_________________________________________________RICK Van pegou os copos e nos serviu, nos sentamos os três e iniciamos uma conversa legal sobre a vida dela e da família dela. — Minha nossa. Infelizmente eu preciso ir. — Falei encarando o relógio em meu pulso. — Você não vai dirigir desse jeito rapaz, fica aí. Este sofá tem o maravilhoso poder de se tornar uma cama. — Ela falou batendo no sofá. — Não, não quero incomodar. E estou quase sóbrio. — Suspirei. — Van está certa. Não é uma boa ideia você dirigir depois de duas garrafas de uísque e vinho. — Estou acostumado a tomar bebidas piores. — Dei de ombros. — Não temos seguro. — Van brincou. — Está decidido. Amanhã pela manhã, quando estiver um pouco mais sóbrio e descansado, você vai. — Tudo bem então. — Cedi. Eu sabia que elas não me deixariam ir nem que eu implorasse. E no fundo, eu queria ficar. Conversamos um pouco mais e armamos o sofá cama no meio da sala. — Vocês dois vão ficar bem aí? — A Van perguntou nos encarando.
_______________________________________________JILEAN Quando abri os olhos ele ainda dormia, de olhos fechados e inconsciente parecia um anjo, mas ao me lembrar dos seus dedos dentro de mim durante a madrugada, a aureola imaginaria sumiu. Ele não era nada celestial! Suspirei, fechei os olhos quando a lembrança do prazer me atingiu em cheio me fazendo ficar excitada as 06h00min da manhã. Me sentei na cama improvisada e passei a mão nos cabelos depois de uma bela espreguiçada, a Van iria embora ás 08h00min e ainda não havia levantado. Me levantei e fui preparar um café para que ela ao menos pudesse comer algo antes de sair para tão longe. Sei que meu café não chegava perto do dela, mas eu queria muito que ela levasse algo de mim, porque eu sinceramente não sabia como seria viver sem ela. Lembrar disso fez o meu coração doer, afastei o pensamento triste e continuei lavando a louça enquanto a água do café fervia. Notei que estava sendo observada e me virei no reflexo. Ele estava parado n
_______________________________________________JILEAN “— Me chamou? — Perguntei entrando no escritório enquanto ajeitava o meu vestido em um ato nervoso. — Sim. — Ele assentiu me encarando com um sorriso de canto. — Algum problema? Precisa de alguma coisa? — Perguntei o encarando e baixando o olhar logo após. — De você. — Ele disse engolindo em seco. — Não entendi. — Me fiz de desentendida embora essas palavras tenham mexido comigo. — Eu precisava te ver. — Ele sorriu pra mim e baixou o olhar. — Era só isso? — Respirei fundo. — Não. — Ele se levantou. — Precisa de MAIS alguma coisa? — O encarei. — Ainda preciso de você. — Ele contornou a mesa vindo em minha direção. — O que está fazendo? — Perguntei desviando o olhar. —Eu não sei. — Ele falou agora perto o suficiente do meu rosto. Apoiou sua mão sobre a mesa e com a outra acariciou o meu rosto. — Sabe que... — Minha voz se perdeu. — Se não precisa de nada, preciso ir. Tenho alguns papeis para imprimir. —Eu já d
_________________________________________________RICK — Já pensou no que vai fazer a respeito da Agnes? — Perguntei encarando o nada á minha frente. — Ainda não. — Ela suspirou, sugando novamente seu vip. — E os estudos dela? — Perguntei curioso. — Eu definitivamente não sei, não sei como vou resolver isso. — Ela falou balançando a cabeça. — Você poderia explicar para a Julie que precisa pegar ela ao termino da escola, acredito que ela te liberaria. — Falei a encarando de soslaio. — Então nós vamos buscá-la e voltamos, ou podemos colocar alguém para fazer isso. Pagar uma pessoa só para ir buscá-la e trazê-la, ou podemos encontrar uma babá. — Podemos? — Ela me encarou estreitando os olhos. — É. Podemos. — Eu suspirei e desviei o olhar. — Não vou sair da sua vida tão cedo, e não vou te deixar tomar decisões difíceis sozinha. Então acostume-se ao fato de que não vai se livrar de mim. — Me coloquei de lado ficando de frente para ela. — Por quê? — Ela perguntou se virando para ficar
