_________________________________________________RICK — Já pensou no que vai fazer a respeito da Agnes? — Perguntei encarando o nada á minha frente. — Ainda não. — Ela suspirou, sugando novamente seu vip. — E os estudos dela? — Perguntei curioso. — Eu definitivamente não sei, não sei como vou resolver isso. — Ela falou balançando a cabeça. — Você poderia explicar para a Julie que precisa pegar ela ao termino da escola, acredito que ela te liberaria. — Falei a encarando de soslaio. — Então nós vamos buscá-la e voltamos, ou podemos colocar alguém para fazer isso. Pagar uma pessoa só para ir buscá-la e trazê-la, ou podemos encontrar uma babá. — Podemos? — Ela me encarou estreitando os olhos. — É. Podemos. — Eu suspirei e desviei o olhar. — Não vou sair da sua vida tão cedo, e não vou te deixar tomar decisões difíceis sozinha. Então acostume-se ao fato de que não vai se livrar de mim. — Me coloquei de lado ficando de frente para ela. — Por quê? — Ela perguntou se virando para ficar
________________________________________________RICK — Não me entenda mal, filho. Estou apenas tentando lhe dar um conselho. Não é tão simples assim, ter um relacionamento com alguém que já tem uma filha, você terá uma responsabilidade que não é sua. — Meu pai falou também se ajeitando na cadeira. — Nossa. Ok pai, obrigado pelo conselho. — Sorri. — Mas é engraçado que o Senhor me fale sobre responsabilidade paterna, já que em 99% do meu meio de convívio não existe. Até porque se estou assumindo a responsabilidade é porque outro homem deixou de assumir aquilo que era uma obrigação, não é? Mas não se preocupe, a Agnes é uma menina brilhante, muito bem educada pela mãe, e lhe garanto que a Jilean foi para a Agnes tudo que o pai dela não foi. Então não me sobra tanta responsabilidade assim. Apenas afetiva mesmo, o que é um prazer. — Falei. — Entendi. — Meu pai pigarreou. — Estou apenas tentando te ajudar, filho. Ela ao menos sabe quem é o pai? — Tá de sacanagem? — Falei automaticamente
_______________________________________________JILEAN Eu não sei em que momento eu me deixei levar pelas emoções alheias, mas quando vi já estava em um barco viajando em direção á ilha dos pais do Rick. Fui acordada com uma Agnes completamente animada pulando e me dizendo que iríamos ver golfinhos, e então em meio a gargalhadas e chantagens emocionais eu cedi... Porque nada é mais bonito do que o sorriso da minha menina me agradecendo por realizar o seu desejo! Procurei em mim toda a raiva e chateação por estar fazendo isso contra minha vontade, mas não encontrei, talvez porque no fundo eu quisesse estar onde estou e com as pessoas que estou. Talvez. — No que você está pensando? — Rick me tirou dos meus devaneios se apoiando na barra de ferro que nos impedia de cair no mar. — Antes eu tinha apenas uma manipuladora. Agora eu tenho três. — Falei deixando escapulir um riso baixo. — Ah, mas somos uma equipe e tanto. Você não acha? — Ele sorriu e me encarou. — Se continuarem assim, vão
_________________________________________________RICK Afastei os pensamentos e terminei meu banho. Quando desci minha mãe estava preparando o jantar. — Posso lhe ajudar? — Me coloquei ao lado dela na bancada da cozinha. — Tem quanto tempo que não cozinhamos juntos? — Ela me encarou e sorriu enquanto cortava os temperos. — Me dá, deixa que eu corto. — Suspirei e retribuí seu sorriso. — Obrigada, querido. — Ela sussurrou. — O que iremos cozinhar? — Perguntei cortando os temperos. — Um guisado de camarão com batatas. — Ela falou. — Ah eu não acredito. — Parei e a encarei por alguns segundos. — Achou que eu esqueceria? — Ela me encarou. — Eu te amo! — Falei sorrindo. — Eu amo mais. — Ela falou soltando um beijo no ar e se virando para a pia onde lavava os camarões. — Sabe querido. Eu senti falta disso. — De quê? — Perguntei entretido em meu corte. — De uma família. — Ouvi seu suspiro ao final da frase. — Sabe que sempre seremos uma família, não é? — Perguntei colocando os