Diana Rodrigues "Não estou conseguindo dormir de tanta ansiedade. Sei que Aslan saiu e eu não tenho nenhuma ideia para onde ele foi. Não é que eu esteja com ciúmes, pois não temos nada. Tenho que me acostumar com isso, afinal, nosso casamento não tem nenhuma validade e não passa de um contrato. Mas pela primeira vez, me sinto estranha. Pensar que ele saiu na nossa noite de núpcias... dou uma gargalhada. E digo a mim mesma: não crie expectativas, Diana. Pego meu telefone e disco o número."José, não estou conseguindo dormir.""Amiga, nem eu. Estou tão eufórico que você não tem noção. Eu sempre sonhei em me hospedar aqui e hoje estou realizando meu sonho" – nossas ansiedades são diferentes."Você está chorando?" – ele estava."Sempre foi um sonho. Eu sei que nunca iria realizar e hoje posso estar aqui como hóspede. Você não tem noção de como estou feliz por poder pedir comida no restaurante sem me preocupar com o valor, por não ter dinheiro para pagar. Isso é emocionante.""Eu não comi
Diana Rodrigues Vamos nós mesmos levar nossas malas, não podíamos ser reconhecidos. Usei óculos de sol, um chapéu e um lenço, já que estávamos na parte da manhã. Estava me sentindo uma atriz de filme. Já José colocou roupas diferentes das que ele estava acostumado, junto com boné e óculos. Um segurança nos aguardava e descemos pelo elevador juntos. Quem nos visse nunca diria que éramos os mesmos funcionários do hotel. Em um andar aleatório, o elevador abre suas portas e Sirlene entra e me olha. Eu abaixo a cabeça e José se esconde atrás do segurança. Ela abre um sorriso mostrando todos os dentes para ele. Depois olha no espelho e arruma seu batom, que fica no bolsinho do uniforme."Estão de saída?" - ela pergunta."Sim" - José faz uma voz diferente e ridícula."Gostaram da hospedagem? É muito importante para nós sabermos se os clientes estão sendo bem atendidos.""Claro, estava perfeito como sempre, e agradeça a equipe, pois a limpeza é excelente" - José responde - "Diga à sua gerente
Diana Rodrigues Depois de um tempo ali dentro daquele avião, o silêncio começou a ficar entediante. Cada um dos irmãos pegou seu computador e parecia estar trabalhando, preso em seu próprio mundo. E eu? Fiquei observando os dois, olhando no meu celular e desejando que meu amigo estivesse aqui ao meu lado. Se eu perguntasse onde está José, será que levaria uma bronca? Melhor não fazer perguntas."Lemi me mandou uma mensagem antes de embarcarmos", disse a irmã de Aslan."O que ele quer desta vez?", questionou Aslan."Deixe de ser grosso, meu irmão. Ele está sofrendo por amor. O pobre coitado.""Ele me disse que a moça o rejeitou", ela olhou para mim. "Lemi, nosso irmão, conheceu uma moça e estava perdidamente apaixonado por ela.""Eu sabia que isso não iria dar certo. Provavelmente a moça não quis o tal relacionamento sério que ele estava propondo para ela", comentei sarcasticamente."Lemi sempre gostou de conquistar as mulheres, mas depois as deixava. Não entendo por que agora ele quer
Aslan Murabak Eu beijei Diana antes de sair do quarto. Nem eu tinha entendido o que aconteceu entre nós dois, talvez eu esteja ficando maluco, prometi a mim mesmo que iria ficar a quilômetros de distância dela. E no fim estou aqui me enroscando com ela no banheiro do meu avião. Desde aquele dia no clube ela tem mexido comigo de forma que nem outra mulher mexeu, é como se eu precisasse dela, do calor do seu corpo e de tocar a sua pele e de tê-la só para mim.Vou até o outro banheiro que tenho no avião e me olho no espelho, meu cabelo está todo bagunçado a minha roupa fora do lugar e estou estou cheirando a sexo. Queria muito tomar um banho antes de ir encarar minha irmã, mas sei que neste momento ela deve estar surtando, acho que minha irmã nunca havia visto isso, um homem e uma mulher com tanta intimidade, coloco as mãos na bancada do banheiro e balanço a cabeça, isso não deveria ter vindo de mim, eu sou O guardião dela. E no fim a minha irmã acaba me vendo numa situação constrangedor
