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07.Relacionamento Conturbado

Na volta para casa Chloe já estava mais que curiosa para saber mais da Jéssy, o problema é que eu sei bem pouco sobre ela, e pensando bem acho que Jéssy vai gostar de ter uma amiga de sua idade, pretendo apresentá-las e com isso deixarei Jéssy mais a vontade, sei que não será fácil para ela simplesmente se mudar para casa de um homem que ela pouco conhece.

— Essa moça, Jéssy, como ela é? Ela é doida ou é mais santinha? — perguntou me fazendo rir.

— Essa pergunta é muito difícil, eu simplesmente não sei. Ela me parece ser um pouco tímida, mas não muito.

— Entendi, tomara que não seja daquelas patricinhas chatas.

— Patricinha, eu sei que não é, é até bem simples para quem tem de tudo, a tia dela sempre deu de tudo a ela e agora ela herdou tudo de sua tia, vamos ver daqui para frente. — argumentei.

— Hum! E a pergunta que não quer calar. Ela gosta da Lívia? — perguntou me fazendo rir novamente.

— Não sei Chloe, elas nunca conversaram, mas a Lívia não dá espaço e implica com tudo e todos, você sabe como ela é. Acho que nem a Lívia quer ser amiga dela e nem ela se interessa em ter amizade com a Lívia.

— A então está ótimo, não sendo amiguinha da falsa da Lívia, está ótimo para mim.

— Mana! Amanhã vou buscar ela no hospital, você quer ir junto? — perguntei já querendo trazer minha irmã para o convívio da Jéssy.

— Eu em, parece que tá com medo da menina, ela morde?

— Eu não falei nada de mais! Por que está falando assim?

— Te conheço maninho, está com medo e todo sem graça da menina ir morar com você, mas vou ter que dispensar o convite, amanhã tenho trabalho da faculdade para fazer. — Chloe me olhou fazendo biquinho.

— Está bem, ok.

— Mas prometo que quando terminar vou à sua casa para conhecer ela. Vou te ajudar, está bem, não fique tão assustado e principalmente não vou deixar a Lívia importunar a amiguinha. — sorri ouvindo ela.

— Ok, obrigada maninha. Eu tô meio perdido nisso tudo. — eu dirigia só prestando atenção no caminho, mas sem o rumo certo de onde ir.

— Dá para ver mesmo, era para ter me levado para casa e está no caminho da casa da Lívia, pode pegar o retorno que não quero ver a cara da megera não. — Cocei a cabeça de maneira desesperada.

— Tô falando, eu tô perdido. — digo sem jeito, peguei o retorno e dirigi até a casa dos meus pais. Minha cabeça não anda boa. Vou acabar ficando doido com tudo isso.

Após deixar Chloe em casa fui para casa da Lívia, chegando lá ela estava com um casal de amigos que eu não conhecia.

— Olha só, meu amor chegou. — ela veio até mim com os braços abertos, abraçou meu pescoço me dando um beijo nada discreto, quando ela me soltou eu os cumprimentei notando o mal-estar.

— Oi, Lívia. Olá, boa tarde! — Cumprimentei eles de longe.

— Olá, sou Marcus. — estendeu a mão. Nos cumprimentamos e ele me apresentou a moça que estava ao lado dele. — Essa é minha namorada Natália. — Cumprimentei ela também enquanto a Lívia estava ao meu lado com os braços em torno do meu pescoço.

— Te falei Marcus ele é super na dele. Amor, o Marcus trabalha comigo e estava com medo de vir aqui em casa. — Lívia disse fazendo a namorada do rapaz a olhar com os olhos cerrados.

— Eu nem moro aqui! — argumentei vendo o rapaz ficar confuso

— Não mora? — Marcus perguntou e Lívia logo ficou sem graça.

— Aí para amor, você fica mais aqui do que na sua própria casa. — diz se justificando, não entendi porque ela estava falando aquilo, mas também não retruquei, deixei como estava.

— Vocês formam um casal muito bonito. — Natália fala fitando meus olhos até me fazer ficar sem jeito.

— Obrigada querida! — Lívia respondeu, reparei que as duas pareciam estar disputando algo, os olhares delas é principalmente o jeito que a Lívia estava, não está nada normal.

— Então vamos, amor, não repare Mike, já estávamos de saída. — Marcus falou estendendo a mão se despedindo.

— Ok, até mais. — Me despedi deles percebendo ter algo ali, está tudo muito estranho.

— Eu levo vocês até o portão. — Lívia fala acompanhando eles percebia de longe o olhar da Lívia e da Natália fuzilando uma, a outra, quando se cruzavam, saia faíscas, eu só não entendi o porquê.

Lívia voltou e sentou ao meu lado no sofá.

— Podia ter fingido melhor né amor, nossa que frieza.

— Porque está querendo que eu finja algo, sabe que não sou disso, piorou sem saber o porquê! — Ela fez bico e cruzou os braços me ouvindo. — Me pareceu que você e a namorada do rapaz não se dão muito bem ou é impressão minha?

— Ela é muito ciumenta, morre de ciúmes de me ver conversando com o Marcus. É uma louca, só fiz questão de mostrar que eu tenho homem, não preciso do dela.

— Você falando de ciúmes? — perguntei sarcástico.

— Vai começar Mike! — questionou arredia.

