Capítulo 11

Chease Willians

No instante em que Bruno me disse que Nina havia sido levada à força para o pub, não consegui conter minha fúria.

Ele me explicou que ela havia passado informações importantíssimas para a nossa investigação e que com isso, iríamos conseguir prender os principais responsáveis pelos desvios de dinheiro, e tudo estava girando em torno do tráfico de drogas, mas a verdade é que minha mente estava apenas na informação em que Nina estava em perigo.

No momento em que toda a operação já havia sido montada e arrombaram a porta, adentrei o pub feito um louco atrás dela, nem me importando se iremos prender os culpados ou não, eu estava ali por ela, precisava vê-la, saber como estava mas assim que a vi com seus lábios sangrando e inchados, senti meu coração vacilar algumas batidas e apressei meus passos para pegá-la em meus braços e conferir se estava bem de verdade mas quando ela caiu de joelhos, eu a alcancei e a levantei facilmente em meus braços, apertando-a contra mim, num misto de sensações, que era de proteção, preocupação e uma paz ao tê-la tão próxima de mim. Seu corpo parece ter sido feito para se encaixar perfeitamente ao meu e saboreando a doce sensação de ter ela tão próxima de mim, ouvi o que eu mais ansiava desde o dia do nosso jantar, e meu corpo logo adotou a postura de dominação novamente, saboreando a sensação de que ela irá ficar comigo.

 —   Chease, eu aceito a sua proposta.  

Ela murmurou num fio de voz, parecia estar muito fraca e então apagou em meus braços e eu preocupado, logo a levei para fora daquela sala a passos rápidos. Seu corpo desacordado parecia uma pluma de tão leve  e enquanto eu andava rumo a saída do local, encontrei Bruno no caminho e murmurei para que só ele conseguisse ouvir.

 — Estou indo para meu apartamento, depois me passe todas as informações que conseguir daqui, por favor.  

E assentindo com um gesto, ele me olhou e logo respondeu. 

 —   Meu pessoal recolheu a mala dela, mais tarde levarei para você.  

Confirmando com a cabeça, eu apenas segui andando até meu carro para que eu pudesse  colocá-la no banco do carona, e assim que deitei seu corpo, inclinei um pouco o banco e coloquei o cinto de segurança e me aproximei tirando uma mecha de cabelo do seu lindíssimo rosto, não acreditando que de fato poderemos conversar melhor. 

Eu não quero e não vou me aproveitar da situação, porém, estou um misto de confusão, pois nunca senti nada em relação a outras mulheres, mas depois que conheci a Nina, na verdade, depois que pus meus olhos nela naquele dia após o acidente, comecei a sentir coisas estranhas, ter posturas, reações e atitudes diferentes, e com esse caos que está em minha cabeça, decidi me apressar para sair deste lugar.

Assim que cheguei em meu apartamento, logo a coloquei na minha cama. Sentindo um misto de aprovação e alegria me dominar até que me dou conta do que está acontecendo.

Merda. 

Nunca levei nenhuma mulher para minha cama, como explicar essa necessidade de tê-la sempre comigo?

Sacudindo a cabeça em negação, tirei seus sapatos, para que ela pudesse ficar confortável e feito isso, fui diretamente ao banheiro para tomar um banho.

Enrolado na toalha, saí do banheiro e me deparo com Nina ainda dormindo serenamente e me aproximei da cama acariciando seu rosto e então consegui ver dois cortes superficiais em seus lábios com um pouco de sangue já seco e isso me fez ficar furioso internamente, querendo espancar o responsável por isso, mas logo ela se remexe na cama e então abriu seus olhos devagar, de modo que conseguisse se acostumar com a forte luz do meu quarto e sorrindo diz.

 —   Novamente, achei que havia morrido. 

Eu sorri tocando em seu cabelo e falei traçando seu rosto com meus dedos.

 —  Você esta no céu e eu sou agraciado com a visão de um anjo. Está certo isso?     

