Diana Rodrigues Eu estava sem reação. Percebi como minha aparência havia se deteriorado. Olhei para o espelho e meu cabelo estava horrível. A elegante mulher em que me transformara havia desaparecido. Tentei me arrumar novamente, mas sem José, foi uma tentativa falha. Sou péssima em maquiagem e cabelo, então nem quero pensar no que os pais do meu marido vão pensar de mim. Ao menos aqui tenho que usar o véu, o que esconderá meus cabelos.Falando em véu, fico pensando se vou me adaptar a esses costumes daqui. Sei que as mulheres que praticam a religião devem usar roupas que não mostrem o corpo e cobrir os cabelos com lenços. Pesquisei um pouco sobre isso e descobri que em Kudsi, o país onde estou, as restrições não são tão rígidas como em outros lugares próximos, mas ainda assim precisarei me adaptar a várias coisas.Peguei meus sapatos e saí do banheiro, sentando-me na cama grande e confortável que havia no quarto. Fiquei olhando para meus pés por um bom tempo. Seriam apenas dois anos,
O avião estava pousando e meu coração batia descompassado. Algo que percebi é que empregados são empregados, e os patrões são patrões. Fiquei muito chateada por José estar junto com os empregados de Aslan. Eu tenho um contrato, e tenho que cumpri-lo, era o que repetia a todo momento.Eu fui uma das últimas a descer do avião. Na verdade, até achei que Aslan tinha me esquecido lá dentro. Respiro fundo e saio do avião. A primeira coisa que me chama atenção é a vista do lugar, mas quando olho lá para baixo, vários carros e homens estão esperando por Aslan. E me pergunto: para que esse monte de segurança? Será que aqui é tão perigoso?"Amiga, onde está seu lenço?" José está me esperando."Esqueci dentro do avião.""Eu vou buscar para você." Ele subiu rapidamente as escadas do avião."Onde está seu hijab, Diana?" Aslan me pergunta bravo."Eu esqueci.""Nunca se esqueça dele, sabe que não pode mostrar os cabelos", disse Aslan bravo."Me desculpe. Como vou viver aqui?" A pergunta martela em mi
Aslan Murabak Eu sabia que as coisas iam ser difíceis, mas eu não imaginava o quanto. Neste momento, a minha mulher que eu tanto amei e o pai dela estão na casa do meu pai, à minha espera. O meu telefone tocou assim que entrei no carro."Precisamos conversar, Aslan Murabak, você como um chefe de estado, só envergonha seu povo."Do que está falando meu pai?", eu já imaginava o que era. "Você saberá quando chegar ao palácio.""Eu não vou para o palácio, vou para minha casa, amanhã nós nos falamos.""Não", ele foi bem direto. "Eu quero você aqui e agora, temos que falar sobre algumas coisas. Eu já soube que você saiu do aeroporto. Estou lhe esperando", e então desligou o telefone.Eu e meu pai somos muito parecidos, quando queremos alguma coisa, somos diretos. Como um chefe de estado nós temos que ser assim e decidir o que vai se fazer com rapidez e inteligência. Liguei para um dos meus aliados no palácio, que me informou que Faruk e Berna estavam hospedados no palácio há alguns dias e
Diana Rodrigues Eu estava em um palácio quando, em minha vida, poderia imaginar estar vivendo isso. Tudo reluzia; o ouro tomava conta da decoração de cada parte dali. E eu ficava me perguntando o quanto Aslan e sua família eram ricos. Será que me adaptaria a ficar em meio àquelas pessoas? E quem eram elas?Eu fui para uma sala junto com as mulheres. Diferente da minha cultura, onde nos misturamos, aqui é costume ter essa separação. Os homens estavam em outra sala, discutindo o futuro de alguém, enquanto as mulheres estavam em um local diferente, tomando chá, olhando uma para a cara da outra e falando sobre o futuro dos filhos.Aisha havia me alertado para não aceitar o chá, apenas fingir que estou tomando, pois aqui eles têm o costume de colocar alguma coisa no chá daqueles que não gostam ou que acham que podem causar algum problema para eles. Não gostei dessa parte, mas o que eu posso fazer? Sou apenas uma atriz, interpretando o papel de esposa. Me sentei no sofá onde Aisha apontou,
