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06.Tomada de decisões.

Mike

Depois do enterro de Luiza eu simplesmente não quis saber de mais nada, fui para minha casa não querendo a companhia de ninguém, fiquei horas e horas vendo fotos que tínhamos juntos e algumas mensagens que me recuso a apagar, todas as manhãs ela me mandava mensagem de bom dia, e sempre com a alegria, de sempre, mesmo quando estava nos seus piores dias não transparecia, eu simplesmente me recusava a acreditar que ela havia partido, para amenizar a dor eu me fechei.

A primeira semana trabalhei de casa, não tinha ânimo para sair na rua ou olhar para cara do Rick, trabalhamos juntos e eu me recuso a admirar um cara que tinha o amor de uma mulher como Luiza e não dava o devido valor, não tenho raiva dele, mas a admiração que tinha morreu, sou o tipo de amigo que vejo as coisas e falo, não guardo para agradar, por isso sou tão na minha para não ver coisas indevidas e sair arrumando problemas. Venho de uma família tradicional, meus pais são muito unidos até hoje depois de 32 anos de casados ainda demonstram muito amor e afeto um pelo outro, tem alguns problemas sim como todo casal não são perfeitos, tenho minha irmã Chloe, essa tem a idade da Jéssy e é muito teimosa, totalmente diferente de mim e dos meus pais que sempre fomos muito reservados. Chloe é a diversão em pessoa, adora passar noites fora, é linda e meiga mais de uma língua afiada que às vezes tenho vontade de cortar fora.

Estou a caminho da casa dos meus pais, pretendo levar Chloe comigo para comprar algumas coisas para Jéssy já que sou um palerma em gosto de mulheres, sou bom para presentear, mas para decoração sou péssimo. Eu estava pensando se Chloe e Jéssy dariam certo, mas acho uma ideia arriscada, penso que minha irmã faria Jéssy ser totalmente fora da casinha como ela é.

Falando na Jéssy fiquei muito confuso com tudo que Luiza me pediu, quando ela estava viva eu acreditei que ela não iria precisar que eu cumprisse com a minha palavra, eu não imaginava que ela nos deixaria, mas agora tenho que cumprir e não sei nem por onde começar, seria mais fácil não seguir cláusulas do contrato, mas não farei isso em respeito a minha querida amiga. Não tem como negar o quanto me senti culpado com tudo que aconteceu com Jéssy, às vezes se eu tivesse falado antes para ela tudo que eu e Luiza combinamos ela poderia ter esperanças, ou não, quem é que quer se casar do nada com um estranho?

Minha mente vaga e já penso no show que Lívia dará quando descobrir o que estou prestes a fazer, minha cabeça está virando um turbilhão mais farei o que prometi. Serão somente 3 anos, a partir do momento que Jéssy souber o que fazer da sua vida e com sua herança eu poderei deixá-la viver livremente, só espero não enlouquecer até lá já que mal sei lidar com a minha irmã.

Cheguei a casa dos meus pais e entrei, minha mãe veio logo ao meu encontro.

— Filho, filho, filho, precisa visitar mais a sua mãe, quer me deixar louca de saudades de você. — Aproximou de braços abertos.

— Sua benção, minha mãe. — Beijei sua mão. — Eu vim aqui esses dias atrás e a senhora já está me cobrando novamente. — falo observando meu pai se aproximar.

— Sabe como é sua mãe, filho, não se contenta com saudades de você. — meu pai se aproximou.

— Sua benção, meu pai, a mamãe está mais exagerada do que o normal. — Meu pai sorriu e nos sentamos nas poltronas.

— Cadê minha nora filho? — perguntou sobre Lívia, não gosto muito dessa amizade que minha mãe tem pela Lívia já que sei que é só da parte dela, a Lívia é uma pessoa difícil de lidar, ela gosta da minha mãe, sim, mas do jeito torto dela.

— Vi ela ontem mãe, não estou vindo da casa dela, por isso ela não veio comigo.