Ela franze o nariz e sorri envergonhada e então eu pergunto acariciando sua bochecha.

 —   Como está se sentindo, Nina?   

Ela sentou na cama e suspirou profundamente, se ajeitando melhor no colchão, respondeu cautelosa.

  — Eu me sinto bem, apenas uma leve dor no abdômen e no rosto.  

Estranhei um pouco sua queixa, mas não quis aprofundar nada agora e com isso assenti e disse mudando de assunto.

 —   Vou me vestir e vou até meu escritório fazer algumas ligações, e em alguns minutos eu retornarei para que possamos comer alguma coisa.

Ela confirmou com a cabeça e seus olhos brilharam para mim e algo em mim despertou, senti uma vontade muito grande de beijá-la e fugindo da vontade insana que se apoderou de mim, levantei e disse já me distanciando, enquanto engolia em seco toda a vontade qu me dominou a dois segundos atrás.

 — Fique à vontade, tome um banho e vista alguma roupa minha até as suas coisas chegarem.  

Sai em direção ao closet e ela permaneceu deitada mais um pouco e então coloquei uma calça moletom e uma camiseta e sai do quarto rumo ao escritório e liguei para Bruno para resolver amenidades e em seguida liguei para minha secretária para agendar alguns horários necessários para reuniões com alguns clientes meus. Eram situações que devem ser resolvidas o quanto antes, mas poderiam ser feitas amanhã, mas como eu queria deixar Nina a vontade, optei por fazer tudo isso agora.

Acredito que uma hora se passou e eu já havia terminado o trabalho e ligações então voltei ao quarto e assim que abri a porta, me deparei com a cena mais sensual e pura que já vi. 

Sei que nunca mais vou conseguir esquecer essa visão privilegiada que tive quando abri a porta sem ao menos bater antes e com isso, acabei vendo Nina de calcinha e sutiã totalmente ruborizada e tentando cobrir os seios fartos que estavam a mostra com seu sutiã nude; Meus olhos passearam por toda a beleza delicada que estava a alguns metros à minha frente  mas analisando melhor a situação, acabei percebendo que ela não estava escondendo seu corpo dos meus olhos avaliativos e sim, escondendo o hematoma em seu abdômen.

 —  Desculpe abrir a porta desse jeito, mas não pude deixar de notar. 

Falei atravessando a porta enquanto observava o corpo delicado e cheio de curvas da Nina estremecer diante da minha aproximação.

 —  Esse hematoma...  —   Levantei a mão em direção ao seu abdômen mas logo parei e olhei em seus olhos expressivos.

 —Sim, foi aquele homem que me golpeou. Mas agora estou bem, e graças a você.

Ela respondeu um pouco tímida e sorriu sem graça e voltou a vestir a roupa que eu havia separado para ela.

 — Vou esperar você na cozinha em 10 minutos, Nina.

Falei para ela na tentativa de me manter o mais longe possível da tentação que era tocá-la sem antes ter definido os detalhes do nosso contrato e sem dar a chance para ela responder, logo sai rumo a cozinha.

Me sentindo totalmente fora de mim, liguei para meu advogado para saber se ele já havia redigido o nosso contrato pois já não aguentava mais esperar e ele logo confirmou me deixando muito satisfeito com a resposta.

 —   Sim, Sr. Willians. Está tudo nos conformes, como havia solicitado. Irei entregar o contrato amanhã em seu escritório e… —   

—  Preciso desse contrato em mãos hoje, em minha casa, senhor Molina.  

 Interrompi o homem e prossegui a falar.

  —  Se necessário, irei solicitar ao meu motorista para buscar em seu escritório.  

E pigarreando, Molina responde. 

 — Irei entregar até as 20H, Sr. Willians.  

E satisfeito com a informação, confirmei em um gesto e murmurei. 

 — Muito obrigado, Senhor Molina. Até mais tarde.  

