Anushka Gosto de meditar nas primeiras horas da manhã assim que acordo, então hoje não está sendo diferente. Estou diante da escultura da Parvati, a deusa-mãe, a mãe de todos os deuses e estou recitando o mantra vezes sem conta, como sempre faço. Swayamvara Parvathi, Swayamvara Parvathi, Swayamvara Parvathi, Swayamvara Parvathi... Esse mantra é como o meu nome pra mim de tanto que o conheço e recito. E não é só hoje, já faz anos que adotei Parvati como minha deusa predileta e faço votos a ela desde então, porque ela representa todas as coisas boas que sempre almejei ter: paz, amar e ser amada, um bom casamento e filhos. A deusa tem me dado forças para eu aguentar as provações que tenho passado. Eu tenho me mantido firme apesar de tudo. Nascer e crescer na família Suryavant não é tão fácil, ainda mais quando você é apenas a filha dos criados e ouve sempre isso na medida que cresce e quando cresce, se torna um dos criados da casa, legado de família. As coisas que eu vi e ouvi de mim en
Mas então, quando tudo parecia estar resolvido, uma tia distante trouxe Deva e com um alto dote que a garota oferecia, o pai ganancioso do Kabir não pôde recusar aquela oferta e meu marido se viu obrigado a se casar com aquela garota. Óbvio que eu fiquei com raiva quando ele me contou. Tudo bem, eu entendia que ele não tinha escolha, afinal o pai havia lhe intimado a casar-se com Deva senão ele seria mandado embora de casa, mas mesmo assim nada me impedia de odiar tudo aquilo. Ainda mais quando Deva era tão petulante. Aquela garota era insuportável, sinceramente. Ela chegou já destilando seu veneno em todos, ela não queria ser contrariada, era exigente e gritava com os empregados. Quando Kabir veio me procurar depois de ter consumado o casamento com Deva, eu me virei de costas pra ele."O que veio fazer aqui? Já usufruiu bastante da sua nova mulherzinha?" Falei com grosseria, estava chateada. Tinha odiado, ninguém gostaria de estar no meu lugar, de ter o homem da gente tendo que assum
Três dias se passaram desde que Nayana tinha saído de casa e Kabir não voltou ainda para Surat, ele diz estar bastante ocupado com o carregamento de mercadorias para loja de especiarias da família e que só virá resolver essas contendas domésticas assim que puder, eu sei que na verdade ele está tentando evitar aquela situação desconfortável porque mesmo que isso irá ajudar o nosso romance a se concretizar, ainda é totalmente vergonhoso saber que o próprio irmão dele foi para cama com a mulher dele, eu entendia perfeitamente o Kabir. O resto da casa continua na mesmisse de sempre sem grandes contratempos: a vovó Mahara, a velha chata como Nayana gostava de lhe chamar, ainda continua sempre sentada em sua poltrona no canto da sala próxima a janela olhando o dia lá fora enquanto balança na cadeira fumando o seu tabaco tradicional, quando fui lavar os pés dela numa tarde em específica (porque esse trabalho era direcionado aos criados ou às noras), ela, pela primeira vez em mais anos que e
Kabir chegou de viagem naquela noite e a primeira coisa que ele fez foi ir ter comigo. Eu estava saindo do banho e botava roupas limpas quando percebi primeiro o cheiro dele e depois os seus braços cobrindo minha cintura em um abraço confortável por trás de mim. O olhei do espelho sorrindo completamente apaixonada e retribuo seu carinho."Você voltou, djan." Sussurro enquanto ele passa seu nariz por meu pescoço inalando meu aroma de banho recém tomado."Voltei sim." Suspira encostando seu queixo no meu ombro no gesto infantil com um biquinho nos lábios demonstrando tristeza e desamparo, nós os dois sabemos o que ele tem que fazer. "Estou bastante decepcionado com o bhaya... Até Deva ele não pôde ter deixado escapar." Posso sentir que ele está frustrado pelo irmão mais velho dele ter feito o que fez, e não é pra tanto.Não foi surpresa pra mim quando ficamos sabendo do caso do Shankar com Deva, foram várias vezes que Shankar já me aliciou embora estando casado com Nayana e a mulher me
