Enquanto tomávamos café, Rafa me contava todos os detalhes da sua noite com o bonitão. Depois, resolvemos sair para nos divertir. Fomos ao shopping e fizemos compras. O dia foi bastante divertido e voltamos completamente cansadas, nos jogamos no sofá e ficamos rindo que nem duas idiotas.

"Amiga, senti tanto a sua falta", ela me diz e eu dou um sorriso.

"Também senti sua falta, minha vadia preferida."

"Você ficou longe por tempo demais, por favor, não suma mais amiga. Foi muito difícil ficar sem você."

"Imagino, meu bem. Vamos fazer pipoca e assistir ao 'Órfã 2'?", pergunto a ela, que sorri animada.

Passamos o restante da tarde assistindo televisão e ela só foi embora quando Júlio, seu ficante número dois, ligou convidando-a para sair. Então ela se despediu e se foi. Como estava sozinha, resolvi fazer uma coisa que não fazia há muito tempo. Peguei um livro e comecei a ler. Já estava na metade da página quando Pedro chegou e sentou ao meu lado.

"Oi, gata. Que surpresa, você está lendo", ele disse olhando para mim.

"Eu amo ler, e você sabe disso melhor do que ninguém", Pedro tira o livro da minha mão e me beija.

"Acho que podemos fazer algo muito mais divertido, não acha?", rapidamente abandonei o livro e subi em cima dele, mas logo o toque do meu celular quebrou o clima. "Não atende, Sammy", ele pede beijando o meu pescoço, mas já é tarde demais. Me levantei e atendi rapidamente.

"Sammy, desculpa te ligar em um domingo, mas gostaria de saber se você pode verificar o arquivo que eu te mandei? Tenho algumas novas suspeitas sobre o caso e gostaria de confirmar com você."

"Pode deixar, vou abrir imediatamente e te mando as minhas considerações hoje ainda."

"Obrigado mais uma vez." Desliguei o celular e Pedro estava fazendo beicinho, o que foi muito engraçado.

"Já era a nossa diversão."

"Com toda certeza, vai lá na cozinha e esquenta umas marmitas para nós."

"Vero esteve aqui?", ele grita da cozinha. "Sammy, está na hora de aprender a cozinhar. Sua irmã e eu não estaremos aqui para sempre." O que ele diz é uma razão.

"Enquanto vocês estiverem comigo, eu consigo sobreviver", digo e tenho certeza de que ele está sorrindo.

Liguei o meu computador e comecei a trabalhar. Realmente temos alguns adendos para acrescentar ao caso, e com isso, nós podemos trabalhar na liberdade dele. Fiz várias considerações e enviei para Saulo. Quando terminei, Pedro já estava dormindo. Lavei a louça e fiz um pouco de chá para mim. Meu celular notificou uma nova mensagem.

"Acabei de ler o seu relatório e, juntando tudo, temos uma defesa perfeita para não precisar de julgamento", Saulo me enviou, e eu sorri. Mais um excelente trabalho realizado por Sammya Maciel.

"Muito obrigada, nos vemos amanhã. Agora vou dormir. Boa noite", digo a ele. Desliguei o celular para colocar para carregar e fui dormir.

No dia seguinte, sou acordada pelo cheirinho de café e me levanto rapidamente. Ao me ver, Pedro sorri, e quando fui pegar uma caneca, ele deu um tapa na minha bunda, e eu o olhei de cara amarrada.

"Tá gata nesse shortinho", ele disse passando a mão pelas minhas coxas.

"Para com isso, tenho que me arrumar para trabalhar."

"Mas se você continuar gostosa desse jeito, não vai dar bom, porque simplesmente você está um tesão de mulher", Pedro sabe me acender nos lugares certos, e quando dou por mim, já estávamos fazendo amor na mesa.

Após uma deliciosa manhã, fui para o trabalho. Assim que cheguei, Jean e Camilo me cumprimentam e me convidam para um drinque após o expediente, mas eu digo que já tenho compromisso. Saulo surge atrás de mim, e os dois saem a passadas largas.

"Desculpe por esses dois idiotas", ele me diz, e eu sorrio.

"Não tem problema, já estou acostumada a lidar com caras como eles."

"Eu percebi isso no sábado", Saulo sorriu para mim, e fui para a minha sala.

Alice entrou com um copo de café e me entregou, sorrindo. Ela começou a me contar sobre o seu final de semana com Samuel, e eu também contei sobre o meu final de semana. Um tempo depois, ela se retirou para trabalhar. A hora do almoço chegou, e Alice me chamou para almoçar com Samuel e Luis, e eu aceitei. Quando chegamos ao restaurante, fizemos nossos pedidos rapidamente.

