_______________________________________________JILEAN Ele não respondeu, apenas passou a ponta dos dedos sobre meus pés, subindo até minha coxa, ajeitou a postura e beijou meu joelho me fazendo estremecer. Então suas mãos se aproximaram do cós da minha meia calça, tão próximas da minha abertura... Suspirei o encarando. Sem tirar seus olhos dos meus, ele desceu a meia calça lentamente enquanto deixava propositalmente que alguns de seus dedos tocassem as partes que iam sendo descobertas no processo. Me arrepiando por completo, me queimando com seu toque. Quando ele deixou a peça no sofá, eu baixei o pé e coloquei o outro, deixando que ele repetisse o processo. Quando ele terminou, eu me sentei em seu colo. — Vamos jogar um jogo... — Sussurrei em seu ouvido enquanto abria os primeiros botões de sua camisa. — Você tem direito a tirar mais uma peça. Apenas uma. — Sussurrei. Nossos rostos estavam próximos demais, ele mordeu os lábios e eu desejei fazer isso por ele. — Qualquer uma? — El
________________________________________________RICK Ela deixou escapar um sorriso pegando a taça da minha mão e tomando um gole longo do vinho, um sorriso de canto se formou em meus lábios ao repetir sua ação. Tomei um bom gole tomando coragem para formular oralmente as perguntas que se faziam dentro de mim. Eram muitas, mas eu tinha certeza que apenas uma resposta serviria para todas elas. — Jill... — Comecei. — Quero pedir desculpas por ter agido da forma que agi durante a semana. — Engoli em seco. — Não quero que pense que te julguei ou algo do tipo. Só não queria tomar atitudes precipitadas e lhe passar uma mensagem completamente errada do que penso sobre você. — Que atitudes seriam essas? — Ela perguntou estreitando os olhos para mim. Um filme quente se passou pela minha cabeça me obrigando a desviar o olhar com um sorrisinho nos lábios. — Tenho algumas perguntas... — Desconversei. — Hum. — Ela assentiu e encarou a taça. — Acho melhor bebermos mais então. — Suspirou. — É.
_______________________________________________JILEAN Antes que eu pudesse responder, nossos lábios se encontraram e eu soube exatamente o que tanto queria, o que tanto desejava desde que o vi na sala 12 pela primeira vez. Desde que percebera que não adiantaria odiá-lo com todas as minhas forças, e que ele podia não ser tão babaca afinal. Sua mão pousou em minha cintura me causando calafrios, me puxando para seu colo. E eu não hesitei por nem um misero segundo. O beijo foi se tornando mais intenso e seu toque em meu corpo cada vez mais voraz. Tudo aconteceu rápido demais, mas a sensação era de que estávamos em câmera lenta. Em uma fração de segundos já estávamos deitados no sofá reclinado, seu corpo sobre o meu, suas mãos me explorando com dedicação e desejo, sua boca devorando a minha, nossos corações acelerados e respiração ofegante! Era como se ele me venerasse a cada toque, eu me senti adorada quando seus lábios passaram para o meu pescoço, me senti adorada quando suas mãos me to
_______________________________________________JILEAN— Tire as mãos do bolso. — Falei rispidamente o encarando.— Ok. — Ele tirou e levantou as duas mãos. — Eu preciso te lembrar que sou o pai dela? Que tenho direito de vê-la? Quer mesmo ir por este caminho? Quer iniciar uma queda de braço comigo? Novamente? — Ele abriu um sorriso cínico que me deu vontade de vomitar.— Está me ameaçando? — Eu estreitei os olhos para ele. — Saia. — Falei decidida. — Você terá todo o direito de ver a sua filha quando ligar para o número que foi lhe dado e marcar um horário.— Ok. Tudo bem. Posso dar um abraço nela, pelo menos? — Ele disse cerrando o maxilar.Eu hesitei, novamente o medo, o pavor, a angustia tomou conta de mim. Ver a minha filha nos braços daquele homem despertava em mim, sentimentos e lembranças que eu queria apagar.