Aslan Murabak Berna foi o meu primeiro amor. E hoje sei o que é ódio por causa dela. O nosso primeiro beijo foi inesquecível. Quando ainda éramos adolescentes, ela me encontrou em um dos jardins do palácio, me chamou para um passeio. Ela era a garota mais linda e delicada que já tinha acontecido, fui correndo como um cachorrinho. Caminhamos por lá, até que começou a correr me incentivando a ir atrás dela, mas a garota tropeçou e caiu, machucou o pé e eu fui correndo atrás dela assim que a vi caída, a peguei no colo e a carreguei e ela segurou em meu pescoço e me beijou. Tínhamos doze anos, eu fiquei com muita vergonha, não sabia como agir ou o que fazer, se colocava a língua dentro da boca dela, mas ela me guiou perfeitamente, foi um beijo rápido, pois se alguém nos pegasse ali eu teria que me casar com ela, a honra em nosso país é algo muito sério. A levei para dentro do palácio no colo e ela disse que era um dos dias mais felizes da vida dela e que sonhava com isso. A deixei no sofá
Aslan Murabak Nossas férias foram com nossas famílias, cada um em seu país. Nossa relação já não era mais a mesma. Eu tinha mais compromissos do que antes e não tinha muito tempo para ficar atrás dela. As ligações, que eram frequentes, começaram a ser ligações somente minhas. Se eu ligasse, ela me atendia, e se eu não ligasse, não nos falávamos. Eu entendi que ela estava com as amigas e queria aproveitar as férias. Eu estava ficando em segundo ou terceiro lugar na vida dela, e isso me entristecia. A minha princesa, que tinha todo o tempo do mundo para mim, agora sempre tinha algo para fazer ou alguém para visitar.Meus pais, a cada dia que passava, me arrumavam mais compromissos, e passei todas as minhas férias em reuniões, fechando acordos e fazendo viagens diplomáticas. A vida de um sheik não é tão simples como as pessoas pensam. Nós temos muitos compromissos e praticamente não temos vida. É assim que a família real funciona. Outro detalhe muito importante é nunca se envolver em con
Aslan Murabak Nós ficamos juntos por um tempo, e Berna continuou a me ignorar. Decidi deixá-la viver a sua vida e não me intrometer. Ver Berna me machucava, então resolvi não procurá-la mais. Raramente ia até a porta do quarto delas, apenas quando era extremamente necessário ou quando Tiffany me pedia. Certa vez, depois de estudarmos e termos uma noite quente, Tiffany esqueceu um livro no meu quarto e pediu para que eu o levasse até lá, pois eu acordei atrasado e iria para a aula mais tarde. Tiffany havia me dito que Berna também não estava em casa, e como deixavam a porta aberta - o que eu achava perigoso - abri a porta com muito cuidado para não chamar a atenção dos vizinhos. No entanto, ao entrar no apartamento, ouvi barulhos vindos do quarto de Berna." B-Berna, eu quero fazer sexo com você. Você sabe o quanto nós dois nos completamos", disse o homem, enquanto minha mão se fechava em punho.Senti uma onda de ódio tomando conta de mim. Desejei arrebentar a cara daquele idiota. Olhe
Diana Rodrigues Eu estava sem reação. Percebi como minha aparência havia se deteriorado. Olhei para o espelho e meu cabelo estava horrível. A elegante mulher em que me transformara havia desaparecido. Tentei me arrumar novamente, mas sem José, foi uma tentativa falha. Sou péssima em maquiagem e cabelo, então nem quero pensar no que os pais do meu marido vão pensar de mim. Ao menos aqui tenho que usar o véu, o que esconderá meus cabelos.Falando em véu, fico pensando se vou me adaptar a esses costumes daqui. Sei que as mulheres que praticam a religião devem usar roupas que não mostrem o corpo e cobrir os cabelos com lenços. Pesquisei um pouco sobre isso e descobri que em Kudsi, o país onde estou, as restrições não são tão rígidas como em outros lugares próximos, mas ainda assim precisarei me adaptar a várias coisas.Peguei meus sapatos e saí do banheiro, sentando-me na cama grande e confortável que havia no quarto. Fiquei olhando para meus pés por um bom tempo. Seriam apenas dois anos,