Início / Romance / Meu Pecado / O Primeiro Dia de Desafios
Meu Pecado
Meu Pecado
Por: S.R.Silva
O Primeiro Dia de Desafios

Sammya Maciel

Acordei com beijos deliciosos e sorri ao me virar para ver meu amigo Pedro. Nossa amizade é antiga, e há cinco anos vivemos uma relação "colorida". Não sinto amor romântico por ele, apenas uma amizade profunda, quase um amor fraternal. No entanto, considerando nossas desventuras amorosas, decidimos manter esse tipo de relação para evitar complicações, traições e outros problemas que não vêm ao caso agora.

Tenho 29 anos e perdi meus pais em um acidente de carro quando eu tinha 10 anos. Minha irmã assumiu a responsabilidade por minha criação aos 17 anos, e sou imensamente grata a ela por tudo.

Eu estava em um relacionamento de longa data, mas um dia o descobri dentro do carro com outra mulher, que ficou surpresa ao saber que ele era comprometido. Nós duas o confrontamos e até brigamos com ele. Tentou fugir, mas como sou boa em luta, o detive e continuamos a confrontá-lo. O resultado foi que acabamos na delegacia. Um policial arrogante tentou me separar do idiota, mas acabei dando uma cotovelada nele. Verônica e Rogério vieram me buscar na delegacia naquele dia. Eles pagaram minha fiança e, embora tenham me dado uma longa bronca, logo estiveram ao meu lado quando expliquei a situação a eles.

Depois de toda essa tragédia, mudei-me para Minas Gerais e fiquei lá por dois anos. No entanto, sentia muita falta da minha irmã, dos meus sobrinhos e até mesmo do meu cunhado, que às vezes age como se eu fosse filha dele. Por esse motivo, decidi voltar, e desde então, Pedro e eu mantemos esse relacionamento. Para ser sincera, não tolero traição, pois já fui traída antes e sei o quão doloroso é se dedicar a alguém e ser tratado com indiferença.

Sou uma advogada renomada em uma das maiores empresas do Rio de Janeiro. Eles me fizeram uma proposta de trabalho, que me deixou surpresa, mas aceitei imediatamente.

"Acorda, Cinderela", diz Pedro, beijando meu pescoço, pensando que eu ainda estava dormindo.

"Sabe muito bem que não tenho vocação para ser a gata borralheira", respondo enquanto jogo um travesseiro em sua cara.

"Adoro o seu amor bruto", ele diz.

"E quem disse que te amo?", ergo uma sobrancelha.

"Você ama o que faço com o seu corpo, isso não pode negar", Pedro passa a mão pela minha perna.

Antes que ele pudesse subir na cama e tentar algo, eu pulo dela.

"Vai me recusar assim mesmo?" Ele pergunta, fingindo estar ofendido.

"Se você não lembra, eu preciso me apresentar na Lucatto Advocacia às nove horas." Pedro me puxa para a cama e ficamos nos encarando. Me pergunto por que não consigo sentir atração por ele. Estamos nessa há tanto tempo, mas não consigo sentir nada além da amizade.

“O que está pensando?” Ele pergunta enquanto faz carinho em minha bochecha.

“Estou pensando no meu novo emprego. Tem noção do que é uma das maiores empresas me querer? Eles nem viram a minha cara.” Em partes era verdade.

“Eles não precisam ver a sua cara, porque reconhecem o seu talento. Tenho certeza de que você vai arrebentar hoje.”

“Será? Estou com medo de acabar fazendo alguma besteira.” Pedro é a única pessoa na qual eu confessaria uma coisa dessas.

“Eu te conheço desde sempre e sei que uma coisa que você não é é insegura. Tem certeza de que é só isso que está te afligindo?”

“Eu fiquei sabendo que o senhor Lucatto vai passar a presidência da empresa para o filho e que ele é casca grossa. Entende como me sinto? O cara nunca me viu na vida. Já pensou se ele olha para mim e não vai com a minha cara?” Ele olhou para mim como se eu fosse louca.

“Vai tomar um banho de sal grosso, fazer um descarrego para tirar essa nuvem do baixo astral, daí pense que ele vai ver o quão capaz e inteligente você é e rapidinho vai perceber que não pode viver sem você.” Ele faz uma careta. “Você tem que parar de não acreditar em si mesma. Você é talentosa pra caralho. Agora, levanta essa bunda deliciosa e vai se arrumar enquanto faço o café.” Ele diz, dando um tapa na minha bunda.

"Ai, isso vai ficar marcado, seu idiota", reclamei enquanto me arrastava para o banheiro.

"A intenção é essa", ele sorriu debochado e me seguiu.

Um tempo depois, voltei do banho e me sentei à mesa para tomar café.

“Uau! Não me diga que vai trabalhar vestida desse jeito. Assim você vai deixar o cara louco.” Ele provocou.

“Para de ser idiota, não está vendo que ainda não coloquei a roupa.” Eu revidei.

“Pensei que estivesse usando aquela roupa que só os inteligentes veem.” Ele começou a rir e eu peguei minha colher, jogando nela.

“Da próxima vez, jogo a faca.” Ainda sorrindo, Pedro levantou as mãos em sinal de rendição.

“Adoro o seu humor matinal.”

Uma das coisas boas de estar com Pedro é que ele torna o ambiente mais leve com suas brincadeiras. Ele sempre foi conhecido como o palhaço da turma, e foi um dos motivos pelos quais nos tornamos amigos. Ele era o palhaço e eu a "fera". Por causa de nossas brigas no passado, todos achavam que iríamos nos casar, inclusive nossos pais.

“Hoje vou para casa, tenho que ver como está a bagunça e dar uma geral.”

“Parece que você nem tem mais casa.” Comentei pegando uma fatia de bolo.

“Hoje você está muito engraçadinha. Vou tomar banho e cair fora, aproveitar meu dia de folga. Embora eu preferisse aproveitá-lo de outra forma.” Ele mordeu o lábio inferior e me olhou.

“Você parece uma máquina de sexo, puta que pariu.” Ele gargalhou.

“Olha a boca, mocinho’’,– ele fingiu estar ofendido, o que me fez sorrir.

“Minha promessa de jogar a faca ainda está de pé.”

Ele vai para o banheiro e me deixa sozinha terminando meu café até que meu celular apita e vejo que é a minha irmã.

"Oi, Sammy, como está? Não esqueci que hoje é o seu primeiro dia de trabalho."

"O que eu faria sem você, amora." Com certeza minha irmã deve estar chorando.

"Boa sorte, bebê, e qualquer coisa só me ligar que eu vou resolver." Ela se esquece que eu sou maior de idade, mas como eu não quero brigar com ela logo pela manhã, eu digo um "Ok".

Terminei o café, vesti minha roupa e Pedro, quando saiu do banheiro, foi lavar a louça. Ele sempre reclama da minha bagunça.

Quando ele soube que eu iria na "bat Sammy", minha moto ralhou comigo, dizendo que eu deveria ir de carro, mas o lembrei que Candy está na oficina.

Nos despedimos e ele saiu primeiro. Antes que eu saísse, olhei para a antiga imagem da Nossa Senhora dos meus pais e fiz uma prece para que tudo dê certo.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo