_________________________________________________RICK — Porque eu gostava de como minha vida estava antes dela chegar. — Desabafei. — E então ela chegou e bagunçou tudo. Eu sinto que não estou no controle quando estou perto dela. E puta que pariu. Toda essa coisa parece muito complicada. Não sei lidar com isso. Ela não é o tipo de mulher que eu durmo. Ela é diferente. Não posso levá-la pra cama, e quero muito fazer isso. Inferno. — Resmunguei. — Então é real? — Jack falou animado. — Minha nossa! — Por que eu sinto que você está se divertindo com meu sofrimento? — O encarei com uma careta. — Porque achei que isso nunca aconteceria. — Jack deu de ombros. — Não me leve a mal. Eu não sabia se você era capaz de se apaixonar um dia. — Se serve de consolo. Nem eu. — Resmunguei com um sorriso de canto. Jack gargalhou me fazendo gargalhar junto. — Ela é incrível. — Jack sussurrou deixando o corpo cair ao meu lado. — Ela é... — Suspirei. — Então ainda não rolou nada? — Jack perguntou.
_______________________________________________JILEAN Eu estava parada ao lado do Ron, encarando o Rick e a Van como velhos amigos. Ele estava empolgado respondendo o turbilhão de perguntas da Agnes. Meu coração estava acelerado, talvez porque agora eu o estava enxergando de uma maneira completamente diferente do que enxergava antes. — Eu continuo sem entender... — Ron deu de ombros o encarando. — O quê? — Perguntei o encarando. — Como de repente você tornou o meu amigo um homem de família. — Ron falou com uma careta. — Eu? O que te faz achar que fui eu? — Perguntei arqueando uma das sobrancelhas. — Não sei. Talvez porque a forma que os olhos dele te mapeiam de segundo em segundo enquanto carrega a sua filha e anda de braços dados com a sua amiga de forma completamente empolgada e inocente, diga algo. Ou não, talvez seja só um devaneio louco da minha cabeça. — Ron falou balançando negativamente a cabeça. Eu gargalhei. — Eu acho... — Sussurrei estreitando os olhos para ele. — Q
_______________________________________________JILEAN Ana chamou o garçom que juntou mais uma mesa a dela no canto e nos sentamos todos. O Rick sentou-se ao lado da mãe que por sua vez se despediu da amiga e disse que ficaria mais um pouco. Agnes sentou-se ao lado de Rick pela simples vontade de não desgrudar dele. Eu sentei-me em frente a Rick enquanto Van sentou-se no canto em frente à Ana. O garçom veio até nós e fizemos nossos pedidos. — O que você irá querer, querida? — Rick falou mostrando as fotos de comida do cardápio para Agnes. — O mesmo que o seu. — A menina respondeu. — Vejamos então... — Rick sorriu encarando o cardápio. — Que tal este? — Parece bom. — A menina assentiu sorrindo. — Pegaremos este então. — Ele assentiu fechando o cardápio e colocando sobre a mesa. — Mamãe, a senhora já almoçou? — Ele perguntou agora encarando Ana. — Ainda não, meu bem. Mas já fiz meu pedido. A Lena já havia almoçado quando cheguei e estava um pouco atrasada para uma reunião, eu almoç
_______________________________________________JILEAN Entrei numa das cabines vazias e sentei em cima do vaso sanitário tentando colocar meus pensamentos em ordem, respirei pelo menos três vezes antes de sentir as lagrimas descerem pelo meu rosto. Isso não podia estar acontecendo, eu não imaginei que ficaria sem a Van porque em minha mente eu daria um jeito, mesmo sabendo lá no fundo, que não tinha jeito a dar. Que eu realmente não dava conta! Me senti impotente diante disso, a Van sempre falava com a irmã caçula dela, e inclusive ela já havia vindo nos visitar pelo menos duas vezes. Mas era em outro país e por isso eu sabia que não daria para vê-la sempre que eu quisesse. Eu estava sozinha novamente. Somente eu e a Agnes. Mesmo que o obstáculo fosse apenas a distância, não estava sendo menos duro. A Agnes a venerava, ela sentiria isso, e eu sentiria mais ainda, pela minha menina e por mim. Depois de cinco minutos eu limpei as lagrimas e saí da cabine, estava lavando meu rosto na pia
_________________________________________________RICK Van pegou os copos e nos serviu, nos sentamos os três e iniciamos uma conversa legal sobre a vida dela e da família dela. — Minha nossa. Infelizmente eu preciso ir. — Falei encarando o relógio em meu pulso. — Você não vai dirigir desse jeito rapaz, fica aí. Este sofá tem o maravilhoso poder de se tornar uma cama. — Ela falou batendo no sofá. — Não, não quero incomodar. E estou quase sóbrio. — Suspirei. — Van está certa. Não é uma boa ideia você dirigir depois de duas garrafas de uísque e vinho. — Estou acostumado a tomar bebidas piores. — Dei de ombros. — Não temos seguro. — Van brincou. — Está decidido. Amanhã pela manhã, quando estiver um pouco mais sóbrio e descansado, você vai. — Tudo bem então. — Cedi. Eu sabia que elas não me deixariam ir nem que eu implorasse. E no fundo, eu queria ficar. Conversamos um pouco mais e armamos o sofá cama no meio da sala. — Vocês dois vão ficar bem aí? — A Van perguntou nos encarando.
_______________________________________________JILEAN Quando abri os olhos ele ainda dormia, de olhos fechados e inconsciente parecia um anjo, mas ao me lembrar dos seus dedos dentro de mim durante a madrugada, a aureola imaginaria sumiu. Ele não era nada celestial! Suspirei, fechei os olhos quando a lembrança do prazer me atingiu em cheio me fazendo ficar excitada as 06h00min da manhã. Me sentei na cama improvisada e passei a mão nos cabelos depois de uma bela espreguiçada, a Van iria embora ás 08h00min e ainda não havia levantado. Me levantei e fui preparar um café para que ela ao menos pudesse comer algo antes de sair para tão longe. Sei que meu café não chegava perto do dela, mas eu queria muito que ela levasse algo de mim, porque eu sinceramente não sabia como seria viver sem ela. Lembrar disso fez o meu coração doer, afastei o pensamento triste e continuei lavando a louça enquanto a água do café fervia. Notei que estava sendo observada e me virei no reflexo. Ele estava parado n
_______________________________________________JILEAN “— Me chamou? — Perguntei entrando no escritório enquanto ajeitava o meu vestido em um ato nervoso. — Sim. — Ele assentiu me encarando com um sorriso de canto. — Algum problema? Precisa de alguma coisa? — Perguntei o encarando e baixando o olhar logo após. — De você. — Ele disse engolindo em seco. — Não entendi. — Me fiz de desentendida embora essas palavras tenham mexido comigo. — Eu precisava te ver. — Ele sorriu pra mim e baixou o olhar. — Era só isso? — Respirei fundo. — Não. — Ele se levantou. — Precisa de MAIS alguma coisa? — O encarei. — Ainda preciso de você. — Ele contornou a mesa vindo em minha direção. — O que está fazendo? — Perguntei desviando o olhar. —Eu não sei. — Ele falou agora perto o suficiente do meu rosto. Apoiou sua mão sobre a mesa e com a outra acariciou o meu rosto. — Sabe que... — Minha voz se perdeu. — Se não precisa de nada, preciso ir. Tenho alguns papeis para imprimir. —Eu já d
_________________________________________________RICK — Já pensou no que vai fazer a respeito da Agnes? — Perguntei encarando o nada á minha frente. — Ainda não. — Ela suspirou, sugando novamente seu vip. — E os estudos dela? — Perguntei curioso. — Eu definitivamente não sei, não sei como vou resolver isso. — Ela falou balançando a cabeça. — Você poderia explicar para a Julie que precisa pegar ela ao termino da escola, acredito que ela te liberaria. — Falei a encarando de soslaio. — Então nós vamos buscá-la e voltamos, ou podemos colocar alguém para fazer isso. Pagar uma pessoa só para ir buscá-la e trazê-la, ou podemos encontrar uma babá. — Podemos? — Ela me encarou estreitando os olhos. — É. Podemos. — Eu suspirei e desviei o olhar. — Não vou sair da sua vida tão cedo, e não vou te deixar tomar decisões difíceis sozinha. Então acostume-se ao fato de que não vai se livrar de mim. — Me coloquei de lado ficando de frente para ela. — Por quê? — Ela perguntou se virando para ficar