— Liz, hoje é nosso aniversário de 15 anos. Vamos sair! De que adianta essa beleza, esses olhos azuis e toda essa fonte de informação cerebral, se você não usa para nada? Até quando vai viver enfurnada nesse quarto aprendendo a falar gringo, se tu não queres falar com ninguém? É verão, ancoraram dois navios no porto, a Ilha está cheia de turistas, vamos lá... Por favor! Por mim! — Nina implora, fazendo gesto de súplica.
— Nina, por que você não chama a Lara? Sabe que eu não gosto de sair, ora bolas. Thanks! Sorry! Bye!
— Ela também vai. E hoje é nosso aniversário, nascemos no mesmo dia, somos melhores amigas e na hora de comemorar você simplesmente não vai estar lá? Isso não é justo! — Nina b**e os pés e cruza os braços.
— Eliza, eu preciso concordar com a desmiolada da minha filha. Acredito que tem como você administrar melhor o seu tempo e começar a viver. Fora que é bom você sair e conhecer pessoas de outros países, até mesmo para praticar isso tudo que você aprende. — Dona Cícera aconselha.
— Tudo bem! Vocês venceram! Mas já vou avisando: Não estou em busca de namorado. — Nina sacode a cabeça um sim, de forma exagerada. Eliza revira os olhos e entorta a boca. Cícera ri de canto pela expressão incrédula da menina e j**a o pano de prato como se fosse bater nela.
— Você quer café, resmungona? — Cícera pergunta a Eliza.
— É claro. Não saio daqui sem beber seu café. É o melhor da Vila. — Liz elogia, Nina se senta e apoia a cabeça na mão.
— Jesus, por que é tão ingrata essa vida? Como podeis dar tanto atributo a uma criatura e ela simplesmente ignorar a benção? Ela podia estar procurando um vestido para usar à noite, mas, no entanto, está feito uma velha esperando uma xícara de café! — Nina reclama com uma cara de tédio.
— Já disse, Nina, põe isso na tua cabeça de jerico. Eu não estou indo buscar namorado! Capisci? — Liz pega a xícara da mão de Dona Cícera e cheira a fumaça do café, antes de bebê-lo.
Nina fica batendo a boca, imitando os dizeres de Liz.
— Olá! — Lara chega com duas sacolas nas mãos. — Onde estão as aniversariantes? — Nina se levanta eufórica abraçando a prima. Liz se levanta também para abraçar a amiga que entrega uma sacola a cada.
— Não precisava se preocupar, Lara. — Liz avisa.
— Liz, eu te dou presente só uma vez ao ano. Deixa de ser chata! Vai, abre logo!
Nina abre o pacote em suas mãos e retira um vestido azul marinho. — Lara, você se superou. É muito lindo! Agora estou ainda mais ansiosa por hoje à noite.
É a vez de Eliza abrir a sua sacola. Ela retira de dentro um vestido de cetim lilás de alças finas e decote reto.
— Que lindo!
—E aí? Gostou? Achei tão romântico, tão você... — Lara elogia, batendo palmas.
— Eu amei! E vai ficar ótimo com aquela sandália que você me deu ano passado. — Eliza comenta.
— Você ainda as tem? — Lara se surpreende.
—É claro que ela tem. Nunca usa porque nunca se diverte. — Nina rebate.
— Eu não tenho tempo, Nina. Preciso trabalhar! — A moça se defende.
—Você não sai porque é antissocial. Como a mamãe falou você pode administrar o seu tempo melhor. A juventude não volta! Meu pai sempre diz isso. — Nina conclui.
— É verdade Liz. Mas tudo bem, vamos provar os vestidos e ver se ficarão bons. — Lara diz empurrando as debutantes para o quarto de Nina. Elas experimentam o vestido que fica perfeito nelas.
Liz coloca o vestido na sacola depois disso e vai embora, agradecendo outra vez à amiga pelo presente.
Ela mora em um quartinho nos fundos da casa de Dulce, que fica ao lado de um portão em forma de castelo que dá acesso à mansão dos Firenze. É a ultima casa da Vila.
