________________________________________________RICK— Câncer. — Ela sussurrou. — Foram apenas seis meses. Estava em estado muito avançado. Depois arrumando suas coisas eu vi o papel do diagnostico médico, ela descobriu no mesmo dia em que o Ravi tentou me matar. Ela me respondera que eu precisava dela, que precisava me reconstruir, que ela já havia vivido tudo que tinha pra viver. Que eu precisava voar, porque um dia ela havia me dito que estaria aqui para me ajudar a sarar as feridas, que ela estivera, mas que como também havia dito, não estaria aqui para me proteger pra sempre. — Suas lágrimas voltaram a descer. — Pouco tempo depois que ela faleceu, descobri que o Ravi não cumpriria os dez anos, que eu teria apenas a medida protetiva, mas que ele iria sair por bom comportamento e que iria poder ver a filha desde que fosse em lugar movimentado e que estaria sempre a dez passos de distancia.— Como ele se livrou dos dez anos tendo feito tudo que fez? — Perguntei.— A família dele tem
_______________________________________________JILEAN— Você pode redecorar se quiser. — Rick falou colocando as mãos no bolso e seguindo até a porta de vidro. — Aqui fica a varanda compartilhada.Eu o segui enquanto Agnes se jogava na cama. Na varanda um sofá preto tomava toda a parede entre nossas portas juntamente com um nicho na parte de cima contendo alguns livros e um telescópio no canto. A varanda dele dava uma vista perfeita para o céu estrelado o que deixava a altura apenas um detalhe. Toda a varanda era coberta por um vidro.— Este vidro é blindado e fumê, ou seja, nada de fora pode nos ver ou nos atingir. — Ele disse tocando no vidro e observando o condomínio abaixo, embora essa parte da varanda ficasse virada para um local onde não tinha prédios, apenas ruas ao longe.— Entendi. — Falei observando o céu acima de nós.Rick seguiu para o lado de dentro e eu o segui. Saímos do quarto.— Aqui é o banheiro. — Ele abriu a porta de frente para a nossa. O banheiro era bem espaçoso
________________________________________________RICKEstávamos sentados no sofá comendo pizza e assistindo a segunda seqüência de Meu Malvado Favorito, eu as observava discretamente e perguntava para mim mesmo como havíamos chegado aquilo...Quando de repente meu apartamento virou algo familiar e meu coração passou a ansiar ter uma família? Automaticamente meus lábios formaram um sorriso quando a Agnes irrompeu em risadas por algo aleatório que eu sequer prestara atenção no desenho e a Jill sorriu ao encarar a menina. Era aquilo, aquela sensação que eu tive tanto medo de ter na vida, que eu achei não ser possível, que eu acreditei estar fora de cogitação... E então elas estavam ali, ao meu lado, de uma forma completamente inusitada e eu não queria mais estar em outro lugar numa sexta á noite.— Querido, cheguei! — A voz de Jack me tirou dos meus devaneios. — Perdi alguma coisa? — Ele parou no meio da sala com uma expressão surpresa ao nos encarar.— Tio Jack!!! — Agnes pulou do sofá i
________________________________________________RICKNos acomodamos os três no sofá encarando o céu e bebendo um bom vinho.— Bom, como sou um incrível fofoqueiro. Quero entender melhor essa tuor. — Jack falou.— Tem certeza? — Jill perguntou ainda encarando o céu.— Absoluta, não vou conseguir dormir criando fanfics e mais fanfics se você não me contar! — Jack riu.— Você pode começar com um psicopata e uma mocinha. — Ela suspirou.— A mocinha é você. E o psicopata? Não é o Rick... Ele é pervertido, mas psicopata não. — Jack falou. Nós três rimos.— O psicopata é o meu ex. — Ela falou respirando fundo.— E qual o enredo da fanfic? — Jack perguntou sendo cuidadoso com as palavras.Senti Jilean ajeitar o corpo e então me acomodei no braço do sofá ficando de frente para Jack e deixando que ela apoiasse suas costas em meu peito e as pernas no colo dele. Quando vi meus braços já estavam ao redor de seu corpo, uma mão segurava a taça e a outra estava traçando linhas invisíveis na palma de
________________________________________________RICKBalancei a cabeça negativamente.