________________________________________________RICK — Não me entenda mal, filho. Estou apenas tentando lhe dar um conselho. Não é tão simples assim, ter um relacionamento com alguém que já tem uma filha, você terá uma responsabilidade que não é sua. — Meu pai falou também se ajeitando na cadeira. — Nossa. Ok pai, obrigado pelo conselho. — Sorri. — Mas é engraçado que o Senhor me fale sobre responsabilidade paterna, já que em 99% do meu meio de convívio não existe. Até porque se estou assumindo a responsabilidade é porque outro homem deixou de assumir aquilo que era uma obrigação, não é? Mas não se preocupe, a Agnes é uma menina brilhante, muito bem educada pela mãe, e lhe garanto que a Jilean foi para a Agnes tudo que o pai dela não foi. Então não me sobra tanta responsabilidade assim. Apenas afetiva mesmo, o que é um prazer. — Falei. — Entendi. — Meu pai pigarreou. — Estou apenas tentando te ajudar, filho. Ela ao menos sabe quem é o pai? — Tá de sacanagem? — Falei automaticamente
_______________________________________________JILEAN Eu não sei em que momento eu me deixei levar pelas emoções alheias, mas quando vi já estava em um barco viajando em direção á ilha dos pais do Rick. Fui acordada com uma Agnes completamente animada pulando e me dizendo que iríamos ver golfinhos, e então em meio a gargalhadas e chantagens emocionais eu cedi... Porque nada é mais bonito do que o sorriso da minha menina me agradecendo por realizar o seu desejo! Procurei em mim toda a raiva e chateação por estar fazendo isso contra minha vontade, mas não encontrei, talvez porque no fundo eu quisesse estar onde estou e com as pessoas que estou. Talvez. — No que você está pensando? — Rick me tirou dos meus devaneios se apoiando na barra de ferro que nos impedia de cair no mar. — Antes eu tinha apenas uma manipuladora. Agora eu tenho três. — Falei deixando escapulir um riso baixo. — Ah, mas somos uma equipe e tanto. Você não acha? — Ele sorriu e me encarou. — Se continuarem assim, vão
_________________________________________________RICK Afastei os pensamentos e terminei meu banho. Quando desci minha mãe estava preparando o jantar. — Posso lhe ajudar? — Me coloquei ao lado dela na bancada da cozinha. — Tem quanto tempo que não cozinhamos juntos? — Ela me encarou e sorriu enquanto cortava os temperos. — Me dá, deixa que eu corto. — Suspirei e retribuí seu sorriso. — Obrigada, querido. — Ela sussurrou. — O que iremos cozinhar? — Perguntei cortando os temperos. — Um guisado de camarão com batatas. — Ela falou. — Ah eu não acredito. — Parei e a encarei por alguns segundos. — Achou que eu esqueceria? — Ela me encarou. — Eu te amo! — Falei sorrindo. — Eu amo mais. — Ela falou soltando um beijo no ar e se virando para a pia onde lavava os camarões. — Sabe querido. Eu senti falta disso. — De quê? — Perguntei entretido em meu corte. — De uma família. — Ouvi seu suspiro ao final da frase. — Sabe que sempre seremos uma família, não é? — Perguntei colocando os tem
_________________________________________________RICK — Estou dizendo que você é boa e a Agnes é excelente! — Falei rindo. — Eu perdi o posto para minha própria filha. — Ela resmungou balançando a cabeça negativamente. — Você seria a nossa publicitária. — Falei desviando o olhar para minha mãe. — Publicitária? Eu? — Ela me encarou, observei o leve enrugar de sua testa e decorei seu rosto pensativo e fofo. — Sim. — Respondi. — Você é criativa, tem idéias maravilhosas, não consegue ficar parada, gosta de estar no controle. Seria uma ótima publicitária, manteria nosso restaurante na boca do publico e criaria ótimas estratégias de divulgação. Tenho certeza. — Eu disse visualizando o nosso restaurante mentalmente. — Eu gostei. Temos um restaurante então. — Ela disse animada. — Eu sinceramente vivi para ver alguém criar tão bem um restaurante do zero! — Minha mãe falou rindo ao despejar o guisado numa refratária. — Eu adorei a ideia! — Jack falou sorrindo. — E o mais importante... —