Eliza sente-se grata por Dulce ter lhe dado o quartinho e ainda lhe dado um emprego. Não recebia muito, mas ajudava a pagar a internet e comprar as carcaças de eletrônicos para consertar seu velho computador, para estudar.
***
A noite chegou e Liz vestiu-se. Penteou o cabelo para trás prendendo com uma presilha. Passou batom e seu perfume artesanal — que ela fazia — e saiu do quarto se achando linda.
Quando Dulce a viu tão bem-vestida, levou as mãos à boca, emocionada. Aproximou-se de Liz e arrancou a presilha de seu cabelo.
— Ai, Dudu! — Gritou.
— Ai Dudu? Toda bonita nesse vestido e com esse cabelo amarrado parecendo penteado de velha. Nem eu Liz, nem eu uso esses penteados no meu cabelo. Agora vá encontrar suas amigas, ande! — Antes de ela sair, contudo, segura a menina pelo braço e lhe abraça parabenizando, depois lhe entrega a chave do portão. — Volte tarde, Eliza. Beije alguém! Não quero que seja uma velha solteira como eu. Meu tempo já passou, mas o seu está só começando.
Liz sorri e toma as chaves de sua mão. Desengonçada com aquele pequenino salto — de dois centímetros de altura — ela sai andando e dobrando o pé, vez ou outra, pelo calçamento.
No porto, encontra Lara e Nina, e as três seguem para o Hotel onde vai acontecer a festa. O Baile Vermelho é um baile de máscaras que acontece todo ano em comemoração ao dia do descobrimento do arquipélago, que foi descoberto pelo Manoel Firenze.
— Espero que essa festa seja tão boa quanto parece, suei para conseguir esses ingressos! — Nina diz enquanto coloca sua máscara. Lara sorri, ajeitando a sua no rosto.
— Suou o quê Nina? Todo mundo sabe que foi Maurício quem descolou esses ingressos. — Eliza retruca.
— Ave Maria que ela está azeda. Relaxa, Liz. Olha como isso aqui está cheio de gringo? Já pensou um desses se apaixonar pela gente e nos levar embora com eles? Hã? — Nina move as sobrancelhas.
— Aff! Nina! Está vendo isso, Lara? Depois eu é que sou a romântica.
Lara sorri com a discussão incansável das duas. Maurício acena para elas de uma mesa, reconhecendo Liz de longe, pois ela ainda estava sem a máscara. As meninas olham-na raivosas, pois se veem obrigadas a se sentar com Maurício.
Após um tempo ali, já entediadas com o papo de Maurício e Liz, Lara e Nina se levantam e vão dançar. Três rapazes altos e bonitos aproximam-se e começam a conversar. Dois deles tiram as duas para dançar, ficando um sozinho no salão.
Eliza estava sentada quando uma mulher passa por sua mesa, derrubando algo. Ela vê, e pega o objeto entregando-o à dona. Minutos depois, avista outro objeto cair no salão e se levanta para pegar. Ao erguer-se do chão, acaba batendo no corpo do rapaz que conversava com suas amigas. Pede desculpas e mostra o objeto, perguntando se o pertence. É um anel dourado com uma letra F, que ele confirma ser dele. Ela entrega-o.
— Obrigado! — Ele sorri para Liz.
— Por nada!
— Aceita uma dança? — Ele pergunta. Liz resolve aceitar.
Assim que suas mãos se tocam uma chama acende dentro deles. Os olhos se fundem fazendo-os serem incapazes de desviá-los. Não dá para contabilizar o número de músicas que eles dançam sem parar.
— Qual o seu nome, dama de lilás? — O rapaz quebra o silêncio.
— Iza. — Ela abrevia seu nome — E o seu?
— Chame-me de Will. — Ele também abreviou.
Era a primeira vez que William Firenze saía de sua mansão para passear na Vila. Ele não podia revelar quem realmente era, ou sua noite estaria arruinada.
Quando a música cessou Liz percebeu a ausências das amigas. Olhou para todos os cantos do salão e nem sinal delas.
— O que foi Iza? — Will pergunta.
— Minhas amigas, não estou encontrando-as. Elas estavam conversando com dois rapazes e não estão mais aqui. — Will sorri e a puxa pelo braço. — Para onde vai?