— Você disse alguma coisa que tenha o ofendido e o tirado do sério? — Ela riu.— Não é possível... — Jack balançou a cabeça negativamente.— Não? Eles alegaram que eu o agredi primeiro quando estava apenas tentando fechar a porta da minha casa para que ele não entrasse. Quando aleguei que ele me estuprava, sabe o que disseram? Mas vocês moravam juntos. E quando eu aleguei que dizia claramente que estava desconfortável por conta da gestação e que não queria e ainda assim ele continuava, me perguntaram: Mas você pediu para que ele parasse? O Ravi me batia, o que eu receberia se pedisse pra ele parar? Eles ignoraram essa ultima pergunta. Alegaram que as agressões se deram por conta de um transtorno mental que poderia ser controlado com terapia e remédios. Me digam... Dez passos de distancia impedem que ele atire em mim com uma arma? Sabe quanto tempo demora para ele dar dez passos e me machucar novament
________________________________________________RICK É engraçado como julgamos ter total controle de nossas vidas... Eu julguei estar no ápice da minha vida. Afirmei com todas as palavras que nunca teria uma família, e agora eu estava aqui, meses depois, vendo Lucy Jilean encantar todos os meus amigos, num jantar que ela preparou para recepcioná-los, no apartamento que fora meu e que agora era nosso. E minha mãe estava no meio deles. Agindo como uma completa adolescente, rindo feito boba e relembrando nossas mais loucas experiências quando ainda parecíamos família. Era inacreditável. Jill estava sorrindo. Agnes estava no colo de Jack. Minha mãe falava empolgada sobre alguma coisa com a Bell. Jack e Dylan estavam falando sobre algo em paralelo também. E eu não escutei nada do que nenhum deles disseram porque estava muito preocupado em gravar aqueles rostos e aquele momento. Eu nunca estive tão completo. Nunca me senti tão feliz. Mas por alguns segundos senti algo tomar meu coração. In
_______________________________________________JILEAN Estávamos nas intensivas, gravávamos dia e noite sem parar. Jack contratara uma babá e se certificara de que ela tinha porte de arma e defesa pessoal no currículo. Eu não estava completamente satisfeita e meu coração por muitas vezes ficava em pedacinho por ver que estávamos tendo pouco tempo para ficarmos juntas e em alguns momentos eu sentia que iria surtar de preocupação... Mas era um bom começo para me sentir segura novamente. Para acreditar que eu poderia ter uma vida e me convencer de que o Ravi já não tinha mais poder algum sobre tudo o que eu construí. Às vezes eu tinha algumas crises de ansiedade e sentia que a qualquer momento ele poderia tirar tudo de mim, mas então eu encarava uma Agnes apaixonada por homens incríveis que a rodeava de presença e amor, e simplesmente passava. Era mais fácil respirar com eles. A manhã tinha sido de intensa gravação, e a tarde estaríamos livres. Metade do filme já fora e estávamos nas ret
_______________________________________________JILEAN Quando caímos na cama soados, ofegantes, arranhados e vermelhos. Nada mais parecia existir para nós dois, além de nós dois. Eu o encarei e sorri. Ele inclinou seu corpo sobre o meu. — Então, Lucy Jilean... Acho que resolvemos o problema dos lençóis. — Ele provocou. — Para quem não lembra o nome das mulheres que transa, você conseguiu lembrar de dois. — Devolvi estreitando os olhos para ele. — Eu não amava nenhuma delas. — Ele disse baixando, seu sorriso sincero se abrindo de forma lenta, constatando a veracidade daquela frase, fazendo meu coração disparar em resposta. — E eu amo você. — Alarick... — Sussurrei sentindo como se tudo dentro de mim estivesse em movimento. — Não é uma pergunta e não precisa de uma resposta. — Ele sussurrou depositando selinhos em meus lábios. — Eu também amo você... — Sorri. Um sorriso sincero e emocionado. Porque dentro de mim, tudo estava em constante movimento, mas embora fossemos um caos, dent