NayanaDepois disso ficamos mais por um tempinho na cama deitados apenas dando carinho um no outro, olhando um para o outro sem necessidade de trocar palavras, é o nosso modo de dizer o quanto nos amamos, é nítido o quanto que pra gente ali só existe um e o outro, me sinto uma mulher bastante realizada por tê-lo ali comigo. Radesh é capaz de me transmitir uma paz de espírito incomparável. Mas a uma dada altura, o garoto se levanta e diz todo preocupado."Are, sua filha deve estar cansada de esperar por você a essa altura." Dou uma risada, eu não quero me levantar dessa cama ainda mais quando é pra ir ver Shankar, mas já que eu tinha dito a Radesh que se tratava da minha filha, ele quem estava todo preocupado agora pensando no bem estar dela."Hm, tá bom. Que preguicinha..." Resmungo e ele me puxa gentilmente pra me carregar nos braços e me leva pro banheiro, tomamos um banho juntos e depois descemos para o refeitório do hotel onde comemos algo antes de partir, eu tinha dito pro Radesh
NayanaEstou perplexa ainda ouvindo aquelas palavras dele. Shankar não pode estar fazendo isso comigo... Por que diabos ele não está querendo me dar esse maldito divórcio? Ele me odiava tanto assim para ainda querer me manter perto dele? Ele não tinha nenhuma empatia por mim? Eu tinha estado do lado dele por todos estes anos o suportando. Por que agora ele não podia me livrar disso? Ele tinha emagrecido um pouco, eu notei. Será que porque não estava se alimentando e se cuidando bem? Ele era tão dependente assim de uma mulher que não conseguia botar a comida em sua própria boca sozinho? Mas eu não me importava com ele, se esse fosse o problema então que ele se casasse com uma outra mulher. Uma mais nova que será capaz de me substituir e cuidar desse homem desgraçado."Você vai me dar esse divórcio sim, Shankar.""Não, Nayana. Não vou dar.""Pare de besteira.""Estou falando sério.""Então porquê não quer me dar o divórcio? Isso nem prejudicaria você, você poderá se casar novamente bem
NayanaNão acredito no que está acontecendo comigo. Hoje de manhã quando entrei nesse apartamento estava tão cheia de mim, tão convicta do que realmente queria. Estava tão determinada a não deixar que ninguém me apagasse e me ordenasse a fazer o que eu não queria e agora estou aqui arrumando minha bolsa vestindo minhas vestimentas antigas, estou fazendo cada gesto, cada ação roboticamente sem ânimo pra tal e sem vida. Eu não posso estar fazendo mesmo isso, as coisas não podem seguir esse curso dessa maneira, era pra eu ter ido me encontrar com Radesh e agora nem isso eu posso mais fazer. Era sério que eu vou mesmo embora sem pelo menos falar com ele? Sem pelo menos explicar a ele o motivo pelo qual estou indo embora? Tudo o que eu quero é ir até ele agora, estar nos braços dele, ficar com ele pra sempre, mas infelizmente não posso me dar a esse luxo enquanto que Shankar está na minha cola igual um urubu fica na cola de um cadáver. Ele não vai me deixar ir ver Radesh então nem adianta
"Oh, amiga. Eu sinto tanto..." Hari que acompanhou a minha vida toda de perto mesmo estando a morar em outros lugares longe de mim como ela morou por muito tempo, ela nunca realmente esteve longe, ela sempre foi uma pessoa presente e amiga em minha vida. Enquanto ela estava criando suas coisas, sua estabilidade e um lugar seu, um nome seu no mundo, ela esteve acompanhando todos meus dramas domésticos, ela sabe o quanto essas últimas semanas foram praticamente um sonho pra mim. "E Radesh? Deus do céu! Aquele garoto vai estar destroçado quando ficar sabendo que você foi embora." Choro mais um pouco quando ela fala o nome dele, há um peso em meu coração sempre que me lembro dele, até essa manhã eu era tão feliz ao lado dele e agora estou indo embora desse jeito."Eu preciso vê-lo, preciso ao menos me despedir dele, Hari. Mas tenho certeza que o bruto do Shankar não irá deixar." Como eu poderei ir embora sem antes me despedir dele? Sem antes poder explicar o motivo do porquê estou indo? E
