Deva"Tá tudo bem, senhora. Só diga a ela pra ficar longe de mim," respondo a tia do Dinesh."Pode deixar que eu digo..." Ela responde com sua voz aguda. "A sua bebé não parece estar bem." Ela se aproxima de mim pra dar uma olhada na Mohini, me retraio com minha filha em mãos um pouco desconfiada da mulher."Nada disso, ela está bem. Só não está com muito apetite," tento amenizar pra ver se a velha me deixava em paz."Desde quando que ela não mama direito?" Ela leva a mão até a testa da Mohini, mas bato na mão dela para afastar o toque imundo dela na minha preciosa."Não a toque!" Chio já ficando brava. Esses selvagens não tem o mínimo entendimento do que espaço pessoal significa. Ficam por aí tocando as coisas dos outros sem permissão. A mulher está acariciando o dorso da mão onde bati há poucos segundos atrás."Só estou preocupada...""Já disse que não precisa. Por favor vai embora!" Aponto a porta, e como resposta tive meu bebê tremendo grotescamente em meus braços, ela tinha os ol
DevaEstou muito triste comigo mesma depois do que aconteceu ontem quando minha filha passou mal, continuo impactada por saber que aquela mulher que eu inferiorizava e desprezava salvou a vida da minha filha, nunca pensei que uma coisa dessas podia acontecer, mas estou aqui eu me envergonhando dos meus atos para com estas pessoas. Aquilo me faz lembrar do meu pai que sempre tratou bem todo mundo não importando se a pessoa era rica ou pobre, ou se a cor da pele era escura ou clara, ele nunca descriminou ninguém pelo que tinha, mas ele sempre prezou pelo bom caráter e sempre me ensinou isso, eu que era desdenhosa demais para lhe dar ouvidos. E como estou arrependida por isso, minha filha quase morreu por minha causa, eu nunca me perdoaria se caso isso acontecesse.Decido ir agradecer a mulher, no momento não tenho posses, nem dinheiro, nem nada, senão compraria para ela um presente inigualável pelo que ela fez para mim, logo para mim que a esteve desprezando desde o começo. Eu juro que
DevaMeses foram se passando, tiveram dias em que minha filha caiu em febre de novo, mas agora eu já não estava tão assustada assim e já sabia o que fazer, ainda mais quando Karishma (o nome da tia do Dinesh que eu não queria procurar saber, mas que agora eu já sabia) estava por perto para me ajudar, então tudo foi se normalizando, minha filha começou a deixar de ser uma bebé frágil, começou dormir menos e a rir a brincar agora, ela já conseguia se manter sentada para brincar melhor.Karishma sempre esteve lá para me ajudar com ela me explicando como eu devia fazer isso e aquilo para sempre manter a saúde e segurança da minha filha. Ela estava sendo para mim incrivelmente como uma mãe, fazendo coisas que Abhiprithi nunca foi capaz de fazer comigo. Eu estava realmente começando a conhecer o verdadeiro significado de ser filha e de ser mãe ao mesmo tempo. As vezes eu pensava na Abhiprithi quando tinha a minha filha em meus braços, ficava pensando se um dia eu seria capaz de esforçar co
DevaA essa altura minha filha já estava fazendo quase um ano de vida, ela até já dava passinhos tentando andar sozinha, a cada dia que passava ela crescia muito fofa, ela era meu orgulho e muito querida pela casa, até Madhusha, que a princípio não gostava dela, começou a ficar encantada com a minha princesinha, realmente eu digo que Mohini foi quem me uniu àquela família.Enquanto a festa decorre, eu vejo que está todo mundo está bebendo, comendo e se divertindo. Posso ver que Karishma está bem animada, pois ela está finalmente soltando a sua voz nos abrilhantando com lindas cantigas festeiras, me junto as moças que dançam no meio da roda de pessoas e fico dançando com elas animada, aquele povo é mesmo alegre, eles conseguem passar a alegria deles para as pessoas que lá vem."Pode ficar com um Mohini um pouquinho? Preciso ir pegar mais bebida," Dinesh pede, me entregando Mohini nos braços logo que eu me afastei do grupo de meninas que dançavam, pra tomar uma sidra e refrescar minha g
