ANOS ATRÁSO ano finalmente havia acabado, eu estava terminando o ensino médio e no ano que vem estaria indo para a faculdade da cidade vizinha. Não ia conseguir ver Marcos todos os dias, mas em poucos meses ele se mudaria para lá e moraríamos junto.Claro que minha mãe quase surtou, eu era nova demais para isso, precisava repensar tudo, ter uma vida, antes de decidir construir uma vida com ele. Mas, o que eu podia fazer quando o amor da minha vida chegou mais rápido que o dela?Hoje não queria pensar nisso, só queria me divertir e me entregar a Marcos. Eu não aguentava mais de vontade depois de todos aqueles meses de amassos quentes, beijos e gozar através das roupas. Eu precisava de mais.— Tem certeza disso querida? — minha mãe me questionou, quando me viu pegando uma muda de roupa extra e colocando na bolsa.O combinado era que iríamos para a casa da Bete depois da formatura, mas é claro que ela já deveria ter entendido tudo.— Tenho. Sei que é a hora mamãe! — afirmei, com a
— Eles não vão desistir enquanto as coisas não parecerem resolvidas entre nós. — Marcos começou a falar, tentando puxar assunto. Mas ignorei a sua voz, ou ao menos tentei ignorar apertando os olhos como se isso fosse fazê-lo sumir. — Eu sei que você não quer conversar e eu entendo, realmente entendo, mas se puder pelo menos me escutar. Fechei minhas mãos em punho e apertei até que às unhas machucassem a pele, então respirei fundo e finalmente o olhei. Os olhos claros e expressivos me faziam querer chorar e perguntar porque ele tinha me enganado, mas tudo o que fiz foi manter nossos olhares cravados. — Eu me lembro da última vez que te vi antes da nossa briga. Naquela noite eu te deixei em casa depois que saímos da cabana, quando eu cheguei a minha casa foi o começo do meu pesadelo. — Ele entrelaçou os dedos e os encarou, era assim que reagia quando ficava sem jeito, mas esse Marcos na minha frente era outra pessoa. — Peguei meu pai agarrando Bianca, ele estava bêbado demais para ter
ANOS ATRÁSEu estava estupidamente feliz. Em algumas semanas estaria me mudando para cidade vizinha para começar a faculdade. Mesmo que isso significasse ficar mais tempo sem Bete, Bianca e Marcos eu estava eufórica com a ideia de ser mais independente e começar o próximo capítulo da minha vida.Marcos faria suas viagens nos fins de semana para me ver, enquanto não se mudasse de vez para lá. Era o último ano de Bianca, então ele ainda precisava estar por perto e ficar de olho, já que o pai bêbado não servia para nada, no ano seguinte ela conseguiria uma bolsa, para qualquer faculdade que quisesse, já que era uma verdadeira gênia, e então ele estaria livre para se mudar comigo.Quanto mais tempo passávamos juntos planejando nosso futuro, mais real ele parecia.— Nós deveríamos ir até esse show na cidade vizinha. — Bete entrou no meu quarto com o celular na mão digitando freneticamente. — Pronto. Já convenci Carlos, só falta você convencer Marcos.Ela e Carlos não tinham se desgrud
Encarei o prato de ovos e café na minha frente, mais uma de minhas lembranças daquela cidade.Ainda estava tentando assimilar tudo o que Marcos tinha me dito, ele fez o melhor que achou no momento, se soubesse em tudo que resultaria talvez tivesse feito diferente.Mas eu precisava ver o presente com as opções que tínhamos agora, nossas vidas haviam mudado muito. Marcos tinha uma família e estava finalmente feliz, ele seguiu em frente e eu precisava fazer o mesmo, precisava deixá-lo para trás, especialmente agora que tínhamos esclarecido tudo o que realmente aconteceu.Sara estava certa, precisava começar a lutar pelo o que eu queria e ajudar meu pai deveria ser meu foco agora.Engoli a comida enquanto maquinava o que faria, meu pai precisava de ajuda e eu sabia que não aceitaria a minha por livre e espontânea vontade, mas havia uma pessoa que ele ouviria.— Pastor Lucas. — murmurei chamando o senhorzinho barrigudo com os doces olhos castanhos.Ele se virou com um olhar surpreso
