Depois de acreditar que Iza estava em um relacionamento, William ficou tão triste e irritado que não conseguiu voltar a olhar sua amada durante toda a semana. No dia anterior, embora tivesse sentido muita vontade de olhá-la, não fez. Ele não entendia bem o que estava acontecendo, nem o porquê daquela tristeza toda, ou por que havia aquela angústia em seu coração. Mas estava magoado e essa era a única certeza que podia afirmar.
Hoje era sexta-feira e aquela maluquice de concurso para noiva havia começado. O e-mail tinha sido encaminhado para cada funcionária solteira da rede. Somente para as unidades Firenze da Ilha das Rosas. Embora houvesse deixado claro que o e-mail era algo confidencial e de ali conter todas as informações de que aquele noivado não passaria de um negócio, um contrato, não pôde deixar de notar os olhares cobiçosos e desejosos de suas funcionárias para si.
À medida que passava de andar a andar, alguns cochichos eram not
— Querida Eliza, preciso adiantar uma coisa a você. Muito importante! Nosso chefe, o CEO, quer falar contigo pessoalmente. Ele ficou bastante irritado por você não ter aceitado a proposta antes e por isso ele quer fazer sua entrevista, em pessoa. O homem queria até desistir de contratá-la, mas por muita lábia de Antônio aceitou que viesse dar a resposta somente hoje. Eu sei que você veio aceitar a proposta, então, por favor, não seja tão exigente minha linda. O nosso belo chefe consegue ser insuportável quando quer. — Ele pede a Liz, carinhosamente. — Lu, eu adoro você, e sei o quanto fez para eu estar aqui. Eu realmente preciso do emprego, mas eu não estou mendigando. Foi a Firenze quem foi atrás de mim, portanto, eu sinto muito, mas vou manter minha posição. Ainda não sou funcionária dele, então não vou abaixar a cabeça. — Luciano se preocupa, mas ao mesmo tempo ele fica feliz. É devido a essa postura que acredita nela. Sabe que Liz te
— Olha Eliza, temos alguns pontos a ajustar. Eu realmente preciso de você aos fins de semana. Não todos, é claro, mas vez ou outra tenho reuniões, jantares ou eventos que preciso comparecer. E você não é exatamente uma funcionária da empresa, e sim minha. — Ele diz isso com certo sabor. — Você será minha assistente pessoal. Será como minha sombra e inclusive os dias em que não estiver comigo terá que estar com um celular em que eu possa falar com você sempre que julgar necessário. Mas fique tranquila que será muito bem remunerada e não terá nenhum ônus quando necessitar estar ao meu lado nesses eventos. Incluindo fora da ilha. Eu preciso que me acompanhe também nas viagens, mas será tudo por minha conta e você terá uma excelente hospedagem. Pago suas horas extras caso ultrapasse seu horário de trabalho e u
Liz sibila a cabeça e depois diz: — Sim senhor. — Ele entrega tudo para ela. — Senhor, como são muitas coisas eu preciso lhe dizer que eu não tenho como levar para casa tudo isso hoje. Estou de bicicleta e as coisas não cabem na cestinha.— Você está de bicicleta? — Luciano pergunta espantado. Depois olha para William que está encarado para Eliza.— Senhorita, a senhora veio da Vila até aqui em uma bicicleta? — William pergunta a ela irritado. Mas não é irritação com ela e sim com ele mesmo. Coitada da pobre menina.— Sim senhor. É o meu meio de transporte. — Luciano sorri. E William acaba rindo também.— Tudo bem senhorita, eu mando levar e entregar tudo em sua casa. A senhorita já pode ir.— Obrigada senhor. A
