração vacilar algumas batidas e apressei meus passos para pegá-la em meus braços e conferir se estava bem de verdade mas quando ela caiu de joelhos, eu a alcancei e a levantei facilmente em meus braços, apertando-a contra mim, num m
Nina Kandon Observei Chease saindo com sua bunda linda andando em direção a porta da cozinha, e só pelo fato de eu estar tarando a sua bunda, já me deixou em alerta, pois ele é um homem bem grande, e mesmo sendo virgem, não sou 100% inocente, assisti muitas vezes a trilogia 50 tons de cinza e sei muito bem quando existe um tipo de tensão entre duas pessoas e sem dúvidas, entre mim e Chease existe muita tensão e química. E acredite em mim, quando um homem de aproximadamente 1,90 cm de altura, com músculos excepcionalmente definidos por todo o corpo, dono de um par de olhos verdes cativantes, com um sorriso de matar, se aproximar de você com um interesse em cuidar de você, apenas saia correndo e fuja para o mais longe possível, pois você irá se apaixonar por ele. Eu sei dos riscos que estou correndo de ter meu coração partido mas não tive escolha, ou aceitaria os cuidados de Chease ou ficaria na rua para morrer de fome entre outras coisas que poderia acontecer comigo, precisei abri
Chease Willians No instante em que Nina disse que aceitava a proposta, uma sensação agradável de poder me dominou, mas isso não quer dizer que ela aceitou a proposta a sério, já que ela não sabe muito a respeito e por isso precisei ressaltar. — Mesmo que você já tenha sua resposta, vou deixar o prazo de 2 dias em aberto e assim você irá me conhecer um pouco mais nesse período. Nina assentiu e levantou-se levando seu prato, talheres e taça até a pia, enquanto eu analisava todo o seu corpo perfeito. De costas para mim, olhei dos seus pés até a sua bunda maravilhosa e me levantei com todo silêncio possível, não conseguindo aguentar a vontade de beija-la a tantos dias e agarrando seu quadril, a virei para mim, colocando-a em cima da pia e levantando a mão e pousando em seu rosto, ela fechou os olhos quando recebeu meu toque, quase se derretendo toda para mim e muito satisfeito, eu disse. — Você é tão linda, Querida. Que preciso ter total controle para não tomar você agora mesmo.
Nina KandonDepois que falei para Chease que eu estava disposta a ser sua baby, eu sabia que iria passar por uma mudança drástica de vida. Poxa vida, quem tem um Chease na vida, sabe do que estou falando, não é mesmo?O homem é perfeito, e esta levando muito a sério sobre a minha preparação para ocupar o lugar de baby. Vou explicar o que eu fiz durante a primeira semana que com muito carinho apelidei de TS "Treinamento Sugar", vamos lá.Se antes eu só tinha uma opção de comida, hoje posso pedir duas refeições diferentes por dia e mais os lanches fora de horário. Tudo o que precisar entre roupas, acessórios e até mesmo para higiene pessoal é só pedir a governanta e ela resolve tudo mas como não quero exagerar, pedi apenas o necessário, ou seja, início de mês e estou menstruada.Estou tendo aulas diárias de etiqueta e moda, estive tão ocupada que não vejo Chease desde o dia em que ele me colocou para dormir, a única coisa que sei é que terei um evento em São Paulo para comparecer ao
Chease Willians No momento em que aterrissamos em São Paulo, já percebi que meu dia seria longo. Meu humor estava péssimo, recebi inúmeras ligações do meu gerente informando que uma de nossas lojas foi arrombada e com isso o prejuízo ultrapassa 500 mil reais, e além de tudo a minha mãe está me aguardando a mais de 2 horas, na mesma sala em que eu estou entrando, e o surto materno irá começar em 3..2..1.. — Isso não se faz, Chease. Ouvi dona Vivian Willians choramingar enquanto levantava-se da poltrona e andava em minha direção com mágoa nos olhos. — Como consegue deixar sua mãe dias sem uma notícia sua? Neste momento estou parado ao lado da minha mesa presidencial e encarando a minha elegante mãe, tentando não ser muito rude, então controlando a voz, eu respondo. — Mãe, não foi proposital. Sinto muito. Você sabe que não fui a diversão. E também não falei com você por apenas um dia. Ela cruza os braços na defensiva e reclama mais um pouco. — Mas ao menos me dê not
Chease Willians E então peguei meu celular e digitei uma mensagem, pois estava interessado em saber como ela estava, o que estava fazendo.“Oi, baby. Como estão as coisas por aí? Terminou suas aulas?” Eu já sabia que Nina levou nota máxima nas duas matérias em que a Carla iria ensiná-la. Nina é dedicada e até agora não me decepcionou em nada. “Oi, Daddy. Estão bem, hoje estamos no shopping.” Nina respondeu rapidamente e isso me deixou inquieto e então resolvi ligar para ela e ouvir a sua voz, que no segundo toque atendeu timidamente. — O..oii, Chease. — Sorri ao ouvir sua voz tímida ao me saudar, pois provavelmente Carla esta por perto. — Você não gosta de comprar roupas? Ou ir ao salão de beleza? Perguntei a ela e parece que a peguei desprevenida pois soltou um suspiro. — Não estou acostumada a gastar tanto em tão pouco tempo e acho que tenho o necessário. Ela me responde parecendo chateada. — Minha querida, você estará ao meu lado então é necessário. Se a
Nina Kandon Assim que Chease respondeu que iríamos de jatinho para São Paulo, parece que a minha ficha começou a cair aos poucos a respeito da minha realidade. Eu realmente estou mudando de vida, por ele, para ele e através dele. Nunca pensei que iria receber esse tipo de ajuda, e merda, sei que se eu não me cuidar, irei me machucar e feio. Deitada na minha cama, ouço um movimento no corredor quando algumas batidas me fazem saltar da cama e abrir a porta quando Carla entrou eufórica. — Nina, amanhã iremos fazer compras pela manhã e no período da tarde, iremos colocar as roupas nas malas, pois tudo que é seu será enviado a São Paulo para que esteja tudo pronto para quando chegarmos lá ainda amanhã a noite ou no início da madrugada. Confirmando com a cabeça eu sorri e permaneci em silêncio quando ela diz. — Você pode ficar descansando essa tarde, faça o que quiser para se distrair. Carla saiu do quarto e fechou a porta me deixando ali sozinha com dúvida do que eu posso faz