Assim que chegaram a Paris, eles se acomodaram em um hotel no centro da cidade cosmopolita. Alexander assinou os papéis do aluguel do carro e pegou as chaves.
— Merci beaucoup! — Agradeceu ao funcionário.
Nicole achava graça do biquinho que o esposo fazia quando falava francês.
— Você fica tão fofo quando fala “merci beaucoup”.
— Mais tarde eu vou te ensinar algumas palavras quando estiver dentro de você.
— Serei uma boa aluna!
— Vamos!
— Para onde? — Ajeitou o sobretudo preto sobre o vestido.
— Vou te levar à livraria Shakespeare & Company.
Depois que eles se amaram avidamente durante a tarde. Nicole tomou um banho e colocou um vestido de seda vermelho e calçou o salto alto preto. Ajeitou os cabelos que estavam um pouco abaixo dos ombros e notou o olhar do marido que ajeitou o segundo botão do terno slim fit, de uma grife italiana. — Podemos jantar no quarto — sugeriu ele. — Depois voltamos para cama. Que tal? — Não, Alexander. — Ela esfregou os lábios um contra o outro, depois que usou o batom vermelho. — Fizemos amor durante toda a tarde. — Ainda temos a noite! — Você prometeu que me levaria para fotografar a torre Eiffel — Virou o rosto logo que ele tentou beijá-la. Alexander vislumbrou a imagem no espelho, ele ajeitou o topete com as mãos e colocou os óculos. — Está pronta! — Sim! Ele ajudou a esposa a vestir o sobretudo. Pegou as chaves do carro na cômoda ao lado da cama e seguiu Nicole até a porta. Em poucos minutos, o casal se aproximou da Torre Eiffel. Dentro da enorme estrutura de metal, Alexander conduz
França, Setembro de 2010. Ela não presta! O alarme do meu celular tocou pela terceira vez, estiquei o meu braço até a cabeceira ao lado da minha cama e desativei. Naquela manhã de verão, embora não estivesse tão quente como no Brasil, às 7 horas, a temperatura girava em torno de 20 graus. Peguei os óculos e olhei a tela do meu blackberry. Tinha quatro meses que iniciei a residência no Hospital Saint-Mary em Lyon e, até aquele momento, Nicky não respondia às minhas mensagens ou retornava as minhas ligações. Joguei o celular na cama e puxei o cobertor. Meu pau estava duro e latejava, isso acontecia sempre que eu sonhava com ela. Era impossível esquecer de como ela estava apertada e quente na primeira vez em que fizemos amor. Levantei da cama e fui direto para o banheiro, não tive outra alternativa, me aliviei embaixo da água morna que caía sobre as minhas costas. Não conseguia parar de pensar n
No meio da escuridão, um homem emaciado caminhava por um imenso corredor. Os pés descalços batiam contra o piso, os olhos expressivos procuravam uma saída daquele lugar frio e vazio. O ruído de risadas infantis ecoava pelo breu, Alexander girou os calcanhares e correu para o outro lado. Precisava encontrar a família. — Acorda, papai! — A voz infantil ecoou. — Alex! — berrou. — Onde você está? — Estamos esperando você, pai — respondeu Rodolpho. — Je t'aime, papa! — declarou Marcelly. Alexander virou a cabeça para o outro lado. — Onde vocês estão? Um pequeno facho de luz mostrava uma saída, havia alguém em meio a escuridão. A mulh
Alguns meses se passaram, o amor que sentia pelos filhos possibilitou que Nicole enfrentasse cada dia com a cabeça erguida. Procurou ocupar a mente no trabalho e tentou ser forte todas as vezes que pensou em desistir. Nicole arrumava os documentos sobre a mesa e encerrava mais uma reunião exaustiva. Embora estivesse habituada e agisse com naturalidade na empresa, que outrora era administrada pela família Bittencourt, a jovem de boa aparência não se deixava intimidar. Aprendeu muita coisa durante o pouco tempo em que administrou a empresa ao lado de Alexander e de seu pai. Nicole deu algumas instruções à gerente administrativa e liberou a verba necessária para compra dos novos respiradores e equipamentos para o projeto social "Médicos do Bem". — Isto é tudo? — Fechou a pasta após assinar alguns documentos e