— Para onde eu acho que eles levaram suas amigas. Quer ou não quer encontrá-las? — Ela responde que sim. Eles atravessam o salão de mãos dadas.
— Você pode ir mais devagar? Eu não estou acostumada aos saltos. — William olha para Liz e depois para seus pés e solta uma gargalhada.
— Chama isso de saltos? — Ele brinca. Toma Eliza nos braços e a carrega no colo.
Chegando à areia da praia do Pontal, eles encontram muitos jovens casais. Lara e Nina também, só que aos beijos com seus pares. Decidida a não as atrapalhar, Liz resolve ir embora.
— Will, valeu mesmo por ter me trazido até aqui e... No colo. Foi um prazer conhecê-lo, mas eu preciso ir. — Avisa, deixando William triste. Ele precisava saber mais sobre essa garota. Ele tinha motivos especiais para isso.
— Por que tem que ir embora agora? Fique!
Ela pensa por um instante, e por fim, decide se sentar. Eles conversam sobre diversas coisas e Iza faz com que a barriga de Will fique dolorida de tanto rir, ouvindo suas histórias engraçadas. Ele gosta de estar com ela. Quando o vento b**e naquela garota, William sente o seu perfume floral enigmático. Ele anseia em silêncio por tocar em seus longos cabelos, brilhosos e perfumados.
Ele fica triste quando avista as amigas dela. Liz gesticula para as meninas que logo a veem. Os rapazes com quem estavam já ganharam o mundo, sumindo de vista.
Will resolve levá-las em casa. Os quatro seguem caminhando e conversando até o Porto, onde Nina e Lara ficam. William insiste em levar Liz em casa.
— Não precisa, obrigada! Já foi de muito bom tom você nos trazer até aqui. — Will sorri encantado com a educação de Iza. Ele nunca sentiu tanta atração por uma garota como está sentindo por ela. Aqueles olhos azuis que lhe eram tão familiares lhe encaravam através da máscara.
— Não é nenhum esforço para mim, Iza. Fica tranquila!
— Bom, tudo bem. — Concorda.
Eles caminham cerca de 5 metros até Liz parar e arrancar os "saltos", fazendo-o sorrir. Ela dá um suspiro forte de alívio ao ficar livre daqueles calçados.
Com as mãos nos bolsos e um sorriso que não quer sair de seu rosto, ele a acompanha.
— O céu é tão lindo, não é? Principalmente assim, quando a cidade está escura e só às luzes das estrelas iluminam. Sabe, todos os dias à meia-noite eu corro para o portão da mansão, onde tem aquele banco e fico olhando as estrelas. Eu não conheci o meu pai e o céu me faz sentir perto dele.
— O que aconteceu com o seu pai? — Will pergunta.
— Ele morreu antes de eu nascer. Tudo que sei é que foi choque anafilático.
— Perdi meus pais faz 5 anos, em um acidente. Morreram juntos! — Conta. Iza o olha pesarosa.
— Lamento muito!
— Lamento por você também. — Ele diz.
Mais um tempo de conversa e ela chega em casa.
— Você mora no fim da Vila. — Ele observa.
— Sim. Por isso fico na frente do portão na madrugada. — Eles riem.
— Guardarei o seu segredo.
— Você mora na Ilha das Rosas? — Ela perguntou.
— Sim. No lado Norte. — Ele diz, omitindo que sua casa fica a alguns quilômetros após o portão.
— Legal. — Ela diz, sabendo que além do anel, ele morar ao norte significa que é rico e sente certa angústia com isso. Nunca seriam um casal. — Bom, eu vou entrar, foi bom te conhecer, Will. — Quando Liz estica sua mão para se despedir dele, William a puxa para si e ganha seus lábios.
Liz nunca havia sido beijada. Sentir a boca tão linda daquele rapaz na sua era mágico. Exatamente como ela via nos filmes que assistia, repetidas vezes, em vários idiomas, ergueu um pé enquanto Will apoiava suas costas. Ele aprofundou o beijo introduzindo a língua e mesmo nervosa, sem saber direito o que fazer, ela se entregou ao momento e desejou que nunca acabasse.