— Graças a Deus! — Chloe nem ao menos me cumprimenta, ela desce as escadas com o celular nas mãos e uma imensa camisa que parecia ser do meu pai.

— Oi para você também, Chloe. Anda vestindo as camisas do pai? — perguntei rindo dela que fez careta e apontou a língua.

— Oi maninho, como vai, como está, como vai! — diz fazendo suas gracinhas, ela veio até mim e dei um abraço nela. — Não é do pai, é minha, sou estilosa bebê. — logo ela foi rumo à cozinha.

— Depois quero falar com você, menina.

— Deixa eu encher a minha barriguinha primeiro. — diz batendo a mão na barriga, ela é doidinha e sem noção mais também é a alegria da casa meu pai é louco pela Chloe, mas minha mãe…!

— Falando nisso, vamos comer, você parece muito magrinho filho.

— Mãe não precisa, acabei de tomar café da manhã.

— Não sei porque você argumenta filho, sabe que ela vencerá.

— Ok, ok. Mas não tenho muito tempo, vou precisar da Chloe para ir em uma loja comigo. — digo atraindo os olhares dos meus pais e da Chloe.

— Ouvi presente para mim, olha faz tempo que não me presenteia maninho, já estava sentindo falta. — brincou divertida.

— Desculpa maninha, mas é para você me ajudar.

— Perdeu a graça.

— Vai presentear a Lívia filho? — minha mãe perguntou. — Amor, será que vamos ter casamento por aí, alguns netinhos. — ela diz olhando meu pai sorrindo, me neguei com a cabeça, mas antes minha irmã reclamou.

— Era só o que me faltava, eu ajudar o Mike a enlouquecer de vez se casando com a megera da Lívia.

— Chloe, olha como fala. Tenha modos.

— Calma mana. E não mãe, não tem casamento e muito menos netos.

— Não estou entendendo filho, você anda distante desde a morte da Luiza. — meu pai até o momento só observava até que argumentou.

— Tem muita coisa na minha cabeça, pai, e uma delas é aquela jovem que a Luiza adotou. — falei atraindo o olhar perverso da minha mãe.

— Sei, a Jéssica.

— Isso, eu meio que não sei o que fazer. — Baguncei os cabelos de nervoso.

— Filho, você está traindo a Lívia? — perguntou direta.

— Aí mãe bem que podia né, mas você não vê como o Mike é, é óbvio que ele não traiu a Lívia. Mas eu também não estou entendendo mano. — Todos me olharam curiosos.

— Prometi a Luiza que ajudaria a Jéssy a se virar, mas não achei que iria ter que fazer isso tão cedo, e muito menos assim de modo tão brusco.

— Como você fará isso filho, por que não o Rick? — meu pai argumentou, ele conhecia a Luiza e o Rick, mas a Jéssy pouco saía com eles.

— A Luiza confiou isso a mim pai, não posso quebrar minha promessa. Eu e a Chloe vamos ir até uma loja para ver uma decoração para o quarto da Jéssy, ela vai morar lá em casa. — Assim que falo, minha mãe se levanta de imediato.

— O quê! — falou alto. — Está louco meu filho? Não ouvi uma insanidade dessas! — Chloe sorriu se divertindo com a cara surpresa da minha mãe.

— E você tá rindo de quê?

— Deveria ver a sua cara. — gargalhou, fazendo eu e meu pai rir também enquanto minha mãe continuava nervosa.

— Eu sou a única sã dessa casa, só pode!

— Amor, para de fazer tempestade, procure saber das coisas primeiro. — meu pai falou calmo como sempre. Desviou os olhos da minha mãe e olhou para mim. — Filho acha mesmo que isso dará certo?

— Não faço a mínima ideia, mas estou disposto a fazer o que prometi, só não sei como lidar com uma adolescente em casa.

— É muita loucura filho vai por mim. — Chloe olhou para minha mãe.

— Que idade ela tem?

— Sua idade.

