No meu supercilio havia um curativo e minhas costelas doíam um pouco. Mas o lugar que mais doía era o meu coração. Ver Cristian ali tão perto e não poder tocar seus cabelos e nem beijar seus lábios me destruía por dentro. Me casaria com Estevão em nome do amor. Não permitiria que Estevão me tocasse. Meu corpo assim como meu coração pertenciam a Cris. Existe uma diferença entre o amor de sua vida e o homem da sua vida. O amor da sua vida faz você cometer loucuras, ficar de pernas bamba e sentir borboletas no estômago. O homem da sua vida é justamente o contrário. Te mantém sensata, com os pés no chão e faz você saber que é amada.
Acho que no meu caso Cris é os dois.
Eu não sabia como seria minha vida dali para frente, não amava Estevão e seria sua esposa.
Olhei na direção de onde ele conversava com Sabrina e nossos olhares se encontraram. Desviei o olhar e sai correndo.
Cheguei em casa e fui direto para m
"PRINCESINHA DA FAMILIA CASTRO É ENCONTRADA MORTA EM SEU QUARTO NO DIA DE SEU CASAMENTO"Era este o anúncio que estampava a primeira página de todos os jornais da cidade.Não pude acreditar que ela havia mesmo feito aquela loucura! Não pude conter minhas lágrimas. Segundo o jornal, no horário que eu fui a casa dela, ela já estava morta. Meu celular vibrou no meu bolso e ao ver quem ligava atendi com a voz embargada.-Alô - Falei.-Você precisa tirar Belinda de lá antes das duas da manhã, se passar disso ela irá ficar sem oxigênio.-Você é maluco, vocês dois são, como ela faz uma coisa assim? Ela confiou a vida dela nas mãos de outras pessoas.-A vida dela esta nas suas mãos, então salve - a. A família ainda está aqui, mas logo irão embora. Tire - a de lá.Praticamente voei até o cemitério. A multidão que havia ido ao seu enterro começava a se dispersar e em poucos minutos havia somente os pais e o irmão de Belinda. A mãe dela chorava alto
Belinda saiu e após poucos minutos aquele homem voltou e jogou um jato de água em mim. Me deu uma calça caqui e camiseta branca. Eu não iria para casa.Eu estava na penitenciária do estado. Não poderia lutar por Belinda.Na cela havia uma cama de cimento com um colchão velho sem lençol, uma pia e um vaso sanitário. Ouvi a fechadura ser trancada e fiquei ali sozinho.Alguns dias depois minha mãe foi me visitar.-E o papai?-Não veio. Não pode suportar ver você aqui. Aí meu filho sabemos que essas acusações são falsas.-E de que me acusam?-Dizem que você tentou matar a filha dos Castro...-Estevão...-Sim. Belinda me procurou. Ela me contou a verdade e disse que teve que aceitar as ameaças dele.-Belinda?-Sim. Ela está aqui.-Belinda está aqui?Minha mãe não respondeu. Apenas se levantou e abriu a porta.-Venha querida.Belinda entrou. Ela estava claramente abatida. Seus olhos fundos e quilos mais magra. Parecia mu
Algo estranho aconteceu. Eu sempre ia ao cemitério da cidade vizinha. Como não sabia onde tinha espalhado as cinzas de Debbie, ia sempre lá como uma forma de visitá-la.Eu tinha uma foto dela que Estevão havia conseguido para mim. Nossa filha não se parecia com ela. Ela era loira e tinha os olhos extremamente azuis. O retrato sorria para mim. Ele disse que essa foto havia sido tirada por mim por isso ela sorria. Ele disse que havia encontrado amassada no jardim, logo após me deixar na casa. Mas o sorriso dela não chegava aos olhos. Parecia forçado. Talvez algo a afligisse.Fui mais uma vez ao cemitério e dessa vez levei minha filha para que ela pudesse aprender que sua mãe não estava mais entre nós. Parei em frente a um túmulo e fiquei ali pensando em Debbie. Ao longe havia uma mulher mais velha e uma garota, próximo a um túmulo. Elas choravam muito. Fiquei realmente curioso para saber quem era digno das lágrimas de duas belas mulheres. Então me escondi e qua