Samuel e Luis estavam conversando sobre futebol, enquanto Alice e eu apenas observávamos.

"Vocês bem que podiam nos dar atenção e nos incluir na conversa", Alice pediu aos dois.

"Eu estou tranquila", disse, comendo a minha salada.

"Por que você não é como a Sammy?", Samuel perguntou e levou um chute da noiva, o que arrancou risadas de mim e de Luis. O almoço até que foi legal, e quando voltei, precisei do meu autocontrole para lidar com Veronica, que se achava a melhor advogada do escritório. Finalmente, a reunião acabou, e antes de voltar para a minha sala, olhei para Saulo, que parecia estar cansado. Acho que ele precisa conversar com alguém, mas Wesley, que é seu amigo, está viajando a negócios. Quando todos se foram, dei uma desculpa qualquer e permaneci ali sentada até que só nós dois restaram. Saulo estava tão focado em seu trabalho que nem percebeu a minha presença.

Saulo massageou a têmpora, e naquele momento, eu tive certeza de que ele precisava conversar com alguém.

"Está tudo bem?", perguntei, e ele olhou para mim.

"Apenas cansado. Você é muito boa observando as pessoas", concordei com ele.

"Minha irmã diz a mesma coisa."

"Deve ter sido difícil para os seus pais enganá-la quando era mais nova", abaixei minha cabeça e fiquei muda por um tempo, o que não passou despercebido por ele. "Me desculpe se eu disse algo que a deixou desconfortável."

"Não se preocupe, só é difícil falar dos meus pais."

"Sinto muito", Saulo me olhou pesaroso.

"Não sinta, pois eu tive uma mãe substituta maravilhosa."

"Então você é adotada?" – Não me lembro quando a conversa mudou para o meu lado.

"Quando meus pais morreram eu tinha nove anos e a minha irmã dezessete, então ela assumiu a responsabilidade pela minha criação."

"Mais tão nova assim? Vocês não tinham uma parente que pudesse cuidar das duas?" – Ele perguntou e eu neguei.

"Meus avós já eram falecidos e meus parentes estavam mais interessados no valor do seguro que vinha de brinde, com duas crianças."

"Como assim?" – Saulo largou os documentos e me encarou.

"Todos eles só perguntavam se quem tomasse conta de nós administraria o dinheiro. Então minha irmã que já era emancipada desde os seus dezesseis anos ficou responsável por me criar."

"Nossa! Que difícil, sinto muito Sammya." – Ele abaixou os olhos.

"Vamos deixar essa história de lado, agora me fale sobre você. Por que está tão cabisbaixo?" – Ele deu um sorriso fraco.

"Apenas problemas conjugais, a relação de casados não é tão simples como pensamos." – Agora entendi, ele deve ter brigado com a esposa.

"Eu sei muito bem como é, e é por isso que eu decidi não me envolver com alguém nem tão cedo, Henzo foi uma péssima experiência."

Conversamos um pouco mais, depois me despedi e fui para minha sala onde trabalhei até a hora da saída. Estava prestes a dar partida no meu carro quando recebi uma mensagem.

"Oi linda, que tal sairmos para jantar só você e eu." – Julian não desiste, ele tenta me levar para sair a anos, uma vez ele foi para Minas, mas mesmo assim eu o rejeitei.

"Desculpa, mas eu já tenho planos." – Travei o celular e estava prestes a ligar o carro, quando alguém bateu em minha janela, o que me assusta.

"Algum problema?" – Saulo pergunta e eu neguei. — "Só estava falando ao celular."

"Preciso tomar uma bebida urgentemente, mas estou sem companhia. Pode me acompanhar?" – Saulo pergunta.

"E a sua esposa?"

"Não iremos fazer nada de errado, apenas tomar uns drinks e conversar."

"Beber e dirigir não é uma boa combinação." – Ele olhou para mim por alguns instantes e depois sorriu.

"Você está certa. Tenha uma ótima noite, Sammya. Nos vemos amanhã."

Fiquei parada o olhando se afastar, ele esconde toda a gostosura do seu corpo em roupas bem mais folgadas. Se ele não fosse casado e nem o meu chefe, acho que poderia rolar algo entre nós, observando ele um pouco mais percebo que ele anda como se carregasse o peso do mundo sobre os ombros de certa forma, Saulo Lucatto me intriga e é isso que me preocupa.