Aslan MurabakMinha mãe estava me pressionando e isso ela sabia fazer muito bem, já conhecia suas artimanhas. Ela sabe que não pode fazer nada agora que estou casado com Diana. A única alternativa que resta é que a minha esposa abra mão desta cláusula do contrato e então estarei livre para me casar com Berna. É visível a raiva no rosto de minha mãe por ter me casado com uma estrangeira. Ela sempre pensou que eu me casaria com Berna e que eu a amava e quando o casamento fosse forçado, todos aceitariam e viveríamos felizes, da forma que mamãe sempre sonhou.O favoritismo dela por Berna sempre foi muito visível, desde crianças ela fazia muito gosto da nossa amizade e provavelmente deve ter incentivado a moça a criar esperanças e expectativas comigo. Não nego que também criei um mundo fantasioso, que foi destruído por ela. As palavras daquele homem nunca sairão de minha mente. Tenho nojo de olhar para Berna e saber de tudo que ela já fez e não seria uma opção me casar com ela.Muitas veze
DianaEu não havia trancado a porta do banheiro, era algo surreal todo aquele luxo. Nem mesmo o banheiro do hotel tinha todas aquelas coisas. Quando me olhei no espelho vi uma nova mulher, e não a mesma Diana que trabalhava no hotel. Eu tirei meu vestido e a lingerie que estava usando me deixava sexy, como a Diana dançarina.E o homem que estava tirando o meu juízo estava no quarto. Como eu queria que ele estivesse aqui. Sem nem mesmo pensar, levei a mão no meu seio e acariciei, lembranças do que vivemos no avião vieram a minha mente como um raio. Tudo o que ele havia feito me deixou ainda desejosa, eu precisava acalmar meu corpo. Tirei as roupas que ainda restavam e entrei no box, eu precisava de um banho.Eu não tinha ideia de como abrir aquele chuveiro, tentei uma das válvulas e um jato de água fria veio em cima de mim me assustando. Soltei um grito. Aslan imediatamente abriu a porta que eu não tinha trancado."Diana, o que…", os olhos dele foram direto para meu corpo nu.A atração
Diana RodriguesMeu coração fica apertado ao pensar em Zyan. Eu estou dentro de um furacão e sendo jogada para todos os lados. A mensagem me deixou muito triste e Aslan percebeu."Algum problema, Diana?""Não, está tudo bem."Muita comida estava na mesa esperando por nós, um misto de comidas do Brasil e de Kudsi. Ele foi muito atencioso em se preocupar com isso. Tudo estava muito gostoso. Depois do jantar fomos para a cama, ele pegou um lençol limpo e colocou na cama. Fiquei vermelha de vergonha, mas não tocamos nesse assunto por hora. Assistimos um filme, na verdade eu assisti, pois ele ficou no computador trabalhando e leu tantas páginas que eu estava tonta somente de olhar.Eu acabei dormindo e não sei que horas ele adormeceu, no meio da noite abri meus olhos e ele estava abraçado junto ao meu corpo, e eu me aconcheguei, queria guardar esse dia em minha mente. Sei que mesmo estando casada com Aslan, não podia criar expectativa, e devo viver um dia de cada vez e não me apaixonar.
Diana Rodrigues Não tinha uma parte do meu corpo que não estivesse doendo. Quando acordei estava deitada na cama do quarto de Aslan quando acordei, acho que bati a cabeça. Na verdade, era difícil dizer o que eu não tinha batido quando me desequilibrei e caí da escada ao ver Zyan lá embaixo junto com meu marido. "Zyan?", coloquei a mão na cabeça, "Acho que estou tendo alucinações.""Você não está tendo alucinações, eu estou aqui e você também", Zyan me diz."Lemi de onde vocês se conhecem?", Aslan pergunta com uma cara de poucos amigos."Quem é Lemi?", a pancada deve ter afetado minha cabeça."Meu irmão, Lemi Zyan. E me pergunto: de onde vocês se conhecem?""Zyan, ele é seu irmão?" estou incrédula."O que está acontecendo aqui meu irmão? Talvez você possa explicar melhor, já que Diana está confusa" agora meu marido parece furioso."Eu conheci Diana no hotel" os olhos dele transmitiam tristeza "Ela estava chorando no corredor, e perguntei o que tinha acontecido.""Depois que você me h