tem
_________________________________________________RICK — Estou dizendo que você é boa e a Agnes é excelente! — Falei rindo. — Eu perdi o posto para minha própria filha. — Ela resmungou balançando a cabeça negativamente. — Você seria a nossa publicitária. — Falei desviando o olhar para minha mãe. — Publicitária? Eu? — Ela me encarou, observei o leve enrugar de sua testa e decorei seu rosto pensativo e fofo. — Sim. — Respondi. — Você é criativa, tem idéias maravilhosas, não consegue ficar parada, gosta de estar no controle. Seria uma ótima publicitária, manteria nosso restaurante na boca do publico e criaria ótimas estratégias de divulgação. Tenho certeza. — Eu disse visualizando o nosso restaurante mentalmente. — Eu gostei. Temos um restaurante então. — Ela disse animada. — Eu sinceramente vivi para ver alguém criar tão bem um restaurante do zero! — Minha mãe falou rindo ao despejar o guisado numa refratária. — Eu adorei a ideia! — Jack falou sorrindo. — E o mais importante... —
_________________________________________________RICK Estávamos eu e o Jack, deitados nas espreguiçadeiras de frente para a piscina tomando vodca e conversando sobre o Dylan que estava viajando com a Bell. — Achei vocês! — Jill falou me empurrando e sentando na espreguiçadeira. — Achamos que você não viria! — Jack disse com uma careta. — A Ana me salvou. A Agnes pediu pra dormir com ela. — Ela falou suspirando. — A Ana? — Jack falou surpreso. — A Ana. — Jill falou rindo. — Me senti mal por isso. — Por quê? — Perguntei curioso. — Sei lá, ela me trocou pela sua mãe. Do nada ela me disse que queria dormir com sua mãe. E eu? Eu não conto. — Ela falou com um biquinho fofo. — Isso é ciúmes materno? — Jack gargalhou. — Puro ciúmes materno. — Ela deu de ombros. — Ana dorme com Agnes. Você dorme com Rick e eu durmo com quem? — Ela fez uma careta. — Se você quiser pode dormir entre nós dois. — Jack piscou. — Sou tão privilegiada assim? — Ela baixou a voz. — Você é. — Jack riu. — Mas
_________________________________________________RICK Depois de deixarmos a Jill em casa, eu e o Jack fomos para o meu apartamento, eu fui direto para o meu quarto tomar um banho. Eu precisava. Nunca imaginei que fosse tão difícil não falar com uma pessoa em toda a minha vida, meus pensamentos não me deixavam em paz e por todo o dia minha mente oscilava entre a Nyx e a Agnes. Como eu não percebi antes que era a mesma pessoa? Respirei fundo já debaixo do chuveiro. Por que ela não me contou? Porque ela não disse que era a Nyx, que era com ela que eu fazia questão de me encontrar naquela m*****a sala 12? Terminei meu banho e saí do banheiro dando de cara com o Jack sentado em minha cama. — Estou esperando! — Jack falou enquanto eu vestia um short fino e leve. — O quê? — Perguntei sabendo do que ele queria falar. — Você passou todo o dia em um planeta completamente distante. E dá para notar a tensão entre vocês dois. — Jack bufou. — Não quero falar sobre isso. — Joguei a toalha em
_______________________________________________JILEAN O olhar de Rick penetrou o meu com uma urgência desconhecida, seus lábios roçaram os meus e então ele fechou os olhos. Suas mãos me segurando como um pedido silencioso e desesperado, eu podia sentir seu hálito quente tão perto... — Eu não consigo mais olhar para você e não me perguntar qual o gosto dos seus lábios. — Ele sussurrou balançando a cabeça lentamente. Essa pergunta não estava no roteiro. Principalmente porque a resposta também não estava. — Eu me pergunto o mesmo... — Cedi. O diretor queria algo perfeito... Quão perfeito pode ser algo real? Ele me beijou. O encontro de lábios desesperados, ardendo de desejo! Sem saber se ele estava apenas seguindo o roteiro ou fazendo o que queria muito fazer, ele passou a mão na mesa retirando tudo que estava em cima e deixando que caísse no chão, e então me pegou pela cintura e me suspendeu, me sentando em cima da mesma. Sua boca não saiu da minha nem mesmo por um misero segundo, pu