"Calem a boca vocês duas. Bus!" A mãe do Kabir gritou com autoridade para mim e para Deva nos mandando calar. "Pelo menos se comportem como moças decentes na frente do Pundit ou então vocês querem ser expulsas dessa sala como duas malcriadas que são?" Ameaçou com o olhar afiado nos controlando, Kabir inclinou o rosto na direção do meu ouvido pedindo carinhosamente para que eu me mantivesse quieta para que não sobrasse para mim, assenti me desculpando e não volto mais a me chocar com Deva embora tendo uma vontade enorme de o fazer, aquela garota já está no fundo do poço. Por que ela não reconhece de uma vez que Kabir é meu e nos deixa em paz logo? Kabir limpa a garganta e volta a falar."Como estava dizendo, eu realmente estou muito sentido com tudo isso que aconteceu, com o desrespeito pela minha pessoa e pela minha família, Deva não atentou e nem pensou no quanto que ia prejudicar ao se envolver com meu Bahya, ou seja, ela não só destruiu o nosso matrimónio assim como o da Nayana que
NayanaNo dia seguinte, estive deitada em minha cama vendo um filme pela televisão do quarto, Hari pediu para que eu ficasse deitada hoje relaxando, ela não quer que eu fique me preocupando com nada. Hoje ela está trabalhando em casa no quarto dela então decidi a deixar trabalhar em paz comigo ficando no meu quarto sem perturbá-la, já que não tinha nada pra fazer, fiquei vendo filmes, mas estava mais era pensando no gato do meu ajudador, aquele homem que tinha me defendido algumas noites atrás e depois tinha me levado pro hotel onde ele está hospedado onde ficamos juntos. Meus olhos estão na televisão, mas a minha cabeça está totalmente longe pensando naquele cara. Mas numa dada altura, Hari vem abrir com gentileza a porta do meu quarto e me chama."Nay?""Sim? Algum problema?" Pergunto já me levantando da cama. Ela tem um sorriso divertido e um tanto cínico no rosto."Você tem visita." Fico confusa por um momento, visita pra mim ali em Singapura onde ninguém além de Hari me conhece..
NayanaRadesh e eu descemos do prédio onde se localizava o apartamento da minha amiga e fomos diretamente até o carro dele estacionado na calçada lá fora junto de outras viaturas alheias. O carro dele é um Hummer preto e parece ter custado o olho da cara, lá dentro o lugar é espaçoso e confortável, sentar nos bancos de couro da viatura e estar ali na companhia dele está sendo uma ótima maneira de começar a tarde. "Chukriá." Agradeço por ele ter aberto a porta do carro pra mim, ele nega com a cabeça mantendo um ar jovial enquanto já dentro do carro, está ligando o motor e começando a dirigir calmamente. Radesh é tão educado e simpático que me faz pensar que talvez ele tenha vindo de uma família nobre não só em termos de riqueza material mas também em termos de riqueza de valores morais e éticos, os pais dele devem ter lhe passado valores maravilhosos sobre como tratar uma mulher e as pessoas em geral, aquilo o faz parecer uma pessoa melhor."Por nada, olha o que peguei quando passei d
Quando saímos do parque Merlion e fomos até o carro dele, Radesh me perguntou com gentileza."Você tem medo de altura?""Não tanto. Porquê?" Ele está com um olhar divertido e brincalhão, o que será que ele está aprontando?"Ainda bem que não, porque eu vou levar você para o Singapore Flyer." Ele ri quando eu arregalo os olhos, desse eu já tinha ouvido falar. É uma das maiores rodas gigantes do mundo. "Tem coragem para tal?" Ele me desafia."Pode apostar que sim!" Falo convicta."Esse é o espírito." Ele faz um singelo carinho em minha cintura e então voltamos a subir no carro dele.Tem um parque de diversões para todas as idades ali ao redor do Flyer, Radesh fez questão de me levar pra todas as atrações do lugar, ele conseguiu ganhar de jogos de pontaria e ganhou mais pelúcias para mim e me as ofereceu. Comemos um algodão-doce e tomamos sorvetes de sabores únicos. Nos divertimos nos carrinhos de choque e no carrossel, mas tinha chegado a hora de encarar a grandona, a própria roda gigan