— Jil... — Rick sussurrou se virando para mim. — Um único abraço e ele vai embora. Ela vai voltar pra você, segura.Baixei o olhar tentando segurar as lagrimas que surgir
____________________________________________________RICK Há um ditado que diz que os olhos são o espelho da alma... Por isso evitamos tanto olhar nos olhos dos outros... Talvez seja medo de enxergar o quão vazio aquela pessoa estar, ou, talvez, seja medo de que o outro enxergue o quão vazio nós estamos. Quando olhei em seus olhos, foi tudo que consegui enxergar, um vazio, seu olhar me dilacerou por completo e por um segundo eu não queria fazer nada além de matar o homem que foi capaz de causar tanta dor a uma mulher tão incrível quanto a Jilean. — Vai ficar tudo bem... — Sussurrei enquanto a ouvia soluçar de encontro ao meu peito. —Não vai... — Ela sussurrou de volta. — Como vou voltar pra casa? Como vou dormir sabendo que ele sabe onde moro? — Ela levantou a cabeça e me encarou, eu pude sentir o pânico que a rodeava. Desespero. — Você não precisa. — Balancei a cabeça e de repente eu tinha completa certeza do que estava fazendo. — Volte para casa comigo. — Estou com medo. — Ela m
________________________________________________RICKQuando chegamos ao seu apartamento a Agnes já estava adormecida em meus braços.— Coloca ela em minha cama, por favor. — Jilean disse.Eu coloquei a Agnes na cama, colocando algumas almofadas na ponta para que ela não caísse e a encarei. Jill pegou uma mala grande e começou a catar algumas coisas.— Você tem certeza? — Ela me encarou por alguns segundos.— Absoluta. — Respondi cruzando os braços, tranqüilo da minha decisão.Ela assentiu e continuou pegando algumas roupas e acessórios. A assisti caminhar pela casa colocando coisas em uma mala completamente perdida em seus pensamentos. Alguns momentos ela parava e respirava fundo, cerrava o maxilar, encarava o ambiente ao seu redor, como se estivesse discutindo consigo mesma internamente. Quando terminou de pegar algumas coisas em seu quarto, foi até o quarto da Agnes. Eu a acompanhei e me apoiei na porta novamente a assistindo. Jilean começou a pegar algumas roupas da menina e coloca
________________________________________________RICK— Ele fez novamente? — Perguntei, minha voz saiu rouca e baixa.— Por dois meses ele foi um príncipe. — Ele falou encarando nossas mãos entrelaçadas. — Até eu começar a ter enjôos, insônia, a inchar por conta da gravidez e ele começar a me humilhar, me envergonhar. Os hormônios nos deixam sensíveis, nos tornamos uma explosão de emoções e ele se aproveitou disso para me subjugar. No quinto mês ele me empurrou novamente e eu disse que iria até a policia, então ele me ameaçou. Me fez se passar como louca e ele foi tão convincente que até eu duvidei que tivesse sido real. No final eu não sabia dizer se havia sido mesmo intencional, se foi de fato agressão. No sexto o empurrão foi mais forte e eu levei um tombo e fui parar no hospital. Minha mãe me perguntou se ele havia me agredido e eu disse que não. — Ela falou com as lágrimas agora rolando sobre seu rosto.— Por quê? — Perguntei, eu não conseguia entender.— Vergonha. Medo. Minha mãe
________________________________________________RICK— Câncer. — Ela sussurrou. — Foram apenas seis meses. Estava em estado muito avançado. Depois arrumando suas coisas eu vi o papel do diagnostico médico, ela descobriu no mesmo dia em que o Ravi tentou me matar. Ela me respondera que eu precisava dela, que precisava me reconstruir, que ela já havia vivido tudo que tinha pra viver. Que eu precisava voar, porque um dia ela havia me dito que estaria aqui para me ajudar a sarar as feridas, que ela estivera, mas que como também havia dito, não estaria aqui para me proteger pra sempre. — Suas lágrimas voltaram a descer. — Pouco tempo depois que ela faleceu, descobri que o Ravi não cumpriria os dez anos, que eu teria apenas a medida protetiva, mas que ele iria sair por bom comportamento e que iria poder ver a filha desde que fosse em lugar movimentado e que estaria sempre a dez passos de distancia.— Como ele se livrou dos dez anos tendo feito tudo que fez? — Perguntei.— A família dele tem