Indira POVEstou conhecendo Radesh aos pontos, ele parece ser um cara incrível. Tem bons antecedentes, é fácil de conviver, é bem-humorado e bonito também, qualidades incríveis para um homem dessa época. Aquele dia na sorveteira em que nos encontramos de novo após o dia da massagem, quando nos conhecemos, ele ficou conversando comigo, sendo paciente, esperando por mim nas vezes que eu ia atender a clientela constante do estabelecimento, pois eu estava em meu horário de trabalho. Não posso negar que fiquei encantada com ele naquele dia, a forma como ele pegou meu número de telefone com sutileza como quem não queria nada, era um perfeito galanteador na mesma medida em que não me deixava desconfortável com aquilo.Na manhã do dia seguinte estava fazendo o café da manhã do Thomas que está sentado na cadeira acoplada a mesa da cozinha vendo o seu desenho favorito pelo tablet, o cabelinho âmbar dele levemente bagunçado, está um tanto longo demais o fazendo parecer que tem uma juba de leão
Indira POVNaquela tarde eu estava vestindo uma calça jeans meio azul com uma blusa manga longa rosa morto, tinha umas botas de salto curto no pé e uma bolsa pequena pra condizer, tinha feito algum penteado no meu cabelo e fiz uma maquiagem mínima no rosto, eu estava meio a meio, nem bonita e nem feia. Nunca tinha ido pra um encontro de verdade, então era normal não saber o que vestir, não sabia se devia vestir algo mais chamativo, talvez um vestido curto e colado ao corpo para que ele visse o quanto meu corpo era belo, mas tinha medo que ele achasse que eu era uma oferecida, então descartei a ideia, pensei em vestir uma saia longa pra cobrir todo meu corpo, mas achei que seria cafona demais. Não quero que ele me ache cafona, então após ter provado um monte de roupa, lá estava eu me vestindo exatamente com as roupas simples que eu vestia dia-a-dia, afinal o moço tinha me conhecido usando aquelas roupas e mesmo assim tinha criado interesse em mim, não deve ser que eu me vista tão mal
Quando você deixa a vida viver você, você se torna apenas um receptáculo sem vida interior, sem chama, sem essência. Apenas vive a sua rotina massante todos os dias sem um futuro claro na sua frente, mas este não é meu caso, pelo menos não de todo. Ainda tem coisas que me fazem levantar da cama com um sorriso no rosto e viver cada hora do dia na espectativa de que estou fazendo um bom trabalho, embora que esse trabalho não me dê mérito algum. Ser uma boa mãe e ótima esposa não nos dá mérito algum, somos sempre largadas no canto e o foco é sempre a criança ou o homem, só se lembram de nós quando for pra julgar alguma imperfeição no que toca a família... Sim, esta é a minha vida.Antigamente eu era uma garota com sonhos, não quer dizer que sempre fui vazia por dentro, quando eu tinha 10 anos, sonhava em abrir minha própria loja de bijuterias, sempre fui fascinada pelos metais brilhantes e pedras preciosas que as mulheres da minha região usavam em seus pescoços, braços, dedos, panturrilh
A casa Suryavant até ficou vazia e estranha sem a presença da minha filha ali, e pra piorar, Shankar era como um estranho pra mim de tão distante que nós éramos embora estando a morar na mesma casa por mais de duas décadas. Mas a vida tinha que voltar ao seu percurso e eu agora com quase 40 anos (faltando dois anos para os 40), sou uma mulher caseira e conformada na monotonia da vida. Estou escutando Hari, que era minha amiga desde a infância, falar no meu ouvido através do Smartphone. Estou fazendo as rotineiras compras diárias.Acordei aquela manhã e já que era um dia de descanso, Shankar não tinha saído pra trabalhar. Naquele dia em especial a gente estava comemorando vinte e três anos de casados, a gente raramente comemorava o aniversário de casados, mas Hari está falando para eu fazer diferente esse ano."É só um aniversário, amiga. Não tem nada de especial" Retruco enquanto escolhia alguns tomates que vou levar da loja."Bah! Claro que é especial, Are! O que há com você?" Suspir