Minha cabeça havia se tornado um poço de confusão, na semana passada eu odiava Marcos e agora estava aqui recebendo seus cuidados.Mesmo sem saber o que pensar sobre ele estar aqui comigo, eu o deixei me levar até sua casa, me preparar o almoço e comermos juntos.— E então como anda seu irmão? Não nos falamos nunca mais, soube pela sua mãe que ele havia casado. — Marcos puxava conversa tentando se atualizar sobre em que pé andava minha vida em São Paulo.Eu só não sabia se aceitava o conselho do pastor Lucas e abria as portas para ele, ou se deveríamos ser apenas velhos conhecidos.— Está ótimo. Helen e ele acabaram de descobrir que vão ter um bebê. Essa é a razão para eu estar aqui e não ele, porque é óbvio que meu pai iria preferir que fosse ele — murmurei, tentando não parecer auto depreciativa, mas falhei miseravelmente.Marcos respirou fundo e me olhou com compaixão nos olhos.— Ele não te odeia, só está confuso com toda a situação. — falou, mas parecia ter mais a dizer, muito ma
— Bem-vinda a São Fernando Emy. Posso te chamar assim? — ele sussurrou as palavras de forma sexy, ou eu estava imaginando apenas por estarmos próximos de mais. Ele pegou uma mecha da minha franja entre os dedos e brincou antes de encarar fundo nos meus olhos. — Ficarei feliz em te mostrar a cidade. — falou, e eu engoli em seco.Marcos estava me fuzilando com seu olhar e com a voz ficando mais rouca a cada minuto.Eu precisava me afastar, sabia que estava errado de tantas formas, mas era como se ele exercesse um poder magnético sobre mim, mesmo meu cérebro gritando para me afastar. Não consegui nem piscar os olhos, especialmente quando suas mãos adentraram meus cabelos se unindo em minha nuca me mantendo presa.Seus olhos desviaram uma vez para meus lábios e voltaram a me olhar como um aviso do que ele iria fazer, então Marcos colou nossas bocas com força.Meu suspiro saiu alto e sôfrego, aquilo era como estar no céu novamente. A boca experiente sabia exatamente o que fazer, seus lábio
O jantar foi regado a risadas e lembranças, momentos de alguns anos atrás onde nós éramos muito felizes e graças a Deus sabíamos disso, mas que hoje só restavam na memória para acalentar nossos corações.Foi aí que percebi o quanto ele precisava disso, a memória dela não era só um calmante para alma do meu pai, era combustível para ele continuar vivendo.Mesmo depois de morta minha mãe ainda era a razão para ele viver, o motivo dele acordar todos os dias e continuar lutando.Vê-lo sorrindo e conversando, tão tranquilo pela primeira vez desde que cheguei era maravilhoso, por isso perdemos a hora discorrendo sobre nossa Andreia.— Preciso ligar para Marcos — murmurei, me lembrando que tinha concordado em avisá-lo como tudo tinha sido. — Ele me pediu para tranquilizá-lo depois da nossa conversa.Meu pai me encarou com os olhos cheios de coisas para dizer, mas apenas assentiu com a cabeça concordando sem falar nada.O que eu agradeci, pois minha cabeça já estava uma verdadeira bagunça dep
— E então como seu pai está hoje? — Marcos puxou conversa, o que era bom e ruim ao mesmo tempo.Sua voz tão próxima a mim e misturada ao seu perfume dentro do carro, não estava me ajudando a me manter focada, mas falar do meu pai colocaria minha mente em um caminho menos caliente.Conversamos sobre coisas aleatórias por tanto tempo que eu não reparei o que ele estava fazendo, foi então que comecei a notar a estrada a nossa volta.Marcos tinha me distraído com papo furado para me levar até a cidade vizinha, já havíamos saído de São Fernando há um bom tempo.— Seu trapaceiro! — gritei chocada. Pedro tinha razão afinal, ele estava me enrolando. — O que está pensando Marcos? Você não pode perder outro dia de trabalho por minha causa!Ele ficou calado por um tempo que pareceu durar uma eternidade e então explodiu em uma gargalhada.Não havia nada de engraçado em estar presa com ele o dia inteiro, seria uma tortura, como andar no calor do deserto, com uma fonte de água ao seu lado.— Você a