Nicole ouvia o som do choro abafado, abraçou o esposo que desmoronava em lágrimas. O impulso e o desejo de ajudar a aliviar a dor queimavam em seu coração.— Estou aqui, Alexander!Segurou o rosto dele e olhou-o nos olhos.— Passaremos por isso juntos! — Deu um abraço afetuoso.— Eu não tenho mais serventia — lamentou.— Nunca mais diga isso! — Ficou agarrada ao pescoço dele. — Eu senti sua falta todos os dias. Teve horas que pensei que ia enlouquecer sem você.Os dedos magros correram pela maçã saliente do rosto viçoso de Nicole. Alexander segurou-lhe a mão e a puxou-a para dentro dos braços, encorajou Nicole a deitar ao seu lado na cama e beijou-lhe o topo da cabeça após sentir o aroma delicioso que exalava dos cabelos macios. Os dedos se perderam nos cabelos de Nicole.— Por que você demorou? Lembrei do que aconteceu ontem e fiquei desesperado.Nicole elevou o torso e fitou o rosto combalido.— Isso aconteceu há sete meses. — Sibilou.— O que h
Alex foi o primeiro a correr em direção ao pai. Subiu na cama rapidamente e se agarrou ao pescoço de Alexander. — Não corram — Ricardo advertiu os netos. — Venham cá! Alexander acenou para Marcelly e Rodolpho que seguiram sem pressa em direção a cama. Abraçou cada um deles depois que Ricardo os colocou ao seu lado na cama. Os filhos traziam um certo conforto. Após passarem algum tempo conversando com o pai, os gêmeos falaram sobre o filme “Batman x Superman” enquanto Marcelly pendurava os balões ao lado da cama com o auxílio de Nicole. — Onde está o amorzinho do papai? Um sorriso rápido passou por seus lábios ao ver Jullie. — El
Os olhos amendoados fixaram o rosto com barba por fazer. Os dedos moveram o pingente do colar por trinta segundos. Nicole olhou para a mesinha ao lado da cama enquanto lambia os lábios curvos. — Nicky, você sabe o que está fazendo? Ela não respondeu, esticou o braço direito e inclinou o corpo de um jeito que os bicos dos seios roçaram contra a pele dele. Esticou-se para alcançar o barbeador e sentou logo que pegou o utensílio. — Você nunca teve uma enfermeira que cuidasse de você? — Questionou com uma voz calma conforme deslizava as três lâminas no sentido do crescimento dos pelos. — Fica quieto! As mãos delicadas faziam movimentos leves pelas laterais em direção aos lábios. Nicole se inclinou mais um pouco e suspirou. Engoliu o gemido logo que sentiu o hálito morno
Logo após deixar os filhos na escola, Nicole seguiu para o trabalho. Dirigia um veículo branco de baixo consumo e com um certo conforto. Apesar da retenção no trânsito, ela chegou rápido ao estacionamento do imponente prédio do Hospital São Miguel. O telefone tocou enquanto manobrava o carro na antiga vaga de Alexander. Assim que desligou o motor, pegou o BlackBerry. — Acabei de chegar! — Ela revirou os olhos quando ele disse algo sobre tomar cuidado e não esquecer de dar a seta antes de frear. — Eu sei dirigir, Alexander! — retrucou com uma voz gentil. Nos meses em que o marido esteve em coma, ela tirou habilitação. Já que dividia o tempo e a atenção entre o trabalho e os filhos, optou por um veículo que oferecesse um bom espaço interno para ela e as crianças. — O s