Envenenada.Foi isso que meus exames constaram. Eu estava sendo envenenada aos poucos há pelo menos seis meses. Eis o motivo do nascimento prematuro e morte da minha filha. Só que o mais estranho, era que no meu estômago não haviam vestígios do veneno, apenas na minha corrente sanguínea existia uma grande concentração de arsênico, portanto não era na comida que ele estava sendo colocado. Sem veneno, sem provas. Podia ser qualquer um, apesar de que, eu tinha certeza que era Estevão. Mas infelizmente não podia provar. E muito menos denunciar, já que era Uli quem cuidava de minhas coisas e com toda certeza Estevão a culparia.Ele entrou no quarto logo após a saída do médico.-O que quer aqui?-Vim ver como você está.-Estou ótima, já pode ir.Apertei a campainha que chama a enferme
O sono me abandonou. Belinda saiu daquele quarto mas eu ainda podia sentir o seu perfume. Sentia ódio de Estevão. Ele estava envenenando Belinda. O que o impediria de me matar e a minha filha? Nada. Apesar de que para ele eu era inofensivo por não me lembrar de Belinda. Mas suponho que seu intuito era outro. Ele a queria morta. Não a mim. Ele queria que eu sentisse sua perda. Como ele sentiu.Desde o início eu sabia que me envolver com Belinda traria graves consequências. Mas imaginei uma briga sem fim com o pai dela e não um marido indesejado. Ela tinha apenas dezoito anos mas já sofrera por toda uma vida. O que leva um pai a obrigar a própria filha a se casar com um homem que não ama? Estevão era apenas dois anos mais velho do que Belinda. Me lembro de vê-lo olhar para ela na escola. Seus pais morreram pouco antes de Belinda voltar, deixando em suas mãos todos os negócios da familia. Ao menos era o que se dizia nos corredores da escola. Todas as garotas o queriam (ou
Toquei a campainha e a porta se abriu sem muita cerimônia. Já havia sido anunciada pelo porteiro.-Belinda!Que surpresa boa.-Precisamos conversar Verônica.Há muito já havia deixado de chamá -la formalmente. Ela havia exigido que eu a chamasse pelo nome.-O que aconteceu, querida?-Preciso te contar uma coisa... Sobre Cristian.-Meu menino, sinto tanto sua falta. Tenho ódio daquele homem cada vez que penso no meu filho.-Com o que vou lhe contar sentirá ainda mais ódio, mas deverá se controlar.-Você está me assustando.-Verônica...Cristian... Ele... Ele está vivo.-Como disse, querida?Acho que não ouvi direito.-A senhora ouviu perfeitamente bem.-Não brinque comigo Belinda.-Não estou brincando e quase morri de susto, tanto quanto você.Ela não respondeu.-Verônica, ouça. Lembre-se daquele rapaz que vimos no cemitério?-Sim.-Era ele.-Não era, ele teria vindo até nós.&n
Acordei sentindo minha mente enevoada. Flashes do que ocorreu no cemitério surgiram. Eu estava sozinha num quarto. A luminosidade era parca e cheirava a mofo. O colchão sob o meu corpo fedia a uma mistura de suor e poeira. Me forcei a sentar e olhei em volta a procura de uma pista de onde eu estava. Nada. Era um quarto pequeno e não tinha móveis, além do colchão no qual eu me encontrava. Havia duas portas. Me levantei e fui até a primeira. Trancada. Provavelmente a saída. A segunda porta se abriu para revelar um banheiro onde havia um vaso sanitário e um cano no lugar que deveria ser o chuveiro.O cheiro era de água sanitária.Olhei pelo pequeno vitrô do banheiro. Não reconheci o lugar. Era deserto. Havia um descampado e mais a frente podia - se notar uma densa floresta.As horas se arrastaram até que Estevão apareceu. Ouvi a porta se abrir e fechei os olhos para fingir que dormia.-Acorde - Vociferou.Abri os olhos para dar de cara com u
A dor era escruciante. Não parecia real. Era forte demais para ser real.Eu tinha visões. Imagens desfocadas que envolviam Estevão e Cristian. Mas eu não saberia explicá -las posteriormente.Senti algo gelado em minha testa e abri os olhos. Eles pareciam pesados. Um rosto que eu não conhecia olhava para mim com olhar preocupado.-Oi. Achei que não fosse acordar - Falou com um sotaque que eu conhecia mas não me lembrava de onde.-Quem é você? -Me chamo Maya.-Onde eu estou?-Na floresta da Tijuca. -Eu...Não me lembro o que houve.-Você foi picada por uma cobra. Teve sorte de eu estar lá. -Você mora na floresta da Tijuca? -Bem no meio dela - Disse sorrindo.-Não imaginei que fosse possível. -Mas é. Agora descanse enquanto preparo algo para você comer.-Não estou com fome.-Você está há qua