Envolvido naquela chama de sentimento que de repente lhe ocorreu, ele tocou as mãos nos cabelos dela sentindo toda a maciez de seus fios castanhos, deslizou a mão pelos braços sentindo a pele em suas mãos. Ele a desejou muito mais do que deveria. Parecia que finalmente havia se apaixonado.
Seduzido, levou a mão até o seio de Liz, que a empurrou longe e com uma força que não parecia ter, trincou os cinco dedos das mãos no rosto dele, fazendo sua face virar e envermelhar.
William levou uma mão ao rosto.
Eliza se arrependeu do que fez com ele imediatamente. Sabia que não precisava bater, devia ter dito apenas não. Envergonhada, ela deixou Will sem qualquer explicação e correu para casa. Deixou-o com a mão no rosto, a expressão chateada e os olhos decepcionados.
Will caminhou de volta ao local da festa, tentando entender o que se passou ali, completamente irritado. Era a primeira vez que vinha ao baile. E havia ganhado o primeiro fora da sua vida.
Seus amigos estavam o esperando, preocupados. E sem dizer nenhuma palavra a eles, demonstrando toda sua frustração em seu silêncio e face fechada, retornaram para a mansão.
Dias atuais... — Bom dia! — William diz de forma seca, passando feito um foguete em direção à sua sala. — Bom dia senhor Firenze. — responde Helena, a secretária. Ela se levanta da mesa e vai atrás do chefe. — Quero que confirme meus compromissos. — O homem ordena. — Onde está o meu assessor? — Ele coloca o terno azul marinho no encosto da cadeira, sentando-se e mexendo em seus papéis sobre a mesa, ficando apenas com a camisa branca e a gravata azul e vinho. —Ainda não chegou. Seria algo que eu possa fazer? — Helena pergunta sentada de frente a ele, cruzando as pernas. Ela j**a a perna alto, tentando dar-lhe uma visão privilegiada de suas partes íntimas. William sequer olha. — Não. Assim que ele chegar, ma
Diga Rômulo. — Quando resolveu essa palhaçada toda? — O seu amigo lhe pergunta com voz de riso. — Hoje. Ideias do Lu. — É sério isso, Will. Isso é ridículo! Tem certeza de que essa exigência é real? Será que não é invenção do Luciano? — Não creio. Analisei os papéis que ele me deu e, de fato, dos funcionários aos parceiros todos são casados. E por favor, não me venha me chamar de Will há essa hora. Já estou com a cabeça cheia demais para me aborrecer com essa lembrança. — Faz cinco anos que você levou aquele fora e aquele tapa épico. Ainda guarda mágoa disso? — Rômulo sorri. — Guardo sim. Como você disse, foi épico! Enfim, resolva todas as questões necessárias, mas avise
— Onde estava? Procurei-te diversas vezes hoje. — Nina esperava Eliza em seu quarto e a questiona assim que ela adentra apressada. — Estava com os turistas fazendo meu serviço de guia. Nina, todos estão amando os sorvetes da tia Cissa. Tem sido um sucesso! — ela diz já tirando a blusa e o short, para entrar no banho. — Graças a Deus e a você por isso. Mas essa história de fazer bicos como guia turística e tradutora, olha só no que deu? Está indo de novo para a floricultura sem almoçar. Precisa pensar na saúde Eliza. — Provoca Nina. Sentada na cama de Eliza enquanto ela se despe e entra no banheiro. — Eu vou descer e fico um pouco lá para você, para que possa almoçar antes de ir. — Não precisa amiga. Deixei a marmita arrumada para comer lá mesmo, quando não tiver movimento. — Eliza fala de dentro do banheiro. Nina se j**a na cama, deitando-se. — Nina o que vai fazer hoje à tarde? Devia ajudar sua mãe... Aquilo ali e