— É sério, assim que bati os olhos nele eu o achei familiar. A boca dele é tão linda quanto à do rapaz que me beijou só que o Sr. Firenze tem uma barba por fazer. Os olhos também são verdes e pequenos. Os cabelos são loiro escuro exatamente como aquele rapaz e o nome do Senhor todo poderoso, é William. Vejam William, Will.— Aí meu Deus... Será Liz? Será que você, naquela noite, beijou o Sr. Firenze? Caraca... — Nina diz segurando o queixo.— Liz, você precisa fazer um teste. Tem que falar seu nome como sendo Iza, na frente dele, para ver se ele reage, ou coisa do tipo.— Fala sério meninas. O homem parece que passa cada noite com uma mulher diferente, ele pega várias funcionárias bonitonas dele e tudo mais. Nem mesmo deve se lembrar de um beijo, um simple
Eles descem a montanha e passam pelo portão de castelo, pela casa de Eliza e seguem em direção ao porto, descendo a preciosa ladeira. Ao chegar à entrada do porto, avistam Eliza sentada na beirada da ponte do cais junto com um rapaz loiro e de cabelos lisos compridos, sorrindo demasiadamente.Juvenal espia o chefe pelo espelho interno central e vê as narinas de William abrirem e fecharem. Sua raiva é tamanha que pela primeira vez, ele salta daquele carro e vai até o casal.— Eliza! — Chama-a com uma voz grave, fazendo Liz dar um pequeno pulo de susto.— Sr. William? — Ela fica muito surpresa ao vê-lo ali. E tão cedo.— Me acompanhe até o carro. — O chefe profere. Ela olha para Maurício que estranha tudo aquilo.A expressão de William é de poucos amigos. Ele
Ele puxa a cadeira para perto dela e os dois começam a discutir as demais passagens da apresentação, os tipos de imagem que ele deveria colocar baseado na oratória e assim o CEO começa a apresentar tudo à medida que ela vai construindo a apresentação.Já é quase meia-noite quando ela conclui o trabalho.— Eliza, ficou ótimo o trabalho! Realmente! Meus parabéns!— Às suas ordens senhor. Muito obrigada! — Ela sorri para ele. — Eu preciso ir.— Não vai comer o mousse da Iola? — ele a questiona. Liz busca as horas no relógio e vê que ainda dá tempo provar a iguaria.— Acho que dá tempo. — Eles riem. Retornam para a luxuosa copa onde havia a mesa de madeira gigante que devia caber umas catorze pessoas. 
— Ah Lara, que bom que está aqui. Preciso desabafar... — Diz. — Não foi necessário fazer qualquer teste, ele é mesmo o Will. — Conta.— O quê? — Lara grita e Liz tapa sua boca com a mão.— Shiii! Aquiete-se Lara, vai chamar atenção sua doida!— Como você quer que eu não grite diante dessa informação? —Agora ela sussurra e Eliza lhe olha de canto de olho.— Não precisa exagerar Lara, fale normal, só não grite! — Liz volta a olhar em direção ao mar antes de continuar — Eu notei o anel no dedo dele. O tal anel que eu vi cair àquela noite e levantei para pegar.— Ave Maria mãe do céu! E aí? O que você falou? Não, melhor, o que ele disse? — A loira questionou.<
— E se você encontrasse novamente esse rapaz que lhe beijou? Como seria? — Perguntou, sabendo que era um risco de ela desconfiar de algo. — Não seria. Eu não tenho como saber quem ele é. — Ela mente, olhando as unhas. — Ele estava usando máscara. E duvido que queira algo sério comigo após a pitomba que lhe dei. Duvido muito que se lembre de mim, também. — Conclui e ele finge concordar. Acabam mudando de assunto e Lu passa a falar dele, da sua infância, da época da escola e de como descobriu que era gay. De como a família o expulsou de casa, revelando que fora William quem o acolheu. O único que ficou ao lado dele. Liz ouvia a tudo atenta. Às vezes ela chorava junto com Luciano, tanto pela história triste, quanto por muita coisa lembrar a história dela mesma. Eles tinham muito em comum. Os dois se abraçaram e depois foram comer. Enquanto Liz foi ao sanitário, Luciano atendeu ao celular que toc