NayanaShankar teve que pagar o taxista por ter o feito esperar por muito tempo lá embaixo e também pelo constrangimento da gente ter desistido de usar o táxi do homem para ir até o aeroporto internacional de Singapura. Depois disso, Hari nos levou até a sua viatura cara e ostentadora de cor verde néon, posso ouvir Shankar dando aquela risada debochada ao vir o caro da minha amiga, como se ele fosse superior e quisesse opinar pela escolha da viatura dela. Esse homem nunca muda."Muito bem, crianças. Subam no cavalo da mamãe que eu vou deixar vocês com segurança." Então eu me sentei no banco de frente ao lado da Hari que conduzia e Shankar teve que sentar lá no banco de trás depois de ter ido colocar minha mala na bagageira do carro. "Não se esqueçam de pôr o cinto de segurança pois a viagem pode ser um tento conturbada." Ela fala animada, conhecendo o jeito que Hari dirigi, me adianto logo em botar o cinto de segurança em mim."Você é tão infantil, Hari. É por isso que nunca irá se ca
Nayana"Mas que porra você está fazendo, sua louca?" Shankar está gritando horrorizado achando que Hari perdeu as estribeiras e agora quer sair pisando em todo mundo. Hari não lhe dá tempo de assimilar nada, ela destranca minha porta e o meu cinto de segurança rapidamente enquanto o tumulto rola solto do lado de fora."Vai!" Ela grita pra mim me indicando que eu devo sair do carro imediatamente, estou com coração a mil, aquela é a chance que ela prometeu que me daria, é chance que eu tenho de ir atrás do Radesh. Então não hesito e boto os meus pés do lado de fora do carro e corro imediatamente de lá, consigo ouvir os gritos do Shankar enquanto me chama desesperado, mas ele não consegue sair do veículo a tempo pois o cinto de segurança que Hari o obrigou a pôr mais cedo o está prendendo rigidamente na cadeira. O carro da Hari tem um mecanismo que só ela que controla os botões consegue prender e desprender os cintos dos outros bancos, mas é claro que Shankar não estaria preso ali pra se
NayanaPenso naquelas palavras. Nas palavras que ele e eu trocamos no calor do momento, lembro de tudo como se tivesse acontecido há segundos atrás, mas na verdade já tinha se passado um dia desde aquele incidente. Shankar e eu estamos em Mumbai, ele comprou passagens de avião de Singapura até aquele ponto do país, mas não me disse o real motivo do porquê não fomos direto pra Surat. Ele me deixou dormindo no quarto assim que chegamos num hotel na noite anterior depois do vôo e agora pela manhã estou tomando um banho para colocar roupas limpas. Shankar no outro cómodo do quarto, tinha pedido comida e está falando pelo celular, depois de me vestir vou até ele roboticamente, me sento na mesa de dois lugares e começo a comer a comida, tinha se pasado mais de um dia que eu não comia direito então ao ver a comida percebo que estou faminta, Shankar está me acompanhando enquanto come em silêncio.Aprecio esse gesto, pois assim eu não seria obrigada a responder as conversações dele já que ele
Nayana"Só... Vamos ver Indira, por favor." pedi a ele, estou com tanta saudade da minha filha, bem que podíamos aproveitar o fato que já estamos aqui para passar do campus dela pra ver como ela está. Ele não consegue perceber isso?"Eu já disse que não, você não vai encostar minha filha estando tão impura do jeito que está." Determina com veemência como se ele tivesse esse direito de dizer o que eu tenho que fazer ou deixar de fazer, ainda mais quando se trata da minha filha. Ele não pode simplesmente me impedir de ver ela."Você apenas quer me humilhar não é!? Baguan Keliê." Ele aproveita cada momento para me rebaixar, para se sobressair por cima de mim e mostrar quem manda. Ele quer sempre ter a razão de tudo, estar sempre certo de tudo não importando se está ou não certo na verdade."Como adivinhou?" Está rindo de deboche, me levanto da mesa, até perdi a fome por causa desse homem. Espero realmente que ele engasgue com a própria saliva.******Horas depois estamos na estação de tr