— Não, até porque tenho outro assunto para tratar com você. — ela virou seu corpo pro meu lado enquanto eu permanecia do mesmo jeito que estava.

— Então fala. Quer doce, tenho aquela mousse que você adora.

— Não, obri…

— Já vou pegar. — Fui interrompido com ela se levantando indo até à cozinha, só agora reparei no minúsculo short que ela estava, ela recebeu um colega do serviço com esse mini short? Nem perguntei já que eu não vejo nada de mais, mas as pessoas de fora podem achar que é algum tipo de provocação, principalmente a namorada "ciumenta" do rapaz. Ela voltou e me entregou a taça com o doce.

— Obrigada!

— Por nada, amor, vamos ver um filme, estava vendo um que vou te contar, ainda bem que agora está aqui. — franzi o cenho ouvindo ela, e me neguei com a cabeça não entendendo.

— Por quê? Estava com medo? — perguntei por curiosidade.

— Óbvio que não amor, é que ele é muito picante, tem muitas cenas provocantes, entendeu.

— Entendi. Mas não vim ver filme, temos que conversar.

— Depois conversamos, agora vamos ver. — bufei vendo ela colocar o filme, odeio ser grosso, então fiquei calado.

Não vi nada do filme, estava tão cansado com essa correria toda que acabei dormindo no sofá, só acordei com ela me sacudindo.

— Ei Mike, acorda, era para ver o filme e esquentar as coisas e você fez foi dormir. Tá me jogando um balde de água! — abri os olhos devagar, ouvindo ela.

— Eu tô cansado, não sou obrigado a ver filmes estando com sono.

— Aí Mike levanta. Vamos pro quarto. Espero que já tenha dormido bastante.

— Eu vou para casa. — me levantei e fui rumo à porta.

— A então vai me deixar aqui queimando sozinha. Uma hora se arrepende. — não dei moral, estou exausto, tem horas que simplesmente não me animo, não que eu não queira, mas Lívia é muito difícil, ela quer as coisas na hora dela, quando eu quero não dá a mínima e agora que estou disposto a conversar com ela deixá-la ciente ela simplesmente não me ouve, não sei como até hoje estamos juntos.

— Eu tinha que falar com você e você nem quis me ouvir, agora vou para casa. — Saí pelo portão e entrei no carro, mas ainda tentei, do carro chamei por ela. — Lívia! Lívia! — eu sabia que ela estava atrás do portão.

— O que foi? Não ia embora. — diz se escorando no portão.

— Está disposta a me ouvir?

— Não, Mike, decidi que vou sair, já que você nunca quer sair para lugar nenhum. — sai do carro e fui até ela.

— Para que tanta pirraça, desde que conversamos pelo telefone te avisei ter que conversar sério com você.

— Vamos sair para uma balada e aí conversamos ok. — diz me fazendo bufar novamente, eu precisava da ajuda dela, da sua cooperação, mas como sempre ela está dificultando as coisas.

— Está bem, vamos sair, mas não posso voltar tarde.

— Mike não começa, você é muito antiquado. Vou me arrumar, você já está um gato, não precisa de mais nada. — ela me deu um beijo e entrou, eu fiquei dentro do carro esperando por ela, aproveitei e liguei para Jéssy para saber se estava tudo bem.

Ligação.

— Oi! — A voz dela era meiga e de sono, percebi que eu tinha acordado ela.

— Jéssy estava dormindo?

— Só cochilando, a TV me deu sono.

— Desculpas por ter te acordado.

— Não tem problema não. — diz com voz calma.

— Está tudo bem, está precisando de alguma coisa?

— Estou bem sim! Não se preocupe. A enfermeira confirmou que terei alta amanhã.

— Bom saber, amanhã te busco aí.

— Está bem, obrigada Mike. Até mais.

— Até amanhã, Jéssy!

Desliguei a ligação me sentindo estranho, nunca tive que cuidar de ninguém só de mim mesmo e agora estou nessa situação.

Esperei Lívia se arrumar e fomos para onde ela queria, odeio essas baladas que ela curte, sou um velho chato melhor dizendo, fiquei o tempo todo no balcão enquanto ela dançava tentando me fazer ir junto, mas não é minha praia. Ela dançava se exibindo, até notei alguns olhares em cima dela já que é uma mulher bonita, quando ela se sentou em meu colo logo os olhares mudaram de rumo.

— Vamos nos divertir amor a noite é nossa.

— Não gosto de dançar, Lívia sabe bem disso, porque não vamos para um lugar mais calmo para conversar sem essa barulheira toda.

— Não, não, agora não. Depois conversamos, para de ser chato amor. — diz saindo do meu colo.

Ela voltou a dançar e beber, bebeu, bebeu e bebeu, a ponto de não se aguentar nas próprias pernas, eu já estava exausto e decidi que iríamos embora já que ela já queria armar barraco falando que a mulher ao meu lado estava dando em cima de mim, Lívia não queria ir embora, e deu chilique ali mesmo bêbada, minha pouca paciência me fez pegar ela no colo e levá la para o carro, no caminho ela dormiu, mas chegando em minha casa coloquei ela na cama desmaiada.

— Era só o que me faltava! — pensei passando as mãos no rosto, lembrando da vergonha que ela me fez passar saindo da balada.

Fui tomar banho, ainda sem sono, fui ver TV até dormir ali mesmo no sofá!

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