E encerrei a chamada e depositei meu celular em cima da mesa. Dessa vez, minha mente me levou diretamente ao hematoma no corpo da Nina. Minha vontade é acabar com aquele verme com as minhas próprias mãos, mas quem faz a lei não sou eu então melhor acompanhar o rumo do caso dele de perto. Afastando aqueles pensamentos, ouço passos tímidos se aproximarem e então viro-me em direção a minha pequena Nina.

 —   Uau, bela cozinha.   

Ela chegou falando e sorrindo tranquilamente olhando tudo ao redor.

 —  Sua cozinha é do tamanho do meu apertamento inteiro. 

Franzindo a testa em dúvida, eu perguntei, achando graça do seu comentário.

 —   Apertamento? Não seria apartamento, Srta Kandon?  

E  sorrindo sem graça, ela confirma com a cabeça e puxa o banco para se acomodar a minha frente e explica.

—   Meu apartamento era tão pequeno, que carinhosamente o apelidei de apertamento.    

E com isso sorriu, sorriu de uma forma que fez meu coração falhar algumas batidas e eu não entendi o motivo de sentir isso, olhando-a assim, tão sorridente, nem parece que lutou tanto em sua vida e mesmo assim, não perde seu carisma e esperança. 

Estou diante de uma garota batalhadora e tenho certeza que ela usará muito bem as coisas que irei oferecer a seu favor.

E um grande exemplo disso é a minha camisa em seu corpo perfeito e cheio de curvas.

Porra.

Alguém sabe me explicar por que eu fui emprestar uma camisa minha para ela? Ficou extremamente sexy nela, e eu nunca, nunca avaliei isso em outras mulheres.

   — Sinto muito pelo seu "apertamento" Nina. Acredito que tenha sido difícil ter deixado um lugar que lhe acolheu por tanto tempo.

Tentei ser o mais calmo possível, tentando neutralizar os pensamentos pecaminosos que estão habitando minha mente e ela assentiu e disse.

 —   Foi muito difícil mesmo, mas acredito que irei conseguir muito mais. Não perdi as esperanças, sei que estou sozinha no mundo mas…  

Eu imediatamente a interrompi e deixei bem claro para ela, olhando no fundo dos seus olhos.

 —   Nunca mais diga ou pense que está sozinha. Eu irei cuidar de você e lhe darei todo o suporte que precisar.  — 

E piscando seus olhos ela sorri fraco e diz.

 — Em algum momento, Chease, você irá cansar de mim. Pode não ser agora, ou no ano que vem, mas sei que vai acontecer. E vou ter que seguir sozinha.  —  

Ouvir isso me deixou aflito e ao mesmo tempo irritado. Eu gostaria de saber o por que de alguém pensar isso e então logo a questionei.

 —  Por que você acha que irei me cansar de você?  —  

Ela então dá de ombros e responde com uma expressão triste. 

 — Alguém como eu, nasceu para ficar sozinha. Não tenho nada, não tenho ninguém por mim.  —  

Eu sacudi a cabeça em um gesto negativo, e fixei meus olhos em seu rosto.

 —  Acredito que você não tenha entendido a magnitude do meu interesse por você.

Sou interrompido pela campainha que tocou ao fundo e em alguns segundos, meu segurança me chamou e disse.

— Com licença, Senhor Willians. O senhor Molina está lhe aguardando na sala.

E sorrindo eu o dispensei com um gesto e disse a Nina.

 — Agora você terá em suas mãos um contrato onde explicará exatamente o que terá de mim e o que eu quero de você.

Me levantei da cadeira deixando-a ali apenas me encarando e disse.

 — Fique à vontade para comer o que quiser, conversaremos em alguns minutos.

Sai deixando a garota com um sorriso de lado em seu lindo rosto e uma sensação de adrenalina se apossou do meu corpo, sabendo que o que me separa de Nina é o contrato que acabou de chegar.

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