— Olá Mon' amour! Ainda se lembra de mim Princesse? — Luciano pergunta colocando uma perna de seus óculos na boca. — Oui, monsieur Luciano. — Eliza responde e Nina se sente perdida com tantas palavras estrangeiras. O outro homem loiro, de cabelos curtos, de óculos escuros e uma barba por fazer, alto e esguio, encara Liz encantado. É Antônio, que veio junto com Luciano para falar de negócios com Liz. Ele resolve testá-la, antes. — Ciao, signorina, ho sentito parlare diverse lingue. Sono curioso di sapere come hai imparato tutto questo? (Olá, senhorita, ouvi dizer que fala diversos idiomas. Estou curioso para saber onde aprendeu tudo isso?). — Piacere di conoscerti. Ho imparato alcune lingue a guardare film classici attraverso siti web e film presi in affitto. Cassette tape e DVD. (Prazer em conhecê-lo. Aprendi algumas línguas assistindo a filmes clássicos
Depois de acreditar que Iza estava em um relacionamento, William ficou tão triste e irritado que não conseguiu voltar a olhar sua amada durante toda a semana. No dia anterior, embora tivesse sentido muita vontade de olhá-la, não fez. Ele não entendia bem o que estava acontecendo, nem o porquê daquela tristeza toda, ou por que havia aquela angústia em seu coração. Mas estava magoado e essa era a única certeza que podia afirmar. Hoje era sexta-feira e aquela maluquice de concurso para noiva havia começado. O e-mail tinha sido encaminhado para cada funcionária solteira da rede. Somente para as unidades Firenze da Ilha das Rosas. Embora houvesse deixado claro que o e-mail era algo confidencial e de ali conter todas as informações de que aquele noivado não passaria de um negócio, um contrato, não pôde deixar de notar os olhares cobiçosos e desejosos de suas funcionárias para si. À medida que passava de andar a andar, alguns cochichos eram not
— Querida Eliza, preciso adiantar uma coisa a você. Muito importante! Nosso chefe, o CEO, quer falar contigo pessoalmente. Ele ficou bastante irritado por você não ter aceitado a proposta antes e por isso ele quer fazer sua entrevista, em pessoa. O homem queria até desistir de contratá-la, mas por muita lábia de Antônio aceitou que viesse dar a resposta somente hoje. Eu sei que você veio aceitar a proposta, então, por favor, não seja tão exigente minha linda. O nosso belo chefe consegue ser insuportável quando quer. — Ele pede a Liz, carinhosamente. — Lu, eu adoro você, e sei o quanto fez para eu estar aqui. Eu realmente preciso do emprego, mas eu não estou mendigando. Foi a Firenze quem foi atrás de mim, portanto, eu sinto muito, mas vou manter minha posição. Ainda não sou funcionária dele, então não vou abaixar a cabeça. — Luciano se preocupa, mas ao mesmo tempo ele fica feliz. É devido a essa postura que acredita nela. Sabe que Liz te
— Olha Eliza, temos alguns pontos a ajustar. Eu realmente preciso de você aos fins de semana. Não todos, é claro, mas vez ou outra tenho reuniões, jantares ou eventos que preciso comparecer. E você não é exatamente uma funcionária da empresa, e sim minha. — Ele diz isso com certo sabor. — Você será minha assistente pessoal. Será como minha sombra e inclusive os dias em que não estiver comigo terá que estar com um celular em que eu possa falar com você sempre que julgar necessário. Mas fique tranquila que será muito bem remunerada e não terá nenhum ônus quando necessitar estar ao meu lado nesses eventos. Incluindo fora da ilha. Eu preciso que me acompanhe também nas viagens, mas será tudo por minha conta e você terá uma excelente hospedagem. Pago suas horas extras caso ultrapasse seu horário de trabalho e u
Liz sibila a cabeça e depois diz: — Sim senhor. — Ele entrega tudo para ela. — Senhor, como são muitas coisas eu preciso lhe dizer que eu não tenho como levar para casa tudo isso hoje. Estou de bicicleta e as coisas não cabem na cestinha.— Você está de bicicleta? — Luciano pergunta espantado. Depois olha para William que está encarado para Eliza.— Senhorita, a senhora veio da Vila até aqui em uma bicicleta? — William pergunta a ela irritado. Mas não é irritação com ela e sim com ele mesmo. Coitada da pobre menina.— Sim senhor. É o meu meio de transporte. — Luciano sorri. E William acaba rindo também.— Tudo bem senhorita, eu mando levar e entregar tudo em sua casa. A senhorita já pode ir.— Obrigada senhor. A