— Tá chamando uma mulher de 19 anos de adolescente! A para maninho, ela já é uma mulher.

— Filho, isso nunca dará certo, e a Lívia, o que ela acha disso? Duvido que ela saiba.

— Realmente mãe, ela ainda não sabe.

— Aí tá errado filho, tem que falar com a Lívia. — Meu pai falou compreensivo.

— Não achei que fosse necessário.

— Filho, eu não conheço essa mocinha, mas acho loucura e não concordo com isso, é melhor que você saiba. — ela falava sem ao menos saber que teríamos um contrato de casamento, imagina se soubesse! Eu também começava a pensar na loucura que estava cometendo, mas não tenho como retroceder.

— Está bem mãe, será somente por 3 anos, ajudarei ela a administrar as empresas que a Luiza deixou, e com o tempo ela saberá ser independente.

— Espero que dê certo filho. Parabéns pela sua atitude. — Meu pai fala enquanto minha mãe fica insatisfeita.

Minha mãe gosta muito da Lívia e até hoje não sei o porquê de tudo isso sem que a Lívia mal vem aqui, meu pai diz que é a vontade que ela tem de ter netos e por eu e Lívia estarmos a um tempo juntos ela cria expectativas.

No caminho da loja ela colocou música em meu carro, pelo menos dessa vez ela não colocou suas músicas extravagantes.

Quando chegamos a loja foi fácil já que ela tem um gosto delicado como percebo em Jéssy também, ela escolheu toda decoração do quarto além de grandes espelhos e tapetes, fiquei sentado esperando e só me levantei quando a vi vindo em minha direção, parece ter terminado.

— Não a conheço mais sei que ela vai adorar, aproveitei e comprei algumas coisas para mim como presente tá bom maninho. — diz se aproximando.

— Está bem, agora vamos estou com fome.

— Nossa, só com esse tamanho para comer desse jeito, você come demais Mike. — arqueou a sobrancelha.

— Não posso fazer nada, meu estômago pede eu obedeço, nada que a academia mais tarde não queime. Agora vamos. — antes de sair da loja efetuei os pagamentos e antecipei a entrega, não poderá passar de hoje, quero tudo pronto para quando Jéssy sair do hospital. Quando estávamos lanchando, Lívia me ligou.

Ligação.

— Oi, Lívia.

— Bom dia, meu amor. — diz com voz manhosa.

— Boa tarde, você quer dizer. Está acordando agora? — É claro, a noite foi boa! Ou não se lembra? — perguntou.

— Claro que lembro. Mas você não ligou para falar disso! — digo sem graça já que minha irmã estava a minha frente.

— Queria que viesse aqui em casa.

— Estou muito ocupado, mas tarde passo aí, preciso mesmo falar com você.

— Tá bom meu amor, te espero!

— Até mais.

Desliguei a ligação vendo a cara torta da minha irmã, ela e a Lívia não se dão nada bem, diria que as duas tem a língua solta e personalidade forte.

— Aí que melosa dava para ouvir a melação dela daqui. — diz me deixando sem graça, preferi não falar nada, somente mordi o sanduíche, mas minha irmã gosta de uma treta. — Queria só ver a cara da Lívia quando você tiver essa conversando com ela. — diz sorrindo bebendo o milkshake.

— Você adora provocar a Lívia. — sorri brincando com ela.

— Só eu? Só eu que provoco? — argumentou.

— Sei que não maninha, mas também quero só ver o que ela vai aprontar dessa vez.

— Respirei pesado bebendo o refrigerante. Meus pais são super a favor do meu relacionamento com a Lívia, a anos eu não me envolvo com mais ninguém, praticamente vivo de trabalhar e enfurnado na minha casa, mesmo sendo um homem calmo e reservado acabei me acostumando com os surtos dela, quem nos vê logo percebe que não somos um casal dos mais unidos, não é à toa que digo que temos um namoro ioiô.

Não sei o que o futuro nos reserva, mas sei que muita coisa mudará daqui para frente!

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